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Curso de Especialização Em Gestão Pública

Disciplina: Estado, Governo e Mercado


Docente: Jomária Mata de Lima Alloufa
Aluno: Fábio Felix de França
Pólo: Caicó
06 de maio de 2011

Estado, Governo e Mercado: uma relação necessária?

INTRODUÇÃO

Elementos quase que indissociáveis, o Estado, Governo e Mercado apresentam-


se sempre quando o assunto são buscas de melhores formas de construção de um ambi-
ente favorável ao processo criação da sociedade e sua identidade.

O presente trabalho busca mostrar as relações que estes elementos têm entre si,
relação esta muito íntima e às vezes conturbada, pois em algumas situações um exerce
uma forte influência sobre o outro, gerando algum tipo de situação vista como não satis-
fatória para alguma das partes.

DESENVOLVIMENTO

De forma a iniciar uma discussão mais produtiva no presente trabalho, colocar


os devidos conceitos dos elementos que aqui abordaremos de forma sucinta vem de en-
contro a uma melhor compreensão da discussão que será o nosso tema neste trabalho.

Para Coelho (2009, p. 15) o Estado é a "organização que exerce o poder supremo
sobre o conjunto de indivíduos que ocupam um determinado território". Partindo da de-
finição do autor vemos que Estado compõe-se de características que poderemos utilizar
para a sua definição, quais seriam elas: o poder – este de forma legítima, pois precisa ser
reconhecido como tal –, o espaço geográfico – podendo aqui também ser observado a
futura criação de uma autonomia que o mesmo terá – e o povo – habitantes do espaço
geográfico.

O Governo aparece como a instituição responsável por fazer a função executiva


do Estado, tendo maior visibilidade a de arrecadação de receitas e fiscalização do pa-
trimônio público. Segundo Coelho (2009, p.19) é o governo que, por meio do seu apara-
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06 de maio de 2011

to coercitivo, garante o cumprimento das decisões dos outros poderes e executa as polí-
ticas do Estado.

Por último, temos o Mercado como o sistema de trocas de bens econômicos aon-
de os elementos que nele interagem buscam a todo o momento incrementar o processo
de acumulação de riquezas, tendo no seu interior duas forças que controlam este com-
plexo embate: a demanda e a oferta. Para Coelho (2009, p. 22) o mercado é "[...] um sis-
tema de trocas do qual participam agentes e instituições interessados em vender ou com-
prar um bem ou prestar ou receber um serviço".

As relações entre estes elementos ao longo dos anos têm sido constantes e notó-
rias, sendo, em tempos, mais favoráveis para algumas das partes. Podemos ver, nas lei-
turas correntes, que os movimentos gerados através da insatisfação dita “popular” são
quem geraria estas mudanças ocorridas no seio da sociedade, tendo como visão mais
simplista um pêndulo que em alguns momentos estava por completo ao lado do Estado
– momento este em que este desempenharia o papel principal, regulando o mercado da
sua forma – e em outras do lado do Mercado – quando este defenderia um Estado míni-
mo e centrado em ocupações menos econômicas, defendendo após alguns anos, uma
atuação em uma área que ele não conseguiria, ao menos até o presente momento, atuar
de maneira satisfatória, qual seria ela a social.

Para Coelho (2009, p. 25) a imagem metafórica do pêndulo social, oscilando entre direi-
ta e esquerda, pode bem ilustrar a alternância entre os princípios dominantes de organi-
zação das relações sociais. Essas relações entre Estado e Mercado, visto aqui na forma
de um pêndulo, foram figuras sempre presentes, nos séculos seguintes, em discussões
que serviram para formar teorias que vinham explicar o campo de atuação de cada um
desses elementos no que poderia chamado como objetivo central para modificação da
sociedade. Neste cenário foi construído um ambiente meio que maniqueísta, onde as te-
orias mostravam-se ser, cada uma ao seu modo, a explicação dos problemas no momen-
to presente. Enquanto os liberais defendiam um Estado Mínimo – apenas cuidando da
manutenção da ordem e liberdade individual – e um Mercado autorregulável, os marxis-
tas – tendo ao seu favor uma comprovação histórica das idéias por eles defendida –
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mostravam que o Estado como agente regulador e controlador seria o impulsionador da


distribuição igualitária.

As teorias supracitadas serviram de base teórica para grande parte do pensamen-


to político corrente, apesar de nenhuma das duas ter respondido de forma completa a re-
ceita de fazer uma gestão da coisa pública mais eficiente, nem tampouco serem observa-
das de forma pura em nenhuma parte do globo. Podemos observar aspectos positivos e
negativos em ambas, tanto no ponto da atuação do Estado quanto no Mercado. Também
observamos que as duas de certa forma vieram para unir, mais do que dividir, o pensa-
mento empírico em torno da real construção da sociedade atual. Não falamos de libera-
lismo nem marxismo puro, até por que cada uma teve o seu tempo de mostrar seus efei-
tos, sendo estes observados apenas de forma transitória. Porém, temos observados que
os Estados atuais guardam maiores valores de um ou de outro pensamento.

O que se enxerga, atualmente, é um movimento em espiral, onde em uma hora


vemos um maior papel de atuação por parte do Estado e em outra vemos que o mercado
é que aparece em sua força máxima tomando o controle dos mecanismos da sociedade.
Nunca voltando para o ponto inicial, este movimento gera o desenvolvimento e o grau
de compreensão que o gestor público necessita para uma eficiente tomada de decisões.

Tendo o Governo a missão principal de traçar a atuação do Estado utilizando das


forças que dele fazem parte e as que nele mantêm uma relação, como o mercado, faz-se
necessário que essa atuação seja vista como primordial para um melhor planejamento
social. Pois se o mercado tem influência direta com a vida de cada cidadão que dela faz
parte, nada melhor do que outros elementos venham completá-lo e aquele venha a ser
tido como complemento – inerente e não separado – de um sistema mais complexo. Fa-
zendo-se necessário, por fim, que estas relações sejam vistas, entendidas, estudadas e
amadurecidas.

CONCLUSÃO
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Docente: Jomária Mata de Lima Alloufa
Aluno: Fábio Felix de França
Pólo: Caicó
06 de maio de 2011

Podemos concluir que, embora os pensadores e os movimentos populares te-


nham delimitado as bases que norteiam todo pensamento econômico e social no mundo,
a criação de uma teoria que consiga responder, de maneira absoluta, como as relações
entre o Estado, Governo e Mercado podem ser trabalhadas de uma maneira mais efici-
ente e satisfatória para eles e a sociedade em geral ainda não foi formulada.

De uma maneira geral, o que temos atualmente mais próximo disso, no Brasil
pelo menos, é a o Governo como figura principal atuando através do Estado seu contro-
le regulatório sobre o mercado, algumas vezes com uma intervenção mais forte, princi-
palmente quando as empresas no mercado ultrapassam certos limites impostos, outras
vezes nem tanto.

REFERÊNCIAS

COELHO, RICARDO C ORRÊA. ESTADO, GOVERNO E MERCADO . DEPARTAMENTO DE


CIÊNCIAS DA A DMINISTRAÇÃO /UFSC, F LORIANÓPOLIS : CAPES: UAB, BRASÍLIA ,
2009.

AZAMBUJA, D ARCY. T EORIA GERAL DO ESTADO. 5. ED. GLOBO : PORTO ALEGRE ,


1971.

<HTTP ://WWW .ARTIGONAL .COM /CIENCIA -ARTIGOS /OS-LIMITES -DAS-RELACOES -ENTRE -


ESTADO- GOVERNO - E- MERCADO -UMA - ANALISE -CRITICA - DO-PENDULO -SOCIAL -

2736177. HTML > ACESSO EM 03 DE MAIO DE 2011.

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ACESSO EM 03 DE MAIO DE 2011.

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