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Primeiro Capítulo
(Bruna’s POV)

“O dia mente a cor da noite


E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

E ra de noite e eu estava em um supermercado 24 horas, não me recordo


muito, mais estava dentro do mercado e sai por algum motivo grave. Fiquei no
estacionamento parada, sem ninguém e me veio aquela sensação de perigo
chegando. É, eu estava certa, chegaram uns garotos mexendo comigo, querendo fazer
malvadesas – e eu em estado de choque não consegui sair do lugar – foi ai que eu
senti a presença dele. Ele veio me salvar em um carro preto, lembrei que o carro de
Carlisle é preto – não importava na hora, eu já estava dentro do carro – não conseguia
vê-lo direito, mas sabia que ele esta ali do meu lado, e só por isso me sentia aliviada e
maravilhosamente feliz.
Depois estavamos sentandos numa paisagem de guerra, tudo era cinza, havia
carros de bomba por todo o lado, mas para nós dois nada ali importava, olhavamos um
para o outro profundamente – aquela canção que ele havia feito tocava em minha
cabeça como fundo musical. Então eu calei o silêncio, sorri para ele e perguntei:

- Eer... eu posso te dar um beijo... ?

Eu sei que ele se controlava muito perto de mim, mas era a primeira vez que eu
via nitidamente aquele rosto perfeito. Meus olhos acompanharam suas feições pálidas
retorcendo num sorriso torto. Esperei sua resposta, e percebi que aquele sorriso era
uma resposta e positiva.

- Er... digo te dar um beijo... – exitei - ...na bochecha.

Seu sorriso se estendeu de orelha a orelha e numa risada – que parecia música
nos meus ouvidos - vendo a minha preocupação com a nossa relação de contato - do
nosso primeiro contato. Fiquei meio sem graça e senti minhas bochechas inxarem por
conta disso, mesmo assim não desisti da minha idéia. Ele acentiu com a cabeça
positivamente e com o sorriso estendido no mármore gelado e perfeito. Eu ri junto com
ele, ainda sem graça, mas não perdi tempo, porque aquilo era precioso demais, ele é
precioso demais e tinha medo de não o vê-lo nunca mais.
Meio nervosa e perdida em seu sorriso, tentei me concentrar e lembrar de
respirar – respirei fundo. Me aproximei dele rápido, para não tornar as coisas mais
dificeis para mim e para ele principalmente. Meus lábios tocaram naquela pele gelada e
macia e não queriam mais desgrudar. Foi um beijo longo e de desespero, não queria
perdê-lo.
Cada segundo com Thomas foi perfeito e guardado em minha memória. É difícil
de acreditar, mas ainda não me acostumei com a perfeição de seu rosto e sei que
nenhum aspecto dele deixaria de me surpreender. Aquele homem alto, viril e sexy me
fascinava, me deslumbrava e eu feinha e sem graça ao lado dele, era humilhante, mas
sempre me perdia nos seus olhos e o resto do mundo não importava mais.
Perdida em seus braços eu agora observava – com mais atenção - a paisagem
ao nosso redor. Conversava com meus pensamentos o que havia acontecido para os
humanos entrar em guerra? Então avistei uma caminhonete em péssimo estado
levando prisioneiros atrás. Prisioneiros que eu conhecia... Sim, vi a Alice, Bella e mais
alguém do lado dela que não reconheci. Emmett e uma garotinha pequena de cabelos

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longos e pretos estavam em cima da camionete e a garotinha jogava um balde de
água em Alice e Bella e falava: “Quem mandou contar nosso segredo!”. Alice estava
triste e parecia se sentir culpada, Bella era cúmplice de um segredo, assim como eu,
mas que segredo?
Organizei melhor meus pensamentos e então Thomas falou em meu ouvido:
“Ninguém vai nos separar, vamos ficar juntos, não se afaste de mim em nenhum
momento, os humanos estão revoltados.” – estremeci com aquele hálito gelado
cochichando em meu ouvido promessas de amor e pelo sinal de alerta que ele havia
me passado. Não era possível, alguém vazou a informação da existência de vampiros e
os humanos estão dispostos a acabar conosco? Mas quem diria uma coisa dessas? Só
me veio à imagem do Jacob Black em minha cabeça, mas tentei não culpá-lo sem
provas.

Desorientada, procurei os olhos dele para me acalmar e além dos olhos


encontrei um sorriso lindo e suave encostando-se a minha testa e me dando um beijo.
Sorri e lhe disse:

- Os humanos são burros demais para acabar com nossa espécie. Eles acham
que são donos do mundo e que só eles irão existir, mas estão muito enganados. Não
morremos com facilidade, preparam armas de fogo, mas o metal não nos mata. Pobres
humanos... Não sabem com quem estão mexendo. – ri com sarcasmo e Thomas
também. Ficamos ali o resto do tempo abraçados.

Não sei o que aconteceu, penso que adormeci nos braços dele. Rose me
acordou animadíssima para o dia que estava por vim. Ao contrário de Bella, Rose me
adorava e fazia tudo o que pedia a Alice também, mas ela não estava com a gente,
pois estava na prisão. Lembrei-me do que havia acontecido ontem e procurava por
Thomas, mas ele não estava comigo. Tive a sensação de ter avisado a Carlisle o que
havia acontecido, então fiquei menos tensa.
Rose ainda me sacudia na cama para eu acordar, abri meus olhos sem vontade
alguma, como eu poderia ter dormindo? Sou uma vampira, então bateu aquela
preocupação, que desapareceu logo quando Rose me deu um tapa para eu acordar de
vez.

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Segundo Capitulo
“Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar”

D epois do tapão que a Rose me deu, pulei da cama e fui me arrumar. Rose me
apressava muito e dizia que eu ia amar a saída com ela. Pensei comigo: “O que a Rose
está aprontando?”. Penteei meus cabelos e coloquei uma calça jeans nova e uma
camisa branca com um colete preto por cima. Passei lápis para realçar meus olhos e
peguei minha bolsa.

- Pronto Rose, estou pronta! – falei com uma má vontade, afinal o que a Rose
queria fazer comigo?

Na mesma hora ela me puxou pelo braço e quando vi já estavamos no carro.


Corremos pelas ruas cinzentas com aspecto de guerra e chegamos em uma casa linda,
branca por fora, ainda sem decoração, mas linda, com três andares e um jardim
enorme na frente.
Ela vibrou de alegria ao estacionar o carro na grande casa e eu como sempre
sem entender muita coisa. Ainda zonza do longo sono que tive – super estranho por
sinal – fiquei sentada no carro e quando percebi Rose já me arrastava para a porta.
Entramos sem bater na porta e um cara bonito e bem vestido nos esperava sentado
numa cadeira por trás de uma mesinha de escritório.
Olhei a casa, estava vázia, só tinha mesmo a mesa do cara bonito com duas
cadeiras em frente. Caíndo para a realidade, percebi que se tratava da venda do
imovel. Rose me sentou numa das cadeiras em frente a mesa e sentou em seguida ao
meu lado. O cara nos deu boas vindas, um sorriso e um aperto de mão. Ele era o
arquiteto e Rose sorria o tempo todo e agradecia por ter feito a casa. Fiquei calada o
tempo todo, enquanto Rose tagarelava com o arquitéto sobre os moveis que estão
chegando e sobre os papeis de parede.
Ele nos levou para o segundo andar e nos indicou que havia três quartos para
hospedis, dois banheiros, uma sala para academia e uma sala para o piano. Subimos
para o terceiro andar no final do corredor havia um quarto com um janelão apontando
para o leste e uma cama com lençois brancos. Sentamos no cama e Rose continuou
tagarelando. Depois ela se virou para mim e disse contente:

- Esta casa é perfeita para vocês morarem. Depois do casamento vocês se


mudam para cá. – Olhei para ela assustada. Casamento? Casa perfeita? VOCÊS
MORAREM? Fiquei quieta, preferi não perguntar o que estava acontecendo. E porque
eu adormeci?

Rose perguntou ao arquiteto se ele conhecia algum médico do sono, pois ela se
mexe muito na cama. Olhei para ela ainda confusa e depois para o arquiteto, ele só
respondeu: “Essa não é minha area senhorita”.
Quando chegamos em casa perguntei a ela:

- Rose, o que esta acontecendo? Porque eu dormi? E porque eu vou me casar,


com QUEM vou me casar? E para que aquela casa enorme?

- Ah Bruna, tivemos que fazer isso com você, caso contrário você iria discordar
de tudo...

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- O que vocês fizeram comigo? – Olhei para Rose assustada.

- Nada Bruh... – ela me disse com uma cara tão mau lavada, que fiquei besta,
mas preferi ficar quieta, até que tinha sido bom o “cochilo” porque eu sonhei. A muito
tempo que não tenho o prazer de sonhar, mas foi estranho.

- Certo Rose, você não me convenceu mas vai ficar livre das minhas perguntas.
Como está a Alice e Emmett?

- Carlisle conseguiu tirar eles de lá e a Bella também e ela já está com Jacob.

- Ah, que ótimo! – falei com entusiasmo.

- Então... quando Alice chegar vamos escolher o seu vestido do casamento, viu?

- CASAMENTO? – berrei preocupada.

x-x-x

Meu sonho foi simples mas ainda sim estranho... eu ouvi vozes, na verdade,
havia acontecido uma cena, mas eu não lembro, meu crerebro bloqueou
completamente, mas lembro de ter escutado uma voz contando “1, 2, 3” bem rápido, e
eu repeti no meu consciente a contagem “1, 2, 3” e repeti algumas vezes. Estava tudo
preto não via nada, só houvia a voz contar até três.
Sonhei também com mãos, minhas mãos. As unhas da minha mão esquerda
estavam limpinhas mas a da mão direita estavam tão sujas. Eu tentava limpá-las.

x-x-x

Fui embarcar nos significados dos meus sonhos afinal eles sempre avisam algo
e como foi uma raridade ter sonhado, eles REALMENTE deveriam dizer algo. Cada
número tem o seu próprio poder: pode significar o preço de uma passagem, o início de
uma viagem, o começo de uma nova vida com o final de um sofrimento. Os sonhos
com números poderão significar a chave de muitos enigmas de toda a existência.
O 1 representa o supremo poder;

O 2 a sabedoria absoluta;

O 3, inteligência infinita;
Sonhar com mãos... Sonhar com unhas grandes seria perda de alguma coisa, –
pensei em meu cachorro mais velho que está caducando, tentei deletar essa idéia da
minha cabeça - unhas sujas significa fofocas, quem faria fofocas? Fiquei preocupada,
afinal não há ninguém que vá fazer fofoca de mim, e se tiver alguma amiga minha no
meio? A preocupação se instalou em mim.

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Terceiro Capítulo

E ra uma tarde de sol, mas logo, logo tempo estaria nublado. Precisava visitar
alguns amigos que Thomas não permitiria. Aproveitando a ausência dele e a boa
vontade de Rose e Alice fui visitar minha amiga Sweet. Ela estava namorando tem
pouco tempo e haviam feito um boato que ela traíra o namorado no primeiro dia de
namoro. Coitada da minha amiga, mais santa que a Virgem Maria e foi acusada de
traição... Lembrei imediatamente do meu sonho, fofoca, intriga. Fiquei meio arrasada
por não ter previsto isso antes. Mas eu estava ali a ajudando a não ficar chateada, até
porque Thony a conhece muito bem e sabe que Sweet não faria isso com ele.
Thony é aquele amigo para todas as horas, assim como Sweet. Moramos muito
tempo juntas depois que eu a transformei. Éramos grudadas uma na outra com cola
super bonder. Assim que ela se acostumou com o cheiro humano moramos por mais
alguns meses juntas até eu entrar – e salvar - a vida do Thomas. Eu e Sweet ainda
temos uma ligação muito forte, conversamos muito por telepatia então estamos
sempre juntas de alguma maneira. Depois da visita, de muitas conversas e risadas
vieram os esmagamentos – os abraços – para a despedida.
Cheguei em casa e Rose me esperava ansiosa para que eu contasse como foi a
minha ida a casa da Sweet. Tive que contar do boato e ela logo fez a relação com o
meu sonho. Alice tinha preparado alguns esmaltes para pintar a minha unha – eu havia
esquecido que era sábado – e todos os sábados ela pinta as minhas unhas. Depois de
tanto tagarelar me senti vazia, sem um pedaço, eu havia visitado a Sweet, mas faltava
uma pessoa. Não queria lembrar-me do nome, Thomas iria ficar irritadíssimo, mas eu
precisava vê-la novamente.
Meu domingo seria cheio, Alice marcou uma reunião para mulheres na casa da
Bella e do Jacob. – mas Jacob não estaria lá, é claro – Seria estranho, vampiros na
casa de lobisomens, tentei relaxar e não pensar negativo. De manha eu estaria livre e
então poderia ver... Strows... – me arrepiei – de certa forma esse nome me causava
arrepios, não sei por quê. Não sei se pela beleza explicita no sorriso dele ou por
Thomas o odiar tanto. Olhei para Alice com cara de pidona enquanto ela pintava
minhas unhas da mão direita.

- Alice... – esperei que ela me olhasse para continuar - ...amanhã de manhã


não temos nada marcado não é mesmo?

- Sim fadinha! Não temos nada, você quer fazer alguma coisa? – ela sorriu me
olhando, esperando alguma sugestão.

- Er... Eu gostaria de visitar um amigo meu que não vejo há alguns meses. –
fiquei atenta a todos os movimentos de Alice, será que ela virá meu futuro?

- Thomas não vai gostar disso Bruna. Ele odeia o Strows, você não sabe!? – ela
me olhou meio zangada. – Mas eu posso deixar você ir, sendo que você conversa com
ele bem rápido para Thomas não desconfiar de nada, se não ele...

-...ele toma seu porsche amarelo, eu sei, eu sei! – interrompi, com uma voz
monótona, antes que ela pudesse falar o resto da frase que repetirá para mim algumas
vezes, quando Thomas me deixa como refém na casa dos Cullen. Ela ficou tão sem
graça com minha resposta imediata que minhas bochechas incharam de vergonha.
Sorri pra ela como pedido de desculpas e agradecimento ao mesmo tempo. Só a Alice
para me liberar dessa prisão.

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Depois de ter pintado minhas unhas da mão de vermelho-sangue e meus pés de
cintilante ela escovou meus cabelos. Eu estava caindo de sono, tinha algo de errado
comigo, como poderia sentir tanto sono? Mesmo assim, fiquei acordada, conversando
com Rose e Emmett. Perguntei sobre o Thomas, mas eles não souberam me responde.
O que mais me irritava no Thomas eram esses sumiços do nada eu ficava louca de
saudades, me desequilibrava sem ele por perto, o que não era nada bom.

x-x-x

Domingo, de manhã... Não agüentava mais ficar tagarelando com Rose e


Emmett até que desse um bom horário para visitar meu amigo Strows – mesmo
sabendo que ele também estaria acordado. Nove horas da manhã, disquei alguns
números no celular e ouvi os bips:

- Alô?

- Strows? – minha voz falhou sem querer.

- Bruna? É você, Bruh? Quanto tempo você não vem me ver, estou morrendo de
saudades. O seu namorado ciumento tem medo de te perder? – ele riu com tanto
prazer que fiquei sem graça de responder a pergunta. – Ok, desculpa, falei demais né?

- Er... Exagerou, quer dizer... É verdade, mas eu quero te ver hoje, posso
passar ai?

- Claro que sim. Mas... E seu namorado?

- Ele viajou... – fui curta e grossa, não queria que ele soubesse que o Thomas
some sem me dar satisfações.

- Hummm... Pode vir, estou ansioso te esperando. Vem agora?

- Sim, sim. Estou saindo de casa.

- De casa ou da prisão? – ele riu e fui obrigada a concordar com ele – Estou te
esperando.

- Certo, já estou indo. Beijos Strows, até mais.

- Te amo. – ele falou tão rápido que fiquei na duvida do que ele havia dito.
Arrepiei-me e vi o arrependimento ao ter ligado para ele. Será que é da esperanças
demais a uma pessoa, indo visitá-la porque seu namorado “viajou”? Eu sinceramente
penso que não, ou pelo menos não muita. Neguei-me com a cabeça automaticamente,
recusando a idéia de possibilidade da esperança de Strows.

Peguei a chave do carro e avisei a Alice que iria sair, ela já sabia para onde, mas
se Rosalie soubesse iria me prender dentro de casa, – se não é que já estava presa – e
ainda nos entregaria a Thomas. Arrepiei-me só de pensar na cena, Thomas
irritadíssimo com Alice tomaria seu porsche amarelo e comigo... arg... Tornaria três
vezes mais mármore do que já é. Ri comigo mesma, pela piadinha interna. Já dentro
do carro, dirigindo, avistei as ruas cinzentas novamente. Não gostava de sair de casa
só pelo simples fato de o mundo estar em guerra. Não pelo perigo, de morrer algo do

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tipo, para mim é quase impossível morrer – ri maleficamente – mas eu sempre fui
muito alegre, como a Alice. Cores vivas e não mortas, extravagantes, rosa choque,
nunca rosa claro, verde cana, nunca verde musgo. Além disso, é triste ver os humanos
brigando por conta de uma espécies que eles acreditavam ser lendas e mitos. Temos
tantos problemas para “brigar”, como a desigualdade social, o preconceito com os
homossexuais, o machismo que ainda existe... E vamos brigar por quê? Porque
existem vampiros e lobisomens – esse ultimo ainda não sabem, mas Jacob Black
aquele lobisomem de uma figa me paga! – nunca gostei de ser humana por isso e foi
pelo meu motivo, pelo mais justificado motivo que Strows me transformou, porque o
Thomas frouxo e orgulhoso não teve o prazer de morder sua namorada e futura
esposa.
Chegando à casa de Strows ele já me esperava na porta, ansioso por um
abraço... e algo mais. – que eu prefiro não dar ibope – Aquele sorriso estampado no
rosto, com os cabelos de leão preto caindo e os cachos mais lindos que já vi... Sua
pele branca, lisa de mármore, com covinhas na bochecha pelo largo sorriso branco e
reluzente que ele dava ao me esperar na porta. Fiquei tonta por alguns minutos
paralisada no carro, só então quando ele se aproximou e abriu a porta para mim que
recapitulei a situação.

- Olá minha fadinha... – Ele falou com uma voz de veludo que me confortava,
seu sorriso ainda presente no rosto e seus olhos caramelo que brilhavam ao me ver me
fez sentir culpada, ele ainda tinha esperanças de que algo poderia acontecer. Pegando
minha mão e me ajudando a sair do carro ele me deu um beijo frio e suave em minha
testa. – Estremeci com aquele carinho – Havia muito tempo que ele não tocava em
mim, até pela distancia estabelecida quanto Thomas voltou.

- Oi Strows, tudo bem como você? – Minha voz falhou no inicio o que não é
nada bom, ele sabe quando estou nervosa, não dava para negar. Também estava feliz
por vê-lo, havia algum tempo que não o via e ele me faz muita falta. Quando Thomas
desapareceu e me deixou sozinha, foi ele quem fez meus dias passarem num segundo.
Foi ele quem me tirou de uma vida sedentária de ficar em casa e me levou para sair e
dar risada. Bom, não gosto de lembrar essa fase de minha vida que foi tão recente.
Mexe na minha ferida e dói, sou masoquista com muitas coisas – como me jogar de
um penhasco – mas essa ferida especificamente me machucava muito mais do que
uma queda no penhasco.

Strows abriu a porta da casa e deu passagem para que eu passasse primeiro,
havia me esquecido o quanto ele era antiquado e ao mesmo tempo cavalheiro, assim
como Thomas. A casa continuava a mesma coisa, do mesmo jeito que eu tinha
arrumado há um tempo. Ele não tirara nada do lugar e mantinha a foto de nós dois
juntos numa mesinha ao lado do sofá principal. Boquiaberta com o museu que ele
havia feito de nosso passado, sentei-me nas almofadas enormes que tinha colocado ao
redor da mesinha de centro e ele sentou do meu lado me observando.

- O que foi? Não gostou da arrumação da casa? Foi uma decoradora muito
fajuta que a fez. – Ele riu com bastante humor me fitando com expectativas de que eu
falasse algo. Não falei. Eu ainda observava cada objeto da casa que eu tinha arrumado
enquanto éramos melhores amigos. O que ele tentara fazer? Um relicário com nossas
lembranças? Ele havia enlouquecido? Isso é um absurdo, para que guardar tantas
memórias inúteis, que só o farão ferir?

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- Bruna? – Ele falou num tom de preocupação, segurando em minhas mãos e
me olhando cuidadosamente. Eu o olhei ainda boquiaberta e pisquei freneticamente
tentando falar algo.

- Estava com saudades de você Strows... – eu tentei disfarçar o que havia


acontecido, o abracei forte e sorri timidamente. Continuei. –...E que decoradora de
mau gosto que você foi escolher. – Dei uma cotovelada no braço dele rindo. Ele abriu
aquele sorriso lindo e suas covinhas apareceram para me deixar zonza. Pelo menos
consegui enrolar a minha observação crítica sobre o museu que ele havia criado.
Conversamos durante horas então me dei conta de que já estava na hora da reunião
na casa de Bella Swan. Despedimos-nos com má vontade - da minha parte e da dele
também – ele me segurara forte o bastante para não me deixar entrar no carro, pois
ele sabia que depois desse dia não teríamos uma data certa para nos ver novamente.
De qualquer modo ele me fez prometer que em breve nos veríamos. Remexi pelo meu
bolso da calça ao entrar no carro e achei um papel nele. Thomas havia escrito antes de
viajar, como ele sabe da minha calça preferia a colocou nela. Estava escrito:

Minha Vida,
Volto logo para que você, não precisa
sentir a minha falta. Tome conta do
meu coração, eu o deixei com você.
Thomas.
Suspirei ao reler o recado novamente. E ainda no carro estacionado na casa do
Strows, enviei uma mensagem para o celular dele:

Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar.


Sua Vida, Bruna.

Dirigi ouvindo O Anjo Mais Velho de O Teatro Mágico, que foi a frase que mandei
para Thomas, escolhemos essa como a nossa música. A minha preferida... A nossa
música preferida. O celular vibrou e Thomas havia respondido minha mensagem:

Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você. E quando não respirar


também! *risos
Thomas.

Quarto Capítulo
(Thoma’s POV)

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Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar.
Sua Vida, Bruna.

Bruna havia lido a minha mensagem que deixara no bolso de sua calça
preferida e escrevera para mim a minha música que mais escuto ultimamente. A nossa
música preferida: O Anjo Mais Velho. Dirigia de volta para casa ouvindo-a, eu a
respondi rapidamente com a frase que ela mais gosta. E esperei a sua resposta. Não,
na verdade não consegui esperar que ela me respondesse, eu precisava ouvir aquela
voz de fada falando ao fone do celular. Falei em voz alta “A minha vida esta me
matando de saudades!” – que ironia eu teria dito, Carlisle e Jasper riram junto comigo.

Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você. E quando não respirar


também! *risos
Thomas.

Depois que a mensagem foi enviada, esperei alguns segundos. Estava ansioso
demais para ouvi-la, então disquei alguns números e esperei que ela atendesse. Neste
momento Carlisle se ofereceu dirigir enquanto eu conversava com minha vida.
Trocamos os lugares e esperei já nervoso que ela atendesse logo.
- Vida? – Falei rápido.

- Cocaína? – Cocaína... Meu apelido preferido! Ela respondeu sem acreditar e


continuou – Estou com saudades, porque você faz isso?

- Minha vida! Eu te amo, também estou com saudades. VOCÊ está me matando
de saudades... – parei um pouco depois continuei – Minha vida está me matando de
saudades! – Ela riu com a minha ironia, assim como eu também tinha rido. Dava para
ver em sua voz a emoção de estar falando comigo e um pouco de tristeza, não gostava
de ter de viajar sem avisá-la, mas se eu a avisasse ela não permitiria que eu fosse. Até
porque é algo perigoso, mas conseguimos com sucesso acabar com tudo. Sei que ela
irá me perguntar o que aconteceu, mas só contarei quando chegar em casa, se não ela
entrará em histeria e só irá se acalmar quando me ver.

- Senhor Cocaína, onde você está? O que há de tão importante para se resolver
fora sem me avisar? O mundo está em guerra e Alice e Rosalie comportam-se como se
tudo estivesse bem, e você da à ordem deu não te largar por nada e você mesmo me
deixa aqui sozinha... – Me senti um monstro quando ela terminou de falar, eu havia
prometido a ela proteção 24 horas e prometi que não a deixaria sozinha, mas a deixei.
Era preciso e sei que quando eu explicar ela irá entender, ou pelo menos eu acho que
ela entenda.

- Desculpa meu amor, me perdoe. Não era a minha intenção te magoar... – ela
me interrompeu:

- Você não me magoou Cocaína, mas eu fico preocupada. Eu estou dormindo


direto e sempre tenho sonhos, muitas vezes pesadelos. Não consigo dormir bem sem
você aqui. E eu não sei por que durmo... Carlisle já tem alguma teoria para o meu
sono?

- Eer... Que bom que não está magoada, não me perdoaria por isso. E sobre seu
sono, Carlisle já tem teorias sim. Estamos chegando hoje à noite, assim que você
chegar da casa de Bella eu já estarei em casa te esperando, certo?

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- Certo! – Ela falou num tom mais alegre, o que me fez relaxar mais.

- O que esta fazendo agora? Onde você está? Não te vejo nos pensamentos de
Alice... Nem da Rosálie...

- Eer... Onde eu estou? Ah, eu... e-e-eu estou no shopping! É estou no


shopping, fiquei afim de-de-de sair sem Alice sabe... – Ela riu meio sem graça.

- Ah tudo bem... Alice fica muito no seu pé, não é mesmo? Er, desculpa fui eu
que a pedi para cuidar de você. Não quero você se encontrando com aquele
descontrolado do Strows. – Falei o nome dele com tanto desprezo que pude perceber
que Bruna não havia gostado afinal Strows era o ex melhor amigo dela. Ex porque eu a
proibi de vê-lo, mas para ela ainda era melhor amigo... E para ele... Arg! Ele tenta
seduzi-la e diz que a ama mais pelo simples fato de ter realizado o desejo dela de ser
transformada em uma vampira.

(Bruna’s POV)

Eu agradeci por Thomas não conseguir ler minha mente, gaguejei demais, mas
mesmo assim ele caíra na minha historia de shopping. Até que eu poderia dar uma
passada antes de visitar Bella. Ah, mas estava tão feliz e aliviada por ouvir aquela voz
aveludada e aconchegante pelo fone do celular. Dava-me vontade de passar o fim do
dia falando com ele até encontrá-lo em casa me esperando. Eu o sufocaria com um
grande abraço de urso e o beijaria repetidamente sem deixá-lo falar se quer um “Oi”.
Depois de algumas horas o sufocando, falaria com Carlisle e Jasper e os
bombardeavam com perguntas.

- Desculpe, mas não gosto do Strows e você sabe disso. Prefiro que você o veja
em nossa casa comigo por perto. – Ele falou com uma voz rígida.

- A está bom! – Arfei de raiva. – Com você por perto para os dois
transformarem a casa em um ring de luta livre onde eu serei o premio? Não Thomas,
obrigada! Prefiro visitá-lo quando você desaparecer sem me dar satisfação! – Cuspi a
ultimas palavras com tanta raiva, que acabei me entregado. – Eu visitei o Strows hoje,
acabei de sair da casa dele, estou no shopping agora. E nem pense em tomar o
porsche de Alice, a culpa não é dela, você sabe como sou teimosa não sabe?
Pude perceber a tensão que havia sobre as costas de Thomas e tentei contar
até dez, mas ele me interrompeu com a voz seca e rígida tentando controlar o ciúme.

- Tudo bem meu amor. Não tomarei o porsche da Alice... E se você gosta do
Strows, digo, se ele é seu amigo, tudo bem... Eu aceitarei isso, mas tome cuidado do
mesmo jeito!?
Fiquei pasma com o que ele tinha dito, mas ao mesmo tempo aliviada por não
ter ferido tanto com o sentimento de super proteção dele. Bom pelo menos eu acho
que não feri... Às vezes é difícil de interpretar as reações de Thomas, mas eu tento,
me esforço para ler as expressões faciais dele.

Quinto Capítulo
(Bella’s POV)

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Acabei de chegar de viagem estava morrendo de saudades de todas elas, quer
dizer... Rosalie nem tanto, mas Alice me faz uma falta tão grande. Essa reunião seria
ótima, apesar de não gostar dessas coisas de mulherzinha. Tenho péssimas
lembranças de quando Alice me forçara a ir à festa do pijama na casa dos Cullen.
Agora ela deve estar bem contente com Bruna, ela é uma boneca para a Alice e a
Rosalie gosta bem mais dela do que de mim. Corrigindo-me... A Rosalie GOSTA de
Bruna e nunca gostou de mim. Conversando com meus pensamentos e me distraindo
enquanto minhas convidadas não chegam pensei em tudo que contaria para elas sobre
a minha aventura – como sempre – nas viagens.
Depois de alguns minutos a campainha tocou, corri animada para a porta e a
abri rapidamente como um sorriso estampado em meu rosto. Alice e Bruna estavam na
frente, as duas de mãos dadas com um sorriso lindo de vampiras que sempre quis
ter... Já a Rosálie... Estava atrás com uma cara não muito animada, mas mesmo assim
linda como sempre, impecável. Depois da Rose, Bruna era a mais linda vampira que já
vi, carinhosa e delicada, uma fada como Alice. Voz de veludo, olhar misterioso e
passos de firmes mais leves ao mesmo tempo, como uma modelo.

- Olá Bella!! – Exclamaram todas ao mesmo tempo, como se tivessem ensaiado


o coral. Dei passagem para que elas entrassem e se acomodassem. Ao fechar a porta
já estavam todas sentadas me esperando para que contasse tudo sobre a viagem, era
visível os olhares curiosos. Então me sentei perto delas e comecei a contar da minha
aventura com Jake. Antes que eu pudesse começar Alice pediu para que contasse tudo
e depois iria contar uma coisa. Bruna não ficou muito satisfeita quando Alice disse da
coisa... Pude até imaginar o que era.

- Calma Alice! Vou contar a minha aventura... Afinal, não seria eu se não
tivesse aventuras, não é mesmo? – Todas riram da minha piada, mas o que poderia
fazer se era tudo verdade?! Continuei. – Bom... Do avião até a chegada do aeroporto
foi tudo ótimo, fiquei até assustada pelo avião não ter caído. – Ri. – Mais então... Eu
cheguei ao aeroporto de Nova York super cansada da viagem e adivinham? Me
confundiram com uma desaparecida, e não queriam me deixar sair do aeroporto.
Ligaram para a família da garota eles foram lá correndo achando que era. Mas tiveram
uma grande decepção ao me ver, nessa brincadeira toda só sai do aeroporto depois de
três horas do meu desembarque.
As meninas estavam rindo, rindo, que pensei que iriam ter algum problema ali
na sala. Pensei até em pegar água para elas se acalmarem um pouco, mas lembrei que
são vampiras e não precisam disso. Elas estavam roxas, vermelhas, rosas, mudavam
de cor constantemente de tanto dar risada, fiquei super sem graça com a minha má
sorte. Enfim quando elas pararam e eu continuei a contar das coisas mais engraçadas
é claro.

- Gente... Fui pra Disney com Jake e como ele adora adrenalina fomos à
montanha russa. Nem acreditam... Fiquei presa lá, lá em cima no topo da montanha
russa. Eu mudei de cor varias vezes, já estava enjoada. Acho que estava num tom
verde cana, pela cara do Jacob dando risada de mim. – Elas riram mais uma vez,
mesmo assim continuei contando, sabia que se as esperancem parar de rir demoraria
demais... – Quando concertou aquela coisa eu matei - ou tentei - matar Jake por rir de
mim, ele riu tanto que ficou com vontade de fazer xixi. Fiquei com um bico enorme
durante algumas horas por ele ter rido da minha situação trágica, ou quase trágica! –
Sacudi a cabeça negativamente lembrando-me da situação.

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- E tem mais coisas? Derrubou uma montanha de ursinhos? – Bruna falou rindo.
Mas era exatamente isso o que havia acontecido. Eu sabia dos poderes que Bruna
estava ganhando então, não fiquei muito surpresa.

- Exatamente isso... Eu estava numa das lojas da Disney para comprar Minnie
para vocês. Mais todas as Minnie’s estavam com uma orelha maior que a outra, só a
ultima que estava perfeita. Pensei comigo mesma que com jeitinho ela sairia sem
derrubar todos. Então fui puxando devagar, devagar e quando estava para terminar de
puxar... Os ursos caíram em cima de mim. Jacob não estava comigo nessa hora, é
claro que não... Ele não deixaria pegar o ultimo urso! Ele só chegou quando os ursos
estavam sobre mim. E mais uma vez ele riu feito uma criança vendo Bob Esponja
Calça Quadrada. Depois disso fomos a um restaurante, fui colocar sal na comida, mas
nos potinhos não tinham os nomes: sal, pimenta, açúcar. Então eu coloquei pimenta e
comi, minha boca pegou fogo. Deveria ter saído fumacinha da minha boca, porque
queimou muito, fiquei o dia todo com a boca queimando. Jake não ajuda mesmo, ele
ria cada vez mais. E enquanto mais eu bebia coca-cola queimava mais ainda.
Contei mais coisas sobre minha viagem, coisas boas por sinal, já bastava de
gente dando risada de mim. Depois de conversarmos muito e rir bastante, Alice
anunciou alegremente que Bruna iria se casar com Thomas. O que eu já imaginava,
mas não imaginava que Bruna aceitasse. Então depois da reunião liguei para ela para
saber disso melhor. Ela havia dito que ela não aceitou nenhum pedido e que havia
adormecido por alguns dias e quando voltara soube da noticia do casamento. Muito
estranho isso, Bruna ainda não descobriu seus poderes, ou todos os seus poderes, e
adormecer... Isso deve ser por conta de um dos poderes que ela irá adquirir. Quando
ela era humana, lembro-me dela ter sonhos premonitórios, deve ser por isso que ela
dorme, para ter sonhos. Fiquei feliz pelo casamento, mesmo ela não estado tão
satisfeita. Ela salvara a vida de Thomas depois que eu o abandonei para ficar com
Jake. Thomas quando a conheceu ficou outra pessoa, agradeço imensamente a Bruna
pelo que fez, afinal não teria me perdoado se Thomas tentasse suicídio.

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