Você está na página 1de 7

jJublicado no D, O.

E,
Em, pl-J./-I 'J,f

TRmUNAL
DE:S DO~ÁYI<!1't~i~eno

Processo Te n° 01974/07

Prestação de Contas do Prefeito Municipal


de Curral Velho referente ao exercício de
2006. Emissão de Parecer Favorável à
aprovação das contas. Recomendações.

o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe confere a
Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n" 01974/07, que trata da
prestação de contas do Sr. Luis Alves Barbosa, Prefeito Municipal de Curral Velho, exercício de
2006, e

CONSIDERANDO que a Auditoria, após análise do que contém os autos, constatou o seguinte:
a) a Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo, instruída com todos os documentos
exigidos; b) o orçamento para o exercício, Lei Municipal n" 280, de 19 de dezembro de 2005, estimou
a receita e fixou a despesa em R$ 4.446.400,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite de R$ 2.223.200,00, equivalentes a 50% da despesa fixada na LOA; c) não
foram abertos créditos adicionais suplementares e especiais sem autorização legislativa; d) a receita
orçamentária arrecadada foi 2,77% inferior à sua previsão; e) a despesa realizada foi 5,73% inferior à
despesa fixada; f) a Dívida Municipal importou em R$ 1.082.491,97, correspondendo a 25,04% da
Receita Arrecadada, dividindo-se em 97,96% e 2,04% entre Dívida Fundada e Dívida Flutuante,
respectivamente, e apresentando uma redução de 8,47% em relação ao exercício anterior; g) os gastos
com obras públicas alcançaram R$ 879.770,81, correspondendo a 20,99% da Despesa Orçamentária
Total, tendo sido pagos R$ 878.841,07, com recursos federais (7,33%), estaduais (17,13%) e do
município (75,54%); h) não houve excesso na remuneração recebida pelo Prefeito e pelo vice-Prefeito;
i) foram aplicados 60,13% dos recursos do FUNDEF em remuneração do magistério; j) a aplicação das
receitas de impostos em MDE foi de 25,15%; k) a aplicação das receitas de impostos em ações e
serviços de saúde correspondeu a 17,03%; I) as despesas com pessoal do Poder Executivo
corresponderam a 27,03% da RCL; m) o repasse ao Poder Legislativo correspondente a 99,98% do
valor fixado na LOA, estando de acordo com o limite constitucional mínimo estabelecido;

CONSIDERANDO que após a análise da defesa apresentada e das considerações feitas pelo
relator, remanesceram as seguintes irregularidades: a) despesas não licitadas correspondendo a 6,38%
da despesa orçamentária; b) transporte escolar realizado em veículos inadequados e com excesso de
lotação; c) não apresentação dos documentos relativos ao Conselho Municipal de Educação d)
ausência de cadastro de bens móveis e imóveis e tombamento parcial dos bens; e) não recolhimento de
INSS sobre prestação de serviço por pessoa física; f) não contabilização da dívida ativa; g) admissão
de servidores sem realização de concurso público.
CONSIDERANDO que a admissão de servidores sem concurso público deve ser objeto de
inspeção no município para a devida apuração dos fatos, que as despesas realizadas sem o devido
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01974/07

procedimento licitatório não maculam, isoladamente, a administração do gestor mas, juntamente com
as irregularidades remanescentes ensejam recomendações no sentido de se evitar a repetição das
falhas;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer oral da representante do Ministério


Público, a proposta de decisão do Auditor Relator e o mais que dos autos consta,

DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada, em:

a) emitir PARECER FA VÜRÁ VEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Curral
Velho, Sr. Luís Alves Barbosa, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo
Único do art. 124 do Regimento Interno deste Tribunal;
b) determinar a realização de inspeção no município objetivando verificar a admissão de
servidores sem concurso público;
c) recomendar a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das falhas constatadas.

Presente ao ju amento a Exm", Sra. Procuradora Geral.


Publique-se c pra-se.
TC - Plená o n. J ã Agripino, em 29 de outubro de 2008.

CONS. ANT
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01974/07

o ProcessoTC n" 01974/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito de Curral Velho, Sr. Luís
Alves Barbosa, relativa ao exercício de 2006.
O relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal destaca o seguinte:
a) a Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo legal, instruída com todos os
documentos exigidos;
b) o orçamento para o exercício, Lei Municipal n" 280, de 19 de dezembro de 2005, estimou a receita e
fixou a despesa em R$ 4.446.400,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite equivalente a 50% da despesa fixada;
c) os créditos adicionais foram abertos dentro do limite autorizado;
d) a receita orçamentária arrecadada foi 2,77% inferior à sua previsão;
e) a despesa realizada foi inferior à despesa fixada em 5,73%;
f) a Dívida Municipal importou em R$ 1.082.491,97, correspondendo a 25,04% da Receita
Arrecadada, dividindo-se em 97,96% e 2,04% entre Dívida Fundada e Dívida Flutuante,
respectivamente, e apresentando uma redução de 8,47% em relação ao exercício anterior;
g) os gastos com obras públicas alcançaram R$ 879.770,81, correspondendo a 20,99% da Despesa
Orçamentária Total, financiados com recursos federais (7,33%), estaduais (17,13%) e do município
(75,54%);
h) não houve excesso na remuneração recebida pelo Prefeito e pelo vice-Prefeito;
i) foram aplicados 60,13% dos recursos do FUNDEF em remuneração do magistério;
j) a aplicação das receitas de impostos em MDE foi de 25,15%;
k) a aplicação das receitas de impostos em ações e serviços de saúde correspondeu a 17,03%;
I) as despesas com pessoal do Poder Executivo corresponderam a 27,03% da RCL;
m)o repasse ao Poder Legislativo correspondeu a 99,96% do valor fixado na LüA;

Além destes aspectos, a Auditoria apontou as seguintes irregularidades:

I -Quanto às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal:


Não atendimento quanto ao envio dos REO a este Tribunal e elaboração dos RGF
encaminhados;

11 - Quanto aos demais aspectos examinados:


a) dívida com o INSS no montante de R$ 1.021.935,00, correspondendo a 23,64% da receita
orçamentária total;
b) despesas não licitadas no valor de R$ 410.563,09, correspondendo a 9,79% da despesa
orçamentária;
c) despesas com finalidade diversa do FUNDEF no valor de R$ 1.892,00;
d) divergência entre os valores da dívida consolidada do RGF e da PCA;
e) transporte escolar realizado em veículos inadequados e com excesso de lotação;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 01974/07

1) não apresentação dos documentos relativos ao Conselho Municipal de Educação solicitados em


inspeção;
g) ausência de cadastro de bens móveis e imóveis e tombamento parcial dos bens;
h) concessão de diárias sem formalização de processos;
i) não recolhimento de INSS sobre prestação de serviço por pessoa física no total de R$ 9.286,15;
j) despesas insuficientemente comprovadas no montante de R$ 9.429,00;
k) não contabilização da dívida ativa;
I) admissão de servidores sem realização de concurso público;
rn)não recolhimento de INSS - parte patronal no valor total de R$ 189.479,12.

Após análise da defesa apresentada, a Auditoria concluiu que foram sanadas as irregularidades
relativas a: envio dos REO a este Tribunal, elaboração dos RGF encaminhados, despesas com
finalidades diversas daquela do FUNDEF e concessão de diárias sem formalização de processos.
O Órgão de Instrução acatou parte dos argumentos e retificou os valores relativos a: despesas
não licitadas, que passou para R$ 384.563,09, representando 9,17% da despesa orçamentária total, não
recolhimento de INSS sobre prestação de serviço por pessoa física, cujo valor após análise da defesa,
corresponde a R$ 5.486,15 e despesas insuficientemente comprovadas, que assumem o valor de
R$ 3.130,00.
Quanto às demais irregularidades, foram mantidos os entendimentos do relatório inicial, com as
seguintes considerações por parte do Órgão Técnico.
No que diz respeito à dívida com o INSS, o interessado afirmou estar tomando as providências
necessárias à liquidação da dívida, apresentando documentação de parcelamento. A Auditoria entende
que o fato reforça a existência do alto valor da dívida junto ao INSS, ressalta que os cofres públicos
são onerados pelo pagamento de juros e multas e mantém o seu entendimento quanto à irregularidade.
No tocante à divergência entre os valores da dívida consolidada do RGF e da PCA, a Auditoria
entende que a argumentação, de que a falha apontada se deu pelo fato do INSS não ter fornecido, em
tempo hábil, a dívida fundada em 31.12.2006, não apresenta nenhuma vinculação com a irregularidade
apontada.
Relativamente ao transporte escolar realizado em veículos inadequados e com excesso de
lotação, o Órgão de Instrução não considera a declaração da Secretária de Educação e o termo de
vistoria do veículo, acostados pela defesa.
Mantido o entendimento inicial quanto a não apresentação dos documentos relativos ao
Conselho Municipal de Educação uma vez que a Lei n° 295/2006, relativa à criação deste Conselho,
não foi trazida aos autos. Além disso, a designação de seus membros só ocorreu no ano de 2007.
Quanto à ausência de cadastro de bens móveis e imóveis e tombamento parcial dos bens, o
Gestor anexou aos autos fotocópias do Tombamento do Patrimônio Municipal. Entretanto, a Auditoria
mantém a irregularidade, esclarecendo que se constatou durante a inspeção o tombamento apenas
parcial dos bens, que não continha todos os dados referentes às características do bem, o nome do
servidor responsável pela sua guarda e também a correspondente aposição de plaquetas, com o número
do bem cadastrado.
No que diz respeito à não contabilização da dívida ativa, o Interessado afirma que no exercício
em análise não houve nenhum registro de dívida ativa e que foram recomendadas à Secretaria das
Finanças as providências necessárias para a realização de um levantamento cadastral, com a finalidade
de identificar e incluir os devedores dos últimos cinco anos. O Órgão de Instrução, porém, mantém se
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01974/07

entendimento tendo em vista que não foi trazida aos autos comprovação das medidas necessárias para
o levantamento dos devedores dos últimos cinco anos.
Com relação à admissão de servidores sem realização de concurso público, a defesa declarou
que o fato só ocorreu até o dia 04 de outubro de 1988. A Auditoria, entretanto, volta a afirmar que
houve admissões de servidores sem a realização de concurso público durante o mandato do atual
Gestor.
Quanto ao não recolhimento de INSS - parte patronal, o Órgão Técnico mantém seu
posicionamento em virtude da defesa não ter se pronunciado sobre a irregularidade.
É o relatório, informando que por economia processual e celeridade o processo não seguiu ao
Ministério Público, aguardando-se pronunciamento oral de seu representante, e que o interessado e
seus representantes legais foram notificados da inclusão do processo na pauta desta sessão.

É o relatório, em 29 de outubro de 2008.

AUDITOR OSCAR Cfl+ti1-AN~AGO


MELO

~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01974/07

No que diz respeito à irregularidade relativa à dívida com o INSS, refere-se a exercício
anterior, sendo observado um resgate de R$ 90.430,20 durante o exercício, o que demonstra que o
município vem cumprindo suas obrigações com relação a esta dívida diante daquele instituto de
previdência.
Quanto às despesas insuficientemente comprovadas, referem-se a gastos com transporte da
médica do PSF, cirurgia realizada em pessoa carente, fornecimento de carne bovina, diárias e
atendimento neurológico. Entendo que a documentação acostada aos autos, compreendendo recibos,
cópias de cheques e outros documentos, como declarações dos beneficiários e comprovantes de
passagens, constitui comprovação das despesas reclamadas pela Auditoria.
Com relação ao não recolhimento de INSS - parte patronal, a defesa apresentou comprovação
de negociação e parcelamento de toda a dívida referente ao período de julho/2001 a dezembro/2007.
Cabendo recomendações ao gestor quanto à observância de escrituração do valor nos demonstrativos
da dívida do município.
Relativamente às despesas não licitadas, a Auditoria acolheu os argumentos apresentados pela
defesa apenas em relação à Construção de Açudes. Entretanto, observa-se que algumas despesas
ultrapassaram o limite de dispensa em valor não significativo, podendo a falha ser relevada. É o caso
das aquisições de material de expediente, transporte de passageiros, fornecimento de pães, transporte
de água e contratação de banda, totalizando R$ 48.767,59. Quanto à aquisição de materiais de
construção no valor de R$ 28.133,59, entendo não ser necessário o procedimento licitatório uma vez
que se trata de compras esporádicas de materiais distintos, como cimento, material elétrico, material
hidráulico, materiais diversos para construção, que, individualmente, não atingem o valor sujeito a
licitação. Da mesma forma, parte das despesas junto à empresa São José Empreendimentos Ltda, no
montante de R$ 66.013,77, são serviços de natureza distinta, efetuados em diversos locais e com
valores dentro do limite de dispensa de licitação. Referem-se a: serviços de tapa-buraco em estradas,
conserto de paredes de açudes em diversas localidades, conserto de rede de água, reforma de cemitério,
pintura de meio fio, reparos em algumas edificações ligadas à Secretaria de Saúde, etc. Com estas
considerações, as despesas sem o devido procedimento licitatório correspondem a R$ 267.648,14,
representando 6,38% da despesa orçamentária total.
No tocante à admissão de servidores sem realização de concurso público, considero necessária
uma inspeção in loco objetivando a apuração e esclarecimento dos fatos já que o interessado e a
Auditoria apresentam versões antagônicas e a documentação contida nos autos não permite
posicionamento conclusivo quanto à irregularidade apontada.
Considerando que as demais falhas apontadas pelo Órgão Técnico de Instrução constituem
objeto de recomendações ao gestor.

Proponho que este Tribunal:

a) emita PARECER FAVORÁVEL à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Curral Velho,
Sr. Luis Alves Barbosa, relativas ao exercício de 2006, encaminhaudo-o à conSider~ ,
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n° 01974/07

Egrégia Câmara de Vereadores do Município, com a ressalva do Parágrafo Único do art. 124 do
Regimento Interno deste Tribunal;
b) determine a realização de inspeção no município objetivando verificar a admissão de servidores
sem concurso público;
c) recomende a adoção de providências no sentido de evitar a repetição das falhas constatadas.

É a proposta, em 29 de outubro de 2008.

AUDITOR OSCAR~~m~G

Você também pode gostar