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Euler Paulo de Moura Jansen é Juiz de Direito da 3ª Vara de Bayeux-PB, professor da ESMA-PB
de Direito Processual Penal e Técnica de Elaboração de Decisões Cíveis, professor da FESMIP-PB
nos módulos de Princípios do Processo Penal e de Sentença Criminal, especialista latu sensu em
Direito Processual Civil (PUC-RS) e em Gestão Jurisdicional de Meios e de Fins (UNIPÊ-PB) e
autor do livro “Manual de Sentença Criminal” - Editora Renovar-RJ em 2006.
necessidade de providências com as quais o titular do direito material sofra minimamente os
efeitos do inadimplmento e nessa tentativa o processo tem sofrido mudanças legislativas.
Visível a presença das diversas modalidades de tutelas de urgências nesse sentido, as
alterações no sistema recursal e no pior dos algozes, o procedimento executório.
Esses poderes exigem uma contraprestação que os magistrados têm ciência desde os
primeiros dias no exercício da função (ou seria melhor tratá-la por “celibato”?) é o
comprometimento não com a lei, mas, acima dela, com a sociedade e, em última análise, com
cada um dos jurisdicionados.
Dentre os elementos dessa aliança em prol do ideal de justiça, encontramos a segurança
na decisão (qualidade) e a celeridade. Esses são valores diametralmente opostos, mas,
sabendo que in medio stat virtus, cabe-nos equalizá-los para perseguir uma justiça efetiva,
rápida e eficaz.
“(...) o que se quer é um juiz consciente de seu papel e da repercussão social de seus atos, capaz
de, mediante a interpretação dos textos das leis, criar Direito e fazer Justiça, tudo em nome da
sociedade da qual também faz parte” (BERBERI, Marco Antonio Lima. Os princípios na teoria
do direito. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 03.).
As responsabilidades do magistrado aumentam em proporção maior que os poderes que
lhe são outorgados pela lei, ao passo que a própria sociedade demanda cada vez mais seus
serviços. Portanto, não nos resta tempo para o ufanismo com o poder. Devemos revestir-nos
com a couraça da dignidade e encarar esse poder que nos foi concedido tantos pelas normas
quantos pelos princípios como uma arma na busca da concretização do mister, a pacificação
social.
“Da dignidade do juiz depende a dignidade do direito. O direito valerá, em um país e em um
momento histórico determinados o que valem os juízes como homens. O dia em que os juízes
tiverem medo, nenhum cidadão poderá dormir tranqüilo” (COUTURE, Eduardo J. Introdução ao
estudo do processo civil: discursos, ensaios e conferências. Trad. Hiltomar Martins Oliveira. Belo
Horizonte: Editora Líder, 2003, p. 57).