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Convecção forçada em fenômenos de transferência de calor

Transferência de calor externa por convecção forçada

Em muitos casos o fluido escoa sobre corpos (esferas, tubos, placas...)


completamente submersos ocorrendo somente à transferência de calor
entre o sólido e o fluido. Quando esta transferência ocorre durante esta
imersão no fluxo, a taxa na qual ocorre depende da geometria do corpo,
da posição do corpo (frente, lado...), a proximidade de outros corpos, a
taxa de fluxo, as propriedades do fluido. O coeficiente médio de
transferência de calor e dado por uma relação empírica discutido nas
seções seguintes.
De uma forma geral, o coeficiente de transferência de calor é dado pela
expressão:

N Nu = C ⋅ N Re
m
⋅ N Pr1 / 3

onde C e m são constantes e dependem do tipo de configuração. As


propriedades do fluido são estimadas na temperatura do filme
T f = (Tw − Tb ) / 2 , onde Tw é a temperatura na parede e Tb a temperatura
em um ponto distante da superfície. A velocidade é medida em um
ponto onde não há interferência em sua medida.

Valores para as constantes C e m

Placas planas
NRe C m
5
Regime laminar < 3x10 0,664 0,50
5
Regime turbulento > 3X10 0,0366 0,80
Cilindros (fluxo perpendicular)
40 – 4 x 104 0,618 0,193
4 5
4 x 10 – 2,5 x 10 0,805 0,0266
Fonte: Geankoplis, C. J.; Transport Processes and Unit Operations

Valores de C e m para configurações que possuem arranjos de tubos são


encontrados na literatura.

Transferência de calor por Convecção forçada no interior de


tubos

Na maioria das situações envolvendo transferência de calor, pode-se


observar a transferência por convecção e por condução. O gradiente de
velocidade, quando o fluxo é turbulento, em uma região próxima a
parede declina rapidamente na subcamada viscosa onde a turbulência
não é observada. Nesta região a transferência de calor ocorre por
condução com uma grande diferença de temperatura.
Um dos processos mais importantes na industria é o resfriamento ou
aquecimento de um fluido escoando dentro de uma tubulação circular
fechada. Diferentes correlações são utilizadas para determinar o
coeficiente de convecção em função do numero de Reynolds.

Para escoamento laminar em tubos horizontais a equação de Sieder e


Tate pode ser usada:

1/ 3 0 ,14
h D  D  µb 
N Nu = a = 1,86 ⋅  N Re ⋅ N Pr   
k  L µ
 w

Onde D = Diâmetro do tubo em metros; L = comprimento do tubo; µb


= viscosidade do fluido à temperatura media; µw = viscosidade à
temperatura da parede; k = condutividade térmica; ha = coeficiente de
convecção.

Para o escoamento turbulento NRe > 6000, no qual a taxa de


transferência de calor é maior, utiliza-se a equação abaixo:

0 ,14
h D µ 
N Nu = L = 0,027 ⋅ N Re
0 ,8
⋅ N Pr1 / 3 ⋅  b 
k  µw 

Os parâmetros são idênticos aos apontados para equação relativa ao


fluxo laminar e hL é o coeficiente de transferência de calor baseado na
diferença média logarítmica da temperatura. A equação é valida para
relações entre L/D > 60. Se a temperatura do fluido varia da entrada
até a saída do tubo; a média das temperaturas é utilizada na estimativa
das propriedades do fluido.
Na região de transição onde NRe encontra-se entre 2100 e 6000 as
equações empíricas não estão bem definidas da mesma forma que
ocorre com o fator de ficção em fluidos.

Exemplo:
Ar a 206,8 kPa e uma temperatura média de 477,6 K está sendo
aquecido quando escoa a 7,62 m/s por um tubo com diâmetro de 25,4
mm. O fluido de aquecimento é vapor da água que condensa no lado
externo do tubo a 488,7 K. A resistência da parede metálica pode ser
desprezada. Considerando L/D > 60, calcule o coeficiente de
transferência de calor hL e o fluxo de calor (q/A).
Solução:
Propriedades físicas do ar a 477,6 K (204,4 oC): µb = 2,60 x 10-5 Pa.s;
k = 0,03894 W/m K; NPr= 0,686; e a 488,7 (215,5 oC): µw = 2,64 x 10-
5
Pa.s.

Densidade do ar nas condições operacionais :


Peso molecular médio : 28,97 kg / kgmol ; volume molar: 22,414
m3/kgmol

 1   206,8   273,2 
ρ = (28,97 ) ⋅  ⋅ ⋅  = 1,509kg / m 3
 22,414   101,33   477,6 

O número de Reynolds calculado a temperatura média do fluido:

Dvρ 0,0254 ⋅ (7,62) ⋅ (1,509)


N Re = =
µ 2,6 × 10 −5

NRe = 1,122 x 104

Considerando o regime turbulento usamos a equação


0 ,14
h D µ 
N Nu = L = 0,027 ⋅ N Re
0 ,8
⋅ N Pr1 / 3 ⋅  b 
k  µw 

0 ,14
hL ⋅ (0,0254)  0,0260 
= 0,027 ⋅ (1,122 × 10 4 ) 0,8 ⋅ (0,086)1 / 3 ⋅  
0,03894  0,0264 

hL = 63,2 W / m2 K

Calculando o fluxo de calor pela expressão q = hL A ( Tw – T )

q
= 63,2 ⋅ (488,7 − 477,6) = 701,1W / m 2
A

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