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IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS PLANTAS

MEDICINAIS DO HORTO DA FACULDADE


INTEGRADO DE CAMPO MOURÃO

INTRODUÇÃO

Os produtos naturais são utilizados na medicina desde os tempos antigos no tratamento


de diversas doenças. Ao longo dos anos, o homem observou efeitos da utilização das
plantas no tratamento de suas enfermidades e os conhecimentos empíricos adquiridos
foram passados por várias gerações, possibilitando a descoberta de novos medicamentos
utilizados atualmente em diversas terapias. Neste contexto, o conhecimento popular não
deve ser desprezado pela ciência, pois é fundamental para o estudo de plantas com
finalidades medicinais e para a descoberta de novas substâncias bioativas. As plantas
medicinais utilizadas no tratamento e prevenção de doenças apresentam no mínimo um
princípio ativo, podendo ser cultivadas em hortos, locais destinados ao cultivo de
determinadas espécies, para posteriormente serem estudadas cientificamente. Para o uso
racional e seguro das plantas medicinais, é fundamental que as espécies vegetais
utilizadas popularmente sejam estudadas e analisadas quanto as suas propriedades
tóxicas e seus efeitos benéficos. Para validar o estudo científico de uma espécie vegetal
é importante a identificação botânica da mesma, além disso, para o preparo de
medicamentos deve-se utilizar espécies autênticas. Dessa forma, o objetivo deste
trabalho foi preparar exsicatas e identificar botanicamente as espécies medicinais
presentes no Horto de Plantas Medicinais da Faculdade Integrado de Campo Mourão,
registrando-as no Herbário da mesma Faculdade.

MATERIAL E METODOLOGIA

As plantas foram coletadas no Horto de Plantas Medicinais da Faculdade Integrado; as


espécies herbáceas (40 a 80 cm) foram coletadas inteiras e das arbustivas e arbóreas
foram coletadas as porções terminais dos ramos com cerca de 30 cm. De cada espécie
vegetal foram coletados 3 exemplares contendo estruturas reprodutivas (flores, frutos e
sementes) e vegetativas (folhas e raízes). Também no momento da coleta foi elaborada
uma etiqueta com os dados da coleta. Os exemplares do material vegetal foram
dispostos entre várias folhas de papel absorvente, sendo as plantas herbáceas dobradas
em forma de “V” ou em “N”. Posteriormente foram envolvidos com papelão, prensados
entre duas lâminas de madeira e mantidos em estufa de secagem (37°C). Após a
secagem as exsicatas foram montadas prendendo-se o material vegetal com fita adesiva
em pasta de papel cartolina. À direita e na porção inferior da pasta, foi anexada uma
etiqueta contendo: nome da instituição; número de registro da exsicata; data; família
botânica; nome científico e popular; local e data da coleta; nome do coletor; número de
coleta; nome do botânico que a identificou; cor das folhas e flores da planta fresca;
aroma e os dados do ambiente onde a planta foi coletada. As espécies foram
identificadas através de suas características morfológicas e anatômicas e por
comparação com literatura especializada. Posteriormente as exsicatas foram registradas
e depositadas no herbário da Faculdade Integrado de Campo Mourão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

As plantas medicinais do Horto foram identificadas de acordo com suas características


morfológicas e anatômicas e por comparação com literatura especializada como sendo,
da família Asteraceae: catinga-de-mulata (Tanacetum vulgare (HI 1831)), guaco
(Mikania glomerata (HI 1748)), arnica brasileira (Solidago chilensis (HI 1833)) e
carqueja (Baccharis trimera (HI 1847)); família Laminaceae: alecrim (Rosmarinus
officinalis (HI 1826)), poejo (Mentha puleguim (HI 1842)), hortelã muído (Mentha x
villosa (HI 1835)), hortelã (M. spicata (HI 1837), orégano (Origanum majorona (HI
1828) e boldo de jardim (Plectranthus neochilus (HI 1662)); família Apocynaceae:
alamanda (Allamanda cathartica (HI 1848)) e vinca (Catharanthus roseus (HI1834));
família Amaranthaceae: ginseng brasileiro (Pfaffia glomerata (HI 1832)); família
Punicaceae: romã (Punica granatum (HI 1838)); família Apiaceae: funcho (Foeniculum
vulgare (HI 1827)); família Caprifoliaceae: sabugueiro (Sambucus nigra (HI 1826));
família Verbenaceae: erva cidreira (Lippia alba (HI 5663)); família Vitaceae: insulina
(Cissus verticullata (HI 1610)), família Phytolacaceae: guiné (Petiveria alliacea (HI
1840)) e família Zingiberaceae: cana-de-macaco (Costus spicatus (HI 1843)). As
exsicatas foram depositadas no herbário da Faculdade podendo ser consultadas em
estudos futuros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a identificação botânica é importante que a parte coletada da planta esteja sadia e
em estágio reprodutivo, também é necessário colher porções da planta suficiente para
uma boa identificação. O processo de secagem é de extrema importância, já que as
plantas devem ser bem secas, estando isentas de umidade para impedir rápida
degradação da planta. E por fim, a confecção da exsicata deve ser cuidadosa, a fim de
evitar a destruição da planta, sendo a etiqueta de identificação importante, pois as
exsicatas são depositadas em herbários para consulta em estudos futuros. No presente
trabalho, não foi possível identificar todas as espécies medicinais existentes no Horto,
pois para o preparo das exsicatas e identificação botânica são necessárias estruturas
vegetativas e principalmente reprodutivas, e muitas espécies não atingiram estágio
reprodutivo no ano passado.

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