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Saudações.

Então, decidi fazer alguns apontamentos sobre as leituras dos textos que estavam em
atraso. De início, achei que seria vergonhoso expor minha falta de comprometimento com a
disciplina, mas como você já havia mencionado em aula e texto que se disponibiliza a
aceitar considerações sobre o trabalho realizado na unidade 1, me senti na obrigatoriedade
de me dedicar à disciplina, assim como você se dedica.
Começando pelo texto da autora Marília Fonseca, intitulado "Capítulo 4: Planejamento
educacional no Brasil: um campo de disputas entre as políticas de governo e as demandas
da sociedade”, eu entendi e acompanhei o processo de nascimento do planejamento
educacional na perspectiva das políticas de governo com grandes contribuições da
sociedade civil. Inicialmente no texto foi explicado que o primeiro plano educacional só teve
um planejamento com um sentido social e valorativo (pág.84) por conta das manifestações
da sociedade civil, neste caso eu entendi que o planejamento educacional decorre de uma
negociação coletiva entre o governo, grandes influenciadores e principalmente a sociedade
civil. A autora relacionou o processo de criação do planejamento educacional com as
passagens de governo que aconteceram no nosso país, foi mencionado o governo de
Vargas, a influência do Movimento da Escola Nova com os pioneiros que trouxeram grandes
contribuições para a educação com a LDB/61, e a Constituição/46.
Eu posso afirmar que foi graças aos grandes educadores daquela época que hoje, somos
contemplados por uma educação básica. Com a queda de JK, o Ministério da Educação
fixou metas no plano de educação com um método quantitativo e não qualitativo, uma
necessidade que poderia ser a alta demanda que necessitava de uma educação de
qualidade, passou a ter como base as necessidades do mercado de trabalho capetalista.
No texto do autor Eduardo O. C. Chaves do livro “ O liberalismo na política, econômica e
sociedade e suas implicações para a educação”, sinceramente eu não concordo com o
posicionamento dele, mesmo eu, enquanto leitor, não domino totalmente os fundamentos do
liberalismo, acredito que ele de certa forma realizou diversas linhas de pensamento que
fogem do real significado de liberalismo. Começando pelo fato dele considerar “inimigos do
liberalismo” os autores que discordam e disseram sobre o liberalismo, ao meu ver foi uma
negação da divergência de opinião/posicionamento que não coincidem com a dele.
Um ponto que achei interessante, foi ele mencionar que os alunos “são objetos de um
processo não de educação, mas de verdadeira doutrinação”, nesta parte eu senti vontade
de queimar a impressão. Os alunos de graduação são sujeitos críticos, dificilmente alguém
na graduação vai ler esse livro e concordar nesta parte. Acredito que os estudos que
rodeiam tanto as ciências humanas, quanto a educação são estudos com várias teorias,
várias metodologias, vários estudos antropológicos, não é a representação da doutrinação
tradicionalista do passado.
No subtítulo “Um liberalismo ou vários liberalismos?”, o autor fala que não pretende
argumentar que a visão dele seja única e verdadeira, mas como disse antes, ele não valida
as opiniões divergentes, então automaticamente ele torna única a opinião dele baseando
em trabalhos de Adam Smith, Thomas Jefferson, entre outros.
No mesmo subtítulo “O princípio fundamental do liberalismo”, o autor fala primeiramente
que o “liberalismo luta para preservar esse espaço privado do indivíduo, seja contra a sua
invasão por outros indivíduos, seja contra a sua restrição ou eliminação pelo Estado”. (não
vou me atentar as normas ABNT) nessa parte eu entendi que o Estado interfere no espaço
privado do indivíduo, no parágrafo mais a frente ele menciona que “o governo deve se
abster de toda e qualquer tentativa de atuar diretamente na economia”, mas depois ele se
contradiz quando faz atribuições a um governo pelo qual anteriormente ele disse que
deveria ter uma eliminação do Estado. Como o Estado vai fiscalizar a economia, de intervir
no mercado se anteriormente ele propôs a eliminação do Estado?
Em uma parte, o autor fala que não cabe ao Estado "planejar, operar, regular ou fiscalizar”,
e depois ele diz que o Estado só teria direito de intervir quando agredisse as violações dos
direitos individuais ou a “quebra de contrato”. Pensando assim, os direitos individuais não
constam nas prestações de serviços voltados para as políticas públicas? E como
funcionaria um Estado Liberal sem políticas públicas?
Na exemplificação da Ferrari para falar de liberdade, ele pontua que a falta de dinheiro não
o torna um homem liberto, a falta do capital contribui para a não liberdade, no sentido que o
capital precede a liberdade. Ele reduz o amplo e epistemológico sentido da liberdade,
reduzindo-a apenas em bem material. Depois, ele exemplifica uma situação de um
adolescente, no qual o adolescente só é livre quando outrem dispõe autoridade sobre ele ?
Ele só tem liberdade se puder usufruir do próprio capital que produz ? Por fim, o autor fala
“Também é preciso não confundir liberdade com o desejo de fazer aquilo que se é livre para
fazer”, não sei se entendi bem essa parte, mas o que é realmente liberdade para o autor?
Ele diz para o leitor não se confundir, mas acredito eu, que ele já tenha se confundido na
explicação da situação do adolescente.
Tem uma parte, que o autor faz severas agressões no caso das crianças, sobre a não
responsabilidade do Estado em prover subsistências para as crianças, não prestação de
seguros, não prestação de serviços assistencialistas. Ele faz um resumo sobre os direitos
sociais que o liberalismo não reconhece, e fala que a educação escolar não é um direito da
própria pessoa que é um suposto dever de alguém, nisso ele menciona o governo, (pausa),
como ele vai mencionar o governo como provedor desse direito, sendo que, escritas
anteriores ele deixou bem claro a não participação do Estado/Governo.
Sinceramente, não achei a escrita nada acadêmica, jogou todo ódio/frustração em cima da
temática liberalista, pois pela escrita sobre o quanto ele, enquanto cidadão, se sente
revoltado em ter que pagar pelo estudos dos filhos deles, e dos filhos dos outros,
entende-se “outros”, famílias de baixa renda que precisam do subsídio do Estado para se
manter família.
Na leitura do texto “Estado e políticas sociais: elementos para análises”, escrito em 2016
mas descreve bem a situação política atual, pois primeiramente traz uma reflexão coerente
em torno das concepções de Estado e posteriormente, a definição das políticas sociais . Um
ponto que achei interessante foi a tese de reforma de Estado no governo do Collor em três
planos que resumi pelo primeiro sendo o ideário de Estado esgotado, depois o Estado
inibidor e por fim o Estado dos pobres. Parando para analisar essa proposta eu percebi
traços liberais quando a proposta coloca o Estado na condição de objeto manipulável.
Um ponto que vem sempre discutido nas aulas é o quanto os discursos políticos constroem
as relações de poder expressando diretamente os interesses de uma pequena parte
privilegiada da população. Quando eu pensava na problematização da “crise do Estado”,
não me atentava ao ponto que certos interesses de um grupo específico estavam em
desacordo com outras classes. Nas considerações finais, tem um trecho que aborda o
crescimento do conservadorismo de frações da classe empresarial, e especialmente esta
parte comprova o agravamento que chegou a esse conservadorismo, a ponto de um cara se
pendurar na frente de um caminhão. Nada mais.

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