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Direito Trabalhista
Direito Trabalhista
1. Cuidam os autos de ação rescisória calcada no inciso V do artigo 485 do CPC, na qual o autor
pretende desconstituir o acórdão regional que reconheceu a nulidade da sua admissão, sem
concurso público, nos quadros do Município-réu e entendeu indevido o pagamento da multa
prevista no artigo 477 da CLT, ante o entendimento contido na Súmula 363.
2. O autor alega afronta aos artigos 477 § 6°, -a- e -b-, e § 8°, da CLT, 37, II e V, da Constituição
Federal e à Lei Municipal 723/2002, ao argumento de que estes últimos autorizam a sua
contratação, no regime celetista, para o quadro de funcionários do réu.
3. No tocante à alegação de afronta à Lei Municipal 723/2002, o autor não indica o dispositivo
que entendeu afrontado. Ademais, a decisão rescindenda não foi fundamentada em tal
diploma legal, razão pela qual a matéria nele disciplinada carece do devido prequestionamento,
o que atrai o óbice da Súmula 298.
4. Com relação ao artigo 37, II, da Constituição Federal, o Tribunal Regional, a partir do exame
do conjunto fático-probatório, constatou que o cargo ocupado pelo autor estava inserido na
própria atividade administrativa do reclamado, remanescendo inexistente a fidúcia exigida por
lei para a caracterização do cargo de livre nomeação e exoneração. Desse modo, a análise da
matéria, tal como pretende o recorrente, ao alegar a existência de provas, nos autos da ação
originária, quanto à legalidade da sua contratação em cargo comissionado, esbarra no
entendimento contido na Súmula 410.
5. Desse modo, não há falar em afronta ao artigo 477, § 6°, -a- e -b-, e § 8, da CLT, tendo em
vista que a nulidade da contratação do autor implica o reconhecimento do seu direito às
parcelas previstas na Súmula 363, conforme decidido no acórdão rescindendo.
6. Recurso ordinário a que se nega provimento.
1.2. RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA - CONTRATO NULO - PARCELAS DE FGTS - ART.
19-A DA LEI Nº 8.036/90 - VIOLAÇÃO DE LEI. CONFIGURAÇÃO. O acórdão rescindendo
consignou expressamente que a nulidade do contrato decorreu da ausência de concurso
público e aplicou à espécie a norma prevista no art. 37, II, § 2º, da Constituição Federal de
1988, sendo devido ao obreiro apenas os salários em sentido estrito e os valores referentes ao
FGTS, nos termos da Súmula nº 363 do TST. Viola, portanto, o art. 19-A da Lei nº 8.036/90 a
decisão que, mesmo reconhecendo ao obreiro a garantia ao salário, deixa de reconhecer o
direito aos depósitos do FGTS referentes ao período laborado. Sendo reconhecido ao autor,
outrora reclamante, o direito à parcela pleiteada, reverte-se o ônus da sucumbência, ficando
sob a responsabilidade da reclamada o encargo pelas custas processuais fixadas no processo
de origem. Recurso ordinário parcialmente provido. Ação rescisória julgada parcialmente
procedente.
(RO - 1237500-79.2007.5.02.0000 , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 14/09/2010, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, Data de
Publicação: 17/09/2010)
Neste processo, o recorrente Erivaldo Pereira da Silva entra com recurso ordinário para revisão do
acórdão do 2º TRT nº 00304.2004.054.02.00-0; recorrido Instituto de Assistência Médica ao Servidor
Público Estadual - IAMSPE. Inicialmente, Erivaldo pede revisão quanto a inversão de custos judiciais
alegando não ter condições de pagamento. Esta inversão manteve-se na decisão, e não será explorada
por não ser o objetivo. No recurso, encontra-se o pedido de Erivaldo para receber os valores referentes
aos depósitos FGTS aos quais teria direito. No primeiro acórdão relatado, foi constatada a nulidade no
contrato de trabalho, uma vez que Erivaldo fora admitido sem aprovação em concurso público. Porem,
ao reclamante fora dado direito a receber apenas o valor referente às horas e dias trabalhados. Este
primeiro acórdão é parcialmente contrário a súmula 363 do TST onde se diz serem devidos os valores
referentes às horas e dias trabalhados e também as parcelas de FGTS cabíveis, configurando violação.
Sendo assim, em segundo recurso, foi definida a existência da necessidade de pagamento das parcelas
de FGTS, mas sem incidir multa revisória.
2. Sucessão de empregadores:
2.1. RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA -AD CAUSAM-. SUCESSÃO
DE EMPREGADORES NÃO CONFIGURADA. EXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO,
NOS MOLDES DO INC. VI DO ART. 267 DO CPC. Se a empresa encerrou suas atividades em
1998, e seus bens e imóveis foram arrematados em 2001, em leilão judicial, pelos ex-
empregados que, posteriormente, em 2003, venderam suas frações para uma outra empresa,
não se configura a sucessão trabalhista de modo a ser responsabilizada esta última pelo
passivo trabalhista da primeira. Não havendo sucessão, a empresa ré não é parte legítima para
figurar no pólo passivo da presente ação rescisória. Ausente uma das condições da ação, é de
se manter a extinção do feito, sem resolução do mérito, nos moldes do art. 267, VI, do CPC.
Recurso ordinário a que se nega provimento.
Neste recurso é recorrente Valéria Hennicka e recorrido Alibem Comercial de Alimentos LTDA. Embora a
decisão seja talvez contestável, creio que não é contraria a doutrina, pois uma vez não configurada a
sucessão de empregadores não é devido pela Alibem qualquer responsabilidade como empregador para
com a reclamante. Porem pode-se questionar a caracterização de sucessão uma vez que a Alibem
manteve a atividade empresarial inicial. Ainda pode-se dizer que a sucessão pode ser reconhecida na
aquisição de acerto da massa falida. Neste caso acredito que foi crucial para a não caracterização de
sucessão o tempo decorrido entre a falência da primeira empresa, a aquisição fracionada e o
arrendamento. Alem disso, Valéria Hennicka, apresentou provas que se viram contrárias a seu favor.
Neste processo é recorrente Roberto Righetto e são recorridas São Paulo Transporte S.A. e Transporte
Urbano América do Sul LTDA. Roberto pede revisão quanto à decisão de que a Transporte Urbano
América do Sul LTDA sucedida pela São Paulo Transporte S.A. não possui responsabilidade quando aos
antigos deveres trabalhistas, uma vez que foi sucedida pela SPTSA. Como foi caracterizada a sucessão de
empregadores, tendo a SPTSA adquirido todos os ativos e relações trabalhistas da sucedida, é
responsável pelos deveres trabalhistas, porem a doutrina não deixa especifica a responsabilidade
conjunta neste caso. Como descrito em jurisprudência:
Baseado então em jurisprudência é mantida a exclusão de responsabilidade da empresa sucedida, embora não
explicitado na inteiro teor, provavelmente a empresa sucedida não possuía condições para quitar suas
responsabilidades trabalhistas pois todos seus ativos foram transferidos a SPTSA. Vale a ressalva de que está
decisão poderia ter sido contrária a depender da interpretação da doutrina e situação.