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Rosangela Arregolão

Eu na verdade tinha digitado minha fala e somou três páginas.


Nelas, estava a angustia, a tristeza, a decepção, o inferno de muitas pessoas.
Eu ia falar também da coragem. É, da coragem que um vereador teve.
Ia falar também que a população não precisa dessa coragem, muito menos eu.
Então, pra falar o que eu tinha digitado, eu teria que acreditar nas minhas palavras, e eu já
não estava acreditando. Estava amarga, parece que tinha fel.
Quando o homem fala, ele desempenha a luta, une e desune. Eu não queria lutar, muito
menos unir e desunir.
E também, eu não ia falar o que eles queriam ouvir. Eu ia falar o que eu queria que eles me
ouvissem.
Então, pra que falar?
Eu, por exemplo, não vejo a organização desenvolver pessoas. Não vejo a organização criar
líderes. E daí.? O que eu tenho com isso?
Tratar com pessoas, não é dar o abraço da apunhalada.
É preciso oferecer algo de novo e unir-se a ela.
Então, por minha fragilidade, não vou deixar cair as minhas palavras de ouro nos ouvidos
de quem não quer ouvir.
Saudações!
Rosangela Arregolão – 14 de maio de 2011. Tribuna da Câmara Municipal de Várzea
Paulista. Não realizado, porém publicado.

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