Elementos Título; A pequena liberdade: Inquisição, Holocausto e Ditadura militar no Brasil. Tema; Autoritarismo e Liberdade. Conteúdos históricos; Inquisição (e os judeus), Holocausto e Ditadura militar no Brasil. Expectativas de aprendizagem (articulação entre sentidos de aprendizagem, temporalidades e dimensões axiológicas); É importante que o aluno compreenda como a xenofobia foi um elemento central na motivação e justificativa desses eventos históricos. É fundamental que os alunos compreendam a natureza da violência e opressão que ocorreram durante a inquisição, o Holocausto e as ditaduras militares. Isso inclui discutir os abusos de direitos humanos, perseguições, discriminação sistemática e os efeitos devastadores que tiveram sobre as vítimas. É essencial cultivar a empatia no aluno, ajudando-o a se colocar no lugar das vítimas e a reconhecer a humanidade compartilhada entre todas as pessoas. A aula deve incentivar a valorização da diversidade cultural e a promoção do respeito mútuo, combatendo a xenofobia e suas manifestações. A aula deve ressaltar a importância dos valores democráticos, como a igualdade, a justiça e a liberdade, como contrapontos à xenofobia e à opressão. Os alunos devem ser incentivados a refletir sobre a importância desses valores na construção de sociedades inclusivas e respeitosas. Duração (quantidade de aulas); 3 aulas de dois tempos de 50 minutos. Público-alvo (série e segmento); 3° Ano - Ensino Médio. Objetivo geral; A história, durante muito tempo, negligenciou essas narrativas e a importância da imaginação. No entanto, o movimento de buscar e abraçar essas histórias revela um compromisso político e ético. Acreditamos na história como um entrelaçado de perspectivas que não apenas atravessam diferentes tempos, mas também captam as sensibilidades individuais de maneiras inimagináveis. Hartog (2017) discute como a história frequentemente negligenciou certas histórias ao longo do tempo e destaca a importância de reconhecer e abraçar essas narrativas esquecidas. Objetivos específicos; Não há objetivos específicos. Justificativa (teoricamente informada); A justificativa (teoricamente informada) é que ao fazer a Sequências Didáticas fui atravessa por várias experiências como, por exemplo, uma ida até o cinema, uma conversa com a minha psicóloga isso fez com que eu escolhesse o filme que escolhi, os conteúdos selecionados que foram Inquisição, Holocausto e Ditadura Militar e as minhas propostas de atividades que foram a pesquisa da biografia e a simulação de uma ONU. Existe uma conexão intrínseca entre os recursos educacionais que abarcam experiências práticas e vivenciais e as concepções apresentadas por Larrosa Bondía (2002) em seu artigo "Notas de Experiência". A escolha do filme "A Pequena Sereia" advém de uma ida recentemente no cinema e a tentativa de mobilizar outros olhares para problemas ainda não questionados, como, por exemplo, a Xenofobia, a dimensão axiológica que foi estabelecida para ser trabalhada por mim. A questão de ter usado apenas alguns trechos vêm da questão de que só gostaria de focar em determinadas partes que são pertinentes a discussão. Logo, pensando na ideia de como algumas memórias são cristalizadas e como devemos colocar em evidência. A aula de História desempenha um papel fundamental como um espaço de diálogo entre diferentes períodos temporais, abrangendo passado, presente e futuro. Nesse sentido, é responsabilidade do professor auxiliar os alunos a transcender seu tempo presente e estabelecer conexões com outras temporalidades históricas. Essa abordagem implica em estabelecer relações significativas entre eventos passados e a realidade dos estudantes, demonstrando a relevância do conhecimento histórico para a compreensão do mundo em que vivem. Em consonância com Pereira e Torelly:
Ao iniciar sob o signo da hesitação, devemos, em seguida, chegar a um segundo ponto, a aula, ou, ainda, a sala de aula. Normalmente acreditamos saber do que estamos falando quando empregamos a palavra “aula”. A “aula” é um objeto a tal ponto sobrecarregado de pressupostos implícitos que adquire uma autoevidência presunçosa. É contra esta presunção auto evidente que pretendemos estabelecer nosso segundo ponto. Assim, interessa-nos argumentar que uma aula, despida de sua constelação retrospectiva de possíveis, guarda algo de impassível e impenetrável, algo que remete à instância do acontecimento (TADEU; CORAZZA; ZORDAN, 2004, grifos nossos). O acontecimento, no sentido estoico que aqui nos interessa, não é nem um ser nem uma propriedade do ser, mas “o que é dito ou afirmado do ser” (BRÉHIER, 2012, p. 33). Extra-ser. Portanto, a cada vez, uma aula exprime-se, sua consistência jamais se resume ao propedêutico, menos ainda à reprodução ou realização de um modelo ideal de conteúdo, didática, aluno e professor. Interessa-nos, assim, mais os diferentes meios de expressar uma aula do que os constrangimentos relativos que definem os limites de sua expressão. (PEREIRA e TORELLY, 2023, p. 24).
A questão sobre os alunes buscarem as biografias de pessoas que foram atingidas
por esses julgamentos ao longo da História recupera o movimento de ir até quem foi silenciado. Isso implica em abrir espaço para o diálogo, a escuta e o reconhecimento das narrativas e saberes dos estudantes, promovendo uma história inclusiva e plural. De acordo com Carmen Teresa e Nilton Mullet na Mesa #02 do I Ciclo Virtual de Debates do Profhistória sobre Aprendizagem histórica: relação com o conhecimento, afetos e sensibilidades, os afetos referem-se às emoções, sentimentos e atitudes que os estudantes desenvolvem em relação ao passado histórico. Essas emoções abrangem desde empatia e compaixão pelo sofrimento humano até orgulho e admiração por conquistas históricas. Já as sensibilidades dizem respeito à capacidade de perceber, interpretar e valorizar a diversidade de experiências humanas ao longo do tempo. Ao conectar o conhecimento histórico com afetos e sensibilidades, os estudantes podem adquirir uma compreensão mais profunda e significativa do passado, bem como uma maior consciência de si mesmos e do mundo ao seu redor. Os afetos e as sensibilidades também estão relacionados à forma como os estudantes lidam com as narrativas históricas. Eles são incentivados a questionar as perspectivas dominantes, considerar múltiplas vozes e reconhecer os pontos cegos politicamente da história oficial. Isso requer o desenvolvimento de habilidades críticas e uma consciência das injustiças e desigualdades presentes na narrativa histórica. A questão da formulação da ONU advém da conversa com a minha psicóloga onde refletimos sobre de qual forma eu mais me sentia interessada nas aulas e chegamos ao concesso de que discussões como as realizadas na aula de Metodologia do Ensino de História me despertava interesse e de ver como a aula acontecia, mas não era algo rígido. Ao constatar isso, a minha psicóloga contou uma experiência pessoal dela de época escolar onde acontecia debates em formato de uma ONU e isso me deixou tocada. É nessa perspectiva que a imaginação emerge como uma força transformadora (PEREIRA, 2020), manifestando-se também no contexto de uma sala de aula do ensino fundamental. É pertinente ressaltar que todas as escolhas feitas por mim tinham um princípio e ressaltar a importância do professor para fazer escolhas que mobilizem um estudo em defesa da pluralidade de ser e estar no mundo. Além disso de demonstrar como as experiências vividas pelo docente na sua forma de atuar. Competências gerais da Educação Básica, Competências específicas de Ciências Humanas, Competências específicas de História e Habilidades (BNCC); Competências gerais da Educação Básica 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico- cultural. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Competências específicas de Ciências Humanas 5. Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. 6. Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Competências específicas de História e Habilidades Competência Específica 1 Habilidades (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. (EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço. Competência Específica 2 (EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. Competência Específica 3 e 4 As Competência Específica 3 e 4 não são coerente/adequado com as Competências específicas de História e Habilidades. Competência Específica 5 (EM13CHS501) Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade. (EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e avaliando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos. (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas. Atos (ações de docentes e discentes em cada etapa da Sequência); Na primeira aula, fazer uma contextualização sobre o filme “A pequena Sereia” e explicar a escolha do filme Live-action e não o desenho animado. Após isso, exibir os seguintes trechos e ir fazendo apontamentos que estigassem a participação dos docentes, como os marinheiros cantando uma música pejorativa sobre as sereias e o pai da Ariel proibindo-a de ir à superfície, explicando que os humanos mataram sua mãe, entre outras coisas. Ao fazer seleções das partes isso demostra como a docência é um ato político. E ir fazendo apontamentos que estigassem a participação dos docentes. Na segunda aula, pediria a eles que trouxessem biografias de pessoas que viveram durante o holocausto, a inquisição e a ditadura militar. Ao trazer esse tipo de material, começamos a pensar na questão de como se cria um outro, conceito mobilizado por Edward Said (2007) para falar de Orientalismo, mas como é pertinente pata essa discussão. O cultivo dessa ideia se traduz em biografias marcas por sangue, dor e sofrimento, mostrando como isso é um projeto e como pensar sobre isso não é distante, mas bem próximo do imaginamos. Essa deve ser a ideia pensada e mobilizada para esse recurso. A partir disso, iniciaríamos nossa sessão da ONU, onde teríamos a delegação dos relatos das bruxas, delegação dos judeus, delegação dos judeus, delegação LGBTQIA, delegação dos perseguidos durante a ditadura, delegação que faria a ponte entre o filme e essas outras temáticas abordadas. Ao fazer os estudantes se colocarem nesses papeis, a sensibilidade histórica deve ganhar espaço e a uma história como acontecimento e de afetos se torna visível. Além disso, seria explorado a questão do “e se”. Recursos; Os recursos usados serão um retroprojetor ou Smart TV para exibição dos trechos do filme Live-action “A pequena Sereia”, a assinatura da plataforma do Disney Plus e biografias de pessoas que viveram durante o holocausto, a inquisição e a ditadura militar. Avaliação (com critérios); A Avaliação seria a sessão da ONU sendo a as especificidades e metas estabelecidas podem incluir: 1. Sensibilização e educação: A meta principal seria sensibilizar os representantes dos Estados-membros sobre a importância de combater a xenofobia, destacando os horrores históricos da Inquisição, Holocausto e ditadura militar como exemplos extremos de intolerância e violação dos direitos humanos. A ênfase seria na educação sobre esses eventos, promovendo a conscientização e a compreensão das causas e consequências da xenofobia. 2. Análise e reflexão crítica: A Assembleia buscaria incentivar a análise crítica dos períodos da Inquisição, Holocausto e ditadura militar, explorando as raízes ideológicas e sociopolíticas que levaram à discriminação, perseguição e violência. A meta seria estimular uma reflexão profunda sobre as consequências devastadoras desses eventos e a importância de evitar a repetição de atrocidades semelhantes. 3. Preservação da memória: Uma meta seria promover a preservação da memória histórica desses eventos, por meio de iniciativas de memória coletiva, museus, monumentos e arquivos. A ênfase seria na importância de aprender com o passado e garantir que as gerações futuras tenham acesso ao conhecimento e às histórias relacionadas à Inquisição, Holocausto e ditadura militar. 4. Promoção da diversidade e inclusão: A Assembleia teria como meta principal promover a diversidade e a inclusão como valores fundamentais para a construção de sociedades justas e harmoniosas. Seriam discutidas estratégias e políticas que visam combater o preconceito, a discriminação e a exclusão, com o objetivo de criar sociedades mais inclusivas e acolhedoras. 5. Cooperação internacional: Uma meta seria promover a cooperação internacional entre os Estados-membros, organizações não governamentais e outras entidades relevantes para combater a xenofobia e promover a tolerância e o respeito mútuo. Seriam discutidas estratégias de cooperação, compartilhamento de boas práticas, intercâmbio de informações e mobilização de recursos para enfrentar efetivamente a xenofobia e suas causas. Essas metas específicas seriam estabelecidas para orientar os debates, as discussões e as ações durante a Assembleia da ONU, buscando fortalecer o compromisso dos Estados-membros no combate à xenofobia, na promoção dos direitos humanos e na construção de um mundo mais justo e inclusivo. São os critérios de Avaliação: 1. Coerência e clareza dos discursos: Avaliar a capacidade dos delegados de apresentar seus argumentos de forma coesa, lógica e compreensível. 2. Conhecimento e compreensão do tema em discussão: Verificar o domínio dos delegados sobre o assunto em debate, incluindo dados, fatos relevantes e contextos históricos. 3. Habilidade de negociação e diplomacia: Avaliar a capacidade dos delegados de buscar soluções em conjunto, estabelecer diálogos construtivos e encontrar consensos com base nos interesses comuns. 4. Respeito às regras e procedimentos: Observar se os delegados seguem as normas e protocolos estabelecidos para a Assembleia, como os tempos de fala, a ordem do dia e as regras de conduta. 5. Capacidade de trabalho em equipe: Avaliar a habilidade dos delegados de colaborar com outros representantes, buscar alianças, formar coalizões e construir consensos em prol de soluções viáveis. 6. Argumentação e persuasão: Verificar a capacidade dos delegados de apresentar argumentos sólidos e convincentes, respaldados por evidências, para persuadir os demais representantes de seus pontos de vista. 7. Participação ativa e contribuição construtiva: Observar o engajamento dos delegados durante as discussões, levando em consideração a contribuição de ideias, sugestões e propostas concretas para abordar os desafios em pauta. 8. Respeito à diversidade e promoção da inclusão: Observar se os delegados promovem o respeito à diversidade cultural, étnica e religiosa, e se suas propostas buscam a inclusão e a não discriminação. 9. Capacidade de sensibilização e conscientização: Verificar se os delegados são capazes de sensibilizar os demais representantes sobre a gravidade da xenofobia e de propor medidas eficazes para combater esse problema, incluindo campanhas de conscientização e educação. Referências; BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. BEVIR, Mark. Porque a distância histórica não é um problema. História da Historiografia, Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto, n. 18, p. 11-28, ago. 2015. BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n. 19, jan./abr., 2002. GABRIEL, Carmen Teresa; PEREIRA, Nilton Mullet. Aprendizagem histórica: relação com o conhecimento, afetos e sensibilidades. Mesa #02 do I Ciclo Virtual de Debates do Profhistória, realizada no dia 19 de Maio de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=phKk_2YvjjM&t=93s HARTOG, François. Crer em História. Autêntica, Belo Horizonte, 2017. PEREIRA, Nilton Mullet. O que pode a imaginação na aprendizagem histórica? CLIO (RECIFE), v. 38, p. 48, 2020 PEREIRA, Nilton Mullet; TORELLY, Gabriel. Uma aula de história não narcísica. Rev. Espaço do Currículo (online), João Pessoa, v.13, n. Especial, p. 753-767, dez. 2020. SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Anexos. Não há Anexos.
A Implantação de Empresas Multinacionais em Moçambique: Uma Reflexão Sobre o Contributo Da Responsabilidade Social Corporativa Da Mozal No Desenvolvimento Económico