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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CAMPUS ALEXANDRE ALVES DE OLIVEIRA


LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: PRÁTICA PEDAGÓGICA V
DOCENTE: OTÁVIO ERBERELI JÚNIOR
DISCENTES: ANTONIO MARTINS e KAMILA PEREIRA

No artigo Vitam Impendere Vero: Moral e Verdade Na Pesquisa do Doutor em


Filosofia e História Estêvão Martins ele reflete sobre a pulverização do tempo de reflexão,
que está prejudicado pelo ritmo vertiginoso dos debates públicos e considerada
contraproducente, é contrária ao interesse da clareza e da segurança cognitivas, bem como ao
rigor e à controlabilidade dos resultados.
Assim, discussões sobre ensino de história se mantêm ao longo do anos por diversos
fatores, seja pelos novos temas que avançam para longe do positivismo ou até mesmo a
escolha de debates que resistem a discursos de governos que às vezes dificultam a autonomia
do profissional da educação em sala de aula. Segundo as definições do dicionário, ética é a
parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem,
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da essência das
normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Nesse
sentido, convém observarmos maneiras de ensino na prática que além de debater assuntos de
cunho pedagógico seja também útil ao combate de notícias ou informações falsas que
permeiam o âmbito social e virtual.
A verdade no que diz respeito a vida intelectual é parte fundamental da vida
científica, esse compromisso moral garante ao profissional da educação respaldo sobre
assuntos e temas mais sensíveis. Nos últimos anos muito se tem discutido sobre o perigo de
notícias falsas por consequência de muitos fatores dentre eles o avanço tecnológico que por
conta do tempo de reflexão curto do deslizar dos clicks pautas públicas que necessitavam de
discursos maiores ficaram sob a fala de mídias e sites até mesmo influenciadores que sem
conhecimento de fala sobre assuntos de ensino de história discutem sobre assuntos que pouco
sabem, um dos grandes exemplos segundo o professores Carlos Carvalho e Wenceslau Neto
pode ser visto em campanhas eleitorais, os temas gerais prevalecem por serem conflitos de
interesses abrem o campo de fala e aumentando a adesão popular.
É de importante ressaltar também que a banalização das certezas opiniáticas entram
como verdades facilmente exploradas por razões sentimentais em espaços públicos, servindo
como isca a pessoas carentes de satisfação emocional que validação epistemológica ignoram
o princípio ético do chegar de fontes.
O assunto se desdobra em um campo maior ao pensar sobre fatores de pesquisa,
ensino e aprendizagem. Pensar historicamente não é do interesse apenas dos historiadores,
todos buscam o sentido no tempo passado e por essa narrativa a história não é feita somente
em falas profissionais. O abuso desse ensino por terceiros coloca à prova a narrativa de
educadores, podem ser usadas como filmes que contêm uma história deturpada, ou por
figuras públicas que criem narrativas ao seu benefício próprio.
Nesse sentido, o valor da verdade depende das fontes disponíveis e certezas na
prática pedagógica ao ensinar convém de uma soma de saberes considerados minimamente
seguros frequentemente revisados e um planejamento para a aula que constituem segurança
de fala.
A doutora em história Sônia Meneses em seu artigo Uma história ensinada para
Homer Simpson: negacionismos e os usos abusivos do passado em tempos de pós-verdade
publicado na Revista História Hoje, discute o negacionismo por parte de alguns jornalistas
sobre temas históricos marcantes como, a ditadura de 1964, onde ela mostra jornalistas que
tentam defender seu lado político, defendendo o golpe com argumentos que são precários em
fontes e conclusões, sendo tendenciosos em suas falas. Outra problematização interessante foi
em relação a como a história, o passado, está sendo usado como entretenimento só que de
maneira consumista, sem uma problematização, com pobreza de fontes e algumas vezes
sendo feita de uma forma que defende um interesse ideológico, ou tratando o tema como uma
curiosidade.
Hodiernamente, canais como Brasil Paralelo, possui um público muito amplo que
são interessados em temas e estudos pelas áreas sociais e humanísticas, porém com aquele ar
de ideologia que os convém para combater outra linha de pensamento divergente e também
pelo acesso rápido e fácil desses canais. Só que tratam os temas importantes de maneira
pouco problematizadora, narram mais do que geram um senso crítico, alguns vídeos até
trazem fontes duvidosas.

Em nossas nossas experiências em sala de aula, e com convívio com algumas


crianças e adolescentes percebe-se que eles estão em contato com os meios de digitais, e
nesses meios tem informações históricas que são repassadas por pessoas que não são
profissionais da área ou que são profissionais mas fazem desserviços, causando problemas
para o professor de história pois os alunos não vão ter a consciência de checar as fontes ou de
questioná-las. Portanto, em sala de aula é importante que o docente converse com os meios
digitais que seu aluno tenha tido contato e por meio de diálogo, ele faça algumas e mediações
e promova um debate.

A história e o ensino de história em alguns meios de publicação, tem feito o uso da


historiografia, como um produto a ser consumido, sem causar uma reflexão, apenas levar o
conhecimento polido, de fácil acesso e interpretado por quem o faz de maneira antiética, e
alguns usuários desses meios nem se importa em perguntar a procedências das fontes, em
aprofundar no assunto, saber de outras fontes e problematizações que podem ser feitas em
certos temas. As pessoas estão sendo mais receptoras de conhecimento do que geradoras, elas
não buscam elas querem que cheguem até elas.

É preciso assumirmos que vivemos aqui o desafio sobre o alcance de nossos


discursos na sociedade. Se nossas teses e dissertações estão disponíveis nos
sites das universidades ou em portais que distribuem o acesso a artigos
acadêmicos e outras obras gratuitas, isso tem pouca repercussão comparado
ao conteúdo produzido em outros sites e plataformas. De fato, ao longo das
décadas, nós historiadores não fizemos grandes esforços para nos
conectarmos a um público maior que a audiência de nossas salas de aula ou
leitores especializados .(2019, p.85)

O trecho retirado do texto de Sonia reflete, no ponto em que professores e os


pesquisadores em história fazem fontes mais voltadas para o público acadêmico, mesmo
tendo uma boa divulgação poucas pessoas, não ligadas ao mundo acadêmico, não irão acessar
tal conteúdo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARTINS, E. C. de R. Vitam Impendere Vero: moral e verdade na pesquisa. Revista


História & Perspectivas, [S. l.], v. 27, n. 52, 2015. Disponível em:
https://seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/30957. Acesso em: 12 fev.
2023.

MENESES, Sônia. Uma história ensinada para Homer Simpson: negacionismos e os usos
abusivos do passado em tempos de pós-verdade. Revista História Hoje, v. 8, n. 15, p. 66-
88, 2019. Acessado em 12 fev. 2023.

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