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Meus Tiranos

Frederico Trotta

(aos meus sete netos) Oh! filhos de meus filhos, meus tiranos, que a casa me invadis, alacremente, na expanso natural dos tenros anos, como um bando de pssaros, contente! No deixais sossegados mveis, panos, em tudo remexeis alegremente. Sois meigos, vivos, bons, no causais danos e a tristeza espantais, jocosamente! E junto da av, em grupo tagarela, larga expandis os coraes, formando um cromo, cndida aquarela, tal qual Branca de Neve e os sete anes! Adoro essa balbrdia domingueira, de brincos infantis e risos castos, de suave sabor patriarcal! Vs me tornais feliz de tal maneira que, praza aos cus, na hora derradeira, ao fechar para sempre os olhos gastos, cerrando sobre a vida espesso vu, oua invadir a casa toda inteira, vosso clamor; fanfarra triunfal, a conduzir-me porta azul do cu! Em: Poetas cariocas em 400 anos, ed. Frederico Trotta, Rio de Jnaeiro, Editora Vecchi: 1965
Fonte: peregrinacultural.wordpress.com

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