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GAITA DIATÔNICA PARA

INICIADOS
Altair Andrade

CAPÍTULO I – A GAITA
DIATÔNICA É DIATÔNICA OU
CROMÁTICA?

Se conseguirmos executar todas as


freqüências em pelo menos duas
oitavas e uma quinta justa, poderíamos
responder de forma positiva e simples
esta questão.
No entanto, esta pergunta não é fácil
de responder de uma forma simples,
sem considerar o objetivo da pergunta
e ou a capacidade técnica de seu
executante. Vou tentar responder com
base na minha capacidade técnica e nas
atuais tendências de desenvolvimento
técnico do instrumento.
Se eu pretender provar que a gaita
diatônica pode tocar em todos os tons
com a mesma qualidade de timbre, eu
diria que ainda não é possível nas
condições atuais.
Contudo, na qualidade de instrumento
de transposição (construído em uma
estrutura tonal em que cada
instrumento é afinado em um tom, de
forma a abranger todas as afinações)
em que determinados tons e modos
podem ser executados de forma
confortável dentro de uma estrutura
tonal hierárquica de vizinhanças, eu
diria que é possível executar a maioria
das peças com maestria.
É provável que uma dificuldade que a
gaita diatônica encontrou desde o
início, sua limitação no aspecto da
politonalidade, seja hoje uma de suas
maiores qualidades, desde que nós
possamos ultrapassar algumas
dificuldades de ordem técnica: são
necessários ajustes que visem a
adaptação à embocadura do
executante, pois o instrumento vem de
fábrica com uma configuração que não
atende a necessidade de gaitistas mais
experientes. Estes ajustes são
explicados posteriormente no próximo
capítulo.

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