Eu na verdade tinha digitado minha fala e somou três páginas.
Nelas, estava a angustia, a tristeza, a decepção, o inferno de muitas pessoas. Eu ia falar também da coragem. É, da coragem que um vereador teve. Ia falar também que a população não precisa dessa coragem, muito menos eu. Então, pra falar o que eu tinha digitado, eu teria que acreditar nas minhas palavras, e eu já não estava acreditando. Estava amarga, parece que tinha fel. Quando o homem fala, ele desempenha a luta, une e desune. Eu não queria lutar, muito menos unir e desunir. E também, eu não ia falar o que eles queriam ouvir. Eu ia falar o que eu queria que eles me ouvissem. Então, pra que falar? Eu, por exemplo, não vejo a organização desenvolver pessoas. Não vejo a organização criar líderes. E daí.? O que eu tenho com isso? Tratar com pessoas, não é dar o abraço da apunhalada. É preciso oferecer algo de novo e unir-se a ela. Então, por minha fragilidade, não vou deixar cair as minhas palavras de ouro nos ouvidos de quem não quer ouvir. Saudações! Rosangela Arregolão – 14 de maio de 2011. Tribuna da Câmara Municipal de Várzea Paulista. Não realizado, porém publicado.