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Poda Do Princípio Ao Fim

? INTRODUÇÃO
? DEFINIÇÕES DE PODA
? OBJETIVOS DA PODA
? PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS
? TIPOS DE PODA
? INTENSIDADE DE PODA
? ÉPOCA DA PODA
? PRINCÍPIOS QUE REGEM A PODA
? GEMAS
? INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA PODA
? EXECUÇÃO DAS PODAS
? BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

INTRODUÇÃO

A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de um asno e essa origem muar desse ramo da
horticultura parece ter influído até hoje na evolução pouco esclarecida dos processos e
métodos mundiais de poda. Contam-nos Portes & Ruyssen (1884) que, segundo Pausâmias,
geógrafo e historiador grego, foi um jumento que, devorando os brotos de uma videira, deu
aos nauplianos a idéia de podá-la (Inglez de Souza, 1986). Considera-se que cabras, ovelhas e
burros foram os descobridores da poda e, portanto são chamados de os pais da poda.

DEFINIÇÕES DE PODA
Podar vem do latim putare, que significa limpar, derramar.

Já Cândido de Figueiredo esclarece que podar equivale a ?limpar ou cortar a rama ou braços
inúteis das videiras, árvores, etc.?.

Para Joaquim Rasteiro, citado por Inglez de Souza, 1986, ?é o conjunto de cortes executados
numa planta, com o fim de lhe regularizar a produção, aumentar e melhorar os Camarões,
mantendo o completo equilíbrio entre a floração e a vegetação normal, e, também com o fim
de ajudar a tomar e a conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo de a sujeitar a
formas adequadas aos propósitos econômicos de sua exploração?.

Para Acerete a definição acadêmica de podar é ?cortar o quitar las ramas superfluas de los
árboles, vides e otras plantas, para que fructifiquen con más vigor?.

Bailey, citado por Inglez de Souza, diz em sua enciclopédia de horticultura que ?poda é a
remoção metódica das partes de uma planta com o objetivo de melhorá-la em algum aspecto
para os interesses do cultivador?.

A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo compatível com o fim que
se tem em vista (Simão, 1998).

Embora seja praticada para dirigir a planta segundo o capricho do homem, a utilização da
poda, na cannabiscultura, tem por objetivo regularizar a produção e melhorar a qualidade dos
Camarões. Embora para algumas plantas, a poda possa ter apenas função estética, no
embelezamento de gramados, cercas vivas, caramanchões, arbustos e outros elementos da
arquitetura paisagista, na cultura da Cannabis a poda tem papel de destaque:

- É o conjunto de cortes executados numa planta, com o objetivo de regularizar a produção,


aumentar e melhorar os Camarões, mantendo o completo equilíbrio entre a floração e a
vegetação normal;

- É a técnica e a arte de modificar o crescimento natural das plantas, com o objetivo de


estabelecer o equilíbrio entre a vegetação e a floração;

- É a remoção metódica das partes de uma planta, com o objetivo de melhorá-la em algum
aspecto de interesse do plantador.

A poda por si só, no entanto, não resolve outros problemas ligados à produtividade.

Ela é uma das operações, porém outras medidas são necessárias, tais como: fertilização
adequada para corrigir possíveis deficiências nutricionais do solo, irrigação e drenagem para
manter um nível adequado de umidade e aeração, controle fitossanitário para combate de
doenças e pragas, condições climáticas e de solo favoráveis.

A importância de se podar varia de planta para planta, assim poderá ser decisiva para uma,
enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável.

Como regra geral para se saber se a poda é uma operação importante ou não, pode-se
estabelecer que ela é tanto mais necessária quanto mais intensiva for a vontade de explorar a
planta e, inversamente menor a sua importância quanto mais extensiva for a cultura (Inglez de
Souza, 1986) - (O SOG é um exemplo de cultura intensiva). Esta importância da poda está
também diretamente relacionada com o objetivo da exploração, ou seja, que tipo de produção
o plantador deseja; pois com a poda pode-se melhorar o tamanho e a qualidade dos
Camarões.

O podador deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades, onde um gesto seguro
reflete a convicção de quem acredita que a interferência humana é imprescindível para
modelar uma planta. Na natureza, as plantas crescem sem qualquer modelamento, buscam
sempre a tendência natural de crescerem em direção à luz, tomando a forma vertical, e com
isso perdem a regularidade de produção.

Para que a poda produza os resultados esperados, é importante que seja executada levando-se
em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja aplicada com moderação e
oportunidade.

OBJETIVOS DA PODA

Segundo Inglez de Souza, 1986, os sete objetivos principais da poda são:

1º- Modificar o vigor da planta;


2º- Produzir mais e melhores inflorescências;
3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu trato e manuseio;
4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que floridos ou vice-
versa;
5º- Conduzir a planta a uma forma desejada;
6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos;
7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter regularmente colheitas dentro da médias
esperada.

Por que é necessário o recurso da poda? Não é verdade que, no seu estado selvagem, as
plantas não são podadas e, apesar disso, se desenvolvem em perfeitas condições? Esta
pergunta é formulada muitas vezes, mas, de fato, a natureza tem o seu próprio método de
poda. Os ramos pequenos desprendem-se naturalmente e os galhos finos, as folhas e as flores
morrem e caem. Vagarosa mas continuamente, todas as plantas sofrem um processo de
renovação natural. Pela poda não fazemos mais do que acelerar, embora parcialmente, esse
processo normal (Brickell, 1979).

PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS
O conhecimento de algumas regras sobre a fisiologia vegetal em muito auxilia o podador. Ele
fica sabendo porque se poda, o que se pode e quando se poda.

Os vegetais nutrem-se por meio de suas raízes, que retiram do solo sais minerais e água,
necessários para o seu desenvolvimento e floração.

A absorção determina uma pressão de baixo para cima. A seiva também pode ter sua
ascendência ligada à transpiração, pela ação da capilaridade, pela osmose, etc.

A poda não é uma ação unilateral. Ela vai ensinando quem a está praticando. Mas, para isso, é
preciso respeitar seu ritmo, entender e conhecer sua fisiologia, saber qual é o momento certo
da intervenção. A poda baseia-se em princípios de fisiologia vegetal, princípios fundamentais
que regem a vida das plantas. Um desses princípios mais importantes é a relação inversa que
existe entre o vigor e a produtividade. O excesso de vegetação reduz a quantidade de
Camarões, e o excesso de Camarões é prejudicial à qualidade da colheita. Assim, conseguimos
entender que a poda, visa justamente estabelecer um equilíbrio entre esses extremos. Mas
deve ser efetuada com extremo cuidado. Se efetuada no momento impróprio, ou de forma
incorreta, a poda pode gerar uma explosão vegetativa muito grande, causando um problema
ainda maior para o produtor.

Baseando-se na hidráulica vegetal, estabelecem-se leis nas quais se baseiam as podas das
plantas (Simão, 1998):

1º- O vigor e a fertilidade de uma planta dependem, em grande parte, das condições climáticas
e edáficas (é o conjunto a que chamamos de solo, principalmente no referente ao
desenvolvimento das plantas);
2º- O vigor de uma planta, como um todo, depende da circulação da seiva em todas as suas
partes;
3º- Há uma relação íntima entre o desenvolvimento da copa e o sistema radicular. Esse
equilíbrio afeta o vigor e a longevidade das plantas;
4º- A circulação rápida da seiva tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo, enquanto a
lenta favorece o desenvolvimento dos ramos frutíferos;
5º- A seiva, devido à fotossíntese, tende a dirigir-se para os ramos mais expostos à luz, em vez
de se dirigir àqueles submetidos à sombra;
6º- As folhas são órgãos que realizam a síntese das substâncias minerais, e a sua redução
debilita o vegetal;
7º- O aumento do diâmetro do tronco está em relação inversa com a intensidade da poda;
8º- O vigor das gemas depende da sua posição e do seu número nos ramos;
9º- Quanto mais severa a poda num ramo, maior é o seu vigor;
10º- A poda drástica retarda a floração. As funções reprodutivas e vegetativas são antagônicas.

Segundo Inglez de Souza, 1986:


A circulação da seiva é tanto mais intensa quanto mais retilíneo for o ramo e quanto mais
vertical for a sua posição na copa.

Quanto mais intensa essa circulação, mais gemas se desenvolverão em produções vigorosas de
lenho e, ao contrário, quanto mais embaraçada e mais lenta essa circulação da seiva, maior
será o acúmulo de reservas e, consequentemente, maior o número de gemas que se
transformarão em botões floríferos.

Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá para as remanescentes, aumentando-lhes o vigor
vegetativo. Assim, poda curta resulta sempre em ramos vigorosos, nos quais a seiva circulará
com grande intensidade. As podas severas, portanto, têm geralmente a tendência de provocar
desenvolvimentos vegetativos, retardando a entrada da planta em floração.

Diminuindo a intensidade de circulação da seiva, o que ocorre após o início da maturação dos
Camarões, verifica-se uma correspondente maturação dos ramos e das folhas. Nesse período
acumulam-se grandes reservas nutritivas, que são utilizadas para transformar as gemas
foliares em inflorescências.

A floração é uma conseqüência da acumulação de carboidratos. Essa acumulação é maior nos


ramos novos do que nos velhos, nos finos do que nos grossos.

Dos objetivos enunciados, pode-se concluir que as plantas necessitam de modalidades bem
diversas de poda, perfeitamente distintas umas das outras, de conformidade com a função que
cada uma exerce sobre a economia da planta. A poda acompanha a planta desde a sua infância
até a sua decrepitude. É, pois, natural que vá tendo diferentes funções, adequadas cada uma
às diferentes necessidades da planta, que por sua vez variam com a idade. Podemos distinguir
quatro modalidades principais de poda:

TIPOS DE PODA

Primeira: PODA DE FORMAÇÃO:

Que tem por fim proporcionar à planta uma altura de tronco (do solo às primeiras ramificações
da copa) e uma estrutura de ramos adequados à produção de Buds. Se a poda de formação for
correta, a copa se disporá com harmonia, simetricamente, proporcionando uma distribuição
equilibrada da floração, com arejamento e iluminação convenientes.

Pode-se chamar a poda de formação de condução da planta, podendo ser considerada como
uma poda de educação, sendo executada normalmente no começo da vegetação, com
objetivo de formar mudas com porte, altura e brotações bem distribuídas. Podendo formar
mudas em haste única, comum em estruturas Columares, onde todas as brotações laterais são
eliminadas. Já em mudas que formam uma copa maior como as Arbustivas na formação da
muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro brotações espaçadas entre si em 3 a 5
cm.
Existe também a poda realizada por ocasião do transplante antes da muda ser levada para o
vaso definitivo, denominada de poda de transplantação, que se faz eliminando as brotações
excessivas e, de acordo com a espécie e a forma de copa que se deseja, deixa-se três a quatro
ramos bem distribuídos e fazendo o desponte de ramos longos, com o cuidado de executar o
corte deixando uma gema vegetativa voltada para fora da copa inicial. Cortam-se também as
raízes muito longas, quebradas e tortas, buscando o equilíbrio entre a copa e o sistema
radicular.

A poda de formação propriamente dita será executada após o estabelecimento da planta no


solo. É executada nos primeiros estágios de vida da planta. Visa garantir uma estrutura forte e
equilibrada, com ramos bem distribuídos, para sustentar a safra e facilitar o manejo e a
colheita. Normalmente conduz-se a planta com três ou quatro pernadas formadas,
desbrotadas até a planta atingir um metro de altura, permitindo daí em diante que as
brotações das gemas laterais preencham os vazios da copa, assumindo assim a forma de copa
desejada para cada espécie frutífera em particular.

As formas das plantas podem ser naturais ou artificiais. Forma natural quando praticamente
não há necessidade de intervenção do homem, devido ao hábito de vegetação e floração
dessas plantas.

As formas artificiais são divididas em haste apoiada e livre.

As hastes livres são utilizadas para os vegetais que sustentam por si só a sua copa, e as
apoiadas quando há necessidade de se tutorar a planta para que ela adquira uma forma
compatível com o tipo de exploração, como por exemplo, no Scrog.

Figura 1. Poda de formação vista de cima: a) pernada; B) braços; C) ramos.


Fonte: Simão (1998).

Segunda: PODA DE FLORAÇÃO:

A poda de floração é iniciada após a copa da planta encontrar-se formada. Tem por fim
regularizar e melhorar a floração, quer refreando o excesso de vegetação da planta, quer pelo
contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para que haja maior intensidade de vegetação,
evitando-se, dessa maneira, a superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e
acarreta a decadência rápida das árvores. Desse modo, a poda de floração é a controladora da
produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe mais qualidade e mais consistência.
Geralmente as plantas de clima temperado necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode-
se citar: figueira, macieira, marmeleiro, pessegueiro, videira, entre outras plantas.
Terceira: PODA DE REJUVENESCIMENTO, REGENERAÇÃO E TRATAMENTO:

Tem por fim livrar as plantas, antes da floração, dos seus ramos doentes, praguejados,
improdutivos e decrépitos ou, se mais energicamente executada, reformar inteiramente a
copa, renovando-a a partir das ramificações principais, eliminando focos de doenças e de
pragas, reativando assim a produtividade perdida. Esse tipo de poda radical é freqüentemente
usado nas plantas intensamente parasitadas por fungos e outras pragas e moléstias da parte
aérea, mas cuja eliminação se justifique, por se tratar de plantas de muito valor.
Normalmente, são cortadas as pernadas principais, e com isso, deve-se iniciar o processo de
formação da planta novamente. Esses cortes são maiores no inverno, e logo após, recomenda-
se a aplicação de uma pasta fungicida, normalmente cúprica, no local do corte o que facilita a
cicatrização e minimiza o efeito do ataque de fungos.

Quarta: PODA DE LIMPEZA:

É uma poda leve, quase simples visita geral a que se procede nas plantinhas, com a tesoura de
poda em punho, consistindo na retirada dum eventual ramo doente, quebrado, seco,
praguejado, mal localizado ou inconveniente. É poda sumária. Geralmente, todas nossas
plantas necessitam deste tipo de poda. É um tipo de poda executada normalmente em
períodos de baixa atividade fisiológica da planta, ou seja, durante o inverno.

Após a poda de limpeza, geralmente se faz um tratamento químico (normalmente cúprico) das
partes cortadas para reduzir o aparecimento de doenças.

INTENSIDADE DA PODA

A intensidade da poda depende da espécie, da idade, do número de pernadas/ramificações


existentes, do sistema de condução da planta, do vigor, do hábito de vegetação.

Com relação à intensidade, a poda pode ser curta, média ou longa.

A poda curta ou drástica consiste na quase total supressão do ramo. Pode-se praticar ainda a
poda ultracurta, a qual deixa sobre o ramo de uma a duas gemas. A longa, também chamada
leve, deixa o ramo com o máximo de comprimento (0,40 a 0,60 m). A poda média é um tipo
intermediário entre os dois anteriores.

ÉPOCA DA PODA

Poda verde:
A poda verde, ou de verão, é realizada quando a planta durante o período de vegetação, e
destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação, melhorar a qualidade e a coloração dos
Camarões, manter a forma da copa pela supressão de partes da planta.

A poda verde consiste em diferentes operações, tais como: desponte, desbrota, desfolha.

Desponte à tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em comprimento,


de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores.

Desbrota à é a supressão de brotos laterais improdutivos, ou seja brotos inúteis, que se


desenvolvem à custa das reservas, em detrimento do florescimento e da floração.

Desfolha é a supressão das folhas com diversas finalidades: melhor iluminação e arejamento
das flores ou dos Camarões, eliminação de focos de doenças e pragas iniciadas na folhagem, é
um recurso que melhora a coloração dos Camarões, com a eliminação do excesso de folhas.
Esta eliminação de folhas deve ser feita com bom senso, pois o abuso neste desfolhamento
priva a planta de seus órgãos de elaboração de reservas de nutrição.

PRINCÍPIOS QUE REGEM A PODA

Para perfeita execução da poda, é necessário um conhecimento da posição, distribuição e


função dos ramos e das gemas e circulação da seiva.

As raízes das plantas extraem do solo a água, contendo esta, em solução, os sais nutritivos que
alimentarão a planta. Tal solução constitui a SEIVA BRUTA, que sobe pelos vasos condutores
localizados no interior do tronco e se dirige até as folhas. Nestas e em presença de luz e
perdendo água por transpiração, a seiva bruta passa por diversas transformações, tornando-se
SEIVA ELABORADA (Inglez de Souza, 1986).

A seiva circula pela planta toda, sempre fluindo para as partes mais altas e mais iluminadas da
árvore, razão pela qual os galhos mais vigorosos são aqueles que conseguem se posicionar
melhor na copa e têm uma estrutura mais retilínea, o que favorece sua circulação. A seiva,
circulando pela periferia da planta, alimenta todos os órgãos e determinam seu crescimento e
evolução, tais como: o desenvolvimento das raízes, o crescimento dos brotos, aumento dos
ramos, folhas, gemas e a floração. É por isso também que, o crescimento da planta tende
sempre a se concentrar nos ponteiros dos ramos, o que se denomina de Dominância Apical.
Quando eliminada, através da poda, ocorre uma melhor redistribuição da seiva, favorecendo a
brotação lateral da gemas.

A circulação rápida da seiva tende a favorecer desenvolvimento vegetativo, enquanto que a


lenta, o desenvolvimento de ramos frutíferos e essa circulação é em função da estrutura da
planta. Quanto mais retilínea, mais rápida a seiva circulará.

No início do seu desenvolvimento, as plantas gastam toda a seiva elaborada no seu próprio
crescimento. Porém, após um certo tempo, variável de espécie para espécie, a planta atinge
um bom nível de desenvolvimento como: tronco forte, copa expandida e raízes amplas, a
planta já fotossintetiza intensamente e começa a aparecer sobras de seiva elaborada, que
serão armazenadas na planta, em forma de reservas. Quando essas reservas atingem uma
suficiente quantidade, tem começo a floração, pois as reservas de seiva elaborada são
invertidas ou gastas na transformação das gemas vegetativas em gemas de inflorescências,
que darão as futuras flores. Com esse desvio para a floração, é reduzido o ritmo de
crescimento das raízes e da copa (Inglez de Souza, 1986).

Há um antagonismo entre a floração e a vegetação, ou seja, enquanto a planta desenvolve


ativamente a sua expansão vegetativa (como acontece nos indivíduos novos) não há saldo de
seiva elaborada para ser aplicado na floração. Mas como as raízes continuam a absorver água e
nutrientes e as folhas a fotossintetizar, começa a aparecer novo saldo de seiva elaborada, o
qual, ainda não tendo os Camarões para desenvolver, é aplicado em nova expansão das raízes
e dos ramos. Com esta expansão poderá resultar em novos saldos de seiva elaborada, que são
armazenados nos locais de reserva, registrando assim um superávit de seiva elaborada na
planta, com isso grande número de gemas vegetativas é transformado em gemas
inflorescências, fazendo a planta a produzir uma grande safra, ao mesmo tempo que vegeta
modestamente.

Segundo Inglez de Souza, 1986, as plantas não sujeitas a podas apresentam duas importantes
características:

1º) A planta alcança grande volume, porque sua folhagem, sem sofrer restrição alguma,
absorve grande quantidade de água e nutrientes (seiva bruta) e produz grande quantidade de
seiva elaborada (fotoassimilados), a qual é alternativamente gasta em grande floração seguida
de grande expansão do sistema radicular e da copa, essa expansão é apenas limitada pela
conformação específica da planta e pelas condições ambientes (solo, clima, etc.);

2º) A planta atinge a máxima longevidade, pois a produção estimulada de novas quantidades
de ramos, folhas e Camarões, que as podas provocam, acaba por esgotar a planta, abreviando
seus dias, o qual não se verifica nos indivíduos não podados.

Em contraposição, estes podem apresentar os seguintes inconvenientes:

1º- Floração inconstante;


2º- Camarões com qualidade inferior, tanto em tamanho como em aspecto;
3º- Operações de colheitas, mais complicadas, devido à maior altura e o maior volume dos pés.
O controle fitossanitário chega a ser praticamente impossível nos indivíduos de crescimento
livre.

Ao podador é indispensável saber que parte da planta está cortando, pois, de conformidade
com cada planta em particular, há ramos cuja supressão é indispensável, mas outros existem
cuja eliminação redundaria em grave prejuízo para a produção, porque encerram neles a
própria safra de Camarões dentro de suas gemas.
GEMAS

Vulgarmente chamadas de olhos, as gemas são em essência o princípio das folhas, flores e
caules, envolto nas escamas corticais do tronco e dos ramos.

São órgãos produtores de ramos e folhas (vegetativas) ou flores (floríferas ou inflorescências),


que variam no aspecto, na forma, no tamanho e na distribuição, de espécie para espécie.
Quanto à localização nos ramos, as gemas são ditas terminais ou axilares, conforme estão
localizadas no ápice dos ramos ou na axila das folhas. É interessante observar que as gemas
são formadas com a mesma estrutura. O que vai torná-las vegetativas ou inflorescências é o
vigor do seu desenvolvimento, decorrente da quantidade de seiva que recebem. Como já foi
dito a floração só tem início quando a planta já conseguiu armazenar uma determinada
quantidade de reservas de seiva elaborada.

As gemas de folhas ou lenhosas distinguem-se das floríferas ou de Camarões pela sua


constituição interna e externa. Gemas mais vigorosas e mais pontiagudas irão se transformar
em ramos vegetativos. As de Camarões são quase sempre mais volumosa, de forma oval-
alongada, e as de lenho são mais alongadas e afuniladas. As primeiras apresentam-se mais
macias ao tato, e as últimas, mais ásperas (Simão, 1998).

Em princípio, gemas mais vigorosas e mais pontiagudas irão se transformar em ramos


vegetativos. As floríferas, têm uma forma mais arredondada e devem ser preservadas.

As gemas podem ser naturais ou adventícias. As naturais são aquelas que surgem nos ramos
normalmente segundo a tendência da planta, e as adventícias, as que emergem sob ação
mecânica (Simão, 1998).

As gemas localizadas na parte superior dos ramos, brotam antecipadamente e com maior vigor
que as laterais, prolongando o ramo devido sua abertura lateral ser bem menor. Baseando
nisso podemos dizer que ramos verticais tendem a serem mais vegetativos, e os inclinados, por
onde a seiva circula de forma mais lenta, possuem maior potencial de flores.

A duração das gemas está intimamente relacionada à biologia da planta e aos tratos culturais.
Há espécies em que as gemas não ultrapassam um ciclo vegetativo, como é o caso da
Cannabis, e outras em que duram vários anos.

As podas têm muita influência sobre a formação das gemas, quer vegetativas, quer
inflorescências. Se as podas passadas foram severas, a planta foi privada de grande parte de
sua copa e, portanto, pouca seiva bruta pôde ser transformada em seiva elaborada. Como
conseqüência, espera-se muita vegetação e pouco florescimento. Ao contrário, se foram
brandas as podas anteriores, é de se esperar que muita seiva bruta pôde ser transformada em
seiva elaborada e que o afluxo desta contribuiu para a diferenciação de grande quantidade de
gemas vegetativas em inflorescências (Inglez de Souza, 1986).
INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA PODA

Não existe bom podador sem uma boa ferramenta, isto é, a apropriada, a limpa, a afiada e
lubrificada: a tesoura de poda.

A tesoura de poda é a ferramenta típica do podador, servindo para os diversos tipos de poda. É
empregada para corte de ramos com diâmetro de até meia polegada.

EXECUÇÃO DAS PODAS

Como foi visto, é importante antes de empunhar qualquer instrumento de poda conhecer bem
a planta a ser podada, sua fisiologia e seu estado nutricional e sanitário, o objetivo da
exploração, a época em que deve ser realizada a poda, que tipo de poda e em que intensidade
deve ser praticada, para que se tenha êxito nessa operação.

A poda de um ramo pode ser por supressão, ou seja, pela eliminação desse ramo pela base ou
rebaixamento, quando apenas se apara esse ramo em comprimento.

Na supressão de galhos grossos, o corte deve ser bem rente à base do galho e bem inclinado.

Um corte ideal e preciso, realizado de uma só vez, deve observar uma inclinação de 45 graus
aproximadamente, no sentido oposto ao da gema mais próxima, o que evita o acúmulo de
água, que poderia causar o apodrecimento do ramo e aparecimento de fungos. Assim cortes
de espessura maior que 3,0 cm devem ser protegidos com pastas cicatrizantes à base de
cobre.

?Uma poda mal feita prejudica de forma irreversível uma determinada planta, trazendo sérias
conseqüências para a sua formação e produção, sendo preferível não realizar a poda a fazê-la
incorretamente?.

Depois que os novos brotos superiores aparecem, temos uma grande oportunidade para fazer
esses ramos secundários alcançarem o nível de cima e ficarem lá. Após eu conseguir que
quatro ramos superiores atinjam o mesmo nível (mais ou menos) e a planta começar lançar
novos brotos, eu irei fazer uma poda FIM nesses novos ramos do topo.

Isto criará um camarão condensado no topo, e os camarões secundários estarão perto do


principal. Eu uso esse método em plantas que terminarão a floração com uma altura em torno
de 50 a 60 cm. Qualquer coisa menor que isto, um clone ou um jardim de SOG, a poda FIM
deveria ser imediata. Faça a poda FIM cedo (quarto ou quinto par de folhas) para manter a
planta pequena. Essas mudas de sementes foram “descabeçadas” no quarto nó (par de folhas)
e depois uma poda FIM para ganharem estatura

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