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ABANDONO DE INCAPAZ
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No art. 133 está o tipo: “abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono”. A pena é detenção, de seis meses a três anos.
São sujeitos ativos apenas as pessoas que tenham, para com outras, o dever de
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade.
10.2 TIPICIDADE
No caput do art. 133 está descrita a conduta típica simples. Os elementos são a
conduta de abandonar, e o resultado naturalístico que é a situação de perigo a que fica
exposta a vítima.
10.2.1.1 Conduta
Será ainda comissiva a conduta do agente que se afasta do lugar onde a vítima se
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encontra, ficando exposta a perigo de lesão de sua vida ou saúde por não ter ela a
capacidade de, sozinha, por si mesma, defender-se dos riscos do desamparo.
O perigo, portanto, deve ser concreto, demonstrável e, por isso, deve ser
cabalmente provado. Não será típica a conduta do agente que transporta a vítima até um
estabelecimento de assistência a idosos, porque aí ela estará amparada, sem sofrer
qualquer perigo de lesão.
Não há previsão legal de punição por conduta culposa. Se a conduta tiver sido
negligente e do abandono resultar lesão, leve, grave ou gravíssima, o agente responderá
por lesão corporal culposa. Se resultar morte, homicídio culposo. Necessário o nexo causal.
Nesses casos, o resultado qualificador deve, além do nexo causal, decorrer de culpa
do agente. São crimes preterdolosos. Dolo de perigo na conduta de abandonar, e culpa no
resultado efetivamente causado.
Nenhum desses resultados pode ter sido abrangido pelo dolo do agente, pois, se
assim tiver sido, responderá ele por lesão corporal grave ou homicídio doloso,
respectivamente.
Prevê o § 3º duas causas de aumento de pena, de um terço, que incidirão tanto para
a forma simples, quanto para as qualificadas pelo resultado.
Essa lei entra em vigor 90 dias após sua publicação, que se deu no DOU de 3-10-
2003.
a colocar a vítima em situação de abandono. Também será desculpado o agente que tiver
agido por erro de proibição, numa situação de estado de necessidade putativo.