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BC0307

TRANSFORMAÇÕES
QUÍMICAS

APOSTILA DO CURSO
LABORATÓRIO

Santo André
2011
BC0307 – Transformações Químicas

ÍNDICE
CRONOGRAMA - 1º. QUADRIMESTRE DE 2011* ................................................................. 2

PROFESSORES COORDENADORES (Laboratório) ................................................................. 3

SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO ....................................... 4

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO CARDERNO DE LABORATÓRIO........................... 5

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PRÉ-RELATÓRIO ........................................................ 5

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................................. 5

PRÁTICA 1 – TÉCNICAS BÁSICAS DE UM LABORATÓRIO QUÍMICO .......................... 7

PRÁTICA 2 – LIGAÇÕES QUÍMICAS E FORÇAS INTERMOLECULARES...................... 10

PRÁTICA 3 – ASPECTOS QUALITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS ......................... 15

PRÁTICA 4 – ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS ...................... 19

PRÁTICA 5 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA EM REAÇÕES, DETERMINAÇÃO DA


ORDEM DE REAÇÃO ................................................................................................................ 22

PRÁTICA 6 – CARACTERIZAÇÃO DE BIODIESEL.............................................................. 27

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CRONOGRAMA - 1º. QUADRIMESTRE DE 2011*


SEMANA ATIVIDADES PRÉ-ATIVIDADES

1 (1 a 5/02) NÃO HAVERÁ AULA

PRÁTICA 1: Apresentação das normas gerais para a


2 (7 a 12/02) realização das aulas práticas, noções de segurança e - Pré-relatório
unidades de medida. Técnicas básicas de laboratório.

PRÁTICA 2: Ligações químicas e forças


3 (14 a 19/02) - Pré-relatório
intermoleculares.

4 (21 a 26/02) PRÁTICA 3: Aspectos qualitativos de reações químicas - Pré-relatório

5 (28/02 a 5/03) Discussão dos experimentos

PROVA DE LABORATÓRIO 1 P/ TURMAS


6 (7 a 12/03)
DE 5ª A SÁBADO

PROVA DE LABORATÓRIO 1 P/ TURMAS


DE 2ª A 4ª
7 (14 a 19/03) -Pré-relatório
P/ Turmas de 5ª a sábado - PRÁTICA 4: Aspectos
quantitativos das reações químicas.

P/ Turmas de 2ª a 4ª - PRÁTICA 4: Aspectos


quantitativos das reações químicas.
8 (21 a 26/03) P/ Turmas de 5ª a sábado - PRÁTICA 5: Influência - Pré-relatório
da temperatura em reações, determinação da ordem de
reação

P/ Turmas de 2ª a 4ª - PRÁTICA 5: Influência da


temperatura em reações, determinação da ordem de
9 (28/03 a 02/04) reação
- Pré-relatório
P/ Turmas de 5ª a sábado - PRÁTICA 6:
Caracterização de biodiesel

10 (04 a 09/04)
P/ Turmas de 2ª a 4ª - PRÁTICA 6: Caracterização
- Pré-relatório
de biodiesel

11 (11 a 16/04) PROVA DE LABORATÓRIO 2

PROVA SUBSTITUTIVA (mediante apresentação de


12 (18 a 30/04)
atestado) E VISTAS DE PROVAS
*Cronograma sujeito a alterações!! Feriados: 7 a 9 de fevereiro (Carnaval), 8 e 9 de abril (Aniversario Santo André), 21 a 23 de abril
(Tiradentes).

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AVALIAÇÃO

- Prova: consistirá de questões que versam sobre os experimentos realizados e os conceitos neles
envolvidos.

Critério de Avaliação (APENAS para LABORATÓRIO):

Nota de Laboratório = (Prova de Laboratório 01 + Prova de Laboratório 02)/2

PROFESSORES COORDENADORES (Laboratório)

NOME e-mail Sala

Leonardo José Steil steil@ufabc.edu.br


6º andar do Bloco A
Karina P. M. Frin karina.frin@ufabc.edu.br

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SEGURANÇA E NORMAS DE TRABALHO NO LABORATÓRIO


Leia integralmente o Guia de Segurança, Experimentos e Atividades (3ª.Edição) da disciplina
de Base Experimental das Ciências Naturais.

Em resumo:
Segurança
• Conheça a localização dos chuveiros de emergência, extintores e lavadores de olhos.
• Use sempre avental, mantenha os cabelos presos e use calçados fechados;
• Os óculos são obrigatórios!
• Usar a capela sempre que possível;
• Nunca pipete com a boca, não cheire, nem experimente os produtos químicos;
• Comes e bebes, só fora do laboratório;
• Consulte o professor cada vez que notar algo anormal ou imprevisto;
• Comunique qualquer acidente, por menor que seja ao professor;
• Se utilizar chama, mantenha longe de qualquer reagente!
• Nunca brinque no laboratório;
• Evite o contato de qualquer substância com a pele;
• Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando a extremidade aberta para um colega ou para si
mesmo.
• Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma aparência do frio

Procedimentos gerais
• Siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo professor
• Pesquise sempre a toxicidade dos reagentes antes das práticas
• Nunca abra um recipiente de reagente antes de ler o rótulo
• Evite contaminar reagentes, nunca retorne o excedente aos frascos de origem
• Adicione sempre ácidos à água, nunca água a ácidos
• Não coloque nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.
• Não coloque resíduos de solventes na pia ou ralo; há recipientes apropriados para isso.
• Não atire vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para fragmentos
de vidro.
• Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação/destilação
• Ao terminar a prática, lave o material utilizado e deixe-o em ordem

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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO CARDERNO DE LABORATÓRIO


O Caderno de laboratório é individual e deve conter para cada aula prática o
fluxograma, as anotações feita nas aulas, equações químicas e gráficos quando pertinentes e as
respostas para as questões de verificação. Esse caderno deverá ser utilizado para consulta no dia
da prova de laboratório. É expressamente proibido tirar cópia de cadernos de outros
alunos.
Saiba mais sobre como elaborar um caderno de laboratório em transquim.ufabc.edu.br.

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PRÉ-RELATÓRIO


O pré-relatório tem como objetivo prepará-lo para o experimento, tanto em relação ao
procedimento experimental quanto aos riscos envolvidos. Portanto, é imprescindível que seja
feito com atenção e muito cuidado. Deve conter:

1. TÍTULO E IDENTIFICAÇÃO

2. BREVE DESCRIÇÃO DOS OBJETIVOS DOS EXPERIMENTOS E DOS FENÔMENOS


A SEREM OBSERVADOS.

3. FLUXOGRAMA INDICANDO TODOS OS PROCEDIMENTOS

4. LEVANTAMENTO DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS (COMO PONTOS DE


EBULIÇÃO E DE FUSÃO, DENSIDADE, MASSA MOLAR, ETC.) DE TODOS OS
REAGENTES, TOXICIDADE E PERICULOSIDADE E O QUE FAZER EM CASO DE
ACIDENTE;

5. CUIDADOS ESPECÍFICOS A SEREM TOMADOS COM OS MATERIAIS A SEREM


UTILIZADOS.

BIBLIOGRAFIA
Fundamentos teóricos e detalhes experimentais
1. Peter Atkins e Loretta Jones, Princípios de Química, Questionando a vida e o meio
ambiente, Bookman, Porto Alegre, 2001.
2. J. C. Kotz, P. Treichel Jr, Química Geral e Reações Químicas, Vol. 1 e 2, 1ª edição, Thomson
Pioneira, São Paulo, 2005.
3. James E. Brady, Joel W. Russell, John R. Holum, Química a Matéria e Suas Transformações,
3ª edição, Volume 1 e 2, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2002.
4. S. Murov, B. Stedjee, Experiments and exercises in basic chemistry, fourth editon, John
Wiley & Sons Inc., New York, 1992.
5. E. Giesbrecht, Experiências de Química; técnica e conceitos básicos, PEQ, Projetos de
Ensino de Química, Editora moderna, 1982.

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Informações técnicas (propriedades físicas, toxicidade, preço, nomenclatura)


1. CRC Handbook of Chemistry and Physics

2. Merck Index

3. Aldrich Handbook of Fine Chemicals and Laboratory Equipment

4. IUPAC Gold Book - http://goldbook.iupac.org/

Bases de Dados/Referências
1. The Web os Science (www.isiknowledge.com)

2. SciFinder Scholar (disponível nos laboratórios de pesquisa)

3. Sciencedirect (www.sciencedirect.com)

4. American Chemical Society (www.pubs.acs.org)

5. Royal Society of Chemistry (www.rsc.org)

Outras referências
- SYMYX-DRAW (software para edição de estruturas orgânicas) pode ser obtido gratuitamente
mediante registro no site www.symyx.com/micro/getdraw/

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PRÁTICA 1 – TÉCNICAS BÁSICAS DE UM LABORATÓRIO QUÍMICO


Atividade pré-aula: Pré-relatório do Experimento (inclua resposta à questão 1).
TRAZER PAPEL MILIMETRADO

Atividade pós-aula: Responder o questionário no caderno de laboratório.

Introdução
Apesar do grande desenvolvimento teórico da química, ela continua a ser uma ciência
eminentemente experimental, daí a importância das aulas práticas para o ensino e aprendizado
da química. A experiência treina o químico no uso dos métodos, técnicas e instrumentos de
laboratório, e permite a aplicação dos conceitos teóricos aprendidos.

Alguns materiais, geralmente de vidro, são empregados em medidas volumétricas de


precisão, como balões volumétricos, provetas, pipetas e buretas. Outros, como o erlenmeyer e o
béquer são utilizados no preparo de soluções e para aquecer líquidos. Existem ainda materiais
de porcelana, utilizados geralmente para aquecimento de sólidos em altas temperaturas e para
triturar reagentes sólidos e utensílios de metal, empregados como suporte para montagem de
sistemas.

Objetivos
Identificar e manusear alguns materiais e técnicas empregadas corriqueiramente no
trabalho em laboratório. Determinar a concentração de uma substância a partir da densidade
da solução.

Procedimento Experimental
Identifique os materiais a seguir e explicite seus principais usos:

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Almofariz e Pistilo Frasco de armazenamento Pipeta volumétrica


Balão de fundo chato Funil Proveta
Balão de fundo redondo Funil de decantação Suporte para tubos
Béquer Funil de Buchner Tela de amianto
Bico de Bunsen Kitassato Tripé
Cadinho de porcelana Pinça de madeira Tubo de ensaio
Erlenmeyer Pipeta graduada

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Figura 1: Materiais empregados no trabalho em laboratório.

Densidade de soluções
Pese um béquer de 25 ou 50 mL, limpo e seco, em uma balança semi-analítica. Anote o
valor com todas as casas decimais. Utilizando uma pipeta graduada (10 mL), com o auxílio da
pêra, pipete exatamente 10 mL de uma solução de sacarose 30; 60; 90; 120; 150; 180 ou 2
10 gL-1 e transfira para o béquer. OBSERVAÇÃO: Cada grupo irá determinar apenas um
ponto da curva, consulte seu professor para saber qual ponto você deverá fazer. Obtenha a
massa do conjunto béquer + solução e determine, pela diferença entre os valores, a massa da
solução correspondente ao volume medido na pipeta. Calcule então a densidade da solução e
anote o valor no seu caderno e no quadro branco.

Repita o procedimento acima para a “solução desconhecida” de refrigerante normal e


diet e, através de um gráfico elaborado em papel milimetrado com os dados das sete soluções
anteriores {densidade (eixo y) versus concentração em gL-1 (eixo x)}, descubra a concentração
desta solução de refrigerante. Determine o teor de açúcar e compare com o valor do fabricante.

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Questões
1. Identifique os materiais da Figura e explicite seus principais usos

2. Apresente o gráfico (densidade versus concentração) com os dados obtidos pelo seu grupo.

3. Calcule (graficamente) a concentração da “solução desconhecida” indicada para o seu


grupo e compare com o valor dado pelo fabricante.

Referências
1. Felicíssimo, A.M.P.; Toma, H.E.; Prado J.C.; Zinner, L.B.; Marcondes, M.E.R.; Constantino,
M.G.; Kuya, M.K.; Isuyama, R.; Najjar, R.; Osório, V.K.L.; Oliveira, W. PEQ – projetos de
ensino de Química: Experiências de Química, técnicas e conceitos básicos, São Paulo: Editora
Moderna.

2. Henderson, S.K.; Fenn, C.A.; Domijan, J.D. “Determination of sugar content in commercial
beverages by density”, Journal of Chemical Education, 1998, 75, 1122-1123.

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PRÁTICA 2 – LIGAÇÕES QUÍMICAS E FORÇAS INTERMOLECULARES

Atividade pré-aula: Pré-relatório da prática


Atividade pós-aula: Responder o questionário no caderno de laboratório

Introdução
Assim como somos capazes de diferenciar nossos amigos através de características físicas
como altura, peso, cor dos olhos e cabelos, podemos também diferenciar as substâncias
químicas utilizando algumas de suas propriedades, tais como, o estado físico, ponto de fusão e
ebulição, densidade, solubilidade, condutividade elétrica, cor, densidade, maleabilidade,
ductibilidade e viscosidade.

Todas essas propriedades que podem ser medidas e observadas sem alterar a composição
da substância são chamadas propriedades físicas. As propriedades físicas das substâncias
dependem do tipo de ligação química e das forças intermoleculares que as compõem.

Uma das características de um líquido é sua tendência em adquirir formas que tornam
mínima a área superficial, de modo que o maior número de moléculas permaneça no interior
da fase líquida. Gotículas de líquido tendem a ser esféricas devido a esta propriedade, já que a
esfera representa a forma com menor área superficial para um determinado volume. É possível,
porém, que outras forças atuem sobre o liquido, afastando-o de seu formato ideal. A força de
gravidade da Terra, por exemplo, tende a achatar a esfera e a aglomerar o liquido em grandes
massas, como é o caso dos oceanos.

Assim, os efeitos de superfície em uma interface líquido-gás (como no caso da água em


contato com vapor d'água) determinam uma força resultante, cuja direção se encontra no plano
tangente à superfície de pontos particulares desta interface.

Objetivos
Relacionar as propriedades macroscópicas das substâncias (ponto de fusão, solubilidade,
miscibilidade, condução de corrente elétrica e tensão superficial) com o tipo de ligação
molecular e de interação intermolecular.

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Procedimento Experimental
1. Aquecimento de sólidos
1a. Cubra uma tela de amianto com folha de papel alumínio. Coloque uma quantidade
pequena de enxofre a uma pequena distância do centro. Adicione a mesma quantidade de
açúcar, de parafina e de acetato de potássio em posições eqüidistantes uma das outras e do
centro, formando um quadrado. Acenda o bico de Bunsen e certifique-se de que a chama está
exatamente no centro do círculo da tela de amianto. Observe os materiais durante o
aquecimento e anote a ordem cronológica em que entram em fusão. Anote e interprete as
observações considerando a estrutura das substâncias e as forças intermoleculares.

2. Solubilidade
Transfira para um tubo de ensaio aproximadamente 2 mL do solvente indicado.
Adicione uma pequena (ponta de espátula. No caso do Iodo, apenas 1 bolinha) quantidade da
amostra sólida indicada. Verifique se há solubilização ou não. Quando ambos forem líquidos,
misture 1,0 mL de cada. Os sistemas a serem estudados são:

a) H2O + KMnO4 b) Hexano + KMnO4

c) H2O + Pb(NO3)2 d) Hexano + I2

e) H2O + CaCO3 f) Hexano + CaCO3

g) H 2O + I 2 h) Hexano + sacarose

i) H2O + parafina j) Hexano + parafina

k) H2O + sacarose l) H2O + Hexano + I2

3. Formação de Eletrólitos
Conectar os eletrodos (um pedaço de papel alumínio em cada uma das extremidades de
uma bateria de 9V). Mergulhe os eletrodos em 40 mL de cada uma das soluções e observe
(Lembre-se de trocar os eletrodos quando trocar a solução).

(a) solução de ácido clorídrico 0,5 mol/L

(b) solução de ácido acético 0,5 mol/L

(c) água destilada

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4. Obtenção da Tensão Superficial de Líquidos

Alguns métodos são comumente utilizados para a determinação da tensão superficial,


destacando-se o método do “peso relativo da gota”, que será abordado nesta prática. Quando
uma gota se forma na ponta de um tubo semelhante ao esquematizado na Figura 1, ocorre a
atuação das forças Peso (P) e Capilar (FC).

Figura 1: Esquema da pipeta (diâmetro da boca igual a 2r) com a representação das forças Peso
(P) e Capilar (FC) atuando na gota.

A força peso (P) equivale ao produto de uma massa (em nosso caso, a massa da gota) com a
aceleração da gravidade (9,81 m s-2). A massa da gota equivale ao seu volume (Vg), multiplicado
pela sua respectiva densidade (d):

m = Vg . d

A força capilar é proporcional à tensão superficial (γ) e à linha de contato entre a gota e
o tubo (L), correspondente ao perímetro do bocal do tubo. Da definição de tensão superficial,
tem-se que:

L = 2πr

Para que a gota se destaque do tubo, é necessário que as forças Peso (P) e Capilar (FC)
sejam iguais. Assim:

γ.2πr = d . Vg . g

Na presente prática, para contornar o problema da determinação do raio do tubo, será


utilizado um método comparativo para a determinação da tensão superficial. Este método está
baseado na prerrogativa de conhecermos o valor de tensão superficial da água.

Primeiramente, então, é feita a medida do número de gotas (n), formadas por um


determinado volume fixo (V) de água. O volume de cada gota será:
V
Va =
na

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BC0307 – Transformações Químicas

Este procedimento experimental deve ser repetido utilizando-se um outro liquido (l),
medindo-se o número de gotas (nl) que um volume (Vl) forma nas mesmas condições. Têm-se
então que:
V
Vl =
nl

Para os dois líquidos em questão, podemos escrever:


d a .Va .g d l .Vl .g
γa = γl =
2πr e 2πr

Substituindo-se os valores de Va e Vl, teremos que:


d a .V .g
γa = γl =
d l .V .g
na .2πr e nl .2πr

Finalmente, dividindo γa por γl:

γ a d a .nl
=
γ l d l .na
Assim, conhecendo-se o valor de tensão superficial da água, determina-se a tensão
superficial de qualquer liquido.

Realize os seguintes experimentos na ordem proposta, lavando a pipeta com bastante


água destilada entre uma medida e outra. Anote os valores da densidade do etanol e das
soluções salina e de detergente para os cálculos.

1.a. Encher uma pequena pipeta graduada de 5 mL com água destilada e determinar o número
de gotas que são formadas em cada mililitro. Repetir esta medida pelo menos duas vezes.
1.b. Repetir o procedimento anterior utilizando álcool etílico absoluto.

1.c. Repetir o procedimento anterior utilizando solução aquosa com 20% de NaCl em massa.

1.d. Repetir o procedimento anterior utilizando solução aquosa com 20% de detergente em
massa.

Não se esqueça de verificar a temperatura ambiente e a densidade das soluções nesta


temperatura (se possível, utilize o densímetro).

Questões
1. Descreva detalhadamente todos os fenômenos observados nos itens de 1 a 2, indicando
sempre as interações intermoleculares envolvidas nas solubilizações e interações. Interprete o
porquê da solubilidade dos compostos nos determinados solventes (não justifique simplesmente
como “polar dissolve polar; apolar dissolve apolar”. Encontre a explicação teórica para este fato

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BC0307 – Transformações Químicas

e discuta-o de acordo com os resultados que seu grupo obteve). Comente também a relação
entre tipo de eletrólito e condutividade para cada sistema estudado no item 3. Apresente todas
as reações químicas.

2. Sabendo-se o valor da tensão superficial da água, determinar o valor de γ para o etanol


absoluto e para a solução de NaCl e de detergente. Compare todos os valores de γ obtidos,
justificando as diferenças observadas

Referências
1. Kotz, J. C; Treichel Jr. P. M. Química geral e reações químicas. São Paulo: Thomson
Learning, 2006, vol. 1 e 2.

2. Atkins, P. W; Jones, L. Princípios de química questionando a vida moderna e o meio


ambiente. 3 ed. Porto Alegre:Bookman, 2006.

3. Atkins, P. W; Físico Química Vol 1 e 2, ed LTC, 2004.

4. Leal-Ferreira, G. F., Revista Brasileira de Física, Vol. i I, NP 2, 1981.

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BC0307 – Transformações Químicas

PRÁTICA 3 – ASPECTOS QUALITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS

Atividade pré-aula: Pré-relatório da prática


Atividade pós-aula: Equacionar as reações químicas observadas e responder o questionário no
caderno de laboratório

Introdução
A compreensão das reações químicas é fundamental para a compreensão das
transformações do mundo natural. Em uma transformação química ocorrem quebras das
ligações químicas das espécies reagentes formando-se novas ligações, nas quais os produtos
resultantes apresentam propriedades químicas diferentes das espécies originais.

Para representar uma reação química utiliza-se a equação química. Qualitativamente uma
equação química descreve os reagentes e os produtos de uma reação, que podem ser átomos,
íons ou moléculas. Quantitativamente, uma equação química balanceada indica as relações
estequiométricas (em mol) entre as unidades reagentes.

As reações podem envolver substâncias dissolvidas em solventes diversos, como por


exemplo, em água ou tolueno; ou envolver substâncias não dissolvidas em solventes (via seca).
Quando todos os reagentes e produtos são descritos na forma de moléculas, tem-se uma
equação molecular e quando são descritos na forma de íons, uma equação iônica.

Objetivos
Efetuar observações sobre compostos e reações químicas. Reconhecer e escrever
equações químicas para os diferentes tipos de reações em solução aquosa. Aplicar os conceitos
das leis ponderais e volumétricas da química.

Procedimento Experimental
1. Identificação de cátions
1a. Inicialmente, teste a chama da seguinte maneira: introduza a extremidade do clipe nas várias
regiões da chama de um bico de Bunsen. Verifique a temperatura aproximada de cada região da
chama, sabendo que o fio fica vermelho escuro a aproximadamente 500°C, vermelho a 700°C e
alaranjado a 1100°C.

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BC0307 – Transformações Químicas

1b. Introduza na região mais quente da chama a extremidade do clipe previamente passado em
NaCl e observe a cor gerada na chama e anote. Repita este procedimento para: LiCl, KCl,
CaCl2, SrCl2 e BaCl2. ATENÇÃO: utilize um clipe para CADA sal (não os misture!).

2. Reações por via úmida


Efetue as seguintes reações, adicionando em placa de toque, vidro de relógio ou tubo de ensaio
as quantidades indicadas. Anote todas as observações, inclusive as cores e os estados dos
reagentes.

2.1. Reação ácido-base


2.1.a. A 2 gotas de solução de NH4OH 1,0 mol L-1, adicione 1 gota de fenolftaleína.
Observe. Adicione, gota a gota, solução de HCl 1,0 mol.L-1 até observar alteração.Observe e
anote.

2.2. Reação de precipitação


2.2.a. Coloque em uma placa de toque 2 gotas de solução de KI - 0,5 mol L-1 e 1 gota de
solução de Pb(NO3)2 - 0,25 mol L-1. Observe e anote. Adicione 4 gotas de água e deixe em
repouso. Após 5 minutos observe novamente e anote. ATENÇÃO: ao final, não descarte na
pia e sim em local apropriado.
2.2.b. Coloque em um vidro de relógio 2 gotas de solução de KCl - 0,5 mol L-1 e 1 gota
de solução de Pb(NO3)2 - 0,25 mol L-1. Observe e anote. Adicione 4 gotas de água e deixe em
repouso. Após 5 minutos observe novamente e anote. ATENÇÃO: ao final, não descarte na
pia e sim em local apropriado.
2.2.a. Coloque em um vidro de relógio 2 gotas de solução de K(H3CCOO) - 0,5 mol L-1
e 1 gota de solução de Pb(NO3)2 - 0,25 mol L-1. Observe. Adicione 4 gotas de água e deixe em
repouso. Após 5 minutos observe novamente e anote. ATENÇÃO: ao final, não descarte na
pia e sim em local apropriado.

2.3. Reação de complexação


2.3.a. A 2 gotas de FeCl3 0,1 mol L-1 adicione 5 gotas de H2O. Logo após, adicione 1
gota de solução de NH4SCN 0,1 mol L-1. Observe e anote.

2.3.a. A 3 gotas de CuSO4 - 0,1 mol L-1 adicione 5 gotas de H2O. Agite. Logo após,
adicione 1 gota de solução de NH4SCN 0,1 mol L-1. Observe.

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2.4. Reação de precipitação e complexação


2.4.a. Em um tubo de ensaio, adicione 1,0 mL de solução de CuSO4 0,5 mol.L-1 e 2
gotas de solução de NH4OH 4,0 mol L-1. Observe. Adicione 1,0 mL de água, agite e deixe em
repouso por 1 minuto. Observe e anote. Adicione gota a gota a solução de NH4OH 4,0 mol L-1,
sempre agitando, até observar alteração na coloração. Observe e anote.

2.4.b. Coloque em tubos de ensaio (separados) 5 gotas de solução M(NO3)2 – 0,2 mol.L-1
(M2+= Ni2+, Co2+, Fe2+, Mn2+, Zn2+) e M(NO3)3 (M3+ = Fe3+, Cr3+, Al3+). Adicione lentamente (gota
a gota), cada tubo, a solução de NaOH – 1 mol.L-1, até formação do precipitado. Observe e
anote a cor do precipitado formado. Continue adicionando NaOH – 1 mol.L-1 aos precipitados
formados e observe os casos em que há dissolução dos mesmos.

Metal Hidróxido formado Cor Excesso de NaOH

Mn2+

Ni2+

Co2+

Zn2+

Cr3+

Al3+

Fe2+

Fe3+

2.5. Reação de oxi-redução


2.5.a. Em uma placa de toque, coloque uma fita de magnésio e adicione, gota a gota,
uma solução de H2SO4 – 1 mol.L-1. Observe e anote.

2.5.b. Em uma placa de toque, adicione 1 gota de KMnO4 – 0,02 mol.L-1, 2 gotas de
água e 1 gota de H2SO4 – 1 mol.L-1. Observe. Em seguida adicione 2-3 gotas de NaNO2 -
1 mol.L-1. Observe e anote.

Questões (utilize equações químicas para justificar as respostas quando for adequado)
1. Identifique e explique o porquê das diferentes cores emitidas pelos íons metálicos quando
expostos a chama.

2. Discuta a solubilidade em água de diferentes sais como nitratos, sulfatos, cloretos e outros.

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BC0307 – Transformações Químicas

3. No experimento 2.4.b, discuta a relação entre os íons metálicos dos nitratos e a formação de
precipitados na presença de base forte.

4. Apresente uma breve discussão sobre a composição dos complexos no experimento 2.3 e 2.4
e o porquê de suas cores intensas.

5. Descreva o que ocorreu na parte 2.5 e apresente as equações químicas envolvidas.

Referências
1. Atkins, P. W; Jones, L. Princípios de química questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3 ed. Porto Alegre:Bookman, 2006.

2. Russell, J. B. Química geral. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994, v. 1.

3. Vogel, A.I. Química analítica qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

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BC0307 – Transformações Químicas

PRÁTICA 4 – ASPECTOS QUANTITATIVOS DAS REAÇÕES QUÍMICAS

Atividade pré-aula: Pré-relatório da Prática (estime os volumes a serem utilizados nas titulações)
Atividade pós-aula: Equacionar as reações químicas observadas e responder o questionário no
caderno de laboratório

INTRODUÇÃO

Uma reação química é uma transformação da matéria na qual ocorrem mudanças

qualitativas na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um

ou mais produtos. Uma reação química envolve mudanças relacionadas às ligações entre os

átomos ou íons, na geometria das moléculas das espécies reagentes ou ainda na interconversão

entre dois tipos de isômeros.

Um aspecto bastante importante sobre uma reação química é a conservação da massa e

o número de espécies químicas microscópicas (átomos e íons) presentes antes e depois da

ocorrência da reação. Assim, através da equação química, que representa o balanço de massa

em uma determinada reação, pode-se determinar a quantidade dos reagentes envolvidos e dos

produtos formados. Estes cálculos são essenciais para procedimentos industriais, medicinais e

de análise de produtos.

OBJETIVOS

Aplicar os conceitos das leis ponderais e volumétricas relacionados às reações químicas.

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BC0307 – Transformações Químicas

PROCEDIMENTO

1. Padronização da solução de NaOH aproximadamente 0,5 mol L-1

(a) Pese aproximadamente 0,5 g de hidrogeno ftalato de potássio (Anote a massa exata de

hidrogeno ftalato de potássio pesada) em um erlenmeyer, adicione aproximadamente 30 mL de

água.

(b) Adicione 2 gotas de fenolftaleína;

(c) Transfira a solução de NaOH aproximadamente 0,5 mol L-1 para a bureta;

(d) Titule até observar uma coloração levemente rósea na solução do erlenmeyer. Anote o

volume de solução de NaOH utilizado.

(e) Repetir o procedimento.

2. Determinação da concentração exata da solução de HCl aproximadamente 1 mol.L-1.

(a) Transfira exatamente 10,0 mL da solução de HCl aproximadamente 1,0 mol.L-1 para um

erlenmeyer.

(b) Adicione 2 gotas de fenolftaleína.

(c) Transfira a solução de NaOH (cuja concentração foi determinada no item anterior) para a

bureta (note que a bureta já contém uma quantidade da solução de NaOH a ser utilizada. Basta

completar seu volume).

(d) Titule até observar uma coloração levemente rósea na solução do erlenmeyer. Anote o

volume de solução de NaOH utilizado.

(e) Repetir o procedimento.

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BC0307 – Transformações Químicas

3. Determinação da concentração de uma amostra desconhecida de HCl

(a) Transfira exatamente 10,0 mL da solução de concentração desconhecida de HCl para um

erlenmeyer pequeno.

(b) Adicione 2 gotas de fenolftaleína.

(c) Complete para a bureta com a solução de NaOH (note que a bureta já contém uma

quantidade da solução de NaOH a ser utilizada. Basta completar seu volume).

(d) Titule até observar uma coloração levemente rósea na solução do erlenmeyer. Anote o

volume de solução de NaOH utilizado.

(e) Repetir o procedimento.

QUESTÕES

1. Quais os tipos de medida de concentração que podem ser utilizados para definir a

quantidade de um determinado composto (ou elemento) em solução?

2. Apresente todos os cálculos para a determinação da concentração das soluções.

3. Porque foi utilizado o hidrogeno ftalato de potássio para a determinação da concentração da

solução de NaOH? O que é um padrão primário? Cite exemplos.

4. Quais são os possíveis empregos de uma análise quantitativa de íons metálicos, como ferro,

por exemplo? Quais são as possíveis aplicações para uma titulação ácido base?

REFERÊNCIAS

1. Atkins, P. W; Jones, L. Princípios de química questionando a vida moderna e o meio

ambiente. 3 ed. Porto Alegre:Bookman, 2006.

2. Russell, J. B. Química geral. 2 ed. São Paulo:Makron Books, 1994, v. 1.

3. Vogel, A.I. Química analítica qualitativa. São Paulo:Mestre Jou, 1981.

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BC0307 – Transformações Químicas

PRÁTICA 5 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA EM REAÇÕES,

DETERMINAÇÃO DA ORDEM DE REAÇÃO

Atividade pré-aula: Pré-relatório do experimento (toxicidade e periculosidade dos reagentes,


propriedades físicas. Trazer 1 Sonrisal® por grupo)

Atividade pós-aula: Responder o questionário no caderno de laboratório

Introdução
As reações químicas têm permitido à humanidade resolver muitas questões que a
desafiam. No entanto, para que isso fosse possível, foi necessário aprender como alterar a
velocidade das reações, seja acelerando as excessivamente lentas ou retardando as muito rápidas.
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações químicas, além ser muito importante
para a indústria, também está relacionado ao nosso cotidiano, como, por exemplo, quando
guardamos alimentos na geladeira para retardar as reações que levam às suas decomposições ou
usamos uma panela de pressão para aumentar a velocidade de cozimento dos alimentos.

Para que ocorra uma reação química são necessárias duas condições: i) haver afinidade
química entre as substâncias; ii) haver colisões entre as moléculas dos reagentes que levem a
quebra de suas ligações para formação de novas ligações (rearranjo dos átomos dos reagentes
para formação dos produtos).

Alguns fatores externos alteram a freqüência de colisões entre os reagentes de uma


reação química, aumentando ou diminuindo assim a velocidade com que ela ocorre. Tais
fatores podem ser, por exemplo, a temperatura, a pressão, a concentração de reagentes, a
superfície de contato e a presença de catalisadores ou inibidores.

Objetivo
Verificar alguns fatores que influenciam na velocidade das reações químicas.

Procedimento Experimental
1. Efeito da superfície de contato na velocidade da reação
Utilizando papel toalha, limpar dois béqueres de 100 mL e colocar água até a marca de
25 mL. Dividir um comprimido de Sonrisal® em quatro partes iguais, em seguida triturar um
dos pedaços com o auxílio do bastão de vidro. Adicione, simultaneamente, em um dos

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BC0307 – Transformações Químicas

béqueres com água um quarto de comprimido de Sonrisal® sem triturar e, em outro, um quarto
de comprimido de Sonrisal® triturado. Observe, anote e interprete.

2. Estudo da velocidade da reação entre tiossulfato de sódio e ácido clorídrico.

2a - Determinação da ordem de reação para o S2O3-2(aq).

S2O3-2(aq) + 2H+(aq) → S(s) +SO2 (g) + H2O

Será determinado o tempo necessário para que se forme uma mesma quantidade de enxofre
em soluções com concentração constante de ácido clorídrico e concentrações variáveis de
tiossulfato de sódio.

a) Prepare cinco soluções aquosas de tiossulfato de sódio em béqueres de 50 mL, conforme a


tabela:

Volume (mL)

Béquer NaS2O3 (0,3 mol L-1) H2O (mL)

1 12,0 ---------

2 10,0 2,0

3 7,5 4,5

4 3,5 8,5

5 2,0 10,0

b) Coloque sob cada béquer uma tira de papel preto, apoiado em folha branca.
c) Adicione ao primeiro béquer 2,5 mL de ácido clorídrico 2,0 mol L-1 e dispare o cronômetro e
agite. Quando a tira de papel preto não estiver mais visível, pare o cronômetro. Registre o
tempo decorrido.

d) Repita o mesmo procedimento para os demais béqueres anotando os tempos


correspondentes:

Anote os resultados em seu caderno de laboratório.

2b - Determinação da ordem de reação para H+(aq)


Será determinado o tempo necessário para que se forme uma mesma quantidade de
enxofre em soluções com concentração constante de tiossulfato de sódio e concentrações
variáveis de ácido clorídrico.

a) Prepare quatro soluções de ácido clorídrico em béqueres de 50 mL, conforme a tabela:

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BC0307 – Transformações Químicas

Volume (mL)

Béquer HCl (0,3 Mol L-1) H2O

1 5,0 -----

2 3,5 1,5

3 2,5 2,5

4 1,0 4,0

b) Adicione ao primeiro béquer 10,0 mL de solução de tiossulfato de sódio de concentração 1,0


mol L-1 e determine o tempo para que a tira de papel preta não seja mais visível.

c) Repita o mesmo procedimento para os béqueres 2, 3 e 4

Anote os resultados em seu caderno de laboratório.

3. Efeito da temperatura na velocidade da reação


Adicione, com o auxílio de uma pipeta, 2,0 mL da solução de tiossulfato de sódio (1,0
-1
mol L ) em 3 tubos de ensaio e em outros 3 tubos, adicione 2,0 mL da solução de ácido
clorídrico (0,3 mol L-1). Coloque um par de tubos contendo - separadamente - as soluções de
ácido e de tiossulfato de sódio em banho de água com gelo (a 0oC) e aguarde por 5 minutos.
Coloque outro par de tubos, um com ácido e outro com tiossulfato de sódio em outro banho
de água a 40oC, e aguarde por 5 minutos.

Após decorrer o tempo, com as soluções dos tubos estiverem na temperatura do banho,
entorne a solução de tiossulfato de sódio no tubo que contém o ácido clorídrico e coloque o
sistema em cima de uma fita preta, semelhante ao procedimento 2a e 2b, e dispare o
cronômetro. Determine o tempo para que a tira de papel preta não seja mais visível. Repita o
mesmo procedimento para a temperatura ambiente. Não se esqueça de verificar qual a
temperatura ambiente. Anote os resultados em seu caderno de laboratório.

Guia para elaboração dos resultados em seu caderno


Com relação à reação entre o tiossulfato e o ácido, os dados obtidos nos itens 2a e 2b
deverão passar por um tratamento matemático para que possam ser relacionados através de um
gráfico linear, levando em consideração a fórmula para o cálculo da velocidade de reação:

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BC0307 – Transformações Químicas

V = k.[S2O32-]a.[H+]b (1)

Na primeira parte do experimento, a concentração do íon H+ manteve-se constante, desta


forma, a fórmula pode ser simplificada para:

V = k.[S2O32-]a (2)

A velocidade da reação é inversamente proporcional ao tempo (t) necessário para que a


reação ocorra completamente. Portanto, temos:

1/t ≈ k’.[S2O32-]a (3)

A linearização da equação (3) pode ser realizada aplicando o logaritmo natural em


ambos os lados da equação:

ln(1/t) = c + a.ln[S2O32-] (5)

Portanto, os valores de t obtidos no experimento deverão ser convertidos em ln(1/t) e os


valores de [S2O32-] deverão ser convertidos em ln[S2O32-]. Os dados devidamente tratados
servirão para a construção do gráfico. A correlação entre os valores de ln(1/t) (no eixo y) e
ln[S2O32-] (no eixo x) levará à obtenção de uma equação que exprime a melhor reta. O valor do
coeficiente angular desta equação irá exprimir a ordem de reação para o íon em questão, neste
caso S2O32-.

Na segunda parte deste experimento, o cálculo da ordem de reação em relação ao íon H+


deverá ser executado da mesma forma, para tanto realize as devidas transformações matemáticas
a partir da equação (1), observando que a concentração de S2O32- mantém-se constante.

Referências
1. Mahan, B.H.; Myers, R.J. Química – Um curso universitário, 4a ed, Edgar Blucher:SP, 1993.

2. Atkins, P. W; Jones, L. Princípios de química questionando a vida moderna e o meio


ambiente. 3 ed. Porto Alegre:Bookman, 2006.

Questões de Verificação
1. No experimento do Sonrisal®, explique o que foi observado.
2. Em relação ao estudo da velocidade da reação entre o tiossulfato de sódio e ácido clorídrico,
responda:

2.1. Que tipo de reação está ocorrendo? Justifique.

2.2. Interprete os tempos de reação obtidos nos dois experimentos.

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BC0307 – Transformações Químicas

2.3. Plote os gráficos de ln(1/t) (no eixo y) versus ln[S2O32-] (no eixo x) e ln(1/t) (no eixo
y) versus ln[H+] (no eixo x) e determine a equação da reta.

2.4. Calcule as ordens de reação em relação ao tiossulfato (coeficiente a) e em relação ao


íon H+ (coeficiente b).

2.5. Qual é o significado destes coeficientes?

2.6 Por que a velocidade é inversamente proporcional ao tempo de reação?

3. Identifique os fatores observados nesta prática que alteram a velocidade de uma reação
química.

4. Qual(is) fator(es) que altera(m) a velocidade de uma reação química que não foi(ram)
explorado(s) nesta prática. Identifique e comente.

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BC0307 – Transformações Químicas

PRÁTICA 6 – CARACTERIZAÇÃO DE BIODIESEL

Atividade pré-aula: Pré-relatório da prática (procure informações sobre a solubilidade do óleo


vegetal e do biodiesel em etanol. Não se esqueça da bibliografia!)

Atividade pós-aula: Responder o questionário no caderno de laboratório

Introdução
A maior parte da fonte energética consumida no planeta provém principalmente do
petróleo e de outras fontes não-renováveis de energia. Neste contexto, a utilização de
biocombustíveis vem ganhando cada vez mais importância, principalmente por constituírem
alternativas menos danosas ao meio-ambiente. A conversão de óleos vegetais e animais em
biodiesel é uma das maneiras de utilizar um combustível renovável para diferentes aplicações,
como geração de energia elétrica e na área de transportes.

Outra característica do biodiesel é sua baixa toxicidade. Este combustível pode ser
obtido a partir de uma reação de “transesterificação”, envolvendo um óleo vegetal (soja, milho,
etc.) ou de origem animal, um álcool (geralmente metanol ou etanol, mas outros alcoóis podem
ser utilizados) e um catalisador, que pode ser alcalino, como o hidróxido de sódio ou ácido,
como o ácido sulfúrico. É possível, ainda, obter biodiesel, utilizando-se a catálise heterogênea.

A figura a seguir mostra um esquema geral do processo químico:

Figura 1 – Esquema resumido de um processo de transesterificação por rota alcalina, utilizando-


se o NaOH como catalisador.

Se o álcool escolhido for o metanol, a síntese é conhecida por “Rota Metílica”. Caso a
opção seja o etanol, o nome usual é “Rota Etílica”.

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BC0307 – Transformações Químicas

Uma oleaginosa (planta que produz óleo) que vem recebendo bastante atenção é o
pinhão manso, visto que sua produção pode ser adaptada a diversas condições de solo e clima,
podendo ser produzida em diferentes regiões do Brasil.

Outras espécies que surgem como excelentes


produtoras de óleo/hectare plantado são a canola e o
girassol.

Diversas usinas já estão montadas e


preparadas para receber o óleo bruto e transformá-lo
em biodiesel. Entretanto, a maioria opera com
metanol, pois a rota etílica com catalisador alcalino apresenta como principal problema o fato
do etanol formar um azeótropo (mistura entre dois líquidos que não podem ser separados por
destilação) com a água. Assim, a umidade no meio reacional é outra vilã do processo de
fabricação do biodiesel, podendo provocar a formação de “sabão” no lugar do éster.

Objetivos
Qualificar e diferenciar amostras de biodiesel e óleo vegetal por meio de ensaios de
densidade, solubilidade em etanol e cromatografia em camada delgada. Outra etapa do
experimento será a de classificar o éster como metílico ou etílico, por meio da verificação da
presença de sabão na amostra analisada.

Procedimento Experimental
Reagentes e equipamentos
Óleo de soja comercial; biodiesel etílico; biodiesel metílico; etanol; iodo ressublimado;
hexano; acetato de etila; balança semi-analítica, régua, provetas graduadas de 10 mL; tubos de
ensaio e estante para tubos de ensaio.

1. Testes de Densidade e Solubilidade em Etanol


Parte 1) Pese em uma balança semi-analítica a massa de uma proveta de 10 mL. Anote este
valor. Coloque 3 mL da “amostra desconhecida A”. Pese novamente a proveta contendo a
amostras de biodiesel. Calcule a densidade da amostra desconhecida. Repita o mesmo
procedimento para a “amostra desconhecida B”.

Parte 2) Coloque uma pequena alíquota (cerca de 1 mL) da “amostra desconhecida A”


(utilizada na parte anterior) em um tubo de ensaio e misture com 3 mL de etanol. Misture bem.

28
BC0307 – Transformações Químicas

Verifique se ocorreu a solubilização completa da amostra. Repita o procedimento para a


“amostra desconhecida B”.

Obs: As amostras desconhecidas serão compostas por biodiesel metílico e óleo vegetal. De acordo com os
ensaios, identifique cada uma das amostras.

2. Análise do biodiesel
Outra forma utilizada para distinguir a amostra A e a B é a cromatografia em camada
delgada (CCD). Para o primeiro teste, utilize as amostras A e B diluídas em hexano. Aplique
um gota de cada com um capilar sobre a placa de CCD contendo sílica como fase estacionária
(conforme indicado na Figura 2). Utilize como fase móvel uma mistura de hexano e acetato de
etila (85:15). Após a eluição, a cromatoplaca deverá ser revelada primeiramente com lâmpada
UV e em seguida com vapores de iodo. Nesta etapa coloque de 2 a 3 esferas de iodo sólido
dentro de um béquer, insira a placa cromatográfica dentro do béquer (cuidado para que e placa
não entre em contato direto com o iodo) e tampe o sistema com um vidro relógio.

Utilize biodiesel metílico e óleo de soja como padrões cromatográficos (estes reagentes
serão fornecidos identificados como tais).

(a) (b)

Figura 2. Esquema indicando: (a) como aplicar as amostras na placa de CCD e (b) evolução de uma cromatografia
e parâmetros para calcular o Rf, sendo h1 e h2 as alturas atingidas pelos componentes e D a altura alcançada pelo
eluente.

3. Qualificação de biodiesel metílico e etílico

29
BC0307 – Transformações Químicas

Para este ensaio serão fornecidas duas amostras de biodiesel que deverão ser
identificadas como biodiesel metílico ou biodiesel etílico.

Em um tubo de ensaio, misture 2 mL do “Biodiesel 1” e 3 mL de água. Agite


vigorosamente o tubo de ensaio, tapando a boca do tubo com uma rolha de borracha. Repita o
mesmo procedimento para o “Biodiesel 2”. Alguns fatores deverão ser observados: As duas fases
(água/biodiesel) se separaram rapidamente? Ocorreu a formação de uma emulsão estável?
Ocorreu a formação visível de bolhas de sabão? Depois de realizar todas as observações,
classifique qual das amostras testadas é de biodiesel metílico e qual corresponde ao biodiesel
etílico.

Obs: O biodiesel etílico foi preparado com etanol comercial sem qualquer pré-tratamento, ou seja, com
certa quantidade de água em sua composição.

4. Questões de Verificação
1. Utilizando fórmulas estruturais, mostre a equação química que representa a reação de
conversão do óleo vegetal e etanol em biodiesel e indique qual é a estrutura do subproduto
formado.

2. Qual é a função de um catalisador?

3. O que é uma transesterificação? E saponificação?

4. Na “parte 1” do experimento, do que é composta a “amostra desconhecida A”? E a “amostra


desconhecida B”? Explique.

5. Descreva o que ocorreu na “parte 2” do experimento. Os resultados obtidos concordam com


os obtidos na “parte 1”?

6. Explique o princípio da cromatografia em camada delgada (CCD). Defina e calcule o Rf das


amostras e dos padrões, considerando que Rf = h/D.

7. Na “parte 3” do experimento, qual biodiesel é metílico, 1 ou 2? Por quê?

Bibliografia
1. Zubrick, J. W. Manual de sobrevivência no laboratório de química orgânica, 6ª edição, editora LTC
pp.82, 88, 150.

2. Ferrari, R. A.; Oliveira, V. da S.; Scabio, A. Quim. Nova 2005, 28, 19.

3. Guarieiro, L. L. N., Pinto, A. C., Aguiar, P. F., Ribeiro, N. M. Quim. Nova, 2008, 31, 421.

4. http://cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_33/atualid.html, acessada em

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BC0307 – Transformações Químicas

20/07/2009.

5. Geris, R, et al. Quim. Nova, 2007, 30 (5), 1369.

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