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TEMA: A REALIDADE DO TRANSPORTE ESCOLAR NO BRASIL E

SUAS PECULIARIDADES NO MUNICÍPIO DE TIMBIRAS-MA

COMPONENTES: MARIA REGINA DO NASCIMENTO


MARIA SÔNIA DA SILVA REIS

JOSÉ PEREIRA DA SILVA FILHO


ORIENTADOR

RESUMO DA MONOGRAFIA

Aborda um estudo a respeito de determinados elementos sobre o transporte escolar


brasileiro ao passo que enfatiza algumas peculiaridades no município de Timbiras-
MA. Como é sabido por muitos, a educação é um direito assegurado na Constituição
Federal do Brasil, incumbindo ao Estado proporcionar meios eficazes para que esse
direito seja obtido por todos os cidadãos. Entretanto, não se pode ocultar que
algumas pessoas estão com esse direito inutilizado, como por exemplo, o caso de
muitas pessoas habitantes em regiões afastadas e na área rural, em que acesso a
esse direito acaba prejudicado devido à distância entre a moradia e a escola. Devido
a isso, se observa a necessidade do Poder Público Municipal oferecer o transporte
escolar gratuito, no intuito de proporcionar aos alunos necessitados de transportes
na área rural, oportunidades de educação iguais às que são abonadas à população
urbana, garantindo também que as condições do transporte escolar sejam de forma
que priorize a segurança e a dignidade dos alunos. Nesse contexto, a importância
do transporte escolar rural pode ser notada, assim como vivifica a necessidade de
legislação e políticas públicas sobre o assunto. Nessa conjunção sobre transporte
escolar, algumas informações precisam ser elucidas como as características dos
veículos, dos motoristas e do percurso escolar, o objetivo é conhecer as condições
indispensáveis para esse setor. Não se pode negar a natureza da conscientização
sobre a responsabilidade dos pais e alunos acerca do transporte escolar. Para tanto
se pode concluir que este estudo visa esclarecer entre outros pontos, estas
questões anteriormente levantadas e ponderadas como importantes.

Palavra-chave: Transporte escolar. Educação. Importância do transporte

INTRODUÇÃO

Transporte escolar deve ser mais um organismo de segurança de uma


educação de qualidade e eficaz, e não um risco na vida de milhões de brasileiros.
“Os bens e serviços educacionais que os cidadãos brasileiros encontram podem ser
oferecidos por diversos mecanismos, tanto públicos quanto privados” (OLIVEIRA,
2010). Mas a sociedade precisa de qualidade no atendimento desses serviços e,
obviamente no caso do transporte escolar não é diferente.

A realidade do transporte escolar mostra que a deficiência de políticas


educacionais configura-se em limite e obstáculo ao atendimento das necessidades e
demandas por bens e serviços educacionais, ao propiciarem péssimas condições
materiais na viabilização e formulação destas políticas.

Levando em consideração esta problemática, buscou-se compreender


alguns elementos que fazem parte da realidade do transporte escolar brasileiro,
sobretudo o que é oferecido aos usuários rurais. Estes elementos auxiliaram não só
a esclarecer algumas imprecisões, como ao mesmo tempo propôs um estudo acerca
de um assunto tão ricamente necessário na vida de muitos.

Vale salientar que, as ações para a realização desta pesquisa atendeu a


dependência de embasamentos teóricos provenientes de bibliografias que tratam do
tema. As bases teóricas deram suporte à definição de critérios na determinação dos
subsídios a serem especificados nesta tarefa.

Para melhor conhecimento da realidade do transporte escolar rural


brasileiro, foi realizada uma pesquisa no Povoado Lagoa Preta, no município de
Timbiras-MA, tendo em vista que como parte do Brasil, este povoado poderia servir
como espaço para a pesquisa. O estudo bibliográfico buscou fortalecer os
mecanismos da pesquisa realizada. Portanto, este trabalho é de caráter bibliográfico
e com dados localizados no município. É também discursivo e descritivo, pois visa
utilizar dados e informações descrevendo e reelaborando os elementos que formam
a estrutura deste estudo.

ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE O TEMA TRABALHADO

Confirma-se que a questão do transporte escolar requer mais atenção no


interior do sistema educacional Brasileiro. A realidade do transporte escolar remonta
claramente o pouco caso com que a área da educação pública ainda é tratada no
país. Para muitos pesquisadores, todos os dias, independentemente do lugar no
país, um professor ou aluno será vítima de acidente devido aos péssimos veículos
de transporte escolar.

Para muitos, mesmo o governo alardeando em propaganda oficial sobre o


investimento de milhões em itens como renovação de frota, alocação de recursos e
outros, é preciso ressaltar que a maioria dos veículos que oferecem este importante
serviço compete a empresas que, em grande parte, pertencem a colaboradores
políticos.

Neste sentido, quando as políticas governamentais se resumem em


trocas de favores políticos, o resultado é uma prestação de serviço de péssima
qualidade e insensata em que o aspecto pedagógico não existe. Infelizmente muitos
usuários não sabem que dentro de uma unidade de transporte escolar o ambiente
também deve ser pedagógico, e que sua tripulação que não deve se resumir a um
motorista, mas que deve haver pelo menos um auxiliar para a supervisão de
situações específicas do contexto de um veículo composto por estudantes e
educadores.

Segundo o Jornal do Brasil (2009), esse outro membro da tripulação


também deve estar preparado para situações de estresse ou pânico,
excepcionalmente comuns no cotidiano daqueles que se deslocam quilômetros até
seus locais de trabalho ou estudo. De fato, os veículos utilizados no transporte
escolar brasileiro são, em muitos casos, carros velhos, com manutenção incerta,
expondo os dele dependentes, aos riscos de vida e integridade.
Sabe-se que em muitas localidades do interior do Brasil, a precariedade
ocasiona uma interferência negativa no número de horas-aula a que o estudante tem
direito, às vezes pode ocorrer falhas e acidentes envolvendo o transporte escolar
provocando rompimentos.

Para dia-a-dia perigoso de milhões de brasileiros que tem que sair de


suas casas, “sair bem cedo para fazer uma educação comprometida com os
desafios deste país muitas vezes fica, literalmente, pelo meio do caminho, em
atoleiros, em acidentes e em falhas mecânicas” (JORNAL DO BRASIL, 2009). Se o
governo divulga diversos recursos para o transporte escolar, a pergunta que surge,
é: onde eles estão como eles estão sendo aplicados pelos gestores?

Partindo por outros víeis, diz-se que na Cartilha do Transporte Escolar


(2005), do Ministério da Educação, essa modalidade de transporte foi criada
inicialmente com o nome de Transporte de Escolares e tinha como encargo inicial
transportar alunos que moravam na zona rural até a escola mais próxima. Nota-se
que atualmente, o transporte escolar beneficia milhares de alunos em todo o Brasil
e, para isto, os estados e municípios gastam uma quantia expressiva de dinheiro. De
acordo com a cartilha, o Governo Federal também participa por meio do Ministério
da Educação. Os alunos podem ser conduzidos em veículos de propriedade dos
estados e municípios, ou então em veículos locados pelos governadores ou
prefeitos. Os alunos podem ser até mesmo transportados por meio de passes
escolares, fornecidos pelos estados e municípios.

Ainda mediante a cartilha é possível definir o transporte escolar como: um


direito dos alunos que estudam longe de suas casas. Ou seja, os alunos que moram
no campo (áreas rurais) têm o mesmo direito ao transporte que os alunos que
moram nas cidades (áreas urbanas); ele deve ser eficiente e seguro, à medida que
todas as regras forem obedecidas; é uma prioridade no atendimento às crianças que
estudam do 1° ao 9° ano do Ensino Fundamental; cabe aos estados e municípios a
incumbência deste tipo de transporte; como foi dito anteriormente ele deve ser
realizado por veículos próprios ou transportes alugados pelos governos estaduais e
prefeituras ou através de passes escolares oferecidos aos alunos.

Nota-se que o incremento de um transporte que atenda as necessidades


mínimas da população, mesmo de quem reside ou trabalha na área rural, pode ser
uma realidade socialmente proveitosa se os esforços e recursos dos governos
federal, estadual e municipal forem compatíveis. Entende-se ser essencial que a
implantação e o desenvolvimento desse transporte aconteçam no interior do
segmento escolar, pelo ensejo de sua reconhecida prioridade e das oportunidades e
condições adequadamente instituídas para o desenvolvimento dos demais
segmentos.

A IMPORTÂNCIA DO TRANSPORTE ESCOLAR RURAL

Quando se consideram as dificuldades dos moradores da área rural em


acessar os serviços (saúde, lazer, educação, bancário etc.), em geral encontrados
na área urbana, observam-se a importância do transporte. Isto é, muitos deixam de
procurar tais serviços, seja pela ausência do transporte, seja pela falta de recursos
para pagar os custos de deslocamento. Dessa forma, gera-se uma população de
excluídos que somente terá melhores condições de vida se for beneficiada por
alguma política pública voltada para o transporte. A política pública é um mecanismo
que o governo possui para atuar diretamente em determinado setor, com o objetivo
de melhorar as condições de vida da população.

Sabe-se que a Constituição de 1988 avalia a educação como elemento


essencial para a construção da cidadania, neste caso o transporte escolar é um
componente indispensável na promoção do acesso à escola. Contudo, visivelmente
apresentam-se diversas dificuldades contra a afirmação de políticas públicas que
promovam o livre acesso da população à educação, muitas vezes devido às próprias
condições veículo escolar e seus infortúnios oferecidos pelos governos. Muitos
pesquisadores argumentam que o sucesso de políticas, depende consideravelmente
das apreciações dos principais atores participantes deste transporte, como os
gestores, planejadores e operadores, condutores, pais e alunos envolvidos de
maneira direta ou indireta.

Convém destacar também que, a educação é ponderada pela


Constituição Federal de 1988, como mecanismo fundamental para o
desenvolvimento da sociedade, tendo em vista a plena formação do cidadão e a sua
qualificação para o trabalho. Conforme este órgão, a legislação sobre educação
dispõe sobre princípios e ações que afirmem a igualdade de condições para o
acesso e permanência à escola. O transporte escolar é aceito nesta conjuntura com
o instrumento necessário para garantir estes princípios, por conseguinte,
fundamental na inclusão social, caso possibilite meios de acesso à educação, ou
seja, ao conduzir estudantes de suas residências ou arredores até a escola em que
estes estão matriculados, garantindo também seu retorno ao término das aulas até o
ponto de origem.

Algumas pesquisas apontam que a oferta do transporte escolar (TE) deve


ser garantida pelo Estado e o planejamento e gestão de programas que auxiliam na
disponibilização deste transporte representam grandes desafios para o governo, que
devem formular políticas públicas para o atendimento desta demanda social.

Estas dificuldades levantadas revelam que as condições da via e as


sazonalidades regionais (épocas de seca e de chuva) têm um impacto muito grande
no atendimento adequado destes alunos, e devem ser levadas em consideração no
planejamento das políticas públicas..
Com base neste estudo é válido apontar que, na fase de formulação,
planejamento e implementação das políticas públicas para o Transporte Escolar é
grande a importância da inclusão da percepção dos principais atores envolvidos, de
forma que, o processo de decisão ocorra e seja considerada uma construção política
e social, não apenas econômica e burocrática.

Avalia-se que os estudantes da área rural não podem ficar à margem dos
esforços dos três níveis do governo, para que todos eles possam alcançar a
educação escolar. O transporte é o único meio de dar a população rural em idade
escolar, oportunidades de educação compatíveis as que são oferecidas à população
urbana, já que a realidade rural não revela escolas apropriadas e suficientes
próximas às residências. Alguns pesquisadores do assunto argumentam até que, a
falta de transporte denota a uma discriminação de uma população em relação à
outra.

Por meio de alguns relatos foi visto que a construção de escolas seriadas
e colégios em locais adaptados da área rural seria indubitavelmente a saída ideal.
Entretanto, para estes, ela só é viável do ponto de vista pedagógico, administrativo e
financeiro se complementada por um sistema de transporte que conduza os alunos
que não podem alcançar estes centros de ensino a pé. Nota-se ainda que, embora
ocorra a instalação de centros de ensino em determinadas áreas rurais, os alunos
dependentes de transporte serão sempre a grande maioria. Isso porque, como
algumas pesquisas demonstram, o êxodo rural das quatro últimas décadas deixou a
população rural escassa e distante uma das outras. Neste contexto, escolas
seriadas e colégios as crianças e adolescentes na área rural acabariam atraindo
alunos habitantes de locais próximos e de locais distantes.

Outro ponto interessante a ressaltar diz respeito à alternativa de


sustentação das escolinhas de ensino unidocente e classe multisseriada, embora
tida por muitos com boas intenções, não é mais adequada no mundo da informática,
da internet e das tele-comunicações. Numa sociedade em que crianças e
adolescentes são educados longe dessas tecnologias, esta sociedade formará
cidadãos verdadeiramente excluídos, pois mesmo com políticas orientem suas
permanências no campo, o uso desses recursos é indispensável.

LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE O TRANSPORTE ESCOLAR


RURAL

Com base na Constituição brasileira sabe-se por meio de seu Art. 227,
que a criança e o adolescente possuem direito à educação. E se eles moram longe
da escola, a garantia do exercício de seu direito à educação, que é um direito social,
um direito à cidadania, é garantido no Art. 208, VII, da própria Constituição Federal.
Ocorre quando afirma que o Estado para cumprir seu dever com a educação, deve
garantir o “atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde.”

Deste modo, o transporte escolar é essencial para assegurar o direito à


educação, é uma alternativa para garantir a aplicação de dois importantes princípios
do ensino: “o da igualdade de condições de acesso e permanência na escola e da
gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais”. Nota-se que o
transporte escolar é serviço de utilidade pública e direito público, portanto, pode-se
concluir que o Poder Público deve ofertá-lo de maneira gratuita para os estudantes
que não tenham escola próxima a moradia.
Convém citar a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB),  Lei de nº 9.394 de 1996, em seu artigo 4º. Este artigo avigora o disposto na
Constituição Federal de 1988, recomendando como garantias a serem asseguradas
pelo Estado, entre outras disposições, o ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
com inclusão dos que a ele não tiveram ingresso na idade adequada; e o
atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas
adicionais de material didático-escolar, transporte, alimentação e auxílio à saúde. Foi
observado que o Congresso Nacional, na expectativa de deliberar competências,
através de uma modificação no texto da LDB repassa às redes municipais o encargo
pelo transporte de seus alunos.

Faz-se necessário além do mais, citar a Lei 8.069/90 do Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA). O Estatuto da Criança e do Adolescente considera
o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer como princípios da prioridade
absoluta e da proteção integral, já presentes na Constituição Federal de 1988 em
seu artigo 207. Esta lei ratifica que a criança e o adolescente são tidos como sujeitos
de direitos, consistindo como dever de todos, garantir e absolutamente priorizar os
direitos fundamentais desses cidadãos. Neste caso os alunos dependentes do
transporte escolar podem e devem gozar deste direito, como parte integrante e
significativa da sociedade. Sendo assim, quando houver a impossibilidade de
garantia desse direito, o poder público deve ofertar transporte escolar gratuito e de
qualidade.

O Código Trânsito Brasileiro, em seu Artigo 136, enumera os requisitos


mínimos que definem a qualidade aceitável do transporte escolar para garantir o
transporte dos alunos com segurança. “Os veículos especialmente destinados à
condução coletiva de escolares somente poderão circular nas vias com autorização
emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito
Federal, exigindo-se, para tanto:

 Registro como veículo de passageiros;

 Inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de


segurança;
 Pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de
largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseiras da
carroçaria, com o dístico escolar, em preto, sendo que, em caso de veículo de
carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser
invertidas;

 Equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

 Lanternas de luz branca, fosca ou amarelas dispostas nas extremidades da


parte, superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade
superior da parte traseira;

 Cintos de segurança em número igual à lotação;

 Outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo CONTRAN


(Conselho Nacional de Trânsito).

Segundo dados pesquisados o Ministério da Educação executa


atualmente dois programas voltados ao transporte de estudantes: o Caminho da
Escola e o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE), que
visam atender alunos moradores da zona rural.

É fundamental expor que o Programa Caminho da Escola foi criado pela


Resolução nº 3, de 28 de março de 2007, e consiste na concessão, pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de uma linha de crédito
especial para a aquisição, pelos estados e municípios, de ônibus, mini-ônibus e
microônibus zero quilômetro e de embarcações novas. Nota-se que finalidade é
renovar e ampliar a frota de veículos de transporte escolar destinada ao transporte
diário de alunos da educação básica da rede pública, principalmente aos que moram
na zona rural, a partir dos sistemas estadual, distrital e municipal, por meio de
financiamento, unicamente por mediação de Instituições Financeiras Credenciadas.

Já o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) foi


instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004, a fim de garantir o acesso e a
permanência nos estabelecimentos escolares dos alunos do ensino fundamental
público residentes em área rural que usem transporte escolar, por intervenção de
assistência financeira, em caráter suplementar, aos estados, Distrito Federal e
municípios.

O percurso do veículo escolar

Conforme o Ministério da Educação ao fixar o itinerário para veículos que


levam e trazem crianças, é preciso impedir que elas percorram caminhadas
superiores a dois ou três quilômetros até o ponto onde o veículo passa. Os
itinerários devem ser fixados em função da localização da residência/ escola do
aluno.

Foi notado que o trajeto da residência para a escola de cada aluno


transportado deve ser de no máximo: crianças com até oito anos de trinta minutos;
crianças com mais de oito anos de sessenta minutos. É necessário também
estabelecer horários adequados para buscar e levar alunos de casa para a escola e
vice-versa. Muitos advertem que quanto aos alunos que são transportados por
longas distâncias, e/ou horários indevidos, costumam ficar sem concentração nas
salas de aula.

O encargo de pais e alunos

Sabe-se que a educação é um direito de todos e, o transporte é um dos


meios de torná-las possível em iguais condições para todos, principalmente para as
crianças. É sabido também que contribuição dos pais é fundamental para que isso
aconteça. Os pais podem tratar sobre o transporte escolar com os dirigentes
municipais, buscando recursos dentro da própria comunidade, garantindo eficiência,
economia e segurança no transporte dos alunos.

Para alguns entendedores do assunto, acompanhar e fiscalizar são boas


formas de participar. Os alunos precisam ser conscientizados de que ficar sentado
enquanto o veículo estiver em movimento; afivelar o cinto de segurança, quando
este existir; não falar com o motorista enquanto ele estiver dirigindo; respeitar o
monitor do veículo; falar com os pais sobre o que acontece durante a viagem; descer
do veículo somente depois que ele parar totalmente; estando em embarcações,
manter-se sentado, com a bóia salva-vidas afivelada, são algumas atitudes
plausíveis e devem ser praticadas.

O TRANSPORTE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE TIMBIRAS-MA

Dada a importância do transporte escolar rural no Brasil, convém destacar


uma análise da situação em Timbiras-MA. Observa-se que no Município de
Timbiras-MA, consta as seguintes categorias de carros para o transporte de alunos
da zona rural: um ônibus alugado pela prefeitura do Município supracitado, um
microônibus doado pelo MEC.

E tratando-se de transportes irregulares de alunos, o Município de


Timbiras-MA, não difere de muitos outros municípios, pois, têm em sua frota de
carros para o transporte de alunos da zona rural. Entre diversos caminhões coberto
de lona e bancos de madeira, conhecidos popularmente como pau-de-arara, uma
PIK-UP F 1000, veiculo também conhecido como pau-de-arara.

Esses caminhões fazem vários percursos. Um deles, parte do povoado


Flores pegando os alunos daquela região transportando até a cidade, o outro sai do
povoado Chapada da Alegria, transportando os alunos dos povoados vizinhos para a
sede, em quanto que outro transporta os alunos dos povoados adjacentes ao
povoado Lagoa Preta até a zona Urbana

.
Uma Pesquisa avalia o transporte escolar no Povoado Lagoa Preta em
Timbiras-MA

A equipe formada por Maria Regina do Nascimento, Maria Sônia da


Silva Reis e Valquíria de Sousa Vieira, organizaram uma pesquisa destinadas aos
alunos residentes no povoado Lagoa Preta. O objetivo da pesquisa foi esclarecer
questões relativas ao transporte escolar do qual utilizavam. Para a elucidação do
problema que motivou a pesquisa, foi elaborado um questionário formado por dez
questões, estas perguntas guiaram a entrevistas ao grupo analisado.

Uma das questões pretendeu descobrir se de acordo com a necessidade,


esse tipo de transporte do qual estavam usando satisfazia a demanda ou precisaria
melhorar. Mesmo sabendo que os veículos do transporte de alunos da área rural são
inadequados, todos os alunos consideraram sim. Outro ponto interessante
descoberto por meio da pesquisa revela que, na opinião dos estudantes
entrevistados, a carência de um veículo próprio e adequado para os transportes
destes, não interferem em seu processo de aprendizagem.

É fundamental expor outro dado relevante descoberto por meio da


pesquisa referente à implantação de um Pólo de 6° ao 9° ano, na localidade Lagoa
Preta. Para os alunos entrevistados, a existência deste pólo não iria trazer grandes
benefícios, haja vista que a escassez de recursos humanos e materiais para o 1° ao
5° ano são visíveis, para os alunos foi fácil presumir o que aconteceria com a
existência de um novo Pólo.

É evidente que, os dados desta pesquisa trazem à tona a falta de


conscientização da sociedade em relação à obrigatoriedade de mecanismos que
tornem o transporte escolar no município mais seguro.

CONCLUSÃO

Diante do exposto do decorrer da análise, faz-se necessário expor


algumas considerações importantes sobre o tema estudado. Foi descoberto que o
transporte escolar rural ainda é um tema pouco discutido em trabalhos científicos.
Deve ser por isso que as dificuldades de buscar fundamentos sobre o transporte
escolar tornou-se presente a cada momento. Contudo, foi possível desvendar alguns
dados que contribuíram para a realização desta tarefa tão complexa, porém repleta
de significados e importância para o conhecimento de uma área tão banalizada por
muitos, mas tão extraordinária para quem dela tem necessidade, o transporte
escolar.
Por meio deste estudo verificou-se que existem casos de alunos que
passam até quatro horas ou mais dentro de um veículo, às vezes em péssimas
condições. Para muitos pesquisadores a conseqüência disto está o cansaço e a falta
de estímulo, possivelmente colaboradores para os altos índices de repetência e
evasão escolar. Outro fato muito deprimente, por exemplo, acontece quando os
alunos saem de suas localidades para a zona urbana, e quando chegam à escola
descobrem que não tem aula, pela simples falta de informação. Em Timbiras-MA
pode ser visto nos dias que ocorrem esses infortúnios, muitos alunos ociosos,
andando pelas ruas da cidade ou frequentando lugares indevidos e até mesmo
praticando e participando de atitudes ilícitas.

Mesmo conhecendo que a inadequação dos veículos escolares não


incomoda muito a sociedade é preciso considerar que deles dependem não só a
garantia de participação dos alunos, principalmente da zona rural no mundo do
conhecimento necessário para uma vida mais digna na sociedade, mas do bom
transporte escolar depende a segurança destes e a própria manutenção da vida. E
esse direito, foi possível perceber, está resguardado na própria constituição do país.
É necessário concluir que existe a necessidade ainda de mais de políticas
governamentais que melhore de forma efetiva a realidade do transporte escolar no
país para que, pelo menos boa parte dos direitos desta parcela da sociedade,
dependente deles tenham seus direitos respeitados. Além disso, a própria sociedade
precisa se tornar consciente de seus direitos e de sua capacidade de buscar
alternativas.

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