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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO 'I o ••

Secretaria d, ribunal Pleno


PROCESSOTC N.o 04945/08

Objeto: Recurso de Revisão


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Impetrante: José Edomarques Gomes
Advogado: Roberto Rinaldo Fernandes

EMENTA: PODER EXECUTIVO MUNICIPAL - ADMINISTRAÇÃO


DIRET~ - LICITAÇÃO - TOMADA DE PREÇOS - CONTRATOS -
LOCAÇOES DE VEICULOS PARA TRANSPORTE DE ESTUDANTES -
IRREGULARIDADE - APLICAÇÃO DE MULTA - FIXAÇÃO DE PRAZO
PARA RECOLHIMENTO - MANEJO DE RECURSO DE APELAÇÃO -
PRECLUSÃO TEMPORAL - NÃO CONHECIMENTO - INTERPOSIÇÃO
DE REVISÃO - REMÉDIO JURÍDICO ESTABELECIDO NO ART. 31,
INCISO IV, C/C O ART. 35, AMBOS DA LEI COMPLEMENTAR
ESTADUAL N.o 18/93 - Não enquadramento do instrumento recursal
nas hipóteses de cabimento previstas nos incisos I a Ill, do art. 35,
da Lei Orgânica do TCE/PB - Ausência dos pressupostos processuais
específicos - Remédio jurídico que não reúne condições de
admissibilidade. Não conhecimento. Remessa dos autos à
Corregedoria da Corte.

Vistos, relatados e discutidos o RECURSO DE REVISA-Ointerposto pelo Prefeito Municipal de


Bernardino Batista/PB, Sr. José Edomarques Gomes, em face da decisão da ego 1a Câmara
desta Contas, consubstanciada no ACÓRDÃO ACl - TC - 053/08, de 31 de janeiro de 2008,
publicado no Diário Oficial do Estado - DOE de 12 de fevereiro do mesmo ano, acordam, por
unanimidade, os Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA
PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta data, na conformidade da proposta de decisão
do relator a seguir, em:

1) NÃO TOMAR conhecimento do recurso, tendo em vista o não atendimento de quaisquer


das exigências processuais previstas nos incisos I a Ill, do art. 35, da Lei Complementar
Estadual n. o 18/93.

2) REMETER os autos do presente processo à Corregedoria deste Tribunal para as


providências que se fizerem necessárias.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 21 de janeiro de 2009


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 04945/08

Diniz Filho

Auditor

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 04945/08

Trata-se de recurso de revisão interposto em 25 de julho de 2008 pelo Prefeito Municipal de


Bernardino Batista/PB, Sr. José Edomarques Gomes, em face da decisão da colenda
1a Câmara desta Corte, consubstanciada no ACÓRDÃO AC1 - TC - 053/08, de 31 de janeiro
de 2008, publicado no Diário Oficial do Estado - DOE de 12 de fevereiro do mesmo ano
(Processo TC n.o 00861/05), no qual entendeu: a) julgar irregular o procedimento Iicitatório
na modalidade Tomada de Preços n.O 03/05; b) aplicar multa ao Alcaide, Sr. José
Edomarques Gomes, no valor de R$ 2.805,10; e c) fixar prazo de 60 (sessenta) dias para
recolhimento voluntário da penalidade.

Inicialmente, é importante destacar que este egrégio Tribunal, em sessão plenária realizada
no dia 16 de julho de 2008, através do ACÓRDÃO APL - TC - 516/08, fls. 31/34, publicado
no Diário Oficial do Estado - DOE de 22 de julho daquele mesmo ano, ao analisar apelação
formulada pela supracitada autoridade decidiu não tomar conhecimento do recurso, diante
da intempestividade de sua apresentação, bem como remeter os autos à Corregedoria deste
Pretório para as providências que se fizerem necessárias.

Desta feita, o insurgente alega, em síntese, fls. 03/34, que: a) não houve diligência para
verificar as condições dos veículos contratados e das estradas vicinais da Comuna; b) o
julgamento irregular do certame contraria farta jurisprudência da Corte; c) não há interesse
dos proprietários de ônibus em participar de licitações, pois as estradas são transitáveis
apenas para veículos tipo caminhão ou camioneta; d) os veículos foram contratados nos
termos da Resolução n.O 82 do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN; e e) foi imputada
multa ao gestor pelo mesmo fato nos autos da prestação de contas do exercício de 2005.

Em seguida, os técnicos da Divisão de Auditoria de Licitações e Contratos - DILIC, ao


esquadrinharem a peça recursal apresentada, emitiram o relatório de fls. 38/42, onde
mencionaram que o interessado levantou as mesas argumentações contidas anteriormente,
°
sem a existência dos requisitos previstos no art. 35 da Lei Complementar Estadual n. 18/93
e no art. 192 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial, através do parecer de fls. 44/46,


pugnou pelo não reconhecimento do recurso de revisão e, como consequência pela
manutenção da decisão da la Câmara desta Corte de Contas, consubstanciada no ACÓRDÃO
AC1 - TC - 053/08.

-:r- r-.:conforme fls. 47/48 dos autos.


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 04945/08

O recurso de revisão contra decisão do Tribunal de Contas é remédio jurídico - remedium


juris -que tem sua aplicação própria indicada no art. 31/ inciso IV, c/c o art. 35/ da Lei
Complementar Estadual n.O 18/ de 13 de julho de 1993 (Lei Orgânica do TCE/PB), sendo o
meio pelo qual o responsável, seus sucessores, ou o Ministério Público junto ao Tribunal,
dentro do prazo de 05 (cinco) anos, interpõe pedido, a fim de obter a correção de todo e
qualquer erro ou engano apurado. Não tem efeito suspensivo e sua natureza jurídica é
meramente rescisória.

In limine, evidencia-se que o recurso interposto pelo Prefeito Municipal de Bernardino


Batista/PB, Sr. José Edomarques Gomes, atende aos pressupostos processuais genéricos de
legitimidade e tempestividade, notadamente, diante do dilatado período para sua
interposição (cinco anos). Entrementes, ao compulsar a referida peça recursal, constata-se
que ele não atende quaisquer dos requisitos ou pressupostos processuais específicos
estabelecidos nos incisos I a lII, do art. 35/ da Lei Orgânica do TCE/PB - LOTCE/PB,
in verbis;

Art. 35. De decisão definitiva caberá recurso de revisão ao Plenário, sem


efeito suspensivo, interposto por escrito, uma só vez, pelo responsável, seus
sucessores,ou pelo Ministério Públicojunto ao Tribunal, dentro do prazo de
cinco anos, contados na forma prevista no inciso II do art. 30 desta lei, e
fundar-se-á:

I - em erro de cálculo nas contas;

II - em falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha


fundamentado a decisão recorrida;

III - na superveniência de documentos novos com eficácia sobre a prova


produzida.

Ex positis, proponho que o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) NÃO TOME CONHECIMENTO do recurso, tendo em vista o não atendimento de quaisquer


das exigências processuais previstas nos incisos I a lII, do art. 35/ da Lei Complementar
Estadual n.o 18/93.

2) REMETA os autos do presente processo à Corregedoria deste Tribunal para as


providências qu fizerem necessárias.

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