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Escola de Sabedoria

Módulo 03
Aula 02

FESTAS ANUAIS DE PEREGRINAÇÃO

As festas anuais ou festas das peregrinações acontecem desde a primavera ate o outono. São 03 festas
conhecidas como Pessach, Shavuot e Sucot.

O PESSACH – A PÁSCOA

O povo de Israel viveu como escravo no Egito durante um período de 430 anos depois da morte de José,
o governador do Egito. O povo hebreu tornou-se forte e poderoso, até mais que o povo egípcio.
Originou-se de 70 pessoas que foram ate o Egito, se multiplicou para três milhões de Hebreus, que
acabaram sofrendo grandes perseguições e humilhações.

Durante este período, o Eterno levantou um homem chamado Moises, para libertar o povo de Israel.

Em Êxodo 12:1-51, vemos algumas instruções que o Eterno deu ao povo de Israel. Por ultimo, a última
punição enviada pelo Eterno para o povo egípcio, sendo à morte de todos os primogênitos.

Moises foi instruído a pedir para que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro sem defeito de 01
ano de idade e com o sangue molhasse os umbrais (mezuzót) das portas, assim, o anjo da Morte não
passaria pelas casas identificadas com o sinal, poupando os primogênitos hebreus.

Como ordenado, à noite, os hebreus comeram a carne do cordeiro grelhada no fogo (o cordeiro deveria
ser colocado inteiro com a cabeça, com os pés e com suas entranhas), acompanhado de pães asmos e
ervas amargas. Esta última refeição na terra do Egito constituiu uma nova ordenança, a celebração do
Pessach.

À meia-noite, conforme anunciado por Moises, um anjo enviado por D-us feriu de morte todos os
primogênitos egípcios, desde os primogênitos dos animais até mesmo os primogênitos da casa do faraó,
que ao ver o próprio filho morrer, resolveu obedecer ao D-us de Moisés, deixando os hebreus saírem do
Egito.

Mas revogou sua palavra e mandou o exército atrás do povo que abandonava o cativeiro. Adonai, por
intermédio de Moises, fez com que as águas do mar Vermelho se fendessem até o leito, para dar
passagem aos hebreus e fechassem sobre o exército do faraó. Assim, o povo judeu pôde seguir seu
caminho para Canaã, a Terra Prometida.

O Pessach, que significa passar por cima ou pular, é a festa que dá o inicio ao calendário judaico,
conforme a Torah ela é comemorada no dia 14 de Nissan, no começo das estações (primavera).
Dentre as instruções dadas pelo Eterno ao povo de Israel, eles nunca deveriam se esquecer que um dia
tinham sido escravos em terra estrangeira e que se alguém perguntasse a eles que festa era esta, eles
teriam que responder contando o seu testemunho (Êxodo 12:26 e 27).

Esta historia nos ensina muito, pois o nosso maior testemunho é saber que um dia o Eterno também nos
libertou daquilo que éramos, pois vivíamos uma vida de escravidão no Egito (mundo) e seus prazeres,
estando destinados à ira de D-us (Efésios 2:3).

Esta libertação espiritual vem através da confiança (fé), não por algo de bom que tenhamos feito, por
ser isso também um dom de D-us, mas foi através do nosso precioso redentor Yeshua, o Messias, que
era representado ali como cordeiro sem defeito que foi imolado, e através de seu sangue, recebemos
vida e a remissão de nossos pecados (João 1:29) e a morte não chegou às nossas casas.

O comermos da carne do cordeiro, significa ter Yeshua dentro de nós, habitando em nós. Mas para que
tudo isso aconteça, precisamos sair do Egito eliminar todo o pecado do nosso coração.

O pão sem fermento representa o orgulho, a justiça própria, para entendermos que só poderemos ser
libertos e salvos através da fé, não por obras humanas ou qualquer outro esforço. Tirar o fermento
significa estarmos em um estado de total dependência de D-us, acreditar que Ele fez tudo por nós, que a
sua obra é perfeita e inalterável, bastando ter fé seguida por obras purificadas pelo sangue.
Comemoraremos com o pão sem fermento da sinceridade e da verdade (1 Coríntios 5:7-8), se assim
procedermos.

O cálice, representando o derramar de sangue, que simboliza a nova aliança feita com a humanidade,
sendo esta também uma doutrina de Yeshua, que os seus discípulos teriam que comer o corpo (pão)
dele e beber do sangue (cálice).

As ervas amargas, que simbolizam um estado de espírito de uma vida sem D-us, longe da salvação,
quando ainda havia orgulho em nossos corações, não tínhamos o sangue da aliança e nem o cordeiro
para arrancar as maldições que estavam sobre nós (jugo do Egito).

Em Lucas 22: 14-16 vemos Yeshua comemorando o Pessach e assim diz:

“Quando chegou o momento, Yeshua e seus discípulos se reclinaram à mesa. Então, Ele lhes revelou:
‘’Tenho desejado ansiosamente comer convosco este Pessach, antes da hora do meu sofrimento! Pois
vos afirmo que não comerei novamente até que ela se cumpra no Reino de D-us.”

A FESTA DOS PÃES ASMOS - HAG HAMATZOT

Sendo uma continuação da festa do Pessach, ela é comemorada um dia posterior ao Pessach. Vemos o
Eterno falando a Israel:

“E aos quinze dias do mês é a festa dos pães asmos do Senhor, sete dias comereis pães asmos. No
primeiro dia tereis santa convocação, nenhum trabalho servil fareis, mas por sete dias oferecereis oferta
queimada ao Eterno, ao sétimo dia, haverá santa convocação, nenhum trabalho servil fareis.” (Levítico
23:6-8)

“Por sete dias comereis pães asmos. Logo no primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, porque
qualquer que comer pão levedado, entre o primeiro e sétimo dia, esse será cortado de Israel’’. (Êxodo
12:15)

A palavra fermento é utilizada várias vezes nas Escrituras, resumidamente, como pecado, corrupção,
hipocrisia, exibicionismo, malícia, astúcia (Mt. 16:6; 22:23,29 e 22:16-21; Mc. 3:6 e 8:15).

Esta festa é comemorada logo depois do Pessach, representando a celeridade que o Senhor requer, em
livrar-nos de tudo isso. O comer durante sete dias pães asmos como um processo de santificação e
consagração de nossas vidas, para recebermos “o novo” do SENHOR e uma nova vida sem fermento, ou
seja, sem o pecado. Um tempo de refletimos no SENHOR, de O adorarmos, entregando a ele sacrifícios
em agradecimento por tudo que ele fez e irá fazer.

Vamos celebrar com alegria a nova vida que recebemos através da nossa libertação, sem o fermento do
Egito!

A FESTA DAS PRIMÍCIAS – HAG BIKURIM

Após os sete dias dos Pães Asmos têm-se a festa das primícias (Lv. 23:9-14), que também faz parte das
festas solenes do Eterno. A terceira é a festa das primícias, ou seja, os primeiros frutos.

Há uma deturpação do real conceito de primícias, sendo confundido, primícias com os dízimos e ofertas.
Dentro de seu conceito não há somente o oferecido, mas também um coração obediente. Yeshua é a
primícia de Adonai, o maior exemplo de obediência e fidelidade, que temos que aprender.

As primícias são os primeiros frutos que o novo convertido precisa produzir (Gálatas 5:22), pois a palavra
diz, que quem está na Videira, este produz muito fruto (João15). Assim sendo, esta festa está
inteiramente e intimamente ligada as nossas boas ações diante do Eterno, por que, igualmente, os
primeiros frutos tinham que ser do Eterno quando eles entrassem na terra prometida,
consequentemente, também o é em nossas vidas, tudo aquilo que é primazia tem que ser do Eterno.

Analisando as festas, temos, no Pessach libertação do Egito (mundo) e da morte através do sangue e da
carne do cordeiro (Yeshua). Depois, santificação para nos afastar do fermento (da corrupção) que tem
uma representação da festa dos Pães Asmos e após isso, a entrega dos primeiros frutos de uma nova
vida, a festa das Primícias.

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