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A entrevista inicial => motivo da consulta pg.

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 Deve-se discriminar entre motivo manifesto e latente.

 Manifesto => sintoma que preocupa a quem solicita a


consulta; sinal de alarma. O receptor desse sinal pode até
ser uma terceira pessoa.
 Grau menor de insight em relação a doença.
 Sintoma menos ansiógeno, mais fácil ou conveniente de
ser dito ao psicólogo.

 Psicólogo => enquanto escuta e pensa sobre o caso,


pode elaborar algumas hipóteses sobre o verdadeiro
motivo que traz o pct a consulta.
Geralmente, o motivo é outro, mais sério e relevante do
que o invocado em primeiro lugar.

 Este é o que denominamos motivo latente.

 Momento da tomada de consciência em relação ao motivo


latente.

 Durante o processo psicodiagnóstico: prognóstico melhor.


 Se incluir esta informação na entrevista de devolução,
observar => se recebe a informação e aceita como possível.
=> se nega totalmente a reconhecê-la como
própria, resistências muitos fortes.
Esta discrepância surge como conseqüência do processo de
dissociação intrapsíquica que ocorreu no paciente.

 Psicólogo => não fazer tal dissociação também.


Material recolhido e informe final.

 Devolução de informação: oportunidade de se dá ao


paciente para que integre o que aparece dissociado entre
o manifesto e o latente.

 Em algumas famílias, o grau de dissociação é tal que o


membro que trazem à consulta é o menos doente.,
ficando oculto o verdadeiro foco do problema, a menos
que o psicólogo possa detectar e esclarecer essa
situação.
Importante saber:

 Se o sintoma trazido é egossintônico ou egodistônico


para o paciente e seu grupo familiar.

 Saber se o paciente trazido à consulta sente que sofre


pelo sintoma ou se este não o preocupa nem o faz sofrer.

 Caso não sofra => investigar se é devido a sua patologia


especial ( projeção do conflito e sentimentos dolorosos
em outro membro do grupo que os assume).
=> se o que acontece é que ele se
converteu no depositário dos conflitos de outro, que não
veio se consultar, ou veio como pai, mãe, cônjuge.
O grau de dissociação, o aspecto mais doente do paciente,
influirá no tempo e na quantidade de energia necessários
para o processo de integrá-los conscientemente.

 A dissociação é tanto mais acentuada e mais resistente à


melhora, quanto mais intensos forem os sentimentos de
culpa, ansiedade, recalque, que tal conflito mobiliza no
paciente e que funcionam como responsáveis por essa
dissociação.

 Recomenda-se: escutar o paciente, mas não ficar


ingenuamente com a versão que ele lhe transmite. Este
conta sua história como pode, centra o ponto de urgência
onde lhe parece menos ansiógeno.
Diante de um dado que não se encaixa com o esquema
inicial, surpreende-se muitas vezes pela aparente
incoerência.
 Ex: Se a história do caso é muito sinistra, esforçar-se-á para
achar todo tipo de transtorno, tendo certo que ficou uma grave
seqüela.

 Se , ante um caso apresentado como simples problema de


aprendizagem, limite-se a investigar a dificuldade pedagógica,
eliminado a possibilidade de existência de outros conflitos
mais sérios.

 Ex: jovem trazido porque não podia estudar sozinho. (...)


gostava de passear nu e de se encostava na mãe cada vez que
o fazia.
Investigar se o paciente funciona como terceiro excluído
ou incluído em relação ao motivo da consulta.

 Se é incluído, até que ponto!!!!!

 Comunicam um motivo real, mas este também é o que


mais preocupa-os??

 Ex: menino com características homossexuais. Comia


muito...

 Conseqüências de não se intervir nisso:


1 - O processo se inicia com um enquadramento em que se
deslocou o verdadeiro ponto de urgência.

2 - complica-se a tarefa de estudo do material recolhido na hora


do jogo e dos testes.

 O paciente controla melhor o motivo apresentado por quem o


trouxe, mas percebe a incongruência ou o engano e o
transmite ou projeta no material que nos comunica.

3 - Criam-se dificuldades muito serias quando o psicólogo


precisa dar sua opinião na entrevista de devolução. Optar por
não falar / atitude ambígua sem calar totalmente, mas não
falar claro / falar a verdade, de acordo coma capacidade
egóica dos envolvidos.
4 – O destino de uma possível terapia futura => clima de
ocultamento ou distorções, ou franqueza dosada.

 Na medida em que o vínculo esteja viciado predispõe o


paciente a trabalhar coma fantasia de que a mesma
experiência se repetirá com o futuro terapeuta.
Experiência de não verdades.

 Alguns pais relatam com muita ansiedade um sintoma


que, ao psicólogo, parece pouco relevante. Pode-se
pensar que a carga de ansiedade foi deslocada para um
sintoma leve, mas que provém de outro mais sério do
qual os pais não tomaram consciência ou que não se
atrevem a encarar. ( Caso pag. 36)
• Na primeira entrevista é importante registrar o que diz cada um
dos pais, como e quando dizem, o que lembram e como o fazem, o
que esquecem, de maneira a poder reconstruir posteriormente, com
maior fidelidade possível, o diálogo e os elementos não verbais do
encontro. As amnésias são muito significativas porque supõem um
grande volume de ansiedades que determinou uma inibição no
processo mnêmico.

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