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O capitalismo é um sistema global e como tal não pode ser subvertido no quadro
nacional, de qualquer nação e apenas no contexto de grandes espaços económicos
e políticos, tendo como protagonista dessa subversão uma multidão imensa de
trabalhadores em acção coordenada e radicalizada no sentido de mudanças
profundas na sociedade, no poder económico e político, com novas formas
organizativas e decisórias.
Uma dessas ilusões tem a ver com os processos eleitorais, restringindo aqui a
análise às democracias de mercado. E essa ilusão resulta tanto de condições
objectivas – controlo do processo pelo mandarinato e dos media pelo poder
económico – como de razões subjectivas – alienação da gestão da sociedade, por
parte da multidão.
Como se disse em artigo anterior, as eleições valem o que valem, de acordo com o
espaço e o tempo em que decorrem. Não se defende o abandono liminar de todos
os pleitos eleitorais mas, apoia-se o concurso da esquerda às eleições em
democracia de mercado enquanto existir uma fatia substantiva da multidão que
acredita nas mesmas, como via de progresso e de democratização das estruturas
sociais e económicas.
Porém, não basta, como tem vindo a ser feito pela esquerda institucional, apontar
os problemas existentes e as soluções técnicas em capitalismo e democracia de
mercado, por muito meritórias que sejam. E isso porque essas soluções ou são
aceitáveis pelo poder capitalista que assim até poderá surgir como subscritor de
propostas de “esquerda” ou são preteridas pelo mandarinato na contabilidade dos
custos e proveitos, dos equilíbrios entre os vários interesses que constituem o bloco
hegemónico do poder.
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