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disciplina Antropologia Cultural do curso de Licenciatura em Artes Visuais, turma ArV3, da Universidade Ab
alente Rodrigues
O CIBERESPAÇO E A CIBERCULTURA:
NOVAS FORMAS DE SOCIABILIZAÇÃO NO MUNDO MODERNO
Itapetininga – 2008
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1. INTRODUÇÃO
A Internet e outras tecnologias de comunicação vêm sendo cada vez mais utilizadas
como elementos facilitadores da transmissão de informações, armazenamento de dados em
diversas linguagens (sons, imagens, vídeos, etc.), troca de experiências e conhecimentos entre
pessoas do mundo todo, manifestações artísticas, educação à distância, compras, transações
financeiras, enfim, um grande número de atividades.
2. CONCEITOS
A World Wide Web - expressão na língua inglesa cuja versão significa: "rede de alcance
mundial" - é também conhecida como Web ou simplesmente WWW. Trata-se de um sistema
de documentos em hipermídia1 que estão interligados e são executados na Internet. Esses
documentos ou arquivos podem ser vídeos, sons, hipertextos2 e figuras.
Por meio desses navegadores o usuário pode visualizar o conteúdo do site, seguir as
hiperligações nas páginas (os links) para outros documentos ou mesmo enviar informações de
volta para o servidor, interagindo com ele (fazer uploads). O ato de seguir hiperligações é
comumente chamado de "navegar" ou "surfar" na Web. Outras webs existem em redes
privadas (restritas) que podem ou não fazer parte da Internet: são as chamadas intranets.
2.2. Ciberespaço
1 Hipermídia: reunião de várias mídias num suporte computacional, suportado por sistemas eletrônicos de
comunicação. (online em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdia). Acesso em: 08/04/2008.
2 Hipertexto: texto suporte que acopla outros textos em sua superfície, cujo acesso se dá através dos links que
têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. Tanto o
termo hipertexto quanto hipermídia foram criados pelo filósofo e sociólogo norte-americano Ted Nelson
(online em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiperm%C3%ADdia). Acesso em: 08/04/2008
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Vários teóricos já deram seus conceitos para o ciberespaço. Para Lévy, é um “espaço
de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos
computadores”. (1999: 92). Para Lemos, há duas formas de se entender o que é o ciberespaço:
“o lugar onde estamos quando entramos em um ambiente virtual” (uma sala de bate-papo ou
o ambiente de um fórum, por exemplo) ou como um “conjunto de redes de computadores,
interligados ou não, em todo o planeta” (1998: online).
2.3. Cibercultura
O termo cibercultura tem vários sentidos, mas pode ser entendido pela forma sócio-
cultural que é fruto de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas
tecnologias de base micro-eletrônicas surgidas na década de 70, graças à convergência das
telecomunicações com a informática, as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação).
Ainda que não estejam fisicamente próximos, os integrantes dos grupos que interagem
no ciberespaço em torno de interesses comuns formam verdadeiras comunidades, afinal, uma
comunidade tanto pode ser formada a partir de relações estabelecidas por pessoas que vivem
próximas umas das outras, geralmente sob convenções comuns (nos bairros de uma cidade,
por exemplo) como por outras que formam grupos sociais que dividem interesses comuns
(religiosos, profissionais, sociais, etc.), independente de sua localização física, como o local
onde residem os membros. Dessa forma, a não ser pelos meios de comunicação por meio dos
quais a interação do grupo se dá, nada difere as comunidades virtuais das comunidades
tradicionais. Essas comunidades virtuais formam a cibercultura, termo utilizado na definição
dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual, o ciberespaço.
Pierre Lévy nos fala sobre a gênese da cibercultura e de como as comunidades virtuais
que participam dela estabeleceram outras mudanças na sociedade, especialmente no mercado
tecno-econômico, dotando o ciberespaço de novas tecnologias, transformando-o em um novo
mercado para a informação e o conhecimento:
No final dos anos 80 e início dos anos 90, um novo movimento sócio-cultural
originado pelos jovens profissionais das grandes metrópoles e dos campus
americanos tomou rapidamente uma dimensão mundial. Sem que nenhuma
instância dirigisse esse processo, as diferentes redes de computadores que se
formaram desde o final dos anos 70 se juntaram umas às outras enquanto o
número de pessoas e de computadores conectados à inter-rede começou a
crescer de forma exponencial. Como no caso da invenção do computador
pessoal, uma corrente cultural espontânea e imprevisível impôs um novo
curso ao desenvolvimento tecno-econômico. As tecnologias digitais surgiram,
então, como a infra-estrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação,
de sociabilidade, de organização e transação, mas também novo mercado da
informação e do conhecimento. (LÉVY, 1999: 32).
3. CONCLUSÃO
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Mas, até que ponto essa massificação é benéfica? Vejamos o caso do Brasil, por exemplo,
que é um país que apresenta profundos contrastes sociais: em muitos lugares deste país
crianças e adolescentes mal têm acesso à alfabetização, muito menos aos computadores e, por
conseguinte, às tecnologias modernas. Essa parcela da população é pobre, estuda em escolas
de taipa, feitas de lata ou com paredes de isopor, ou mesmo sem paredes, sob uma árvore ou
dentro de uma choupana. Moram em lugarejos que muitas vezes nem dispõem de telefone,
quem dirá de laboratórios de informática públicos ou lan-houses (lojas onde se disponibilizam
computadores com acesso à Internet e se cobra uma taxa por tempo de utilização). Onde é que
entra a globalização, nessa realidade? Qual as vantagens proporcionadas pelas TIC para essas
crianças e jovens? É fácil observar que existe uma marginalização de boa parcela da
população: a chamada exclusão digital.
Precisamos de tecnologia, sim, até porque, mesmo aqueles que têm aversão a ela e são
detratores ferrenhos da Internet têm de admitir que o processo é irreversível: nada será como
antes na maneira de nos comunicarmos ou de interagirmos. Porém, a sociedade terá de
encontrar maneiras de amenizar os efeitos colaterais da informatização como, por exemplo,
lutar contra o fenômeno do “encapsulamento”, ou seja, mesmo que, hoje em dia, seja possível
viver dentro de casa e só interagir com o mundo exterior por meio de PCs, câmeras WEB e
celulares, nunca se deveria abrir mão do contato físico com outros seres humanos, pois ele é
essencial para a sobrevivência e perpetuação da nossa espécie. Isso é um fato e tecnologia
nenhuma, presente ou futura, será capaz de mudá-lo.
BIBLIOGRAFIA
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