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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

1. CONCEITO
Drawback1 é o regime especial que consiste na importação com suspensão, ou com
isenção ou restituição de tributos, de insumos destinados a integrar ou acondicionar produtos
exportados ou a exportar.
Drawback é um incentivo fiscal às exportações, que abrange o II, IPI, ICMS, IOF,
AFRMM e emolumentos para emissão de licença de importação e demais taxas que não
correspondam a efetiva contraprestação de serviços, nos termos da legislação em vigor.

As mercadorias importadas sob o regime de drawback também estão dispensadas de


exame de similaridade dos bens e à obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira
brasileira (Port. Secex. 14/04 art 65). Todavia, por tratar-se de incentivo fiscal, poderá ser
negado o benefício se o interessado empresa tiver inscrito no Cadastro de Inadimplentes -
CADIN, ou não comprovar a regularidade fiscal dos tributos e contribuições federais.
Art. 65. As importações cursadas ao amparo do Regime não estão sujeitas ao exame de
similaridade e à obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira brasileira.

No início de novembro de 2001, foi incorporado ao Siscomex o módulo de


funcionamento do Drawback Eletrônico. A Secretaria de Comércio Exterior concebeu a nova
sistemática informatizada para controle dessas operações denominadas Sistema Drawback
Eletrônico, a fim de permitir o controle ágil e simplificado daquelas operações.

As operações vinculadas ao regime de Drawback estão sujeitas, no que couber, às


normas gerais de importação e exportação, e não assegura a obtenção de cota de exportação
ou de importação para produtos sujeitos a contingenciamento, bem como, não exime a
anuência prévia de outros órgãos, quando exigível. Igualmente a legislação permite a
transferência de outros regimes para o de drawback, como determina a Port.Secex 14/04.
Art. 62. A concessão do regime não assegura a obtenção de cota de importação ou de
exportação para produtos sujeitos a contingenciamento, bem como não exime a importação e a
exportação da anuência prévia de outros órgãos ou entidades, quando exigível.

Art 63. As operações vinculadas ao Regime de Drawback estão sujeitas, no que couber, às
normas gerais de importação e exportação.
Art. 64. Poderá ser solicitada a transferência para o Regime de Drawback de mercadoria
depositada sob Regime Aduaneiro Especial de Entreposto na Importação, Entreposto
Industrial ou sob Depósito Alfandegado Certificado - DAC, observadas as condições e os
requisitos próprios de cada Regime.

2. MODALIDADE e CONCESSÃO (RA art. 335)


O Regulamento Aduaneiro trata das modalidades de Suspensão, Isenção e Restituição,
em relação ao Imposto de Importação e ao IPI.
Suspensão – concedido pela Secex - através de ato concessório.
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O termo drawback em ingles, significa desconto, reembolso de direitos aduaneiros ou abatimento e, trata-se de
um regime de uso internacional introduzido no País desde 1953, pela Lei nº 2.145/53, que no art. 2º atribuiu
competência à Cacex, do Banco do Brasil, para colaborar com o órgão competente na aplicação do regime. A
Lei nº 5.025/66, nos artigos 14 e 55, deu nova redação ao art. 2º da Lei nº 2.145/53. Com a edição do Decreto-
lei nº 37/66 o art. 78 veio dispor sobre o regime de drawback. Atualmente regime encontra-se regulamentado
nos artigos 335 a 355 do Decreto nº 4.543/2003.
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Isenção – concedido pela Secex - através de ato concessório.


Restituição – concedido pela SRF - através de certificado de crédito fiscal.
Art. 335. O regime de drawback é considerado incentivo à exportação, e pode ser aplicado nas
seguintes modalidades:
I - suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser
exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou
acondicionamento de outra a ser exportada;
II - isenção dos tributos exigíveis na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade
equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento
de produto exportado; e
III - restituição, total ou parcial, dos tributos pagos na importação de mercadoria exportada
após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de
outra exportada.

3. BENS A QUE SE APLICA (RA art.336, 353 a 355)


Art. 336. O regime de drawback poderá ser concedido a:
I - mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior exportação;
II - matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizados na fabricação de
mercadoria exportada, ou a exportar;
III - peça, parte, aparelho e máquina complementar de aparelho, de máquina, de veículo ou de
equipamento exportado ou a exportar; (NR)
IV - mercadoria destinada a embalagem, acondicionamento ou apresentação de produto
exportado ou a exportar, desde que propicie comprovadamente uma agregação de valor ao
produto final; ou
V - animais destinados ao abate e posterior exportação.

§ 1º O regime poderá ainda ser concedido:


I - para matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto exportado,
sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a concessão; ou
II - para matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou na
criação de animais a serem exportados, definidos pela Câmara de Comércio Exterior.

§ 2º Na hipótese do inciso II do § 1o, o regime será concedido:


I - nos limites quantitativos e qualitativos constantes de laudo técnico emitido nos termos
fixados pela Secretaria da Receita Federal, por órgão ou entidade especializada da
Administração Pública federal; e
II - a empresa que possua controle contábil de produção em conformidade com as normas
editadas pela Secretaria da Receita Federal.

§ 3º O regime de drawback, na modalidade de suspensão, poderá ser concedido à importação


de matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País,
de máquinas e equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de
licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento
concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade
governamental estrangeira ou, ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social, com recursos captados no exterior.

Art. 353. Na concessão do regime serão desprezados os subprodutos e os resíduos não


exportados, quando seu montante não exceder de cinco por cento do valor do produto
importado.
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Art. 354. Na hipótese de mercadoria isenta do imposto de importação ou cuja alíquota seja
zero, poderá ser concedido o regime relativamente aos demais tributos devidos na importação.

Art. 355. As controvérsias relativas aos atos concessórios do regime de drawback serão
dirimidas pela Secretaria da Receita Federal e pela Secretaria de Comércio Exterior, no
âmbito de suas competências.

Segundo a Port. Secex 14/04 a concessão do regime para importação dos bens
definidos no artigo 60 devem atender a agregação de valor decorrente da operação de
industrialização definidos no artigo 59, seja de transformação, ou de beneficiamento, ou de
montagem, ou de recondicionamento, ou de reacondicionamento.
Art. 59. O Regime de Drawback poderá ser concedido a operação que se caracterize como:
I - transformação - a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na
obtenção de espécie nova;
II - beneficiamento - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto;
III - montagem - a que consista na reunião de produto, peças ou partes e de que resulte um
novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal;
IV - renovação ou Recondicionamento - a que, exercida sobre produto usado ou parte
remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para
utilização;
V - acondicionamento ou Reacondicionamento - a que importe em alterar a apresentação do
produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a
embalagem colocada se destine apenas ao transporte de produto;
a) entende-se como “embalagem para transporte”, a que se destinar exclusivamente a tal fim e
for feito em caixas, caixotes, engradados, sacaria, barricas, latas, tambores, embrulhos e
semelhantes, sem acabamento ou rotulagem de função promocional e que não objetive
valorizar o produto em razão da qualidade do material nele empregado, da perfeição do seu
acabamento ou da sua utilidade adicional.

Art. 60. O Regime Drawback poderá ser concedido a:


I - mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior exportação;
II - matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizados na fabricação de
mercadoria exportada, ou a exportar;
III - peça, parte, aparelho e máquina complementar de aparelho, de máquina, de veículo ou de
equipamento exportado ou a exportar;
IV - mercadoria destinada à embalagem, acondicionamento ou apresentação de produto
exportado ou a exportar, desde que propicie, comprovadamente, uma agregação de valor ao
produto final;
V - animais destinados ao abate e posterior exportação;
VI - matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto a exportar ou
exportado, sejam utilizados em sua industrialização, em condições que justifiquem a
concessão;
VII - matérias-primas e outros produtos utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou na
criação de animais a serem exportados, definidos pela Câmara de Comércio Exterior -
CAMEX;
VIII - mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação, destinada ao
mercado interno, nos termos da Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992, nas condições previstas
no Anexo “D” desta Portaria;
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IX - matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País,


de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado interno, em decorrência de
licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento
concedido por instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade
governamental estrangeira, ou ainda, pelo BNDES, com recursos captados no exterior, de
acordo com as disposições constantes do art. 5º da Lei n.º 8.032, de 1990, com a redação dada
pelo art. 5º da Lei n.º 10.184, de 2001, nas condições previstas no Anexo “E” desta Portaria.

3.1. Não se aplica o regime


Nos termos dos art. 337 do Regulamento Aduaneiro não gozam do benefício do
drawback a importação de petróleo de seus derivados, as pequenas importações
Art. 337. O regime de drawback não será concedido:
I - na importação de mercadoria cujo valor do imposto de importação, em cada pedido, for
inferior ao limite mínimo fixado pela Câmara de Comércio Exterior; e
II - na importação de petróleo e seus derivados, com exceção da importação de coque
calcinado de petróleo.
Parágrafo único. Para atender ao limite previsto no inciso I, várias exportações da mesma
mercadoria poderão ser reunidas em um só pedido de drawback.

A Port. Secex 14/04 excluiu o benefício do regime de drawback à outros casos, isto é,
para bens a serem consumidos na ZFM e ALC, aos produtos de importação proíbida, e
quando a respectiva exportação for em moeda nacional ou moeda-convênio.
Art. 61. Não poderá ser concedido o Regime para:
I - importação de mercadoria utilizada na industrialização de produto destinado ao consumo
na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre comércio localizadas em território nacional;
II - exportação ou importação de mercadoria suspensa ou proibida;
III - exportação contra pagamento em moeda nacional;
IV - exportações conduzidas em moedas não conversíveis, inclusive moeda-convênio, contra
importações cursadas em moeda de livre conversibilidade; e
V - importação de petróleo e seus derivados, exceto coque calcinado de petróleo.

4. BENEFICIÁRIO
O regime de drawback poderá ser concedido às empresas industriais e/ou comerciais.
Quando comerciais, a mercadoria deverá ser fabricada em estabelecimento industrial sob
encomenda, por conta e ordem da beneficiária do regime, nos termos do art. 68 da Port.
Secex 14/04.
Art. 68. O Regime de Drawback poderá ser concedido à empresa industrial ou comercial.
§ 1º No caso de empresa comercial, o Ato Concessório de Drawback será emitido em seu nome,
que, após realizar a importação, enviará a respectiva mercadoria, por sua conta e ordem, a
estabelecimento industrial para industrialização, sob encomenda, devendo a exportação do
produto ser realizada pela própria detentora do Ato Concessório de Drawback.
§ 2º Industrialização sob encomenda é a operação em que o encomendante remete matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem para processo de industrialização,
devendo o produto industrializado ser devolvido ao estabelecimento remetente dos insumos,
nos termos da legislação pertinente.

5. HABILITAÇÃO
As empresas interessadas em beneficiar-se do regime, nas modalidades de suspensão e
isenção, deverão estar habilitadas a operar em comércio exterior. Essa habilitação far-se-á
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mediante requerimento da empresa interessada, nos termos e condições estabelecidos no art


15 da Port.Secex 14/04.
Art. 67. As empresas interessadas em operar no Regime de Drawback, nas modalidades de
suspensão e isenção, deverão estar habilitadas em operar em comércio exterior nos termos,
limites e condições estabelecidos na legislação pertinente.

Art. 70. A habilitação ao Regime de Drawback far-se-á mediante requerimento da empresa


interessada, sendo:
I - na modalidade suspensão - por intermédio de módulo específico Drawback do Sistema
Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX); e
II - na modalidade isenção - por meio de formulário próprio.
§ 1º Na modalidade isenção, deverão ser utilizados os seguintes formulários, disponíveis nas
dependências bancárias habilitadas ou confeccionados pelos interessados, observados os
padrões especificados:
I - Pedido de Drawback;
II - Aditivo ao Pedido de Drawback;
III - Anexo ao Ato Concessório ou Aditivo;
IV - Relatório Unificado de Drawback.
§ 2º Deverá ser observado, obrigatoriamente, o disposto no Anexo “F” desta Portaria.

A habilitação para o acesso ao sistema Drawback Eletrônico será concedida aos


representantes legais das empresas, autorizados a operar na exportação, não sendo necessário
nenhuma providência para os atuais usuários habilitado no Perfil Exportados do Siscomex.
As transações do sistema Drawback Eletrônico estão disponibilizadas na Rede Serpro e
podem ser acessadas como opção do Siscomex.

6. EXAME DO PEDIDO
No exame do pedido do ato concessório do regime de drawback, a Secex levará em
conta o resultado cambial da operação. É o chamado “ganho cambial”. O governo dispensa
os impostos se a empresa trouxer mais dólares para o País na comparação entre importação e
exportação.
Atualmente, de acordo com a Portaria Secex 14/04, a relação básica a ser observada na
comparação é de 60% de agregação nacional contra 40% do valor da importação de
insumos.
Para efeito de cálculo será considerado o valor líquido das exportações, assim
entendido o valor no local de embarque (FOB/FCA), deduzido das parcelas de comissão de
agente, eventuais descontos e outras deduções. No cálculo dos 40% do valor total das
importações, serão computados o preço da mercadoria no local de embarque no exterior e as
parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas incidentes na importação pretendida
(valor CIF). Serão desprezados os subprodutos e os resíduos não exportados, quando seu
montante não exceder de 5% (cinco por cento) do valor do produto importado.

A Portaria Secex 14/04 estabelece as condições no art. 76 para drawback suspensão e


reproduz o mesmo texto no art.115 para drawback isenção.

Art. 76. No exame do Pedido de Drawback, será levado em conta o resultado cambial da
operação.

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§ 1º A relação básica a ser observada é de 40% (quarenta por cento), estabelecida pela
comparação do valor total das importações, aí incluídos o preço da mercadoria no local de
embarque no exterior e as parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas incidentes,
com o valor líquido das exportações, assim entendido o valor no local de embarque deduzido
das parcelas de comissão de agente, eventuais descontos e outras deduções.
§ 2º Outros percentuais poderão ser praticados, desde que observados o ganho cambial, a
natureza da operação, além das normas dispostas nesta Portaria, em situações que justifiquem
a concessão.
§ 3º Quando da apresentação do pleito, a interessada deverá fornecer os valores estimados
para seguro, frete, comissão de agente, eventuais descontos e outras despesas.

Art. 73. Serão desprezados os subprodutos e os resíduos não exportados, quando seu montante
não exceder de 5% (cinco por cento) do valor do produto importado.

Art. 115. No exame do Pedido de Drawback, será levado em conta o resultado cambial da
operação.
§ 1º A relação básica a ser observada é de 40% (quarenta por cento), estabelecida pela
comparação do valor total das importações, aí incluídos o preço da mercadoria no local de
embarque no exterior e as parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas incidentes,
com o valor líquido das exportações, assim entendido o valor no local de embarque deduzido
das parcelas de comissão de agente, eventuais descontos e outras deduções.
§ 2º Outros percentuais poderão ser praticados, desde que observados o ganho cambial, a
natureza da operação, além das normas dispostas nesta Portaria, em situações que justifiquem
a concessão.
§ 3º Quando da apresentação do pleito, a interessada deverá fornecer os valores estimados
para seguro, frete, comissão de agente, eventuais descontos e outras despesas.
Art. 116. Serão desprezados os subprodutos e os resíduos não exportados, quando seu
montante não exceder de 5% (cinco por cento) do valor do produto importado.
§ 1º A empresa deverá preencher somente o campo “Subprodutos e Resíduos por unidade do
bem produzido” do ato concessório com o percentual obtido pela divisão entre o valor dos
resíduos e subprodutos não exportados e o valor do produto importado.
§ 2º Ficam excluídos do cálculo acima as perdas de processo produtivo que não tenham valor
comercial.

7. LICENCIAMENTO
A importação de mercadorias vinculada a operação aprovada no sistema Drawback
Eletrônico será amparada por licenciamento automático, conforme determina o art. 8º da
Portaria Secex 14/04, podendo o interessado providenciar a LI depois do embarque no
exterior, porém sempre antes do registro da declaração de importação (DI), conforme
determinao artigo 10 da referida Portaria. Nesse caso, as informações prestadas na DI
sofrerão as críticas usuais do sistema de licenciamento das importações, e será autorizada
automaticamente pelo Siscomex, desde que o saldo de importações autorizadas seja
compatível com o drawback eletrônico.
Art. 8º Estão sujeitas a Licenciamento Automático as seguintes importações:
I - de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do Siscomex, também disponíveis
no endereço eletrônico do Mdic;
II - as efetuadas nas situações abaixo relacionadas:
a) ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback.

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Art. 10. Nas importações sujeitas aos licenciamentos automático e não automático, o
importador deverá prestar, no Siscomex, as informações a que se refere o Anexo II da Portaria
Interministerial MF/Mict n.o 291, de 12 de dezembro de 1996, previamente ao embarque da
mercadoria no exterior.
§ 1º Nas situações abaixo indicadas, o licenciamento poderá ser efetuado após o embarque da
mercadoria no exterior, mas anteriormente ao despacho aduaneiro, exceto para os produtos
sujeitos a controles previstos no Tratamento Administrativo no Siscomex:
I - importações ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback;
II - importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre
Comércio, exceto para os produtos sujeitos a licenciamento;
III - sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq).
§ 2º Os órgãos anuentes poderão autorizar diretamente no Siscomex o licenciamento
anteriormente ao despacho aduaneiro, quando previsto em legislação específica, mantidas as
atribuições de cada anuente.

Quando a importação sujeitar-se à licencimanto não automático, isto é, sujeito à


anuência de outros órgãos, é necessário a obtenção da Licença de Importação (LI) prévia ao
embarque da mercadoria no exterior. Significa que a LI ficará pendente de autorização dos
demais órgãos anuentes, e somente após a sua liberação poderá ser vinculada a DI.

8. PRAZO DA SUSPENSÃO DOS TRIBUTOS (RA art.340)


O prazo de validade do ato concessório geralmente é compatibilizado ao ciclo
produtivo do produto a exportar, podendo o interessado solicitar prorrogações do ato
concessório, respeitado o limite de 2 (dois) anos para a permanência da mercadoria no País
com suspensão de tributos. No caso de produção de bens de capital a prorrogação poderá ser
até o limite de 5 (cinco) anos.

Art. 340. O prazo de vigência do regime será de um ano, admitida uma única prorrogação, por
igual período, salvo nos casos de importação de mercadorias destinadas à produção de bens
de capital de longo ciclo de fabricação, quando o prazo máximo será de cinco anos (Decreto-
lei no 1.722, de 3 de dezembro de 1979, art. 4o e parágrafo único).
Parágrafo único. Os prazos de que trata o caput terão como termo final o fixado para o
cumprimento do compromisso de exportação assumido na concessão do regime.

9. COMPROVAÇÃO DA EXPORTAÇÃO
Em razão da sistemática eletrônica as empresas não estão mais obrigadas a apresentar
os documentos de exportação. A Port. Secex 14/04 assim determina.
Art. 132. Como regra geral, fica dispensada a apresentação de documentos impressos na
habilitação e na comprovação das operações amparadas pelo Regime de Drawback.
Parágrafo único. Para eventual verificação pelo DECEX, as empresas deverão manter em seu
poder, pelo prazo de 5 (cinco) anos, as Declarações de Importação - DI, os Registros de
Exportação – RE averbados, os Registros de Exportação Simplificados - RES averbados, bem
como as Notas Fiscais de venda no mercado interno.
Art.133. Além das exportações realizadas diretamente por empresa beneficiária do Regime de
Drawback, poderão ser consideradas, também, para fins de comprovação:
I - vendas, no mercado interno, com o fim específico de exportação, a empresa comercial
exportadora constituída na forma do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972;

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II - vendas, no mercado interno, com o fim específico de exportação, a empresa de fins


comerciais habilitada a operar em comércio exterior;
III - vendas, no mercado interno, com o fim específico de exportação, no caso de Drawback
Intermediário, realizada por empresa industrial para:
a) empresa comercial exportadora, nos termos do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972;
b) empresa de fins comerciais habilitada a operar em comércio exterior.
IV - vendas, nos casos de fornecimento no mercado interno, de que tratam os incisos VIII e IX
do art. 60.
Art. 134. Na comprovação ou habilitação ao Regime de Drawback, os documentos eletrônicos
registrados no SISCOMEX utilizarão somente um Ato Concessório de Drawback.
Art. 135. O produto exportado em consignação somente poderá ser utilizado para comprovar o
Regime após sua venda efetiva no exterior, devendo a empresa beneficiária apresentar a
documentação da respectiva contratação de câmbio.

Caso as mercadorias importadas, em seu todo ou em parte, deixem de ser empregados


no processo produtivo, o beneficiário deverá dentro de até 30 dias - da expiração do prazo
fixado para exportar - tomar alguma das providências do artigo 342 do RA, ou seja: devolver
ao exterior (reexportar); ou pedir a destruição às expensas do interessado; ou destinar para o
consumo interno com pagamento dos tributos.
Art. 342. As mercadorias admitidas no regime que, no todo ou em parte, deixarem de ser
empregadas no processo produtivo de bens, conforme estabelecido no ato concessório, ou que
sejam empregadas em desacordo com este, ficam sujeitas aos seguintes procedimentos:
I - no caso de inadimplemento do compromisso de exportar, em até trinta dias do prazo fixado
para exportação:
a) devolução ao exterior ou reexportação;
b) destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; ou
c) destinação para consumo das mercadorias remanescentes, com o pagamento dos tributos
suspensos e dos acréscimos legais devidos;
II - no caso de renúncia à aplicação do regime, adoção, no momento da renúncia, de um dos
procedimentos previstos no inciso I; e
III - no caso de descumprimento de outras condições previstas no ato concessório,
requerimento de regularização junto ao órgão concedente, a critério deste.

A comprovação (laudo técnico) de subsprodutos ou resíduos pode ser dispensável nos


termos da Port.Secex 14/04
Art. 66. A apresentação de Laudo Técnico discriminando o processo industrial dos bens a
exportar ou exportados, contendo a existência ou não de subprodutos ou resíduos, com valor
comercial, e perdas sem valor comercial, somente será necessária nos casos em que seja
solicitada pelo DECEX para eventual verificação.
D R A W B A C K - SUSPENSÃO

1. CONCEITO (RA art. 341)


Art. 341. As mercadorias admitidas no regime, na modalidade de suspensão, deverão ser
integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou
apresentação das mercadorias a serem exportadas.
Parágrafo único. O excedente de mercadorias produzidas ao amparo do regime, em relação ao
compromisso de exportação estabelecido no respectivo ato concessório, poderá ser consumido
no mercado interno somente após o pagamento dos impostos suspensos dos correspondentes
insumos ou produtos importados, com os acréscimos legais devidos.
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Esse regime permite a importação de insumos destinados a integrar ou acondicionar


produtos fabricados no território nacional, destinados exclusivamente à exportação. Nessa
modalidade a concessão do benefício fiscal compreende a suspensão do Imposto de
Importação (II), IPI vinculado, ICMS e AFRMM. Os tributos na importação ficam suspensos
até a comprovação da exportação.
Os insumos ou materiais que não forem utilizados nos produtos exportados, mediante
anuência prévia da Secex, poderão ser nacionalizados mediante pagamento de tributos.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (RA art.338, 339, 343)


A concessão do regime de drawback suspensão é processado exclusivamente no módulo
específico de Siscomex (Drawback Eletrônico).
Art. 338. A concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de competência da Secretaria
de Comércio Exterior, devendo ser efetivada, em cada caso, por meio do Siscomex.
§ 1o A concessão do regime será feita com base nos registros e nas informações prestadas, no
Siscomex, pelo interessado, conforme estabelecido pela Secretaria de Comércio Exterior.
§ 2o O registro informatizado da concessão do regime equivale, para todos os efeitos legais,
ao ato concessório de drawback..
§ 3o Para o desembaraço aduaneiro da mercadoria a ser admitida no regime, será exigido
termo de responsabilidade na forma disciplinada em ato normativo da Secretaria da Receita
Federal.
§ 4o Quando constar do ato concessório do regime a exigência de prestação de garantia, esta
só alcançará o valor dos tributos suspensos e será reduzida à medida que forem comprovadas
as exportações.
Art. 339. O regime de drawback, na modalidade de suspensão, poderá ser concedido e
comprovado, a critério da Secretaria de Comércio Exterior, com base unicamente na análise
dos fluxos financeiros das importações e exportações, bem assim da compatibilidade entre as
mercadorias a serem importadas e aquelas a exportar.

Art. 343. A Secretaria de Comércio Exterior poderá estabelecer condições e requisitos


específicos para a concessão do regime, inclusive a apresentação de cronograma de
exportações.
Parágrafo único. Na hipótese de descumprimento das condições e dos requisitos estabelecidos,
o regime poderá deixar de ser concedido nas importações subseqüentes, até o atendimento das
exigências.
Art. 344. A Secretaria da Receita Federal e a Secretaria de Comércio Exterior poderão editar
normas complementares às dispostas nesta Seção, em suas respectivas áreas de competência.

A Portaria Secex 14/04 menciona no art. 75 que, o pedido deve ficar vinculado ao um
projeto industrial, não sendo permitido fazer outro pedido para complementação. Quando
necessário uma complementação, o importador-exportador deverá solicitar alteração do
pedido original.
Art. 75. A mercadoria objeto de Pedido de Drawback não poderá ser destinada à
complementação de processo industrial de produto já contemplado por Regime de Drawback,
concedido anteriormente.

3. PRAZO DO ATO CONCESSÓRIO (Port. Secex 14/04)

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Art. 77. O prazo de validade do Ato Concessório de Drawback será compatibilizado com o
ciclo produtivo do bem a exportar.
§ 1º O pagamento dos tributos incidentes na importação poderá ser suspenso por prazo de até
1 (um) ano, prorrogável por igual período.
§ 2º No caso de importação de mercadoria destinada à produção de bem de capital de longo
ciclo de fabricação, a suspensão poderá ser concedida por prazo compatível com o de
fabricação e exportação do bem, até o limite de 5 (cinco) anos.
§ 3º Os prazos de suspensão de que trata este artigo terão como termo final a data limite
estabelecida no Ato Concessório de Drawback para a efetivação das exportações vinculadas
ao Regime.
Art. 78. Qualquer alteração das condições concedidas pelo Ato Concessório de Drawback
deverá ser solicitada, dentro do prazo de sua validade, por meio do módulo específico
Drawback do SISCOMEX.
Parágrafo único. Os pedidos de alteração somente serão passíveis de análise quando
formulados até o último dia de validade do Ato Concessório de Drawback ou no primeiro dia
útil subsequente, caso o vencimento tenha ocorrido em dia não útil.
Art. 79. Poderá ser solicitada a inclusão de mercadoria não prevista quando da concessão do
Regime, desde que fique caracterizada sua utilização na industrialização do produto a
exportar.
Art. 80. Poderá ser concedida uma ou mais prorrogações do prazo de validade de Ato
Concessório de Drawback, desde que devidamente justificado, respeitado o limite de 2 (dois)
anos para a permanência da mercadoria importada no País, com suspensão dos tributos.
§ 1º No caso de importação de mercadoria destinada à produção de bem de capital de longo
ciclo de fabricação, inclusive drawback intermediário, poderá ser concedida uma ou mais
prorrogações, por prazos compatíveis com o de fabricação e exportação do bem, até o limite
de 5 (cinco) anos, desde que devidamente comprovado.
§ 2º Os pedidos de prorrogação somente serão passíveis de análise quando formulados até o
último dia de validade do Ato Concessório de Drawback ou no primeiro dia útil subsequente,
caso o vencimento tenha ocorrido em dia não útil.
§ 3º O prazo de validade, no caso de prorrogação, será contado a partir da data de registro da
primeira Declaração de Importação (DI) vinculada ao Ato Concessório de Drawback

4. GARANTIA DOS TRIBUTOS (RA art. 264 e Port. Secex 14/04, art. 69)
Art. 264. Ressalvado o disposto no Capítulo VII2, as obrigações fiscais suspensas pela
aplicação dos regimes aduaneiros especiais serão constituídas em termo de responsabilidade
firmado pelo beneficiário do regime, conforme disposto nos arts. 674 e 676.
Art. 69. A concessão do Regime poderá ser condicionada à prestação de garantia, limitada ao valor dos
tributos suspensos de pagamento, a qual será reduzida à medida que forem comprovadas as
exportações.

DRAW BACK - ISENÇÃO

1. CONCEITO (RA art. 169)


Art. 169. A isenção do imposto, ao amparo do regime aduaneiro especial de
drawback, será concedida na importação de mercadorias, em quantidade e qualidade

2
O Capítulo VII trata do regime de Enpreposto Industrial sob controle Informatizado.
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"DRAWBACK"

equivalente à utilizada no beneficiamento, fabricação, complementação ou


acondicionamento de produto exportado, observado o disposto nos arts. 345 a 348.

O regime de drawback isenção é o que permite ao beneficiário a reposição de estoque


de mercadorias de mesma qualidade, quantidade, empregados nos produtos já exportados,
isto é, de mesma NCM e quantidade já paga anteriormente.
Nessa modalidade, o regime compreende a isenção do imposto de importação, IPI
vinculado e do AFRMM.
Por tratar-se de reposição de estoque de produtos já exportados, os novos insumos
importados com isenção, poderá destinar-se ao mercado interno.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (RA art.345, 346)


Art. 345. A concessão do regime, na modalidade de isenção, é de competência da Secretaria de
Comércio Exterior, devendo o interessado comprovar a exportação de produto em cujo
beneficiamento, fabricação, complementação ou acondicionamento tenham sido utilizadas
mercadorias importadas equivalentes, em qualidade e quantidade, àquelas para as quais esteja
sendo pleiteada a isenção.

Art. 346. O regime será concedido mediante ato concessório do qual constarão:
I - valor e especificação da mercadoria exportada;
II - especificação e classificação fiscal na Nomenclatura Comum do Mercosul das mercadorias
a serem importadas, com as quantidades e os valores respectivos, estabelecidos com base na
mercadoria exportada; e
III - valor unitário da mercadoria importada, utilizada no beneficiamento, fabricação,
complementação ou acondicionamento da mercadoria exportada.
Parágrafo único. A Secretaria de Comércio Exterior poderá estabelecer outros requisitos que
devam constar no ato concessório.

Art. 347. O ato de que trata o art. 346 poderá ter caráter normativo ou específico, quanto ao
produto ou ao produto e à empresa, aplicando-se, sem nova consulta à Secretaria de Comércio
Exterior, às exportações futuras, observadas em todos os casos as demais exigências deste
Capítulo.
§ 1o A Secretaria de Comércio Exterior poderá, independentemente de solicitação, expedir
atos para possibilitar a inclusão de produtos no regime.

§ 2o No caso de ato normativo endereçado a determinada empresa, esta se obriga a comunicar


à Secretaria de Comércio Exterior as alterações no rendimento do processo de produção e no
preço do insumo importado, que signifiquem modificações de mais de cinco por cento na
quantidade e valor de cada material importado por unidade de produto exportado.
§ 3o A Secretaria de Comércio Exterior procederá periodicamente à atualização das relações
importação-exportação constantes dos atos normativos ou específicos que expedir para
produto ou produtos.
§ 4o A Secretaria de Comércio Exterior, atendendo aos interesses da economia nacional,
poderá suspender a aplicação de atos normativos ou específicos.

Art. 348. A Secretaria de Comércio Exterior estabelecerá:


I - prazo para a habilitação ao regime; e
II - normas complementares às dispostas nesta Seção.

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"DRAWBACK"

A Port. Secex 14/04 trata da concessão na modalidade isenção nos artigos 117 a 119.
Art. 117. A concessão do Regime dar-se-á com a emissão de Ato Concessório de Drawback.
Art. 118. O prazo de validade do Ato Concessório de Drawback é determinado pela data-limite
estabelecida para a realização das importações vinculadas e será de 1 (um) ano, contado a
partir da data de sua emissão.
Parágrafo único. Não perderá direito ao Regime, a mercadoria submetida a despacho
aduaneiro após o vencimento do respectivo Ato Concessório de Drawback, desde que o
embarque no exterior tenha ocorrido dentro do prazo de sua validade.
Art. 119. Qualquer alteração das condições concedidas pelo Ato Concessório de Drawback
deverá ser solicitada, dentro do prazo de sua validade, por meio do formulário Aditivo ao
Pedido de Drawback.
§ 1º Os pedidos de alteração somente serão passíveis de análise quando formulados até o
último dia de validade do Ato Concessório de Drawback ou no primeiro dia útil subsequente,
caso o vencimento tenha ocorrido em dia não útil.
§ 2º A concessão dar-se-á com a emissão de Aditivo ao Ato Concessório.

Resumindo, o benefício é concedido pela Secex através de ato concessório, após a


formulação do pedido de drawback que deverá conter:
- valor e especificação da mercadoria exportada.
- valor FOB e/ou CIF por unidade de mercadoria importada, com as quantidades e os
valores respectivos, estabelecidos com base na mercadoria exportada;
- valor total, especificação, NCM da mercadoria a ser importada para reposição
estoque.
Nessa modalidade, o empresário terá que ir ao Banco do Brasil preencher a “papelada”
e pagar taxa pelos serviços bancários, enquanto que na modalidade de suspensão, via
Siscomex, o processo todo é gratuito.

3. HABILITAÇÃO (Port. Secex 14/04 art. 67 e 70)


Para habilitação ao regime de drawback isenção as empresas deverão utilizar o
Relatório Unificado de Drawback (RUD). O RUD deve constar o número da declaração de
Exportação (DDE) e documentos pertinentes.
Art. 67. As empresas interessadas em operar no Regime de Drawback, nas modalidades de
suspensão e isenção, deverão estar habilitadas em operar em comércio exterior nos termos,
limites e condições estabelecidos na legislação pertinente.
Art. 70. A habilitação ao Regime de Drawback far-se-á mediante requerimento da empresa
interessada, sendo:
I - na modalidade suspensão - por intermédio de módulo específico Drawback do Sistema
Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX); e
II - na modalidade isenção - por meio de formulário próprio.
§ 1º Na modalidade isenção, deverão ser utilizados os seguintes formulários, disponíveis nas
dependências bancárias habilitadas ou confeccionados pelos interessados, observados os
padrões especificados:
I - Pedido de Drawback;
II - Aditivo ao Pedido de Drawback;
III - Anexo ao Ato Concessório ou Aditivo;
IV - Relatório Unificado de Drawback.
§ 2º Deverá ser observado, obrigatoriamente, o disposto no Anexo “F” desta Portaria.

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"DRAWBACK"

3.1. Do Pedido
A Port. Secex 14/04 estabelece para habilitação do pedido de drawback isenção que:

Art. 111. Na habilitação ao Regime de Drawback, modalidade isenção, somente poderá ser
utilizada DI com data de registro não anterior a 2 (dois) anos da data de apresentação do
respectivo Pedido de Drawback.
Art. 112. A empresa deverá indicar a classificação na NCM, a descrição, a quantidade e o
valor da mercadoria a ser importada e do produto exportado, em moeda de livre
conversibilidade, dispensada a referência a preços unitários.
§ 1º O valor do produto exportado corresponde ao valor líquido da exportação, assim
entendido o preço total no local de embarque (campo 18-b do RE), deduzidas as parcelas
relativas a fornecimento do fabricante-intermediário, comissão de agente, descontos e
eventuais deduções.
§ 2º Deverá ser observado, obrigatoriamente, o disposto no Anexo “F” desta Portaria.
Art. 113. O Pedido de Drawback poderá abranger produto exportado diretamente pela
pleiteante (empresa industrial ou equiparada a industrial), bem como fornecido no mercado
interno à industrial-exportadora (Drawback Intermediário), quando cabível.
Parágrafo único. Poderá, ainda, abranger produto destinado à venda no mercado interno com o fim
específico de exportação, observado o disposto nesta Portaria.

3.2. Comprovação (Port. Secex 14/04, art.136)


A comprovação de exportação já realizada é feita no momento da habilitação com a
indicação do número do registro de exportação (RE) e respectiva declaração de exportação
(DDE) do produto em cujo beneficiamento, fabricação, complementação ou
acondicionamento tenham sido utilizadas mercadorias importadas, equivalente àquelas objeto
do pleito de isenção.
Art. 136. Os documentos que comprovam as operações de importação e exportação vinculadas
ao Regime de Drawback são os seguintes:
I - Declaração de Importação (DI);
II - Registro de Exportação (RE) averbado;
III - Registro de Exportação Simplificado (RES) averbado;
IV - Nota Fiscal de venda no mercado interno.
IV.1. nas vendas internas, com fim específico de exportação, de empresa industrial beneficiária
do Regime para empresa comercial exportadora constituída na forma do Decreto-Lei n° 1.248,
de 1972, a empresa deverá manter em seu poder cópia da 1ª via da Nota Fiscal (via do
destinatário) contendo declaração original do recebimento em boa ordem do produto,
observado o disposto no Anexo “I” desta Portaria;
IV.2. nas vendas internas, com fim específico de exportação, de empresa industrial beneficiária
do Regime para empresa de fins comerciais habilitada a operar em comércio exterior, a
empresa deverá manter em seu poder cópia da 1ª via da Nota Fiscal (via do destinatário)
contendo declaração original do recebimento em boa ordem do produto e declaração
observado o disposto no Anexo “L” desta Portaria;
IV.3. nas vendas internas de empresa industrial beneficiária do Regime para fornecimento no
mercado interno, a empresa deverá manter em seu poder cópia da 1ª via da Nota Fiscal (via do
destinatário) contendo declaração original do recebimento em boa ordem do produto,
observado o disposto nos Anexos “D” e “E” desta Portaria;
IV.4. nas vendas internas, nos casos de Drawback Intermediário, a empresa beneficiária do
Regime deverá manter em seu poder:
a) 2ª via (via do emitente) da Nota Fiscal de venda do fabricante-intermediário;
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"DRAWBACK"

b) cópia da 1ª via (via do destinatário) de Nota Fiscal de venda da empresa industrial à


Empresa Comercial Exportadora, nos termos do Decreto-Lei nº 1.248, de 1972; e
c) cópia da 1ª via (via do destinatário) de Nota Fiscal de venda da empresa industrial à
empresa de fins comerciais habilitada a operar em comércio exterior, observado o disposto no
Anexo “L” desta Portaria

4. PRAZO DO ATO CONCESSÓRIO (Port. Secex 14/04)


Art. 118. O prazo de validade do Ato Concessório de Drawback é determinado pela data-limite
estabelecida para a realização das importações vinculadas e será de 1 (um) ano, contado a partir
da data de sua emissão.
Parágrafo único. Não perderá direito ao Regime, a mercadoria submetida a despacho aduaneiro
após o vencimento do respectivo Ato Concessório de Drawback, desde que o embarque no
exterior tenha ocorrido dentro do prazo de sua validade.
Art. 119. Qualquer alteração das condições concedidas pelo Ato Concessório de Drawback
deverá ser solicitada, dentro do prazo de sua validade, por meio do formulário Aditivo ao Pedido
de Drawback.
§ 1º Os pedidos de alteração somente serão passíveis de análise quando formulados até o último
dia de validade do Ato Concessório de Drawback ou no primeiro dia útil subsequente, caso o
vencimento tenha ocorrido em dia não útil.
§ 2º A concessão dar-se-á com a emissão de Aditivo ao Ato Concessório.
Art. 120. Poderá ser solicitada prorrogação do prazo de validade de Ato Concessório de
Drawback, desde que devidamente justificado e examinadas as peculiaridades de cada caso,
respeitado o limite de 2 (dois) anos da data de sua emissão.
Parágrafo único. Os pedidos de prorrogação somente serão passíveis de análise quando
formulados até o último dia de validade do Ato Concessório de Drawback ou no primeiro dia útil
subsequente, caso o vencimento tenha ocorrido em dia não útil.
Art. 121. Somente será admitida a alteração de titular de Ato Concessório de Drawback no caso
de sucessão legal, nos termos da legislação pertinente, mediante apresentação de documentação

Observem que tem dois prazos distintos na Port. 14/04: a do art. 111 e do art.118.
- Art. 111 - Para apresentação do pedido: 2 anos contados da data do registro da
primeira DI
- Art. 118- Para embarque no exterior: 1 ano, prorrogável por mais 1 ano, a partir da
data da emissão do Ato Concessório.
DRAWBACK - OPERAÇÕES ESPECIAIS
O regime de drawback, normalmente, é concedido para determinadas matérias-primas
para industrialização e exportação de um determinado produto. Quem procede a importação
normalmente é a empresa industrial que importa, processa e exporta. No entanto, há situações
que foge a regra padrão, na qual a Secex chama de “operações especiais” e cuja concessão e
acompanhamento são também de responsabilidade da Secex.

A Portaria Secex nº 14/2004, declara que poderão ser concedidas, as seguintes


operações especiais:
Art. 58. Poderão ser concedidas as seguintes operações especiais:
I - drawback genérico: concedido exclusivamente na modalidade suspensão. Caracteriza-se
pela discriminação genérica da mercadoria a importar e o seu respectivo valor;
II - drawback sem cobertura cambial: concedido exclusivamente na modalidade suspensão.
Caracteriza-se pela não cobertura cambial, parcial ou total, da importação;

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"DRAWBACK"

III - drawback solidário: concedido exclusivamente na modalidade suspensão. Caracteriza-se


pela participação solidária de duas ou mais empresas industriais;
IV - drawback intermediário: concedido na modalidade suspensão e isenção. Caracteriza-se
pela importação de mercadoria, por empresas denominadas fabricantes-intermediários,
destinada a processo de industrialização de produto intermediário a ser fornecido a empresas
industriais-exportadoras, para emprego na industrialização de produto final destinado à
exportação;
V - drawback para embarcação: concedido na modalidade suspensão e isenção. Caracteriza-se
pela importação de mercadoria utilizada em processo de industrialização de embarcação,
destinada ao mercado interno, conforme o disposto no § 2.º do art. 1.º da Lei n.º 8.402, de 8 de
janeiro de 1992, nas condições previstas no Anexo “D” desta Portaria;
VI - drawback para fornecimento no mercado interno - concedido na modalidade suspensão.
Caracteriza-se pela importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes
destinados à fabricação, no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado
interno, em decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda conversível
proveniente de financiamento concedido por instituição financeira internacional, da qual o
Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira, ou ainda, pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, com recursos captados no exterior, de acordo
com as disposições constantes do art. 5º da Lei n.º 8.032, de 12 de abril de 1990, com a
redação dada pelo art. 5º da Lei n.º 10.184, de 12 de fevereiro de 2001, nas condições
previstas no Anexo “E” desta Portaria.

1. Drawback Genérico (Port Secex 14/04 art. 84 a 86)

Art. 84. Operação especial, concedida apenas na modalidade suspensão, em que é admitida a
discriminação genérica da mercadoria a importar e o seu respectivo valor, dispensadas a
classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM e a quantidade.
Art. 85. No compromisso de exportação deverão constar NCM, descrição, quantidade e valor total do
produto a exportar.
Art. 86. A importação da mercadoria fica limitada ao valor aprovado no Ato Concessório de
Drawback.

2. Drawback sem cobertura cambial (Port Secex 14/04 art. 88 a 90)


Este tipo de drawback é semelhante ao tradicional drawback suspensão com a diferença
de que não haverá pagamento de divisas na importação. A parcela da exportação com
cobertura cambial será a diferença entre o valor total da exportação e o da importação de
insumos.
Art. 88. Operação especial, concedida exclusivamente na modalidade suspensão, que se
caracteriza pela não cobertura cambial, parcial ou total, da importação.
Art. 89. O efetivo ingresso de divisas, referente à exportação, corresponderá à diferença entre
o valor total da exportação e o valor da parcela sem cobertura cambial da importação.
Art. 90. O ganho cambial da operação será calculado mediante a comparação do efetivo
ingresso de divisas com o valor total da importação.

Diferentemente do regime de admissão temporária, a importação sob o regime de


drawback sem cobertura cambial é processada como um despacho de consumo, significa que
o importador gozará de outros benefícios fiscais concedido ao regime. Os dados de
importação e exportação são considerados na balança comercial para efeitos estatísticos.

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"DRAWBACK"

3. Drawback Solidário (Port Secex 14/04 art 92 a 97)


No regime de drawback solidário o processo de industrialização é realizado por duas ou
mais empresas e a exportação é vinculada a um único contrato de exportação. Nesse
regime as partes não podem revender as mercadorias importadas entre as participantes e nem
vender para as empresas comercais exportadoras. A exportação poderá, ser processada por
todos os membros ou por apenas uma das empresas participantes, devidamente credenciada
pelas demais.
Art. 92. Operação especial, concedida exclusivamente na modalidade suspensão, em que
participam solidariamente duas ou mais empresas industriais vinculadas a um único contrato
de exportação.
Art. 93. Esta operação não se confunde com o Drawback Intermediário, nem com operação
envolvendo “industrialização sob encomenda”, bem como não será admitida a revenda de
mercadoria importada entre as participantes.
Parágrafo único. Não será admitida, também, venda, no mercado interno, com o fim específico
de exportação à Empresa Comercial Exportadora constituída na forma do Decreto-Lei n°
1.248 de 29 de novembro de 1972, bem como à empresa de fins comerciais habilitada a operar
em comércio exterior.
Art. 94. Após a impostação dos dados de importação e exportação no módulo específico
Drawback do SISCOMEX, deverá ser apresentado ao DECEX Termo de Responsabilidade, nos
termos do Anexo “H”, firmado por todas as participantes, definindo o montante de
participação de cada empresa.
Art. 95. O Ato Concessório de Drawback será emitido em nome de uma das empresas
industriais, devidamente credenciada pelas demais participantes.
Art. 96. Cada participante será responsável pela importação de mercadoria destinada,
exclusivamente, à industrialização de sua parcela de produto a exportar, no montante
declarado no Termo de Responsabilidade.
Art. 97. Cada participante será responsável pela exportação de sua parcela, no montante
declarado no Termo de Responsabilidade.
Parágrafo único. A exportação poderá, ainda, ser realizada por apenas uma das empresas
participantes, devidamente credenciada pelas demais. Nesse caso, a empresa exportadora
deverá ser, obrigatoriamente, a detentora do Ato Concessório de Drawback.
4. Drawback Intermediário (Port Secex 14/04, art. 99a 101 e 125 a 127 )
Trata-se de um sistema de drawback que ampara o importador de insumos que não
efetiva a exportação, pois este fabrica os bens (peças ou qualquer insumo) e entrega para a
indústria-exportadora.
O drawback intermediário pode ser na modalidade suspensão como na isenção.
O fabricante-intermediário usará o drawback suspensão, se este já sabe de antemão o
que necessita importar para produção de mercadorias que vão ser entregues ao fabricante
exportador. Caso contrário, se ele costuma importar com pagamento de tributos para atender
ao mercado interno e resolva depois vender as mercadorias (com insumos importados) para
um fabricante-exportador, ele solicitará a reposição do estoque (ato concessório no regime de
isenção), mediante o pedido de drawback e o RUD.
Art. 99. Operação especial concedida a empresas denominadas fabricantes-intermediários, que
importam mercadoria destinada à industrialização de produto intermediário a ser fornecido a
empresas industriais-exportadoras, para emprego na industrialização de produto final
destinado à exportação.

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"DRAWBACK"

Art. 100. Uma mesma exportação poderá ser utilizada para comprovar Ato Concessório de
Drawback do fabricante-intermediário e da industrial-exportadora, proporcionalmente à
participação de cada um no produto final exportado.
Art. 101. É obrigatória a menção expressa da participação do fabricante-intermediário no
Registro de Exportação (RE)
.
Art. 125. Operação especial concedida, a empresas denominadas fabricantes-intermediários,
para reposição de mercadoria anteriormente importada utilizada na industrialização de
produto intermediário fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego na
industrialização de produto final destinado à exportação.
Art. 126. Uma mesma exportação poderá ser utilizada para habilitação ao Regime pelo
fabricante-intermediário e pela industrialexportadora, proporcionalmente à participação de
cada um no produto final exportado.
Art. 127. O fabricante-intermediário deverá apresentar o Relatório Unificado de Drawback -
RUD, consignando os respectivos documentos comprobatórios da importação da mercadoria
utilizada no produto-intermediário, do fornecimento à industrial-exportadora e da efetiva
exportação do produto final.
Parágrafo único. Deverá ser observado o disposto no art. 136 desta Portaria.
Art.128. É obrigatória a menção expressa da participação do fabricante-intermediário no RE.

5. Drawback embarcação (Port. Secex 14/04 art. 107,108,130 e 131)


Com base no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.402, de 1992, poderá ser concedido o regime de
drawback, nas modalidades de suspensão e de isenção, às importações de mercadoria
destinada a processo de industrialização de embarcação para fins de venda no mercado
interno, com ingresso de moeda estrangeira. Deverá constar do pedido o montante da venda
no mercado interno da embarcação, em moeda do País, em substituição ao valor da
exportação, sendo permitida a utilização de indexadores ou fórmula de reajuste.
Art. 107. Operação especial concedida para importação de mercadoria utilizada em processo de
industrialização de embarcação, destinada ao mercado interno, conforme o disposto no § 2.º do
art. 1º da Lei n.º 8.402, de 8 de janeiro de 1992.
Art. 108. Deverão ser observados, ainda, a Seção I deste Capítulo e o Anexo “D” desta Portaria.

Art. 130. Operação especial concedida para importação de mercadoria utilizada em processo de
industrialização de embarcação, destinada ao mercado interno, conforme o disposto no § 2.º do
art. 1º da Lei n.º 8.402, de 8 de janeiro de 1992.
Art. 131. Deverão ser observados, ainda, a Seção I deste Capítulo e o Anexo “D” desta Portaria.

6. Drawback mercado interno (Port. Secex 14/04 art. 109 e 110)


Geralmente são importações de materias-primas para fabricação de máquinas e
equipamentos, que visam atender grandes projetos proveniente de contrato de risco ou
doações de organismos internacionais pagos em moeda conversível. Os produtos fabricados
com insumos estrangeiros em vez de serem exportados são consumidos dentro do País.

Como menciona o Anexo II da citada Portaria, poderá ser concedido o regime de


drawback, modalidade suspensão, para os casos que envolverem a importação matérias-
primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de
máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no mercado interno, em decorrência de
licitação internacional financiada.

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"DRAWBACK"

Art. 109. Operação especial concedida para importação de matérias-primas, produtos


intermediários e componentes destinados à fabricação, no País, de máquinas e equipamentos a
serem fornecidos, no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, contra
pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento concedido por instituição
financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira,
ou ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, com recursos
captados no exterior, de acordo com as disposições constantes do art. 5º da Lei n.º 8.032, de 12
de abril de 1990, com a redação dada pelo art. 5º da Lei n.º 10.184, de 12 de fevereiro de 2001.
Art. 110. Deverão ser observados, ainda, a Seção I deste Capítulo e o Anexo “E” desta Portaria.

7. Drawback para produtos agrícolas ou criação de animais (Port.Secex 14/04 art 103 a
106)
O drawback para exportação de produtos agrícolas ou animais é concedido
exclusivamente na modalidade suspensão, nos termos da Port. Secex 14/04. Caracteriza-se
pela importação de matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de produtos
agrícolas ou animais destinados à exportação, como: frutas, algodão não cardado, camarão,
carnes e miudezas de frango e suínos.
Art. 103. Operação especial concedida, exclusivamente na modalidade suspensão, para
importação de matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo dos produtos agrícolas ou
na criação dos animais a seguir definidos, cuja destinação é a exportação:
I - frutas, suco e polpa de frutas;
II - algodão não cardado nem penteado;
III - camarões;
IV - carnes e miudezas, comestíveis, de frango; e
V - carnes e miudezas, comestíveis, de suínos.
Art. 104. Após a impostação dos dados de importação e exportação no módulo específico
Drawback do SISCOMEX, deverão ser apresentados ao DECEX os seguintes documentos:
I - laudo técnico emitido por órgão ou entidade especializada da Administração Pública
Federal: e
II - cópia do termo de abertura do Livro Fiscal de Controle da Produção e do estoque, modelo
3, na forma da legislação vigente, com o registro na Junta Comercial, que comprove o controle
contábil da produção.
Art. 105. As matérias-primas e outros produtos a serem importados deverão estar relacionados
no campo “descrição complementar” do Ato Concessório de Drawback.
Parágrafo único. A descrição de que trata o “caput” deste artigo deverá ser completa de modo
a permitir a perfeita identificação com o constante do laudo apresentado.
Art. 106. Deverá ser observada, ainda, a Seção I deste Capítulo.

DRAW BACK - RESTITUIÇÃO

1. CONCEITO (RA art.350 e 351)


Na modalidade de restituição, o benefício será aplicado pela SRF, nos termos do RA.
Art. 350. A restituição do valor correspondente aos tributos poderá ser feita mediante
crédito fiscal, a ser utilizado em qualquer importação posterior.

Art. 351. Na modalidade de restituição, o regime será aplicado pela unidade


aduaneira que jurisdiciona o estabelecimento produtor, atendidas as normas

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"DRAWBACK"

estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal, para reconhecimento do direito


creditório.

As empresas que tenham exportado produtos industrializados com insumos, matérias


primas, partes e peças importados com pagamento de tributos, poderão solicitar restituição
dos mesmos sob a forma de créditos fiscais, para compensação em futuras importações de
qualquer produto que necessitar. A restituição pode ser total ou parcial da DI de importação.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (RA art. 349)


A concessão do regime é dada pela Delegacia ou Inspetoria que jurisdiciona o
estabelecimento do importador, através de Certificado de Crédito Fiscal à importação.
Art. 349. A concessão do regime, na modalidade de restituição, é de competência da
Secretaria da Receita Federal, e poderá abranger, total ou parcialmente, os tributos
pagos na importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na
fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada.

Parágrafo único. Para usufruir do regime, o interessado deverá comprovar a


exportação de produto em cujo beneficiamento, fabricação, complementação ou
acondicionamento tenham sido utilizadas as mercadorias importadas referidas no
caput.

3. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
- cópia do extrato da DI e do comprovante de pagamento dos tributos, se houver;
- demonstrativo do plano de produção da empresa, evidenciando a relação insumo-
produto por unidade produzido;
- comprovante de exportação (DDE).

4. PRAZO PARA REQUERER


- dentro de 90 dias do embarque de exportação, prorrogável por mais 90 dias.

DRAW BACK - VERDE E AMARELO (Lei nº 8.402/92 art. 3º)

1. CONCEITO
As compras no mercado interno com fim exclusivamente de exportação serão
comparadas e observarão o regime de drawback.
O benefício do Drawback "Verde e Amarelo", consiste na suspensão do IPI sobre as
matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagens nacionais, destinados à
industrialização de produtos a serem exportados, nas mesmas condições do Drawback
suspensão.
A Lei n° 8.402, de 08.01.1992, que veio restabelecer os incentivos fiscais, instituiu o
regime fiscal especial para compras internas com fim exclusivo de exportação.
Menciona no artigo 3º que:

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

Art. 3° As compras internas com fim exclusivamente de exportação serão comparadas e


observarão o mesmo regime e tratamento fiscal que as importações desoneradas com fim
exclusivamente de exportação feitas sob o regime de drawback .
1° O Poder Executivo adotará as medidas necessárias para o melhor controle fiscal das
operações previstas neste artigo, bem como indicará, no envio da mensagem do orçamento
para 1992, a estimativa da renúncia da receita que estes incentivos acarretarão.

Após várias alterações dos decretos que vieram regulamentar esse artigo 3º, o atual
RIPI (Dec. 4544/2002) trata desse regime na seção que trata dos casos de suspensão do IPI.

Art. 42. Poderão sair com suspensão do imposto:


IV – os produtos industrializados, que contiverem matérias-primas (MP), produtos
intermediários (PI) e material de embalagem (ME) importados submetidos a regime
aduaneiro especial de que tratam os incisos II e III do art. 78 do Decreto-lei nº 37, de 18 de
novembro de 1966 ( drawback – suspensão, isenção), remetidos diretamente a empresas
industriais exportadoras para emprego na produção de mercadorias destinadas à exportação
direta ou por intermédio de empresa comercial exportadora, atendidas as condições
estabelecidas pela SRF;

XIV – as MP, PI e ME, de fabricação nacional, vendidos a (Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de


1992, art. 3º):
a) estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação; ou
b) estabelecimento comercial, para industrialização em outro estabelecimento da mesma
firma ou de terceiro, de produto destinado à exportação.
........
§ 2º – No caso do inciso XIV:
I – a sua aplicação depende de prévia aprovação pelo Secretário da Receita Federal de
plano de exportação, elaborado pela empresa exportadora que irá adquirir as MP, PI e ME
objeto da suspensão;
II – a exportação dos produtos pela empresa adquirente das MP, PI e ME fornecidos com
suspensão do imposto deverá ser efetivada no prazo de até um ano, contado da aprovação
do plano de exportação, prorrogável uma vez, por idêntico período, na forma do inciso II,
admitidas novas prorrogações, respeitado o prazo máximo de cinco anos, quando se tratar de
exportação de bens de capital de longo ciclo de produção; e
III – a SRF expedirá instruções complementares necessárias a sua execução.

§ 2º – No caso do inciso XIV:


I – a sua aplicação depende de prévia aprovação pelo Secretário da Receita Federal de
plano de exportação, elaborado pela empresa exportadora que irá adquirir as MP, PI e ME
objeto da suspensão;
II – a exportação dos produtos pela empresa adquirente das MP, PI e ME fornecidos com
suspensão do imposto deverá ser efetivada no prazo de até um ano, contado da aprovação
do plano de exportação, prorrogável uma vez, por idêntico período, na forma do inciso II,
admitidas novas prorrogações, respeitado o prazo máximo de cinco anos, quando se tratar de
exportação de bens de capital de longo ciclo de produção; e
III – a SRF expedirá instruções complementares necessárias a sua execução.

Os requisitos que trata o inciso III supra mencionado encontra-se estabelecido na IN


SRF 296/03.

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

Art. 17. Sairão do estabelecimento industrial com suspensão do IPI as MP, PI e ME


destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de produtos
classificados nos Capítulos 2 a 4, 7 a 12, 15 a 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e
2309.90.30 e Ex-01 no código 2309.90.90), 28 a 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00, e
nas posições 21.01 a 2105.00 da Tipi, inclusive aqueles a que corresponde a notação NT
(não-tributados). (NR dada pela IN 342/03).

§ 1o Para fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão declarar ao


vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atendem a todos os requisitos
estabelecidos.
§ 2o As MP, PI e ME importados diretamente por estabelecimento industrial fabricante de
que trata este artigo serão desembaraçados com suspensão do IPI, ficando o desembaraço
com suspensão do imposto condicionado à apresentação, pelo contribuinte, de cópia, com
recibo de entrega, da informação a que se refere o § 3º.
§ 3o O estabelecimento adquirente de que trata este artigo deverá informar, sem
formalização de processo, à Delegacia da Receita Federal (DRF) ou à Delegacia da Receita
Federal de Fiscalização (Defic) de seu domicilio fiscal os produtos que elabora e as MP, PI e
ME que irá adquirir nos mercados interno e externo.

2. BENEFICIÁRIOS
Os estabelecimentos industriais ou equiparados poderão dar saída com suspensão do
IPI de matérias primas e produtos intermediários, materiais de embalagens, de fabricação
nacional vendidos à estabelecimentos industriais, destinados à exportação.
São considerados estabelecimentos interessados no regime:
Fornecedor - aquele que fornece matéria prima, produtos intermediários e materiais
de embalagem, de fabricação nacional, destinados à industrialização de produtos a serem
exportados.
Exportador -industrial - aquele que adquire os insumos e promove a industrialização
e efetua direta ou indiretamente a exportação dos produtos resultante.
Exportador - comercial - aquele que adquire os insumos, encomenda à
industrialização e efetua direta ou indiretamente a exportação dos produtos resultantes.
Industrializador - aquele que recebe os insumos, industrializa por encomenda do
exportador.

3. CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO


Os requisitos que trata o inciso III do § 2º do art. 42 do RIPI (Dec. 4544/02) encontra-
se estabelecidos na IN 84/92, que trata basicamente de:
Requerimento do exportador ao Superintendente da SRF apresentando o Plano de
Exportação objeto de IPI suspenso contendo:
- dados da identificação do Exportador, Industrializador e Fornecedor;
- discriminação dos produtos a serem exportados, quantidade, classificação, valor em
US$;
- insumos a serem adquiridos no mercado interno, com código da TIPI, valor em US$;
- prazo previsto para execução do Plano de Exportação;
- declaração expressa de que se responsabiliza pelo pagamento do IPI e acréscimos
legais, caso haja descumprimento do termo de responsabilidade.

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

Em razão de suspensão do IPI para outras situações, inclusive para Pessoa Jurídica
preponderantemente exportadora, a IN SRF 296/03 veio permitir o cancelamento do plano
de exportação nos termos do art 18.
Art. 18. Os titulares de Planos de Exportação, assumidos nos termos da Instrução Normativa
do Departamento da Receita Federal nº 84/92, de 3 de julho de 1992, ao amparo do disposto
no art. 3º da Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992, regulamentado pelo Decreto nº 541, de 26
de maio de 1992, poderão solicitar à autoridade concedente do Plano o seu cancelamento,
desde que o valor das MP, PI e ME, expresso em dólares norte-americanos, adquiridos com
suspensão do IPI, seja igual ou inferior ao valor, expresso naquela mesma moeda, das
exportações realizadas até a data de protocolização do pedido de cancelamento.

4. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO EMBARQUE


- dados das notas fiscais de aquisição;
- discriminação dos produtos exportados;
- dados da NF de exportação, Registro de Exportação;
- dados da NF de venda à Trading Company, quando tratar de exportação indireta.

5. PRAZO PARA EXPORTAÇÃO


De acordo com as disposições do Regulamento do IPI (RIPI), o prazo para exportação
do produto pela empresa adquirente das MP, PI e ME fornecido com suspensção do IPI é de
até um ano, contados da aprovação do Plano de Exportação, prorrogável por mais um ano, e
no máximo até 5 anos, quando tratar-se de bens de capital.
Dec. nº 4544/02 (RIPI)
Art. 42. Poderão sair com suspensão do imposto:
..............
§ 2º – No caso do inciso XIV:
...........
II – a exportação dos produtos pela empresa adquirente das MP, PI e ME fornecidos com
suspensão do imposto deverá ser efetivada no prazo de até um ano, contado da aprovação
do plano de exportação, prorrogável uma vez, por idêntico período, na forma do inciso II,
admitidas novas prorrogações, respeitado o prazo máximo de cinco anos, quando se tratar de
exportação de bens de capital de longo ciclo de produção; e

LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO BÁSICA
- Lei 2.145/53 (DOU 29/12/53)- Cria a e dispõe sobre o intercâmbio comercial com o exterior.
- Lei 5.025/66 art. 14 e 55 dá nova redação ao art. 2º da lei 2.145/53.
- Dec. Lei 24/66 art. 4º dá nova redação ao art 55 da lei 5.025/66
- Dec. 59.607/66 art.20 e 99 - regulamenta a lei 5.025/66 e DL 24/66.
- Dec. lei 37/66, de 18/11/66 - art 78 - dispõe sobre regime de drawback.
- Dec. lei 1.416/75 (DOU 26/08/75) art 1º - dá nova redação ao art. 10 da lei 2.145/53.
- Dec. lei 1.626/78 (02/06/78)– dispõe s/isenção do AFRMM e TMP os regime estabelecido no art.78 do
DL37/66.
- Dec. 0055/78 (DOU 14/08/78) aprova o texto do dec. lei 1626/78.
- Dec.Lei 1.722/79 (DOU 04/12/79) altera a forma de utililização de estímulos fiscais a exportação
- art. 4º - dispõe sobre a suspensão dos tributos para operações efetuadas sob regime aduaneiro previsto no
art.7, item II do DL 37/66.

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

- Dec.lei 2.404/87 - art. 5º isenta o drawback do AFRMM.


- Dec.lei 2.434/88 (DOU 20/05/88) – dispõe sobre AFRMM (isenção para o regime de drawback).
- Dec.lei 2.472/88 altera dispositivo do Dec.lei 37/66.
- Lei 7.690/88 (DOU 16/12/88)- dá nova redação ao art. 10 da lei 2.145/53.
- Lei 8.032/90 - art. 2º e 5º - dispõe sobre a isenção ou redução de II no regime de drawback.
- Lei 8.402/92 - restabelece os incentivos fiscais. (Art. 3º institui o regime de Drawback intermediário).
- 8.522, de 11.12.1992 - Extingue taxas, emolumentos, contribuições, parcela da União das Custas e
Emolumentos da Justiça do Distrito Federal, e dá outras providências.
- Dec. 452 (DOU 19/02/92) – regulamenta o art. 3º da Lei 8402/92
- Dec. 4543/02 – RA art. 335 a 355 – dispõe sobre drawback

ATOS NORMATIVOS - DRAWBACK SUSPENSÃO e ISENÇÃO


- Port. MF 594/92 - dispõe sobre a aplicação do regime de drawback e atribui ao SECEX a concessão do
regime de suspensão e isenção.
- Port. SFN 108/92 - Delega competência.
- IN SRF 84/92 - baixa normas complementares relativa ao regime especial de suspensão de IPI nas compras
de insumos destinadas à industrialização de produtos a serem exportados e revoga a IN 20/92 .
- Res. Camex 12/2002 (DOU 19/06/02) concede beneficios do drawback p/rpodutos utilizado no cultivo de
frutas, camarões e carnes.
- IN SRF 168/2002 - Dispõe sobre os requisitos necessários aos laudos técnicos emitidos para a concessão do
benefício do drawback a matérias primas e outros produtos necessários ao cultivo de produtos agrícolas ou
à criação de animais a serem exportados, e estabelece obrigações acessórias.
- IN SRF 296/2003 (Retificada p/DOU 14.2.2003) - Dispõe sobre o regime de suspensão do IPI nos casos
que menciona. Alterada pela IN SRF 342/2003 e IN SRF 429/2004.
- Port. Secex 14/04 (DOU 23/11/04) -Consolida as disposições regulamentares das operações de importação
e do regime aduaneiro especial de drawback.Aprova aspectos gerais do regime aduaneiro de drawback.

ATOS NORMATIVOS: DRAWBACK RESTITUIÇÃO


- IN SRF 30/72 - estabelece normas de restituição do valor dos tributos, sob a forma de crédito fiscal,
aplicável às importações amparadas pelo regime de drawback.
- Port.Interm. MF/MT 754/78 item 3 dispõe sobre a restituição da TMP e AFRMM
- Port. SRF 471/79 - inc.VII e IX - dispõe sobre o reconhecimento do direito creditório na aplicação do
incentivo de drawback, modalidade restituição.
- IN SRF 10/82 - dá nova redação ao item 2, da IN SRF 30/72.
- Port. Interm. MF/MT 126/83 - dispõe sobre os pedidos de restituição da TMP.
- A.D. CST 11/90 - dispõe que as importações efetuadas sob o regime de drawback não se sujeitam a
obrigatoriedade em navio de bandeira brasileira.
- IN SRF 81/98 (DOU 29/07/98) - Dispõe sobre a Utilização de Crédito Fiscal decorrente de Drawback
restituição.
Vide site www.desenvolvimento.gov.br e www.receita.fazenda.gobv.br
1. CONCEITO
Drawback é o regime especial que consiste na importação
com suspensão, isenção ou restituição dos tributos, de
insumos destinados a integrar produtos exportados ou a
exportar.
Benefícios:
- Isenção II, IPI, ICMS, IOF, AFRMM e outras taxas
- dispensa da obrigatoriedade da bandeira brasileira
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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

- dispensa da análise de similaridade dos bens.

2. MODALIDADE
Suspensão e Isenção – de competência da SECEX
Restituição total ou parcial – de competência da SRF

3. CONCESSÃO
- transformação - importe na obtenção de espécie nova;
- beneficiamento - alterar o funcionamento ou a
aparência do produto;
- montagem - novo produto ou unidade autônoma
- renovação ou recondicionamento
- acondicionamento ou reacondicionamento

4. BENS A QUE SE APLICA


- à mercadoria para beneficiamento no País
- matéria prima, produto semi-elaborado ou acabado
utilizada na fabricação de outra, mesmo não
integrante do produto exportado;
- à peça, parte, aparelho, máquina, veículo ou
equipamento,
- embalagem, acondicionamento ou apresentação
(c/agregação de valor);
- animais destinados ao abate

4.1. Não se aplica o regime


- mercadoria cujo valor do II, seja inferior ao limite
fixado;
- importação de petróleo e seus derivados;
- exportações contra pagamento em moeda nacional;
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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

- exportações em moeda-convênio ou não conversíveis;


- importação para consumo na ZFM e ALC
- exportações vinculadas à comprovação de outros
regimes aduaneiros.

D R A W B A C K - SUSPENSÃO

1. CONCEITO
Permite a importação de insumos com suspensão de
tributos.
Os insumos deverão ser integralmente utilizadas no
processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou
apresentação das mercadorias a serem exportadas.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Através de Ato Concessório do Secex (Siscomex):
- a qualificação do beneficiário
- especificação e NCM das mercadorias
- quantidade e valor da mercadoria a exportar
- prazo para exportação
- termo de responsabilidade.
Poderá ser concedido e comprovado, a critério da Secex
com base na análise dos fluxos financeiros das
importações e exportações.
Pedido de Drawback:
No exame do será levado em conta o resultado cambial da
operação. A relação básica:

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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

- Importação de 40% s no local de embarque no exterior e


as parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas
incidentes,
- Agregação nacional de 60% do valor líquido das
exportações, assim entendido o valor no local de
embarque deduzido das parcelas de comissão de agente,
eventuais descontos e outras despesas

3. BENEFICIÁRIO
- empresas industriais e/ou comerciais.
3.1. Habilitação do usuário: o mesmo para operar o Siscomex
3.2. Acesso ao Sistema Drawback Eletrônico: idem
3.3. LI para Drawback: em todos os casos, inclusive com
anuência de outros outros se necessário para o produto.

4. GARANTIA DOS TRIBUTOS:


- será exigido TR quando constar do ato concessório a
prestação de garantia, (valor dos tributos suspensos)
- o TR será reduzida à medida que comprove as
exportações.

5. PRAZO DA SUSPENSÃO DOS TRIBUTOS


- l ano + única prorrogação de 1 ano para mercadorias
comuns
- máximo 5 anos para os bens de capital.
Os prazos de suspensão terão como termo final o fixado
para a exportação, no ato concessório.

6. COMPROVAÇÃO DA EXPORTAÇÃO
No prazo de 30 dias do prazo constante no A.Concessório
26
CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

As empresas deverão apresentar Relatório Unificado de


Drawback
Caso deixem de ser empregados no processo produtivo:

a) devolver ao exterior (reexportar);


b) pedir a destruição às expensas do interessado;
c) despacho para consumo, pagando tributos suspensos
+ acréscimos.

DRAW BACK - ISENÇÃO

1. CONCEITO
Regime que permite ao beneficiário a reposição de estoque
de mercadorias de mesma qualidade, quantidade, empregados
nos produtos exportados.

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Deve ser efetivada, em cada caso, via Siscomex., através
de Ato concessório da Secex que deve constar:
- valor e especificação da mercadoria exportada.
- especificação e NCM das mercadorias a serem
importadas, com as quantidades e os valores
respectivos, e
- valor unitário da mercadoria importada, e da exportada.

3. CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO


Comprovação de exportação já realizadas (nº RE e DDE),
Comprovação da importação (extrato da DI)

4. PRAZOS
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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

- Para pedido: 2 anos da data do registro da primeira DI


- Para embarque: 1 ano, prorrogável + 1 ano, da emissão
do AC.

DRAWBACK - OPERAÇÕES ESPECIAIS


- Drawback Genérico (discriminação genérica)
- Drawback Sem cobertura Cambial
- Drawback Solidário (participação de duas ou mais
empresas industriais
- Drawback Intermediário (fabricante-intermediários),
- Drawback para Embarcação
- Drawback para fornecimento no Mercado Interno
(para atender licitação internacional)
- Drawback para Reposição de Matéria-Prima
Nacional (modalidade isenção)

DRAW BACK - RESTITUIÇÃO

1. CONCEITO
Na modalidade de restituição, o benefício será aplicado pela
SRF.
- Para produtos industrializados com insumos, matérias
primas, partes e peças importados com pagamento de
tributos;
- a restituição é em forma de créditos fiscais, para
compensação de futuras importações (NCM diferentes).
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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

2. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
- pode abranger, total ou parcialmente os tributos já pagos;
- o interessado deverá comprovar a exportação de produtos,
cujo beneficiamento/fabricação tenham utilizado as
mercadorias importadas.
- o Certificado de Crédito Fiscal é fornecido pela Delegacia
ou Inspetoria que jurisdiciona o estabelecimento do
importador.

3. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
- cópia do Extrato da DI e do DARF, se houver;
- comprovante de exportação (RE);
- demonstrativo do plano de produção da empresa,
evidenciando a relação insumo-produto por unidade
produzido.

4. PRAZO PARA REQUERER:


- dentro de 90 dias do embarque de exportação,
prorrogável por mais 90 dias.
D R A W B A C K - INTERMEDIÁRO
1. CONCEITO
O benefício do Drawback "Verde e Amarelo", consiste na
suspensão do IPI sobre as matérias primas, produtos
intermediários e materiais de embalagens nacionais,
destinados à industrialização de produtos a serem exportados,
nas mesmas condições do Drawback suspensão.

2. BENEFICIÁRIOS
Os estabelecimentos industriais ou equiparados
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CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR : LEGISLAÇÃO ADUANEIRA REIKO MUTO

"DRAWBACK"

São considerados estabelecimentos interessados no


regime:
Fornecedor - fornece matéria prima de fabricação
nacional,
Exportador industrial–adquire insumos, industrializa e
exporta;
Exportador comercial - adquire insumos, encomenda à
industrialização e efetua exportação;
Industrializador - produz por encomenda do exportador.

3. CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO


Apresentação de Plano de Exportação objeto de IPI
suspenso para SRF com dados do Exportador,
Industrializador e Fornecedor;
- discriminação dos produtos a serem exportados e dos
insumos a serem adquiridos no mercado interno, valor
em US$;
- prazo previsto para execução do Plano;
- declaração se responsabilizando pelos tributos
suspensos, caso haja descumprimento do termo de
responsabilidade

4. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO EMBARQUE


Apresenta todos os documentos de exportação

5. PRAZO PARA EXPORTAÇÃO


1 ano prorrogável mais 1 ano, e
no máximo 5 anos quando tratar-se de bens de capital.

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