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A Estrela Cadente
A Estrela Cadente
NARRADOR: Naquele dia andava toda a gente muito nervosa lá longe, no oriente. As
madrugadoras pombas mensageiras tinham cumprido a sua missão e já todo o mundo
conhecia a notícia: TINHA NASCIDO O MENINO JESUS. Suas Majestades, os Reis
Magos, têm de preparar-se para a longa caminhada.
NARRADOR: Como o problema era muito grave, todos os vizinhos e amigos dos Reis
Magos decidiram pôr mãos à obra e começar a procurar…
(Pastores, vizinhos) vão junto dos Reis e “ cochicham “ em voz baixa entre eles numa atitude de
nervosismo.)
VIZINHA 1: Ai, ai, mãe- mãe - mãe, mãezinha. O que vai ser da nossa tradição sem a
estrelinha?
VIZINHA 2: Nem quero pensar numa coisa dessas, está tudo arruinado. (começam as
duas vizinhas a chorar)
VIZINHA3: Oh mulheres, não vale a pena estarem para aí a chorar. Vamos é por-nos a
mexer e procurar a estrela por toda a parte.
PASTOR 2: Os Reis sabem ler os mapas do céu… talvez a estrela esteja só a dormir.
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GASPAR: Sem a luz da estrela nunca encontraremos o caminho.
(Numa roda todos sentados. Os Reis Magos caminham entre as personagens, com passo rápido e as
mãos nas ancas e na testa, numa atitude pensativa. Todos têm caras de preocupados. )
GASPAR: Mas talvez a estrela não tenha ouvido a boa notícia. Temos de esperar um
pouco mais.
(Os pastores, os vizinhos e os Reis Magos olham para o Céu com caras de espanto. Uma menina vestida
de estrela começa a aproximar-se deles.)
ESTRELA RAINHA: Venho contar-vos uma terrível notícia: eu, Rainha das Estrelas, tenho
um grave problema.
NARRADOR: A Rainha das Estrelas contou a todos os que ali estavam que na noite
anterior tinha realizado um concurso para encontrar a estrela que guiaria os Reis
Magos através do deserto.
(Neste momento aparece uma fila de estrelas e situa-se em frente dos Reis Magos)
ESTRELA BEBÉ: Aqui, aqui (saltitava a estrela bebé) olhem p’a mim. Eu já ” xou gande”,
também “quelo ajudá” ...
ESTRELA RAINHA: Claro que já és grande, minha querida, mas precisas de crescer um
pouco mais, para poderes guiar esta missão.
ESTRELA GÉMEA1: Não, não…eu é que sou a mais bela, não me imites…
ESTRELA GÉMEA2: Não, sou eu…Eu sou a mais bela e devo ser a vencedora.
BELCHIOR: A vossa vaidade é o mais difícil de superar. Queremos ser guiados por uma
humilde estrela.
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ESTRELA DOIS: Majestades, por ser a maior de todas as estrelas do firmamento, serei
eu a escolhida.
GASPAR: A estrela que nos conduzir ao portal não deve ser a mais bela, nem a maior,
nem a mais inteligente. Apenas a melhor.
ESTRELA TRÊS: Majestades, tenho uma cauda brilhante que iluminará campos e
desertos até chegar ao Palácio Real.
BALTASAR: Mas que enganada estás! O menino não nasceu num Palácio, o menino
está numa manjedoura, em palhas deitado, e não deseja tesouros, nem brilho, só paz
entre os homens.
NARRADOR: De repente os Reis Magos fixaram-se numa pequena estrela que ainda
não tinha falado.
REIS MAGOS: Desejamos que esta pequena estrela cadente nos guie no nosso caminho.
Não encontraremos outra melhor.
(As outras estrelas retiram-se lentamente. Os Pastores e as vizinhas fazem uma fila atrás dos Reis
Magos e, à frente, a guiar toda a comitiva vai a pequena estrela, a mais humilde e de melhor coração.
Todos em fila lançam-se ao caminho, cantando um cântico de Natal.)
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NARRADOR: No caminho, os Reis Magos encontraram o velho sábio que por ser muito
invejoso e que por não poder ter um papel importante nesta história, aproximou-se
deles para os enganar:
VELHO SÁBIO: O quê? Vocês por aqui? Mas estão muito atrasados! Olhem que ainda
agora de lá vim e estão todos muito desiludidos por não terem recebido a vossa visita.
O melhor é que se apressem. Se forem nesta direcção chegam a Belém muito mais
depressa.
BELCHIOR: Muito obrigado, meu velho sábio, seguiremos o teu conselho e prometemos
cumprir a nossa missão.
ESTRELA RAINHA: Não confiem naquele velho sábio que mais não quer do que
enganar-vos para que não saiam deste deserto. Escolheram a estrela mais humilde e
de melhor coração e, por isso, devem segui-la.
BALTASAR DO FUTURO: Oh não! Levam ouro, incenso e mirra para oferecer ao Menino
Jesus? Nós levamos um telemóvel, uns ténis da Nike e uma P.S.P., que isto da
modernidade é que está a dar.
GASPAR: Meus amigos, se todos temos o mesmo objectivo podemos seguir todos
juntos e em paz. Querem vir connosco?
TODOS: Viva!
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Texto adaptado pelos alunos do 4º ano