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Oi, Marco Antônio

Você me disse que suspeitava de falta de tônus na narrativa . Também senti, mas penso que a razão
disso seja o excesso de descrição do narrador. Acredito q falta descrição e narração da própria
personagem, apesar de estar escrito na terceira pessoa. Para sanar essa “ falha “ , um dos recursos q se
usa é o emprego do discurso INDIRETO –LIVRE . A personagem se intromete no discurso do
narrador ,e sem aspas ou travessão , ela nos conta suas sensações,suas reações, seus questionamentos
,seus conflitos, reminiscências, traumas ... assim, coloca-se mais emoção, mais alma, mais sentimento (
sem cair no “ meloso”, é óbvio ) na narrativa.
E o leitor quer saber( por exemplo):
- Por que , quando se juntam as fotos três por quatro, o efeito foi arrebatador?Conte o que sentiu a
personagem a essa consideração do narrador.
- Quando fala em “ lupa da maturidade, rosto angustiado,amargo” , o leitor sente necessidade em saber
o q levou a personagem a essas reações . O leitor quer “ sentir” .
- Aprofunde : “ reeditá-los mentalmente, o que era para ela o rosto real ou leal a si mesmo?” O que ela
busca?
- Deixe a personagem contar detalhadamente , se preciso for ( nisto está a diferença ).Assim o leitor
sente com ela a “ dor” ou a “ resignação”.
- Por que escolheu aquele retrato (“ É este!” ) para firmar sua identidade? Deixe a personagem nos
contar ... o que havia naquele retrato que não havia nos outros? Quais as semelhanças e as diferenças
entre eles? E a preferência? Por quê?
- Por que “pele seca” ? Essa conclusão é do narrador . Assim, será ele a nos contar os fatos para q o
leitor chegue a concordar com ele: vida seca.
Já exagerei, rs
Abraços
P S. : O Neuromancer está com a mãe do Henrique para q , quando vier, possa levá-lo a vc

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