ANO I - EDIÇÃO 04

PIAUÍ - FEVEREIRO DE 2023

mais: Poemas para Janaina Bezerra - A LENDA DE ALICE - SPOTTERS DE PHB e outros.
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Compensados e
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RUA CEL. JOSÉ NARCISO, 1198 FONE (86) 3322-1854 Parnaíba PI
Editorial
3 Paragens e Miragens 10
Oscars
Josué Calixto
Elmar Carvalho 2 Discos
Waldenes Nascimento
Sumário

A poesia tem dessas coisas

Wilson Maudonado Memória HQ
4 A lenda de Alice
11 Rodrigo C. Ciarlini
Orlando Araujo Resenha Francisco Dourado
Tirinha Waldenes Nascimento
BANDA ARTÉRIA
5 Paulo Death O amor dos spotters de Parnaíba
12 pela aviação - Drica Martins
Poemas para Janaina Bezerra
8 JANAÍNA, PRESENTE! - Luciana Azevedo,
À estrela Janaína - Lu Campos 13 Lamento - Karina Souza
Legado - Paulo Marques Estilística do Amor - José Marcelo
Você foi poesia - Etasmda Maria Sobre duas rodas - Alexandre Fontenelle
Òsúpà (Mãe lua) - Maria Carol
Semana Pedagógica do Sesc
Soneto a uma alma feminina - Leonardo Silva
Resistência - Fernanda Amorim,
14 discute novas tecnologias
Frenesi da sobrevivência - Pablo Alencar
Janaína doce - Maria Julia Bandeira Portela

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Pág. 2 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023

LAVADORA 11KG
Editorial
Da esquerda pra direita: Mauro Sousa, Danilo Carvalho e Paulo Veras. Ex-integrantes da banda Artéria.
Ada rtéria, um cometa que passou pela cena
do Rock no ano de 1991, é a chama-
de capa desta nossa edição de número
4, que traz uma foto tirada a poucas se-
manas de três dos cinco integrantes que
fundaram a banda, para ilustrar a his-
tória do grupo que marcou o início dos
anos 90 na cidade de Parnaíba e que dei-
xou inúmeras lembranças, além de mui-
ta inspiração para os que vieram depois.
A edição desse mês também traz: uma ma-
téria de Wilson Maudonado sobre o poeta
PARAGENS & MIRAGENS
Praça Santo Antônio
M eu pai veio assumir a chefia da ECT
em Parnaíba no começo de 1975.
Um ou dois meses depois, vim a Parna-
íba, acompanhando um time de futebol.
Fui vê-lo no prédio dos Correios, antes do
jogo. Meu pai me convidou a visitarmos
seu primo, o professor Joaquim Furtado de
Carvalho, que morava na praça Santos An-
tônio, na pensão de dona Ju-
dite. Foi então que, pela vez
primeira, me deslumbrei com
a magnífica visão da gran-
de praça, ornada de enormes
oitizeiros, de largas copas,
sempre verdes. Em junho,
nos mudamos para Parnaí-
ba. Muitas vezes a percorri,
sentindo na pele a sombra e
as réstias de luz, que escoa-
vam pelas frestas das densas
frondes, e lhe davam um tom
penumbroso, que se me infil-
Av. Governador Chagas Rodrigues, 596 - Centro - Parnaíba-PI
e-mail: cediagnostico@hotmail.com
Fone: (86) 3321-1001 / 3322-2108
Rock, Poesia e Homenagem.
Marco Aurélio Siqueira; Orlando Araujo e
a Lenda de Alice; Elmar Carvalho e a Pra-
ça Santo Antônio; Waldenes Nascimen-
to com Dois Discos e mais uma tirinha;
Josué Calixto e a expectativa do Oscar
2023; Francisco Dourado e mais uma re-
senha de HQ; Drica Martins e os Spotters;
além do espaço de sempre Poema & Prosa.
E enquanto editávamos esta edi-
ção, ocorreu (no dia 28 de janeiro) o brutal
assassinato e estupro da estudante de jor-
nalismo e poeta Janaína da Silva Bezerra
trava na alma. Foi cantada em versos pelo
poeta Jorge Carvalho, saudoso amigo.
Nessa praça, moravam os advogados Assis
Cajubá de Brito, Carlos Alberto Teixeira,
o médico Cândido de Almeida Athayde
e o padre Antônio Monteiro de Sampaio,
que foram, no período de 77/80, meus
professores no curso de Administração de
Empresas (UFPI). Nela também moravam
Ressonância Magnética 1.5
Radiologia Digital
PIONERISMO EM Ultra-sonografia 4D
Doppler Colorido
IMAGENS DIGITAIS
Exames Constratados
Mamografia Digital
Estereotaxia
Biópsias
Arteriografias
Desintometria
Ecocardiograma
Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 3
Praça Santo Antônio, 615 - Fone: 3321-3321
Av. Chagas Rodrigues, 903 - Fone: 3322-3336
Porto das Barcas, Loja 29
Av. Senador Joaquim Pires, 598
Fone: 3367-1299 (Luiz Correia - PI)
Av. Antonieta Reis Veloso, 850 (Coqueiro - PI)
numa sala de aula da Universidade Federal
do Piauí. A jovem tinha o sonho de traba-
lhar na televisão e também de escrever um
livro. Impactados pelo ocorrido, vários po-
etas do grupo do Piauí Poético no What-
sApp produziram poemas em homenagem
à Janaina, que iremos publicar nesta e na
próxima edição, ao mesmo tempo em que
oferecemos nossos sentimentos aos fami-
liares e amigos de Janaína. Que Deus os
conforte e que a Justiça seja feita.
o comendador Ozias e o seu filho Vicente
Correia, fora outras ilustres pessoas. Nes-
se logradouro, desfilavam sua beleza, sua
graça, sua elegância e simpatia as moças
em flor de então. Flanavam e conversavam,
e depois iam degustar um delicioso sorve-
te da afamada sorveteria Araújo, até hoje
célebre pelo seu sabor inigualável. No seu
entorno ficavam o Centro Cívico, onde os
políticos e outros “patriotas”
iam deitar falação, nas gran-
des efemérides e nos comícios
eleitorais, e os belíssimos pré-
dios do Colégio N. S. das Gra-
ças e a igreja de Santo Antônio,
prodigioso orador, taumaturgo
da ubiquidade, na qual celebra-
va missa o monsenhor Antônio
Sampaio, o maior orador sacro
de Parnaíba.
Por Elmar Carvalho
@poetaelmarcarvalho
18
ANOS
Eletrocardiograma
Exames Vasculares
Odontologia
Tomografia
 Obras&Autores
UM POETA ENTRE RIOS
A poesia tem dessas coisas A lenda de Alice
D e uma vez por outra, a gente se depara
com o recebimento de algumas
poesias vindas de todas as partes do
mundo, seja num grupo de WhatsApp de
amigos, parentes ou mesmo do trabalho,
ou presenciarmos em um outdoor exposto
bem no centro das grandes cidade e, de
repente, você para e diz: esta poesia veio
no momento certo, na verdade, na hora
certa, mas aí, você que compõe poesia se
questiona: como saber qual a poesia certa,
para um momento certo? O fato é não
haver uma definição plausível em relação,
que aquela ou qualquer outra poesia
seja, de fato, a que se encaixa em um
momento considerado certo. Assim como
também não há como adivinhar que ela
foi direcionada a uma pessoa específica.
Acreditamos, enquanto poetas, que a
poesia possa preencher lacunas, reavivar
sentimentos e como consequência final,
tornar-nos pessoas capazes de sentir os
mais diversos sentimentos adormecidos
no peito. Acreditamos também que a
poesia tem a função de despertar, melhor
dizendo, desabrochar sentimentos. Você,
enquanto leitor, só precisa deixar que
as palavras pudessem penetrar em sua
mente e, lá, deixá-las, que por conta
própria, se organizem naturalmente.
No entanto, toda esta explicação que
correlaciona à tríade poética: autor x
poesia x leitor é para mencionar um
grande talento que costuma transitar entre
as cidades de Teresina, Estado do Piauí
e Timon, Estado do Maranhão. Trata-
se do poeta Marco Aurélio Siqueira,
que brilhantemente consegue adentrar
na mente do leitor e fazer uma enorme
bagunça poética, com suas mais lindas e
variadas poesias. Claro, que falando de
Pág. 4 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
forma positiva. Sem contar que o mesmo
não se priva de sua capacidade intelectual
em tá promovendo estes momentos
poéticos em algum canto da cidade: ele
está sempre em movimento e, para ser
mais sucinto, o poeta Marco Aurélio
junta as palavras com tanta maestria,
que só nos resta levantarmos e aplaudi-
lo de pé. É, extremamente, prazeroso
ouvir o barulho do toque do celular e vê
que se trata de uma poesia deste grande
escritor, porque ali, você se depara com
a mais profunda essência do que, de fato,
é uma poesia e, isto, sempre nos deixa
refém de uma reflexão profunda feita a
cada verso e cada estrofe lidos. Marco
Aurélio mergulha, demasiadamente,
entre palavras frias, incalculáveis e
intrigantes, mas consegue como ninguém
entrar e deixar algo perturbador, mas tão
leve e doce. É neste momento, que você
se deixa levar totalmente hipnotizado ao
mundo encantado da poesia e posso ser
mais insistente ainda em afirmar: ele
sendo o detentor de uma vasta produção
poética. Marco Aurélio é do tipo de
poeta, que não se encontra em qualquer
canto mórbido ou em qualquer versão,
embora esteja sempre marcando presença
aonde à poesia se faz presente, porque,
certamente, ele entende que a poesia
não é tão somente esse amontoado de
palavras, mas sim, um chamado a qual ele
atende prontamente e fielmente. Eu diria
mais ainda que, a poesia tenha o dom e
a dádiva em ser propagada, por grandes
e talentosos poetas, mas aqui faço um
registro, que Marco Aurélio não escolheu
a poesia, mas sim, o contrário e não é
simplesmente um dom de pegar uma
caneta e um papel e ali vomitar um monte
de palavras, mas de colocar as palavras em
uma ordem, embora todas embaralhadas
e desajustadas, como nunca estiveram e,
ainda assim, fazerem tanto sentido. Eu,
sempre, costumo dizer que, enquanto
poeta: temos a missão de escrever, mas
jamais ter o controle de onde estas poesias
vão chegar, porque, no fundo, cada poeta
quer apenas desabrochar de um jeito
ou outro, levando sempre um pedaço
de si para algum lugar, porque poesia é
semente de amor e nós, poetas, seremos
apenas simples mensageiros de palavras
que ganham asas e voam para bem longe.
Por: Wilson Maudonado
@wilsonmaudonado
Imaginário
Lendas
H oje irei contar uma lenda da qual já
ouvi muito falar e até mesmo cheguei
a ler em meios virtuais. Existem versões
diferentes, porém irei narrar a que mais
chegou a mim.
Teria ocorrido na praia do
Coqueiro, em Luís Correia, onde reza a
lenda que havia uma bela moça, filha de
uma família extremamente importante,
porém um tanto insociável e rebelde.
Até onde fiquei sabendo, num belo
dia, Alice e sua mãe foram para a praia
do Coqueiro banhar nas águas calmas.
Quando estavam voltando, Alice pediu à
sua mãe para dar um último mergulho. A
mãe permitiu. Logo ao mergulhar, nunca
mais voltou.
Sua família ficou aflita e usou de
todas as maneiras possíveis para encontrá-
la. Convocou os pescadores para saírem
nas canoas e barcos a procura da Alice,
mas o corpo jamais foi encontrado, apesar
dos esforços.
A saudade de seus familiares
e amigos só aumentava a cada dia sem
nenhuma notícia sobre a Alice. Boatos
começaram a surgir, de que Alice teria se
transformado em serpente, cujo encanto
só poderia ser quebrado, se uma pessoa
corajosa na sexta-feira santa fosse até
a cruz que a família havia colocado no
seu local de desaparecimento levando
um lençol branco, uma faca virgem e
sangrar uma serpente que estaria enrolada
numa cruz, mas evitando se sujar com
o sangue porque poderia ser vítima do
encantamento. Esse trabalho deveria ser
feito sete anos seguidos. Ninguém até hoje
teve coragem ou ousadia para quebrar o
encanto.
Tudo isso é narrado pelos
pescadores que em noite de lua avistam
Alice andando sobre as águas e escutam
o seu canto de lamento, de tristeza e de
saudade.
Orlando Araujo | @orlando_araujooficial
Foto: Fonte: web

O ano era 1991, resquícios da contracul-
tura “setentista” ainda ecoavam pelos
ares na cidade de Parnaíba e tomou conta da
juventude e asseclas deste período, o lema
ainda permeava: “paz e amor!”.
Joelson (guitarra e vocais), Danilo Car-
valho (guitarra), Mauro Júnior “Voivod”
(bateria), Júnior “Fariseu” (baixo) e Paulo
Death (vocais) criaram o grupo de maior ex-
pressividade, a banda Artéria. Com nítidas
influências e referências aos seus antecesso-
res (grupo Cachoeira, Zardoz, Apaches, Con-
dutores de Cadáveres, Inferno no Céu, esta
em especial), trazia na bagagem e na cabeça
“uma velha mensagem” em forma de letra e
música.
Os ensaios e local de criação ocorriam
na residência de Danilo Carvalho, situada
na mágica ilha grande de Santa Isabel. Ali a
inspiração fluía como incessantes ondas do
mar, seu pai e mãe (Danilo Carvalho “talvez”
e Dona Ana Luíza, respectivamente) quase
sempre presentes, “curtiam” e incentivavam
nossos anseios artísticos. Éramos jovens e
destemidos... só os jovens ousam?
Cada membro trouxe consigo suas refe-
rências e influências pessoais para compor e
definir a “estética” da banda Artéria, não cabe
aqui pormenorizar. Evidentemente, Joelson
(guitarra e vocal), por intermédio de sua ami-
zade com os membros da lendária banda In-
ferno no Céu (isso antes de iniciar as ativida-
des com a banda Artéria), bebeu dessa fonte
para alimentar-nos das harmonias, melodias,
ideologia e teor lírico por eles praticado.
Poesia marginal e letras com ideais paci-
fistas faziam parte de sua proposta, onde can-
BANDA ARTÉRIA
ções emblemáticas como: cartões postais” e
“olhos de um soldado”(de autoria da banda
Inferno no Céu) se tornaram verdadeiras tri-
uma futura e importante participação numa
coletânea local (Porto das Barcas-coletâ-
nea de intérpretes e compositores Parnaíba-
lhas sonoras de fãs e simpatizantes. nos/1994, com participação de vários outros
artistas como: Felício, Gonzaga, Frank e
O show de estreia ocorreu na Concha
Banda Perfil, pra citar alguns), a banda in-
Acústica, em junho de 1991, um espaço que
terpretou e gravou a música “velha mensa-
foi “palco” para inúmeros eventos, inclusive
gem “(Inferno no Céu) sendo a única banda
para artistas de outros estados, isto em anos
de rock a participar, uma vez que as bandas
posteriores. O público, em sua maioria com-
que praticavam este gênero eram descredibi-
posta por jovens, deleitava-se ao som da “Ar-
lizadas. Para alegria dos membros da banda
téria” que evolava seus acordes de paz em
Inferno no Céu, a banda Artéria imortalizou
memorável “concerto”.
uma de suas maiores canções, já que os mes-
Tocaram em inúmeros eventos particu- mos não dispuseram de tal recurso para fazê-
lares, evidenciando sua popularidade entre -lo em seu período de existência.
amigos e admiradores. Certamente um dos
Essa coletânea trouxe reconhecimento
shows mais importantes de sua carreira, ocor-
para os artistas locais, que perpetuaram seus
reu na cidade de Luís Correia em 18 de julho
respectivos registros musicais. As gravações
de 1991 num trio elétrico (na época, tocar
ocorreram na capital Teresina no lendário es-
em trios elétricos era privilégio pra poucos,
túdio Scandinavium de propriedade do sueco
principalmente para bandas de rock. Era fre-
Per Arne Johansson. O estúdio era referência
quente eventos com este tipo de “estrutura”
em seu tempo no quesito gravação bem como
sonora) evento realizado pela empresa Reali-
produção musical. O secretário de cultura do
za através da Piemtur (Ecretaria de Turismo
município (Parnaíba) na época, Danilo Melo,
do Estado Do Piauí), neste evento, Paulo De-
que tanto fez pela música, atendeu aos an-
ath havia viajado para São Luís/MA, Joelson
seios da galera do rock, e um representante
assumiu o posto de vocalista.
do gênero, a banda Artéria, bradou acordes
Ainda no mesmo ano, outro grande feito e versos de paz fazendo seu “gol de placa!”.
e inédito pra época, a banda grava seu pri-
Outro importante evento que participa-
meiro registro sonoro (demo-tape) numa Fm
ram, foi a segunda edição do “Butiquins &
local, na antiga “Litoral Fm”, uma das mais
blues” (produzido e idealizado pelo agitador
importantes de Parnaíba e regiões circunvi-
cultural Zé de Maria, um dos maiores repre-
zinhas. A maioria das músicas ali gravadas,
sentantes da arte e cultura de Parnaíba), em
eram de autoria da banda “Inferno no Céu”
15 de junho de 1991 na AABB. Evento este
(pioneiros do rock em Parnaíba, estiveram no
que se tornou um “clássico”, considerando
ápice em meados dos anos 80, considerada
o fato que várias outras edições do mesmo
uma das mais importantes).
aconteceram, até os dias atuais.
Este registro serviu como “base” para
Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 5
 Tão importante quanto este, foi o lendá-
rio “Curvão Rock Festival” na residência do
Andrê (surfista e bancário), na época situava-
-se em frente ao Shopping Tarcila Broder no
centro da cidade. Em 06 de setembro de 1991,
Parnaíba nunca viu algo igual, um show onde
as bandas se apresentaram em cima de uma
laje (a residência estava em obras) levando
ao delírio os presentes. As bandas na oca-
sião foram: Rabiscos Urbanos; Phb; Artéria;
Profecia; Hell Hate; Fator Mortis (projeto de
curta duração de Paulo Death, que em pouco
tempo se transformaria em “Deliurium Tre-
mens”, outra banda da mesma época também
importante para o cenário).
Apesar de sua breve atividade, a banda
deixou seu legado juntamente com outras
que “mergulharam” nessa odisseia cultural
parnaibana, influenciados por movimentos
que aconteciam e acontecem pelo mundo,
pois o rock vive eternamente naqueles que o
amam, longa vida à ele e vós!
Seus integrantes seguiram caminhos dis-
tintos, mas a memória de vossa juventude
artística, essa jamais deve ser apagada. Um
sonho vivido, ainda que utópico em seus ide-
ais, porém íntegro e visceral. Aqui aproveito
para deixar meus mais sinceros sentimentos
de respeito e apreço, à todos que percorreram
essa trilha cultural, especialmente aos que de-
ram continuidade, me incluo.
Este que vos escreve, foi um dos mem-
bros fundadores da banda Artéria e integrou e
liderou diversas outras bandas locais em anos
posteriores. Aqui fica impresso um misto de
sobrevivência, superação, aprendizado e or-
gulho, pois a arte nos concede um mágico
poder de externalizar criatividade e emoções
diversas, ela salva!
In memoriam: Júnior “Fariseu”(baixista/
banda Artéria), Danilo Carvalho “Talvez”
(pai do Danilo Carvalho/guitarrista) e Sérgio
Barros Braga (proprietário da Sommar sono-
rização), este último, faleceu enquanto essa
matéria era editada, dia 31/01/2023, e Anto-
nio Carlos, radialista que gravou o Artéria na
Litoral FM, que coincidentemente também
faleceu enquanto a revista estava sendo edi-
tada.
Pág. 6 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
Alguns relatos e depoimentos de per-
sonagens e protagonistas da “era” Artéria
ou pesquisadores:
“A década de 90 evidenciou uma pro-
lífera produção artística e musical autoral
na cidade de Parnaíba. A banda Artéria
teve fundamental importância no resgate e
valorização da arte praticada por seus an-
tecessores. Tal feito, se estendeu às futuras
gerações juntamente com a atitude emprega-
da, a ideologia e o mosaico do movimento
“underground” que serviu como duto ontem
e hoje.” (Gustavo Moura/músico e histo-
riador)
“A efervescência cultural no período de
atividade da banda Artéria era notória, jun-
tamente com outras “tribos” (surf e skate) em
ascensão contribuindo para o crescimento e
fortalecimento da cena. Eventos memoráveis
como o Curvão Rock Festival demonstraram
seu vigor. A banda tem sua cadeira reserva-
da na academia cultural de nossa cidade, no ano de 1985, no monumento da águia
indelevelmente!”. (Jesum Messias/ músico que teve grande público. Ainda que distante,
e ator) acompanhei as atividades da banda Artéria
que certamente deu continuidade de forma
“Circulando pelas ruas do centro da ci- louvável à minha geração, gravando uma
dade, encontro inusitadamente Paulo Death
das maiores composições do Inferno no Céu,
e proponho: a música velha mensagem.” (Nilson” Nyx
- ei mermão! vamos montar uma banda? Rotten”/músico e consultor em segurança
da informação e de T.I.)
- cara, falta tudo. Baixo, bateria, ampli-
ficador de guitarra, microfone...(respondeu “A banda Artéria marcou toda uma ge-
Paulo Death) ração, principalmente para os amantes do
rock. Sob a liderança do nosso amigo Jo-
Havia economizado dinheiro durante um elson, conseguiu representar as origens do
ano com intuito de fazer uma viagem longa,
rock local, inclusive com regravações de
a música “falou mais alto” e investi tudo em músicas da banda Inferno no Céu. Então, fa-
equipamentos, assim começamos a banda
lar sobre a banda Artéria, é falar realmente
Artéria.” (Danilo Carvalho/músico e cine- sobre a essência do rock na cidade de Parna-
asta)
íba”. (Gilberto Escórcio/advogado e pro-
“Nasci em Parnaíba, mas deixei a cida- dutor cultural).
de em 1985. Tive o privilégio de vivenciar a
“Claro que faz um bom tempo que tudo
cena e capitanear junto com Paulo Bastos e ocorreu. Naquela época não havia um es-
Netinho Viana a banda “Condutores de Ca-
túdio de gravação, somente na capital. Pra
dáveres”. Na época existiam outras impor- galera do “interior” então era impensável,
tantes bandas entre os anos 80 e 82 como:
sem falar na falta de grana e dificuldades en-
Garotos na Estrada com Jesum Messias e frentadas por músicos e bandas, e sendo uma
Danilo Melo, e Raio de Sol que se transfor-
mou em Inferno no Céu.
Apesar de estilos diferentes, a rebeldia
prevalecia. Destaco o show das Diretas Já,
 teve como intérprete a banda Artéria), uma
ação pioneira que abriu espaço para inú-
meras iniciativas posteriores e produziu um
registro denso da capacidade criativa dos
antigos mestres, juntamente com músicos da
nova geração daquele período.
Nomes como: Inferno no Céu, Rabiscos
Urbanos, Banda Artéria, Grupo Cachoeira,
Tânia Fonteles, Aline Bacelar, Pedro Guitar,
Felício e Banda, renovaram o cenário das
artes musicais na Princesa do Igaraçu, ao
lado de artistas consagrados (Maria Irma,
Pituca, Fernando Holanda, Carlos Alberto
Dias, Terezinha Rocha, Francisco Eliziário

banda de rock, pasmem, ”rock”! A banda in-

ferno no céu com uns moleques cabeludos,
descalços, “vagabundos” no melhor sentido.
Na nossa querida Parnaíba, no nosso
maravilhoso Piauí, no inicio dos anos 80,
existiram outras bandas além das chama-
das bandas “bailes”, havia principalmente
autorais surgindo, e o rock esse estilo es-
pecificamente, surgiram mais deste gênero.
Depois voltei a morar em Brasília e soube
pelos membros da nossa banda (Inferno no
Céu) Jânio, Genésio e Quinzinho, de uma
outra banda que surgiu e gravou uma músi-
ca nossa em uma coletânea num estúdio na
capital Teresina, inclusive essa banda toca-
va em seus shows muitas de nossas músicas
também, o que foi para nós uma grande hon-
ra mesmo! Imagina uma banda tocar nos-
sas próprias composições! Depois soube que
essa banda era formada por: Joelson e Pau-
lo Death guitarrista, e que era uma galera
que apreciava o nosso trabalho e assistiram vidas.” (Heráclito Alencar Sampaio/músi-
alguns de nossos shows quando estávamos co, compositor e ex-membro banda infer- e outros...).
em atividade. O interessante de tudo é que a no no céu). Foi um momento de grande alegria e de
gente achava que, enquanto banda de rock, “A prensagem de duas coletâneas de mú- consolidação dos esforços de muitos artis-
a “Inferno no Céu” tinha um som pesado. sicos parnaibanos pela gestão municipal en- tas num contexto de muita adversidade, e ao
Eis que, peso mesmo, de verdade, estava na tre os anos de 1994 e 1996, representou uma mesmo tempo de muita capacidade empre-
banda Artéria, era esse o nome da banda, aí mudança política e cultural na cidade. Pela endedora do movimento cultural da cidade.”
já era heavy metal, kkkkkk. primeira vez, reunimos grandes musicistas, (Danilo Melo/ex-secretário de cultura)
Enfim, são histórias que, talvez interes- intérpretes consagrados e jovens talentos de Por: Paulo Death | @konrorz
sem às outras bandas piauienses atuais, ou todas as vertentes da música. Tivemos des-
não. O fato é que, vivenciamos uma época de o “hino da Parnaíba” até o rock “velha
muito bacana mesmo, marcante em nossas mensagem” da banda Inferno no Céu (que

Associação
Comercial
de Parnaíba
1917 - 2022

105 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS

Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 7

JANAÍNA, PRESENTE! À estrela Janaína
As consequências do querer No mistério das dobras que o destino dá
Moram no coração da gente A menina que dormia feliz
Despertam a dor e a coragem Embalada no sonho de um dia poder voar
Da bela vontade de viver, Teve suas asas quebradas.
A fertilidade poética
Que expressa a vontade do amanhã Em tristes cenas de horror
Parece embutida no limite do sonho Seu corpo foi maculado
Como um novo florescer. E sua voz se calou.

JANAÍNA, presente! Foi arrancada da vida

Sem piedade e sem pudor
Mas, além de tudo, uma mulher Seus gemidos abafados foram silenciados
E nascida de uma outra mulher Pela agonia da dor.
Veio enfrentar a forca do mundo
No estudo do tempo que se quer, A menina que em vida
O quê se conta aos sete cantos Lutou pra mudar a sorte Você foi poesia
Que se informa à sociedade Lutou também pra escapar da morte
Os escritos de jornalista Que o destino lhe reservou. Sabemos que pra lutar há dificuldade.
As rimas e poesia que fizer. Por respeito, espaço e dignidade.
Porém a luta foi vencida Temos nas “mãos” o poder da mudança.
JANAÍNA, presente! No covarde embate da força Unidos e confiando na esperança.
Da violência que acorda na madrugada Menina, a literatura fez parte da sua vida.
São as estradas que você venceu E sai caçando sua vítima . Contribuiu com a leitura e também com a escrita.
Obstáculos e mais estudos Ato de bravura é a marca de nossa história.
Quando as portas se entreabriram A menina que sonhava ser jornalista Estará guardada com amor e carinho
Quando aquele lugar, ali, é seu! Teve seu sonho roubado em nossa memória.
O futuro parece certo Porém a sua história A poesia fez parte de você.
O amanhã que já se desperta Ultrapassará a memória E nos corações poéticos
Aquele sonho se vendo real Das páginas policiais. vai sempre permanecer.
Foi de tudo o quê você cresceu.
Enquanto houver justiça Etasmda Maria | @falandoprocoracao
JANAÍNA, presente! Haverá esperança de 30.01.2023
Que o sonho não foi em vão.
Uma bela jornalista e poeta Òsúpà (Mãe lua)
Nos cálculos deste destino Lu Campos
Sem o diploma, sem o livro @lulcampos Ela, que tinha urgência em suas palavras
De tudo do quê era uma meta Guardava uma poesia negra em seu peito
Estudos, amigos e festas
No círculo da alegria, da vida
Legado Um grito!
Que era a conquista de estar ali Como uma caixinha de memórias
Tudo que ficou
Naquela, ousada, linha reta. Recordações, em pedaços
e que te lembra.
Tudo o que fez Traços miúdos e que atravessam
JANAÍNA, presente! qualquer peito sensível
e que marcou.
Versos ao vento, Como a fluidez de um rio
Sua família não predestina
canto de menina, Òsùpá a mãe que cobre com seu véu iluminando
Ela arriscou na grande aposta
Doces melodias, a escuridão da noite
Que marcou autênticas respostas
Pela manhã a tua voz, num bom dia!
Até aquele dia que incrimina, Ela, que pode atravessar o tempo
Mãe e pai a bênção, coisa mais certa.
Quando ele acabou com a alegria As canções
O que não morre
E destruiu aquele sonho de vida... As saudades
nunca está escrito
A jornalista não retornou As ancestralidades
e registrado agora.
A poeta acordou Teresina. Ela que tem vida eterna
Poetisa sonhadora que encantou o
mundo e que a vida foi usurpada Que nunca se acaba
JANAÍNA, presente! Pois está na forma mais bonita que há...
no seu auge, surge como estrela no céu.
Luciana Azevedo | @lutt2023 Em forma de poesia!
Paulo Marques, 30/01/2023
30/01/23 Maria Carol | @m a r i a c a r o l
@marquesbarbosapaulorogerio
30/01/2023
Pág. 8 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
Soneto a uma alma feminina
A dor que jaz na alma Janaína doce
Não pode ser motivo de silêncio ou choro
Por que a tua voz vibrante e calma Tua carne ferida não apaga a luz do teu espírito
Ecoa nas alma em coro Teu espírito tão bonito
O algoz de tua dignidade Que hoje voa pelo céu:
Matou o corpo por pura lascívia Arco íris rítmico a iluminar os dias de quem
Mas ele não sabe a verdade te conheceu nesta vida.
Que a alma da mulher é fonte de eternia
Que brusca ruptura em meu coração sinto com tua
Viverás em nós eternamente
Oh alma feminina partida.
Marcando os nossos versos incessantemente A revolta reveste meu espírito zangado pela maldade
E mesmo que calem nossas vozes e penas não domada,
E que a violência grite novamente pela voz calada
Será teu sangue, tua alma nossa pela dor do teu corpo machucado,
mais nobre mecenas e eu não poder fazer nada.
Pra te
Leonardo Silva
Se
@ prof_leonardosilva
gu
r
Resistência
a
Invadiram seus sonhos, r.
Tão esforçadamente encaminhados,
Pela força, dedicação e entusiasmo. Agora eu te seguro com meu coração.
Desrespeitaram tua voz e tua paz, E tu me incendeia com a pureza de teu ser,
Mas tua luz continuará em ascensão daí de cima.
Aqui, com grito ou silêncio, estaremos em protesto
Para que a vida de uma mulher seja dignamente respeitada, Oh Janaina,
Na escolas e universidades, dentro de casa ou em passeio público. teu véu agora reveste o céu,
Estamos evoluindo rápido em tecnologia, mas às vezes parecemos o céu que chora a tua partida,
Regredir em valores morais, as virtudes e os bons princípios têm com o amor de todos que tu encantou,
Ficado de lado, à margem da lei moral.
minha pequenina e doce Janaína.
A informação fica, mas tem notoriedade temporária,
Valores e virtudes permanecem... sim, temos falhado! A maldade que te fizeram pinta meu coração em
Falhado em tantas instituições que nem sabemos a quem apontar nuvem cinza.
Como base, o sistema tem feito bagunça ao invés de organizar. E meu choro, virou chuva.
Mas seu brilho dará luz a causas nobres, porque teu sorriso é de esperança
Menina Jana, a tua coragem continuará entre nós, impulsionando Hoje o céu chora por ti.
Enquanto existir medo e dor, resistiremos. Foi tão alegre cada dia que tu tivestes aqui,
Oh doce Janaína.
Fernanda Amorim Menina que encanta e brilha
@fernandamaria9300
Agora tua luz irradia. És estrela que brilha noite
Brilha dia.
Frenesi da sobrevivência
Pintando arco íris
sendo latina, é latente nos protegendo com teu véu.
o frenesi da sobrevivência A tua bondade inspira ternura
nos momentos que cansa ser resistência. A tua pureza deixa claro onde há maldade
despede-se dos espaços em entrelinhas Porque em ti só tem verdade.
e acha seu lugar no não-lugar Agora de observo daqui de baixo
onde (não) está sozinha. Mas o meu coração voa alto
cria versos onde o ancestral é implícito E sempre queimará por ti.
sem deixar que o abrigo da poesia Oh minha eterna Janaína.
dilacere seu espírito.
Maria Julia Bandeira Portela
@portelamaju
Por Pablo Alencar
@meiacoruja
(29/01/2023)
Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 9
 Cinema

A Maior premiação do cinema está se aproximando, o Oscar 2023, que ocorrerá no

domingo 12 de março, e na categoria de melhor filme temos os concorrentes, Avatar:
O Caminho da Água, Nada de Novo no Front, Os Banshees de Inisherin, Elvis, Tudo em
Todo Lugar aos Mesmo Tempo, Os Fabelmans, Tár, Top Gun: Maverick, Triângulo da
Tristeza e Entre Mulheres. Na próxima edição nos encontramos aqui para a critica do
filme vencedor da categoria melhor filme, que a gosto pessoal, meu favorito para levar
a estatueta de dourada, é Tudo em todo Lugar ao mesmo Tempo, que independente se
ganhar ou não, terá uma análise completa. Por Josué Calixto | @josuethecalixto

Música

Negative Green - Blue Elis Regina -

Tree Lunatic Hotel
Assisti algumas apresentações ao
vivo do Negative Green (Lem-
bro de apresentações na Trilhus*
e no Torquália**). Na época já
me chamava atenção aquelas
composições cheias de experi-
mentalismos e o vocal de Jin Lopes. (Que por sinal excelente
cantor e foi o cantor nos dois primeiros discos). Possui como
referência bandas como Blur, Radiohead, Oasis. O Negative
Green, por ter surgido de maneira colaborativa, revelou mú-
sicos e compositores que seguem produzindo no cenário au-
toral parnaibano (como exemplo podemos citar Savina, Levi
Nunes, Dom Henrique, Tahiana). O álbum apresenta exce-
lentes composições como “Radio”, “Solders”, “Sailors”.
“Mayhem”, “Silver Plates”, “Rising Sun” possuem excelentes
solos de guitarras. A canção “When the Dark Begins” é a mi-
nha predileta desse álbum. Álbum que recomendo com certeza.
*Boate de Parnaíba que funcionava próximo a praça Mandu Ladino.
** Bar de Parnaíba que funcionava no Porto das Barcas.
Pág. 10 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
“O Álbum da Cadeira”
Perfeição. Essa seria a defi-
nição desse álbum em uma
palavra. Com arranjos de Cé-
sar Camargo Mariano, Di-
reção de Roberto Menescal
e músicas de vários com-
positores excelentes, “o disco da cadeira” como é conhe-
cido é um dos melhores álbuns produzidos no Brasil.
Lançado em 1972 com músicas de João Bosco, Mil-
ton Nascimento, Belchior, Zé Rodrix, Ivan Lins e ou-
tros que compõem esse time de compositores faz pare-
cer uma seleção de grandes sucessos. Elis abrilhanta es-
sas composições com sua excelente interpretação e voz.
A minha música predileta desse álbum é a “Olhos Aberto’’
de Zé Rodrix e Gutemberg Guarabyra. Mas todas as mú-
sicas poderiam ser minha predileta. Todas são excelentes.
Recomendadíssimo aos amantes da MPB.
 Quadrinhos/Arte
Memória HQ
ele não ficou com nenhuma das quatro:
permaneceu humano e morreu solteiro
após um atentado numa vila comandada
por ele (à la Antonio Conselheiro). O
estranho dessa futurização é que depois
de novecentos anos as pessoas ainda usam
notebooks, cabine de telefone público,
elevador acionado por botão, prédios
convencionais, e os tais extropianos
(que são mentes humanas encapsuladas
em supercomputadores) não conseguem
prever os atentados feitos por humanos
com armas antigas, os extropianos - por
incrível que pareça - não possuem um
sistema de monitoramento,pra mim
isso é inverossímel, completamente
inverossímel. O lapso de tempo não
narrado deixa muitas perguntas e só

Pcyberpajé
ublicação da Univ. Fed. de Goiás. Arte responde uma - a separação de Antonio
do fera Mozart Couto e roteiro do Euclides via traição da mulher. Não
Edgar Franco. A trama se passa aparecem animais de verdade na HQ -
no séc. XXX (daqui a uns novecentos apesar de Edgar Franco mencioná-los na
anos no futuro). O mundo tá povoado intro. Quando “rabisca-esboça” Mozart
por basicamente três classes dominantes é bem melhor do que quando finaliza. A
paixão pela Grécia antiga fica patente nos
R evista Flash 123 me veio à lucidez (com representatividade em conselhos):
quando no meu seriado favorito, humanos, tecnogenéticos (seres mistos hibridismos e na opção por cidades-estado.
The Big Bang Theory, o protagonista de humanos+animais+vegetais), e, Existem referências aos hindus (algumas
Sheldon perde sua raríssima revista extropianos (mente humana uploadeada pra artes imitando deuses) e algo que lembra
uma máquina); cada classe é subdividida 1984 ( aquele olhão no templo tecno). Boa
Flash 123 para seu amigo Howard
em liberais, radicais e moderados. O mas deixa buracos - serão contemplados
em uma aposta sobre a espécie de um
artista (como se diz em piauiês) é numa “futura” continuação, serão enxertos
grilo. Fiquei curioso, pois já sabia que à la Star Wars? Não contempla a possível
Antonio Euclides, um cara dividido entre
se tratava de um marco na DC que existência de OVNIs nem vida estranha
entre duas garotas (uma humana e outra
mudaria para sempre o universo dos tecno) e entre duas filosofias (a tecno e a em outros planetas.
heróis da franquia. Com um rápido extropia). O cara é humano. Por ironia
balançar de uma corda, Flash, acaba Por Francisco Dourado | @praianoturna
indo parar em um mundo paralelo e
em 1959, pela primeira vez, uma HQ
falava do hoje badalado multiverso.
O que parece uma alegoria de ficção
atual, foi bolada há muito tempo e
explorada por praticamente todos os
roteiristas da DC. É incrível essa seção
científica e como nos aproximamos
de atingi-la na vida real. Eu acredito
fielmente na existência de mundos
multidimensionais.
Rodrigo C. Ciarlini
@rodrigociarliniescritor

Waldenes Nascimento | @nasc.hq @waldenesnascimento

Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 11
 Cultura&Arte
O amor dos spotters de Parnaíba pela aviação
C om câmeras na mão sempre de olhos
direcionado para o céu, estou falando
dos Spotters (observadores de aviões) ,
verdadeiros amantes de fotografar, filmar
e pegar os melhores ângulos de aeronaves
para registros, seja em solo ou em voou.
Em Parnaíba, o grupo SBPB
SPOTTERS, diariamente estão atentos
no Aeroporto Internacional Dr: João
Silva Filho, registrando as melhores
imagens captadas por câmeras, celulares
e equipamentos modernos, fotografando
aeronaves, dentre elas, Azul Linhas Aéreas
, Voepass, Azul conecta fazendo rota das
emoções, ligando Fortaleza, Jericoacoara,
Parnaíba, Barreirinhas e São Luiz
explorando toda beleza, com paisagens
exuberantes e parada nos três estados em
Jericoacoara no litoral Cearense, Delta do
Parnaíba no Piauí e Lençóis Maranhense,
além de outros aviões como: Seneca,
Embraer EMB-711 Corisco, King Air C
90, Phenom 100, dentre outros.
Uma prática Internacional dos
Spotters desde a segunda Guerra Mundial,
é que monitoravam os espaços aéreos com
binóculos para saber se eram modelos
amigos ou inimigos, sendo uma parte
importante da defesa aérea, hoje é um
hobby que se torna paixão. O plane
spotting (observar aviões) , quase todo o
mundo tem essa pratica, sempre buscando
Na foto Spotters de Parnaiba na cabeceira da pista UNO ZERO
do Aeroporto Dr. João Silva Filho.
Azul conecta- rota das emoções
Pág. 12 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
uma boa qualidade de imagem ou um
melhor posicionamento da câmera, não
importando se é um avião comum,
filmamos todos os tipos e modelos de
aviões, porque adoramos pegar todas as
imagens de diferentes aeronaves.
O grupo SBPB SPOTTERS surgiu no
mês de Dezembro de 2022,para mostrar
para as pessoas a aviação de Parnaíba, e
a dedicação semanalmente, hoje temos
uma turma dedicada e compromissada
de Spotters que são: Vitor, Jean, Aurima,
Anderson, Eduardo, Brandão, Igor
Gabriel, Mauricio e Drica Martins a
primeira mulher spotter de Parnaíba.
A paixão pelas aeronaves, e por toda
conjuntura, desde a logística, fabricação,
segurança, engenharia e toda ciência
envolvida para dar sustentabilidade de
voou a um gigante nos ares, tudo isso
são pontos citados por spotters. Também
a importantíssima administração do
aeroporto, por conseguir manter de
uma forma segura a malha aérea. Pode
ser dia ou noite, com sol ou chuva mas
sempre estão lá, para fazer a melhor foto,
buscar melhores resultados de pousos
e decolagens, de tudo que voa, como
por exemplo: jatos executivos, aviões
comerciais, helicópteros e muito mais.
Não medimos esforços para estar mais
próximos da cabeceira da pista uno zero do
Spotters na cabeceira da pista uno zero
Aeroporto Dr. Joao Silva Filho, algumas
dificuldades encontradas no caminho,
mas nada impede o amor em fotografar
aeronaves e estarmos juntos fotografando
as melhores imagens.
Vitor Alves spotter há 4 anos,
já aprendeu muito , bem como tem
conhecimentos avançados sobre aviação,
que logo em breve pretende ser piloto.
Nosso grupo tem sido maravilhoso e tem
ampliado amizades, por pessoas que são
admiradores de aviões assim como nós,
que diariamente aparecem no aeroporto
para conhecer mais de perto como funciona
os pousos e as decolagens, criando um
grande interesse pela aviação.
Hoje em dia temos a facilidade de
conseguir a fonia do aeroporto através
do aplicativo: Live atc.net, a maioria das
cidades já tem essa fonia nos aeroportos,
juntamente com o flightradar24, para saber
horários do pouso e decolagem de cada
aeronaves. Agradecimentos especiais pela
oportunidade de falarmos um pouco desse
tema tão importante que são os Spotters,
uma turma completamente fascinada pela
aviação, agradecimento especial a Revista
Piauí Poético pela oportunidade de
conhecer um pouco a historia dos amantes
da aviação .
Por: Drica Martins
Ararinha da Azul

Lamento
Procurando uma razão para viver,
Carinho, calor, atenção, alento,
Confusa e sem saber o que fazer,
Prossigo, vivendo nesse tormento.
Essa angústia de sempre te querer,
Faz o meu coração ficar sedento
De tanta vontade de estar com você
Para aliviar esse meu momento.
Venha curar toda essa minha dor,
Pois nada nessa vida é por acaso
Porque sei que ainda existe amor
E meu coração está dilacerado
Sem te abraçar e sentir o seu calor...
Onde será que está o meu amado?
Karina Souza
@profakarina.souza
águas calmas
espero o teu olhar
como quem aguarda o sol
a cada amanhecer
tenho pressa pois sou rio
minhas águas te querem mar
mergulho em ti de uma vez
olhos claros
águas calmas
poesia de minh’alma
Thamires Gonçalves
@ thamires_poetess
Poema&Prosa
Estilística do Amor Sobre duas rodas
Quero um amor de COMPARAÇÃO Sobre duas rodas,
Que seja como primavera Vou em busca dos meus sonhos,
Que seja como verão enfrento chuva,
Não desejo um amor de METÁFORA enfrento o sol,
Não preciso de uma excalibur enfrento o luto,
Fincada em coração doente enfrento o sono.
Quero um amor de CATACRESE Sobre duas rodas,
Impregnado no céu de nosso âmago atravesso minha cidade,
Um amor sem EUFEMISMO manhã,tarde e noite,
Onde verdades inválidas percorro a sociedade,
Não signifiquem abismo que se prende em seus medos,
Um amor de METONÍMIA se entregando a ansiedade.
Apaixonados leremos Drummond Sobre duas rodas,
Desejo um amor de SINESTESIA vou vencendo minhas batalhas,
Entre olhares penetrantes confiante no eterno,
No perfume doce da paixão que é um Deus que nunca falha,
Na plenitude de uma HIPÉRBOLE vencendo lutas e provas,
Em que um minuto seja um milênio ganhei troféu ganhei medalhas.
Busco o amor sem IRONIA Sobre duas rodas,
Amar tanto para esquecer rápido às vezes penso em desistir,
É invalido e ludibria de jogar tudo para o alto,
Quero uma PROSOPOPEIA sem PARADOXO sem motivos para sorrir,
Onde o peito que sorri mas refresco a memória,
Não queira chorar relembro minha história,
Busco um amor de ANÁFORA sinto orgulho de mim.
Eterno, eterno, eterno Sobre duas rodas,
Baseado em GRADAÇÃO voumirando a natureza,
Nascer, crescer e frutificar observando cada detalhe,
Amor de dois em um só coração e admirando sua beleza,
é praia, é rio,
(Unzé / José Marcelo) é o pôr do sol e sua nobreza.
Sobre duas rodas,
@celloilha
vou fazendo amizades,
conhecendo muita gente,
cada um em vaidade,
lanço minha poesia,
e mostro o que é ser feliz de verdade.
Sobre duas rodas,
já chorei noites e dias,
algumas vezes soluçava,
outras vezes só gemia,
foi quando descobri que a felicidade,
é bem mais que a vaidade é viver de poesia.
Alexandre Fontenelle
@_alexandre_fontenelle
ELÉTRICOS - HIDRÁULICOS
MATERIAIS DE BASE
AREIA • TIJOLOS • BRITA
PEDRAS • TELHAS
Rua Deputado Ribeiro Magalhães, Nº 702,
Bairro Primavera - Conj. Broder Ville Assistência Técnica
Rua Santa Cecília, 755, Bairro Boa Esperança
(próximo a Prefeitura)
86 9 9552-5465
Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 13
Semana Pedagógica do Sesc discute
novas tecnologias
C om a participação de diretores do Sesc
no Piauí, analistas do Departamento
Nacional do Sesc, diretores e educadores das
escolas do Sesc no estado, foi aberta nesta
terça-feira (31) a XXI Semana Pedagógica.
Mais de 120 professores participam do
evento, que acontece até sexta-feira (03) no
Centro de Convenções do Sesc Praia, em
Luís Correia. A programação conta com
palestras, oficinas, relato de experiências e
estudos de casos, dentre outras atividades.
Com o tema “Educação e Novas
Tecnologias no Ambiente Escolar”, a
Semana Pedagógica do Sesc trouxe ao
Piauí o renomado professor e doutor
em Matemática Carlos Mathias. Ele
veio ministrar a palestra “Experiências
mediadas por tecnologias: exemplos gerais
e discussões na área de matemática”.
Carlos também vai ministrar uma oficina
de formação para os professores do Sesc.
A solenidade foi aberta com a
apresentação do grupo de Dança Popular
do Sesc Caixeiral, formado por alunos
É com um olhar de transformação social que o SESC elabora suas ações com
o objetivo de ampliar as escolhas para a qualidade de vida do comércio e da sua família.
Pág. 14 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023
do Programa de Comprometimento e
Gratuidade (PCG) da unidade. O espetáculo
mostrou um pouco da cultura do Piauí e
encantou os participantes.
Em seguida, a coordenadora de
Educação do Sesc no Piauí, Rosana
Leal, deu as boas-vindas aos professores
e diretores das escolas. A diretora de
Programas Sociais do Sesc, Camila Maia,
disse que a formação dos professores é
uma ação importante para a educação e
ajuda a formar cidadãos melhores e mais
conscientes.
A técnica de Educação do Departamento
Nacional do Sesc, Rosa Helena Nascimento,
afirmou que o Sesc Nacional apoia e
incentiva ações de formação para seus
profissionais. Já a diretora Administrativo,
Financeiro e de Operações do Sesc, Lara
Costa, comentou que a formação dos
professores é importante para melhorar os
serviços educacionais do Sesc.
Durante a solenidade, o diretor regional
do Sesc no Piauí, Francisco Campelo Filho,
destacou que a tecnologia é o presente e
que a educação do Sesc acompanha essas
tendências, citando como exemplo as
aulas de Robótica em Teresina e Parnaíba,
cujos alunos já foram premiados. “A
educação do Sesc também considera pautas
fundamentais, como meio ambiente e
questões sociais e éticas, voltadas para os
valores morais”, enfatizou Campelo.
Sobre a Semana Pedagógica
A Semana Pedagógica é uma formação
de professores do Sesc que oportuniza a
reflexão sobre a prática pedagógica nos
centros educacionais do Sesc. É uma
oportunidade de vivências, análises de
projetos e troca de experiências para
o aperfeiçoamento das habilidades
pedagógicas, proporcionando melhoria no
processo ensino-aprendizagem.
Pelo menos 120 professores dos
Centros Educacionais do Sesc em Teresina,
Parnaíba, Floriano, Picos, Guaribas, Acauã,
Piripiri, São João do Piauí e São Raimundo
Nonato participam do evento.
QUEM
fez esta edição... Claucio Ciarlini Fabio Bezerra
Editor Diagramador e arte finalista
Contato: CLAUCIO CIARLINI (86) 99833-8740 @clauciociarlini @fabiodiagramacao
FÁBIO BEZERRA (86) 99514-0902
Contato para apoio cultural:
Rosângela Carvalho (86) 99944-1328 Colaboradores
Dr. Antonio Roberto Lavor da Costa
Oftalmologista CRM 4486

Thamires Gonçalves
@ thamires_poetess
Maria Carol.
@m a r i a c a r o l
Luciana Azevedo Lu Campos Especialista em Retina pela UNICAMP (São Paulo)
@lutt2023 @lulcampos
Consultas e exames especializados
Cirurgia de cataraca e deslocamento de retina
Locais de atendimento: Clínica de Olhos Assis Costa
(3321-2646) e Clínica São Lucas (3321-1525)

Josué Calixto Elmar Carvalho Pablo Alencar Waldenes Nascimento

@josuethecalixto @poetaelmarcarvalho @meiacoruja @waldenesnascimento

Leonardo Silva Fernanda Amorim Maria Julia Bandeira Wilson Maudonado

@ prof_leonardosilva @fernandamaria9300 Portela @portelamaju @wilsonmaudonado

Ferragens • Ferramentas
Fogos de Artifício

Rua Dr. Francisco Correia, 743,

esquina c/ rua D. Pedro II
Centro Parnaíba/PI - Fone: (86) 3322-2351

Orlando Araujo Karina Souza Etasmda Maria Alexandre Fontenelle Os textos assinados neste impresso são
@orlando_araujooficial @profakarina.souza @falandoprocoracao @_alexandre_fontenelle
de inteira responsabilidade de seus autores.

Paulo Death Paulo Marques Rodrigo Ciarlini Francisco Dourado José Marcelo Drica Martins
@konrorz @marquesbarbosapaulorogerio @rodrigociarliniescritor @praianoturna @celloilha @drica7953

Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023 | Pág. 15

Pág. 16 | Revista Piauí Poético | ANO I - Nº 04 | Fevereiro de 2023