Breve biografia pessoal e acadêmica do autor: István Mészáros foi um
filósofo marxista húngaro, vindo de uma família modesta, criado pela mãe, começou a trabalhar com 12 anos, ocultando sua verdadeira idade, fingindo ter 16, para poder trabalhar na mesma fábrica que sua mãe, foi logo aí que ele testemunhou a desigualdade, após ter trabalhado algumas semanas ela já ganhava mais que sua mãe que tinha anos de experiência, com certeza isso afetou a sua percepção de mundo. Introdução: o livro foi lançado em 94 e foca principalmente em criticar a educação formal, pois segundo o autor, além de ter se tornado uma mercadoria, ela não ensina para a vida, ela apenas te profissionaliza para te transformar em um proletário a serviço da produção, além de que doutrina os indivíduos para que defendam um sistema que os desfavorece, praticamente fomentando um apartheid social, partindo desse princípio, o autor se baseia em ideias de outros pensadores para criticar os fatores que perpetuam os valores danosos ao âmbito educacional, o autor pensa em meios de reverter o estado que a educação se encontra atualmente. A incorrigível lógica do capital e seu impacto sobre a educação: Nesse capitulo, professor Mészáros foca em fazer duras críticas aos
reformistas como diz a citação dele lá no slide: “Limitar uma mudança
educacional radical às margens corretivas interesseiras do capital significa abandonar de uma só vez, conscientemente ou não, o objetivo de uma transformação social qualitativa”. Ele afirma isso, porque segundo ele, tentar corrigir o capital é uma tarefa impossível, o capitalismo fará somente ajustes menores do sistema (apenas um detalhe defeituoso da ordem social imposta), para que possa assim se garantir o bem-estar da estrutura fundamental da “lógica global” do sistema de produção já imposto. Como por exemplo: o império britânico que pressionou o Brasil para abolir a escravidão, eles não fizeram essa pressão porque eles simpatizavam com as condições dos escravos, afinal eles foram uma das nações que mais saqueou outros povos, o império britânico ansiava a abolição com o propósito de que quando os escravos forem libertos eles iriam se tornar potenciais consumidores de seus produtos. Então no final o capitalismo não faz reformas significativas, somente se altera regras conflitantes entre si, mas não a regra geral, o capital é irreformável devido a sua própria natureza como totalidade reguladora sistêmica, se tornando incorrigível, mesmo que medidas corretivas sejam compatíveis e benéficas elas apenas visam a sua sobrevivência continua por pura necessidade, o capital deve sempre transparecer incontestável. Por isso o autor diz que (ler slide) “É preciso romper com a lógica do capital para se criar uma alternativa educacional significativamente diferente. ” Porque tudo que se originar do capital não irá alterar o mesmo. As soluções não podem ser apenas formais: elas devem ser essenciais: A educação institucionalizada serviu apenas para educar a população para gerar futuro trabalhadores que além de trabalhar, foram ensinados a defender os valores que legitimam o sistema dominante, tendo até falsificar e esconder fato históricos para poder defender o sistema, como por exemplo como os livros de história retrataram a revolução cubana, ignorando os diversos anos de imperialismo que a nação sofreu dos Estados Unidos e a ditadura de Fulgêncio Batista. Nesta seção Mészáros se propoe a contra argumentar algumas falas de John Locke, o pensador liberal iluminista, que creditava o crescimento da pobreza ao “relaxamento da disciplina e a corrupção dos habitos”, (ler slide do Locke) Locke apoiava e até mesmo recomendava o agravamento de punições previstas em leis decretadas por reis como Henrique VIII e Eduardo VI que puniam a vagabundagem, se lembram do velho ditado “a violência não resolve nada”? Bem, neste caso aqui, a violência resolve tudo, a violência era usada como uma ferramenta para subjugar a classe trabalhadora, ele propunha que as pessoas presas por vagabundagem deveriam ser punidas com 3 anos de trabalho forçado, e se for reincidente deve ter suas 2 orelhas cortadas, ele também sugeria que crianças de 4 a 13 anos frequentassem escolas profissionalizantes em igrejas para que tivessem uma compreensão de religião, ou seja, ficassem menos suscetíveis a corrupção dos hábitos. Enquanto Locke apoiava medidas extremas para os mais pobres, ele era funcionário do Estado pago para elaborar suas teorias a fim de serem disseminados às massas, recebendo um salário exorbitante de 1500 libras, mas não hesitou em vangloriar a ideia de trabalhadores receberem um centavo por dia, também foi constatado no livro que Locke morreu como um latifundiário “absenteísta” definição criada por Mészáros para se referir a um dono de terras que não morava nelas. As medidas que Locke, como outros pensadores propunham com relação a como lidar com as pessoas mais pobres era diferente quando se tratavam da classe burguesa, como o autor diz, “no final apenas se tratava das relações de poder” que antigamente eram mais brutais e eu tiveram de ser abandonadas não devido ao racionalismo, mas porque a classe burguesa as julgou como medidas nada lucrativas. (Ler o slide do internalizado), essa frase quer dizer que os indivíduos devem agir de acordo com que as classes dominantes desejam, enquanto o fizessem, o uso de brutalidade e violência desenfreada permaneceriam em segundo plano, no entanto não seria abandonada por completo, já que foram fundamentais para a implementação de valores e para o desenvolvimento do capitalismo, mas só viriam à tona em momentos de crise. Essa “internalização” é fomentada pelas instituições formais de ensino, fazendo com que a sociedade enraíze o conformismo em suas mentes, apenas a mais consciente das ações coletivas seria capaz de romper com a lógica do capital, o que segundo o autor seria um milagre monumental. As soluções para o âmbito educacional “não podem ser formais, elas devem ser essenciais”, elas devem abarcar a totalidade das práticas educacionais da sociedade estabelecida, pois a soluções formais podem ser invertidas, já que a lógica do capital se manteve intacta como referencial educacional, não basta reformar, precisa-se confrontar todo o sistema de internalização, com todas as suas dimensões, visíveis e ocultas, para se romper deve-se substituir as formas onipresentes e profundamente enraizadas de internalização mistificadora por uma alternativa concreta abrangente.