Você está na página 1de 1

12 Fevereiro 2009 31

AUTOMÓVEL
“Chip” de matrícula deverá custar €10 Fiat “low cost” China é o maior mercado do mundo
A Fiat prevê comercializar 300
O dispositivo electrónico de matrícula (DEM), vulgarmente mil automóveis, no “médio A China destronou os Estados Unidos da América como o maior
designado por “chip”, pode vir a custar menos de dez euros, prazo”, assim que entrar no mercado de automóveis do Mundo. “É a primeira vez na História
disse fonte oficial da secretaria de Estado das Obras Públicas. mercado dos veículos “low cost”, que a China ultrapassa os EUA nas vendas mensais de
O Governo aprovou a instalação obrigatória de um dispositivo revelou Sergio Marchionne, automóveis”, revelou Mike Digiovanni, um director da General
electrónico de matrícula em todos os veículos motorizados, que CEO da companhia italiana. Motors. De acordo com as contas do maior fabricante automóvel
será gratuito nos primeiros seis meses, a partir da entrada em Segundo o responsável, a Fiat norte-americano, a China vendeu cerca de 790 mil veículos em
vigor da portaria regulamentar. Após este período, o equipamento pretende comercializar os seus Janeiro, enquanto nos EUA as vendas rondaram os 657 mil,
deverá ter um custo na ordem dos dez euros, pago apenas veículos de baixo custo nos registando uma quebra de 37 por cento em relação a igual
quando se adquire o sistema. mercados emergentes. período de 2007 e o valor mais baixo dos últimos 26 anos.

POLÍCIA BRITÂNICA
“Não há pão para malucos” nas estradas inglesas
A sobrevivência em Inglaterra não é fácil desculpas para se facilitar ao volante. E assim
para cidadãos oriundos de países onde é que é bonito. É por causa deste modo de
estavam habituados, desde sempre, a circular pensar que, se calhar, não existe a carnificina
a cento e sessenta dentro das localidades e a nas estradas britânicas que estamos
apitar cerca de um décimo de segundo depois habituados a ver em Portugal. Não existem
do semáforo abrir. Outrora, actos como “Operações Páscoa” nem “Operações Natal”.
perseguir a alta velocidade, a um milímetro Existe uma “operação” permanente que
da matrícula do carro da frente, como que a obriga as pessoas a pensarem constantemente
“ser rebocado” na auto-estrada, circulando que devem circular com um automóvel como
com os máximos acesos e o pedal do deve ser. Ir para um pub, “para os copos”,
acelerador a fundo, espumando pela boca por implica compulsivamente alugar um táxi! E
causa do carro da frente ter custado menos as pessoas habituaram-se a isso.
uns milhares e não possuir, pelo menos, 200 A polícia, (The Police, como a banda de
cavalos, estando a cometer o ultraje de Sting), aposta fortemente na prevenção e em
circular na faixa da esquerda, fenómeno mostrar às pessoas que nem sequer vale a
conhecido por estas bandas por “tailgating”, pena meter o pé em ramo verde. Em vez do
seriam actividades corriqueiras a que as bloco de multas e da continência, a polícia
autoridades há muito deixaram de prestar mistura-se com os street racers para os tentar
atenção. perceber; em vez dos carros
Circular com um veículo sem seguro ou “descaracterizados”, mete radares fixos de
inspecção, esperando uma eventual cem em cem metros, cuja eficácia é
“compreensão” das autoridades no caso de indesmentível, pois transformou o “talho”
ser apanhado, transformou-se numa espécie que era a “pista” da Segunda Circular num
de anedota inacreditável, num país onde cortejo de carros de bois.
agora, em dois segundos, um sistema topo de gama, que incluem tecnologia de pior das hipóteses. A questão não é “se” A questão da mortalidade nas estradas não
incorporado nas viaturas e nas ruas, chamado ponta e helicópteros, não permite aos artistas formos apanhados, mas sim “quando” se resolve com operações com um milhão de
“Automatic Number Plate Recognition”, porem o pé em ramo verde. seremos apanhados. agentes no Natal, (que se referem sempre a
informa imediatamente acerca da legalidade Claro que estamos aqui a falar de Um veículo automóvel não é um nós como “senhores automobilistas”) nem
do veículo. Nem sequer é preciso mandar investimento público e, sobretudo, de electrodoméstico. A desculpa de que obrigando as pessoas a irem comprar um
parar! Será uma questão de dias para que vontade política. O financiamento disto tudo “precisamos dele” não pode ser válida para colete reflector.
apareça na casa do prevaricador uma vem, em parte, do imposto autárquico mensal fazer tábua rasa da legalidade e da segurança. Fala-se na mentalidade que tem de mudar
multazinha automática, ou em caso de falta (Council Tax) que todas as habitações pagam. Eu também precisava de um Learjet para me mas, para isso, se calhar convinha começar a
de seguro ou Imposto de circulação (Road Uma parte é para a Polícia. Não se pode pedir levar de vez em quando daqui para a Portela bater onde dói mais. Na carteira. Porque
Tax, ou Vehicle Excise Duty), uma grua para mais aos nossos agentes, se não lhes dermos ou para Tires, mas não é por causa disso que aposto que se amachucassem numa prensa
levar o carro para destruir! condições para trabalhar. Por isso, em vez de vou ao East Midlands Airport pedir um um Civic ou um Saxo de um desses imberbes
Resumindo, em português correcto, “não F i a t Te m p r a f e r r u g e n t o s e S u b a r u s emprestado. Não deve ser muito diferente de criminosos das zonas industriais, se calhar no
há pão para malucos”. A informatização total acidentados em perseguições na Vasco da um Piper Cub. Se o meu comportamento ao dia seguinte os outros iam dedicar-se à pesca.
da base de dados da DVLA, articulada com Gama, o Reino Unido tem helicópteros com volante não for o correcto, ou não estiverem Isto é só uma ideia. Bastava copiar. Nem que
as companhias de seguros e fiscalizada por câmaras nocturnas e Lamborghinis nas preenchidos os requisitos legais para circular fosse só em vésperas de eleições...
patrulhas visíveis e dotadas de meios técnicos estradas. Volvos topo de gama e BMW, na - paciência, vou ter de ir de autocarro. Não há Texto e fotos: Mike Silva

Você também pode gostar