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Concluído, com a publicação em Diário da República, o processo de elaboração dos Estatutos do ISA,
torna-se urgente que cada um de nós encare responsavelmente a sua posição face às próximas
eleições, que se irão realizar num calendário apertado. Este começa com a eleição, a 5 de Junho, do
Conselho de Escola, o qual deverá eleger o Presidente do ISA até 24 de Julho.
Ao longo dos últimos meses, foi-se clarificando uma identificação de posições entre os signatários
deste documento relativamente a riscos e oportunidades resultantes do processo de transformação
profunda que atinge o Ensino Superior e a Universidade em Portugal e, em particular, a UTL e o ISA.
O RJIES e os novos estatutos da UTL e do ISA mudam, de forma muito substancial, o modelo de
governação das Instituições de Ensino Superior, em geral, e do ISA, em particular. Seguir-se-ão, em
breve, mudanças no modelo de financiamento e na avaliação das universidades, e ainda no estatuto
da carreira docente. As transformações têm acontecido fragmentariamente não permitindo uma
visão clara do conjunto do sistema de ensino superior e investigação científica, o que gera incertezas
importantes quer para o planeamento estratégico das instituições quer para o planeamento das
carreiras e percursos de trabalho individuais.
Estamos conscientes da necessidade de mudança para consolidar um Instituto Superior de
Agronomia mais relevante, vocacionado para o ensino superior apoiado em investigação de
qualidade, que estimule também o desenvolvimento tecnológico, promova ligações fortes com o
mundo empresarial e contribua decisivamente para as políticas públicas agrícolas, alimentares,
florestais, ambientais e de ordenamento do território.
Porém, o espaço de manobra é pequeno, já que à incerteza geral causada pelo avanço fragmentário
do novo sistema de ensino superior se junta o problema específico da desvalorização simbólica que o
sector agrícola tem vindo a sofrer, o que resulta em dificuldades adicionais nomeadamente em
matéria de financiamento.
Apesar da incerteza considerável e da reduzida margem de manobra, a necessidade de mudar é
imperativa. É neste contexto que há que equacionar a estratégia a prosseguir pelo ISA, principal
tarefa do Conselho de Escola nos próximos 4 anos.
A alteração mais fundamental no modo de governação das Escolas é a centralização das
competências de gestão nos órgãos de topo (no caso do ISA, o Conselho de Escola, o Presidente do
ISA e os Conselhos de Gestão, Científico e Pedagógico), que permite uma gestão mais ágil para a
mudança, ao mesmo tempo que exige mais profissionalismo e responsabilidade.
Neste contexto de maior concentração do poder de decisão, torna-se ainda mais importante
assegurar e estimular modos de participação activa capazes de recriar um sentido de pertença que se
tem vindo a perder e que faz parte de uma tradição académicya e da nossa memória pessoal.
Isto é particularmente decisivo neste momento, por um lado, porque a necessária mudança não
pode ser feita contra as pessoas, nomeadamente contra as aspirações pessoais e profissionais dos
docentes e investigadores, que constituem o recurso mais precioso do ISA. A insegurança e a ausência
de informação e participação nunca constituíram uma forma eficaz de mobilização para a acção,
particularmente em meio universitário. Por outro lado, porque, neste cenário de incerteza e reduzida
margem de manobra, ninguém pode pretender ter soluções “chave na mão” para definir uma
estratégia independentemente dos saberes residentes na Escola. Isto seria um erro fatal, na medida
em que a principal riqueza do ISA decorre da diversidade de áreas científicas e de grupos de docentes
e investigadores que criam, transmitem e integram saberes de natureza muito diversa mas todos
indispensáveis à missão comum do ISA nos domínios do ensino, da investigação e da prestação de
serviços. Como sabemos, a generalidade das iniciativas de sucesso do ISA têm tido origem nestes
docentes e investigadores, obviamente com o acolhimento e apoio dos órgãos de gestão.
Queremos um governo da escola moderno e ágil, mas também transparente e dialogante, que
procure o bem comum e evite excluir quem quer que seja de poder colaborar na definição e
execução da estratégia do ISA, questão que consideramos essencial para uma condução eficaz e
equilibrada do processo de mudança.
- uma aposta destemida nas áreas de ciência / engenharia e arquitectura paisagista em que o ISA foi
construindo, ao longo da sua história, competências inquestionáveis, que cunharam o que é hoje o
curriculum do ISA;
- uma abertura a novas áreas de actuação em que este curriculum coloque o ISA em boa posição para
novas apostas;
- uma atenção constante à qualidade do ensino, que está associada ao nível e reconhecimento
internacional atingido pela investigação científica, mas também a uma melhoria contínua dos
conteúdos e métodos pedagógicos; a qualidade da investigação é crucial porque se reflecte também
no alcance do desenvolvimento tecnológico;
- uma abertura do ISA à sociedade, que lhe permita ganhar relevância no mundo tecnológico,
agrícola, empresarial e das políticas públicas; a internacionalização da investigação científica e do
ensino e a cooperação para o desenvolvimento são duas áreas a requerer particular atenção e
incentivo.
O momento para agir é agora, porque é agora que vamos eleger o Conselho de Escola, o qual definirá
a estratégia, elegerá o Presidente do ISA e fiscalizará a actuação dos diversos órgãos de gestão. Só
com um Conselho de Escola activo no âmbito das suas competências e respeitador das competências
dos restantes órgãos de gestão, teremos uma condução estratégica do ISA que:
Por isso, decidimos apresentar uma lista de docentes e investigadores para o Conselho de Escola,
órgão que julgamos decisivo para o prosseguimento dos objectivos enunciados neste documento.
SUBSCRITORES
Amarílis de Varennes e Mendonça João Pedro Bengala Freire Maria João Martins
António Lopes Aleixo José Carlos Costa Maria Suzana Ferreira Dias
Francisco Castro Rego Maria Dalila Espírito Santo Raul Bruno de Sousa