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Sobreda, 13 de Setembro de 2008.

A minha opinião acerca da circuncisão.

A circuncisão é no meu olhar um acto bárbaro e cobarde, e passo a explicar


esta minha opinião.
È feita a crianças masculinas de tenra idade, na qual ainda não possuem
nenhuma auto-defesa sobre actos desta natureza, cometidos por vontade ou
com o consentimento dos próprios pais. Pessoas essas, que pela criança são
consideradas orientadores com enorme sabedoria e amadas incondicionalmente
por ela.
Utiliza-se como argumento para operar a criança o mais cedo possivel, que
nessa idade “dói menos”. Quem é que realmente se lembra de uma maneira
mensurável com que intensidade sentia as dores com um ano em comparação à
idade de cinco? Além disso este argumento representa uma mera desculpa
porque têm medo que o homem em questão com uma idade mais avançada já
não o quererá fazer, o que é em alguns casos bastante provável. E aí como fica
a nossa família perante os outros?
A circuncisão não é posta em causa porque é um hábito inserido na cultura de
duas das quatro maiores religiões do planeta, o que a tornou inevitavelmente
em algo perfeitamente “normal”. O que numa sociedade ou cultura ou religião
é considerado normal, ninguém põe em causa, ainda por cima é defendido com
mais ou menos força por todos. Se alguém puser o “normal” em causa, é
olhado com desdém, como alguém que quer criar desordem ou desequilíbrio,
ou como alguém com algum “problema”.
Dou um exemplo: No mundo ocidental há cem anos atrás o jovem solteiro João
(20 anos) chegou perto de seus pais e disse: “Eu vou alugar uma casa e viver
com a minha amada”. Como é que os pais desse jovem terão reagido? Como é
que a família e a comunidade teriam reagido, se os pais consentissem tal
acto???
No entanto, cem anos depois, o jovem João é capaz de levar uns “bons”
conselhos dos pais e é libertado de casa.
Quero dizer com isto, que muita coisa que é normal hoje, não o foi no passado,
nem o será no futuro porque houve ou haverá a partir de dado momento cada
vez mais pessoas que puseram ou porão determinados lugares comuns em
causa. E com isso está explicado que a circuncisão certamente mais cedo ou
mais tarde já não se usará. Tal como tudo neste mundo, que está em constante
mudança.
Agora, há mais um argumento a favor da circuncisão, dizendo que ela é
estremamente benéfica para o homem porque evita a criaçao de bactérias e
consequentes doenças, até acredito que este argumento corresponde à
verdade. Mas, quem usa a circuncisão por hábito são as comunidades
muçulmanas e judias, que são pessoas que se preocupam bastante com a
higiéne corporal. Para quém se lava diáriamente ou até duas ou mais vezes por
dia e com rigor não faz na minha opinião diferença alguma se tem ou não
ainda o seu prepúcio.
Vejamos, para a mulher muçulmana ou judia tanto faz se o rapaz e cortado ou
não porque não acontece a ela própria, nem a seu igual. Os homens, como são
considerados de uma meneira geral como insensíveis não se importam que o
pequenito seja cortado, porque um homem aguenta muito mais do que uma
“coisinha” dessas, além disso o próprio já o fez e está vivo e contente! Só que
lhe fizeram-no aos quinze meses quando não se podia opor de forma alguma a
esse acto, consequentemente deseja que também o seu filho, sobrinho, neto
leve o mesmo tratamento etc.
Imaginemos agora, que uma mulher se junta a um homem que vive inserido
numa determinada sociedade em que é natural que às meninas de tenra idade
se corte o pequeno lábio da vagina, por razões de maior higiéne, beleza e
outras tantas como o hábito adquirido ao longo de décadas ou séculos. O que é
que se passará no mundo interno dessa mulher ao ser confrontada com a
questão de ter que cortar à sua recém-nascida menina o tal por essa sociedade
considerado supérfluo lábio pequeno da sua pequena vagina?
Ela não pensará coisas do género: “Que povo bárbaro é este, o do meu
marido?”?

Harald Rothermel

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