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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ - CAMPUS

BELÉM
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR II
PROFº. RAYME TIAGO RODRIGUES COSTA
27 FEV. 2023
ANDRÉ FREIRE NASCIMENTO
RESENHA “ENSINANDO A TRANSGREDIR: A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA
LIBERDADE”, BELL HOOKS
Ensinando a transgredir, a educação como prática da liberdade é um livro escrito por
Gloria Jean Watkins, mais conhecida pelo seu pseudônimo bell hooks traduzido por
Marcelo Brandão Cipolla e publicado pela editora WMF Martins Fontes, São Paulo em
2013.
A autora, bell hooks, foi uma escritora, professora, teórica feminista, e ativista
antirracista estadunidense, publicou mais de trinta livros, sendo 2 mais populares
"Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade" e "O feminismo é para
todo mundo: políticas arrebatadoras" e numerosos artigos acadêmicos.
A obra discute principalmente sobre táticas de combate ao racismo e machismo no
sistema educacional, que constitui na retenção de preconceitos e a resistência a
medidas progressistas que visam mudar o status quo, a autora disserte sobre o seu
percurso acadêmico e experiências que ela vivenciou, além de apresentar teorias feitas
por outros pensadores acerca do racismo e feminismo.
O livro é dividido em capítulos, contendo uma introdução,14 capítulos e um índice,
totalizando em 286 páginas, a autora disserte o texto em 1ª pessoa.
O livro discute novas metodologias de ensino com base primeiramente nas vivências
que a autora teve como aluna e professora e também nas ideias de outros pensadores
como Paulo Freire que dizia que a educação tradicional era usada como meio de
dominação e que deveria haver modos de combate-la, assim como a importância de
uma revolução cultural trazendo à tona a relevância da diversidade cultural para que
se possa quebrar o status quo da sociedade, para que crises sociais que são
perpetuadas pela cultura de dominação que muitas vezes são baseadas em estatísticas
mentirosas possam ser amenizadas, além da questão do multiculturalismo poder
ensinar a analisar criticamente vários setores da vida no cotidiano e academicamente,
bell hooks também explica em como a teorização poderia ser usado como forma de
dominação, através de obras que embora possam ter ideias e teorias que devem ser
consideradas para um movimento, acabam não sendo entendidas pelo público leitor
por haver linguagem de difícil compreensão ou pelo público pensar que o livro não
tem nenhuma relação com a prática do cotidiano, isso faz com que o conhecimento
seja consumido apenas por uma pequena elite, no entanto ela ainda diz que a teoria
não deve ser ignorada e que a intelectualização de um movimento é importante para a
revolução cultural, criticando os membros do movimento que são aversos a teorização,
e para finalizar levanta a importância do diálogo entre pensamentos divergentes, a
tentativa de compreender os diferentes pontos de vista sobre o mesmo objeto para
que se possa fortalecer os argumentos e a estrutura de um ideal e para o
convencimento do lado oposto.
Por esta obra possuir linguagem menos rebuscada e mais moderna comparado a
outras obras acadêmicas, utilizando pouquíssimas vezes jargões, isso faz com que essa
obra fique bastante acessível para um amplo público por ser bem clara e explicativa,
no entanto as questões discutidas nos capítulos podem ser de difícil compreensão para
crianças por conta de seu conhecimento de mundo e para adultos que nunca se
interessaram sobre assuntos de raça e diversidade cultural, sendo essa obra mais
recomendada para jovens, estudantes ou acadêmicos e qualquer um que tenha um
pouco de conhecimento prévio sobre questões sociais.

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