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Roselândia

o resgate de uma tradição cotiana

Dois irmãos, Kurt e Hans Boettcher, provenientes da cidade de Erfurt,


Alemanha chegaram ao Brasil em 1928. A cidade de Erfurt é
conhecida na Alemanha como "a cidade das flores". Inicialmente Kurt
e Hans trabalharam na Dierberger, com a possibilidade de voltar para
a Alemanha e tocar o restaurante da família, se não desse certo a
tentativa de "fazer a vida"no Brasil. Os irmãos logo trataram de
conseguir uma pequena chácara, no bairro paulistano de Jabaquara, e
começaram a plantar dálias, a flor da moda na época.. Era o ano de
1929, e a Floricultura Jabaquara ( a então empresa dos irmãos
Boettcher), além das dálias, também vendia mudas de outras flores,
árvores frutíferas e plantas forrageiras, como capim "kykuio", que
acabara de ser introduzido no Brasil, vindo da África.

De 1933 a 1934, necessitando de mais espaço para o cultivo, os


irmãos se transferiram para Cotia, onde passaram a produzir rosas
(de ciclo de produção mais demorado) e também outras plantas
ornamentais como as dálias, caladiuns, gladíolos, além das árvores
frutíferas. A empresa passou então a chamar-se Floricultura e
Pomicultura Cotia. Nesse meio tempo, o governo resolveu criar
estações experimentais de cultivo de árvores frutíferas, obrigando os
irmãos Boettcher a dar uma guinada na produção: com o aumento da
concorrência nas frutíferas, eles venderam o que tinham dessas
mudas pelo preço que conseguiam, e o que restou foi arrancado para
dar espaço apenas às flores. Nessa época, fizeram a primeira
exposição de dálias de Cotia, e outro baque: só apareceu um
visitante. Afinal, nessa época, Cotia era uma cidade distante de SP,
com acesso difícil, não tinha ônibus, apenas trem, que parava em
Itapevi, na época uma estação de Cotia.

Alguns anos depois, fizeram outra exposição, que aí já foi um


sucesso, com carros congestionando a precária estrada que ligava à
SP. Daí nasceu a idéia de fazer uma festa da Rosa, ainda não oficial,
apenas para amigos, que pegavam uma tesoura de poda, e cortavam
as rosas que podiam e queriam da fazenda. Era o ano de 1946, e a
festa tinha um caráter assim meio de confraternização, com o pessoal
da casa fazendo um churrasco para receber os visitantes. Em 1951,
construíram o prédio que até hoje abriga a loja de plantas da
Roselândia. Em 15 de novembro de 1952 fizeram a primeira Festa das
Rosas de Cotia. A Festa das Rosas só foi oficializada no circuito de
exposições em 1958, quando foi inaugurada pelo Secretário da
Agricultura na época. Nascia assim a maior fazenda produtora de
rosas do Brasil, ponto obrigatório de visitação para os amantes da
Natureza. Com o passar dos anos, e a visitação de milhares de novos
amigos à Festa das Rosas, foi impossível manter o sistema original de
cortar as flores do pé; A Roselândia tornou-se uma grande empresa,
criou e desenvolveu 320 espécies de roseiras nos seus 870 mil
mestros quadrados, dos quais 100 mil metros quadrados eram
abertos à visitação pública em novembro, por ocasião da tradicional
festa.
Artistas e personalidades brasileiras batizaram as variedades de rosas
desenvolvidas em Cotia pelos irmãos Boettcher: Cacilda Becker,
Carmem Miranda, Hebe Camargo, Aldo Bonadei e Maysa, entre
outros. Em 1971, faleceu um dos irmãos, Kurt, diretor comercial da
Roselândia. Hans, diretor técnico continuou tocando a empresa, até
Arno Boettcher, filho de Hans, assumir a empresa que toca até hoje.

À disposição no site: http://www.cotianet.com.br/roselandia/hist.htm

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