INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR E PROFIVIONAL – IESP

CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

DICIPLINA: CRÍTICA LITERÁRIA

PROFESSORA: ZORAIDA

ALUNO: LUCIANO RODRIGUES DA SILVA FILHO

VISÃO CRÍTICA DA LITERARUTA EM SITES E BLOGS NA INTERNET

A internet, desde o seu surgimento, tem se popularizado cada vez mais. Há uma
infinidade de serviços que hoje são oferecidos pela rede, desde o mais comum
provedor de e-mails, jogos, até compra e venda de produtos, divulgação de músicas e
publicações de textos dos mais variados gêneros.

O crescimento da internet foi muito grande nos últimos 10 anos. Esse crescimento
trouxe uma mudança de hábitos na vida do homem atual também no campo da
literatura. Esse fenômeno de transposição do meio impresso para o virtual também
vem acontecendo com os textos literários. Muitos escritores já conhecidos e com
diversas publicações impressas, vêm publicando textos em sites da internet. Hoje é
possível ler crônicas, poemas, contos, notícias em fim, diariamente surgem mais e mais
sites destinados exclusivamente a publicações literárias como é caso do site Recanto
das letras.

Esses fenômenos virtuais são vistos por alguns como  algo positivo e por outros como
algo pessimista, pois para eles os meios digitais de comunicação servem apenas como
mero meio de circulação de informações, o que há é uma simulação de interação e não
necessariamente interações verdadeiras. Entretanto, as formas de textos impressos
são uma forma de se privilegiar o individualismo, uma vez que cada um lê só e para si
mesmo. O ciberespaço é o ambiente da coletividade, do compartilhar. “parece que a
homogeneidade e o individualismo da cultura do impresso cede, pouco a pouco, lugar à
conectividade”.
Sem dúvida alguma a literatura impressa sempre foi  um privilégio de uma minoria. A
impressão e publicação de um livro é uma atividade complexa e cara. Dessa forma o
escritor sempre se viu preso às editoras para se tornar conhecido. Com o surgimento
da internet esse publicação tem se tornado mais democrática. Quando o assunto é
tecnologia virtual o tempo faz muita diferença. Para a internet dez anos é como se
fosse um século. O mundo virtual mudou, a velocidade de processamento dos
computadores aumentou, dando espaço a programas mais elaborados.

De fato os recursos áudio visuais disponíveis na maioria dos sites dedicados a

literatura são bastante apelativos, pois propiciam uma combinação de texto, som e
imagens que não são possíveis em meio impresso. Apesar de todos os recursos
audiovisuais e das facilidades disponíveis na internet, a grande maioria dos  escritores
virtuais desejam publicar de forma impressa. Para Mario Liz  “o papel tem o ‘Quê’ de
imortalidade que a internet não possui”, “Um livro é sempre um
livro. Tem um cheiro próprio, uma mística e uma mítica...” Acredito que a internet é a
mídia do futuro, porém tenho verdadeira “fascinação pelo formato impresso”  e acho
que a grande mídia ignora os escritores da Net. No geral, um livro que não está
impresso não consegue espaço na mídia.

É interessante observar que há por parte do homem um desejo de “imortalidade”, um

desejo de se apegar a valores que são imutáveis, duradouros e até mesmo eternos. E
é nesse sentido que a literatura impressa parece construir seus alicerces. O desejo dos
escritores de se verem imortalizado através da arte só é  realizado se houver a
publicação de seus textos na forma impressa, pois o ciberespaço é o lugar do
provisório, do mutável, do incerto. Por essa razão talvez ainda hoje, em tempos de
realidades virtuais, a literatura impressa ainda seja mais bem vista e aceita pelos
leitores e escritores do que a literatura que vincula na internet.

De fato não há como afirmar como será o futuro dos textos eletrônicos, mas também
não há como negar que a produção literária vem ganhando espaço no meio virtual,
embora ainda muito timidamente. Observa-se que a  literatura da  internet, assim como
a literatura impressa, apresenta os textos mais variados. Há textos de alta qualidade
literária, que apresentam elaboração lingüística, originalidade, coerência  textual,  
assim como há textos sem qualquer elaboração. Talvez o que diferencie a produção
literária  da internet, da produção impressa, seja a facilidade de publicação. Qualquer
pessoa é capaz de publicar o que quiser, sem o crivo de nenhum editor, embora
saibamos que até mesmo as grandes editoras às vezes pecam na publicação de suas
obras. O que cabe a nós é saber selecionar o que vale a pena ser lido, assim como já
fazemos com a literatura tradicional e esperar que o tempo nos diga qual será o futuro
dos nossos livros. A única certeza que talvez tenhamos é a de que a literatura
continuará viva, só nos resta saber por que meios.