Mestrado em Educação e Comunicação Multimédia – 1º Ano
Televisão
Trabalho com opção (2 a 9 de Março)
Trabalho realizado por: David Pereira
Desafio: “Concorda (ou não), justificando, que as regras da produção e da encenação do discurso mediático em televisão constituem um processo de sedução e de captação do telespectador?” Concordo com esta afirmação e basta referir alguns exemplos de programas da actualidade televisiva. Penso que um bom exemplo é o género de concurso em busca de talentos (ex: Ídolos) ou de simples exposição mediática (ex: Casa dos Segredos). No primeiro caso é uma oportunidade que muitas pessoas têm e a quem sempre lhes fecharam as portas. Nalguns casos há pessoas que têm efectivamente talento e são hoje pessoas com provas dadas como por exemplo: João Pedro Pais, Sara Tavares, Nuno Norte entre outros. Noutros casos são pessoas que apenas vão em busca de fama e serem conhecidas. Essa projecção abre-lhe muitas vezes outras portas como: o mundo da moda, cinema, televisão, etc. No segundo caso o talento não é o principal objectivo mas sim ser-se conhecido. Essa fama pode abrir também outras janelas de oportunidades como no primeiro exemplo. Em ambos os casos existe uma grande e forte campanha de publicidade e marketing dando a sensação ao espectador que este é o caminho mais fácil. Com base no que foi descrito anteriormente, estes motivos levam muita gente a este tipo de concursos, nomeadamente nas fases de selecção. O sucesso destes concorrentes é apenas para muito poucos e na maior parte dos casos o sucesso é apenas efémero. Outro aspecto importante é a publicidade. Veja-se por exemplo os 15 a 20 minutos de publicidade no intervalo do Telejornal ou de um jogo de futebol? Esta situação ocorre em quase todos os programas no chamado horário nobre. Isto porquê? Milhões de espectadores que estão focados no programa acabam por seguir a publicidade muitas vezes por causa dos filhos levando os pais ao consumo de bens, por vezes supérfluos. É certo que isso acontece, em muitos casos de forma indirecta, devido às restrições que existem no ramo de publicidade e marketing. Nos telejornais existe ainda um dado a ter em conta, que são os apresentadores. Estes raramente mudam ajudando assim na fidelização dos telespectadores sendo os apresentadores o “rosto” do programa. Os genéricos são outra estratégia usada em televisão para “agarrar” os espectadores, lançando de um modo muito forte a introdução para o noticiário. Os próprios logótipos bem como as respectivas músicas dos vários canais de televisão visam também captar mais espectadores. As cores, as formas, os sons e os cenários têm também um papel importante, tal como referiu o coordenador geral da SIC Notícias. Trabalho realizado por: David Pereira «Sabemos também, que os bons programas televisivos podem tornar o espectador mais competente, como talvez se possa afirmar que a comunicação mediática e a comunicação didáctica apresentam "zonas de proximidade" e zonas de "intersecção"» (TAVARES, 2000:117). Penso que o caso da SIC Noticias se encontra neste contexto pois como nos foi explicado a qualidade dos programas em muito contribuiu para este sucesso. Contudo há vários programas, em diferentes canais, que podem contribuir para um espectador melhor e mais competente. Os documentários contribuem para o aumento do conhecimento quer eles sejam sobre vida animal, geografia ou história, por exemplo. Por essa razão eles são muitas vezes usados pelos professores, nas suas aulas, no trabalho com os seus alunos. Promovem o conhecimento. Há mais programas que o fazem como os que vou referir a seguir. As reportagens geralmente são muito bem estruturadas e bastante ricas no que toca ao assunto que está a ser explorado e podem sensibilizar as pessoas de tal modo, que se criem associações de apoio a crianças como foi o caso da “Eu e os meus irmãos” pela Cândida Pinto. Existem muitos outros exemplos, fico- me apenas por este. Alguns concursos contribuem também para o aumento da cultura geral dos espectadores. Os telejornais permitem conhecer a actualidade do próprio país bem como do mundo inteiro e contribuem também para o aumento da cultura geral. Os debates televisivos permitem a percepção dos diferentes discursos bem como das diferentes tomadas de posição, contribuindo assim para o espírito crítico das pessoas sobre este ou aquele assunto. As próprias telenovelas transmitem situações vividas pelas pessoas sendo, na maior parte dos casos, o espelho da actualidade quer sejam portuguesas ou brasileiras. Recordo-me particularmente de uma novela em que a actriz principal fazia uma personagem que sofria de leucemia e esse facto contribuiu para que aumentasse o número de dadores de medula óssea tanto no Brasil como em Portugal. Penso que estes exemplos demonstram o quanto alguns programas podem contribuir para tornar o espectador mais competente. Contudo há uma questão que se tem levantado nos últimos anos que é a utilização da televisão por parte das crianças. O número de horas que as mesmas estão em frente à televisão bem como o tipo de programas que as elas vêem tem levantado várias questões. A gestão deste aparelho por parte das famílias nem sempre é feita da melhor forma. Encontrei este site http://familia.aaldeia.net/ver-televisao-em- familia/ que dá pistas para que a televisão faça parte da família, numa forma harmoniosa e nunca na perspectiva de substituir algo ou alguém.
Trabalho realizado por: David Pereira
Penso que o futuro do espectador mais competente passa também pela resolução deste tema, na medida em que as crianças são os espectadores do futuro. Este assunto, provavelmente, vai ser tratado numa das próximas aulas. BIBLIOGRAFIA TAVARES, Clara Ferrão, Os Media e a Aprendizagem, Universidade Aberta, Lisboa, 2000; WEBGRAFIA http://familia.aaldeia.net/ver-televisao-em-familia/ http://alumni.ipt.pt/~goncalom/ECS-opiniao_publica.pdf http://www.ciari.org/investigacao/a_med_do_discurso_pol_pela_cs.pdf