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Regularmente notificado das conclusões técnicas, o gestor solicitou nova
prorrogação de prazo para defesa, pleito indeferido pelo Relator.
Os autos não tramitaram perante o MPjTC e foram incluídos na pauta desta
sessão, com as notificações de praxe. É o Relatório.
VOTO DO RELATOR
Diversas impropriedades foram detectadas pela Unidade Técnica quando da análise da
formalização e execução do termo de parceria firmado entre a Prefeitura Municipal de Bayeux
e a CEGEPOno exercício de 2005.
No tocante à ausência de procedimento licitatório prévio, contudo, ouso discordar da
Unidade Técnica. Os termos de parceria, segundo a doutrina mais autorizada, têm natureza
jurídica similar a de convênio. Além disso, a lei federal que trata da matéria apenas faculta ao
gestor a realização de concurso de projetos, não havendo obrigatoriedade em sua realização.
Assim, a restrição quanto à ausência de procedimento licitatório prévio e as demais
irregularidades relacionadas ao certame não se sustentam em face da legislação e da doutrina
sobre o tema.
A transferência à OSCIP de todo o serviço público de índole social é prática vedada
pelo ordenamento pátrio. O espírito da lei nO 9790/99 é fomentar a cooperação de entidades
do chamado Terceiro Setor com o Poder Público, e não a substituição deste último por outros
agentes. No caso em exame, o objeto do termo de parceria foi a operacionalização do
Programa de Geração de Empregos (PGE), demonstrando a completa terceirização do
Programa, fato que merece registro e recomendações.
A ausência dos instrumentos legais necessários à viabilidade do termo de parceria,
bem assim as demais falhas não esclarecidas pelo gestor devem ensejar a irregularidade do
termo de parceria efetivado e a aplicação de multa, sem prejuízo das recomendações cabíveis.
A apresentação da prestação de contas dos recursos repassados foi apenas parcial,
conforme admite o próprio gestor em suas petições de defesa. Com efeito, a apreensão dos
documentos em decorrência de ação movida pelo Ministério Público de Pernambuco (fls. 27)
impossibilitou a remessa de toda a documentação de despesa, mas a autoridade responsável
encaminhou os documentos em seu poder (fls. 20/1238) e ajuizou ação ordinária no sentido
de reaver os documentos faltantes (fls. 1231/1238). Em face de tais circunstâncias entendo
que não cabe responsabilizar o Prefeito pela devolução de valores repassados.
Registre-se, por fim, que houve a formalização de termo aditivo ao termo de parceria
em exame (fls. 54/55), com a finalidade de prorrogar por mais um mês a validade do ajuste.
Assim, voto pela:
1. Irregularidade do termo de parceria analisado e do termo aditivo decorrente;
2. Aplicação da multa, no valor de R$ 2.805,10 ao Prefeito Municipal de Bayeux,
Sr. Josival Júnior de Souza, com fundamento no art. 56, II da LOTCE, assinando-
lhe o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do Acórdão, para
efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do
Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário,
devendo-se dar a intervenção do Ministério Público comum, na hipótese de
omissão da PGE,nos termos do § 4.....
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DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-03.938j07, acordam os
MEMBROS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA (TCE-Pb), à maioria, na
sessão realizada nesta data, EM:
1. Julgar irregular o termo de parceria analisado e do termo aditivo
decorrente;
2. Aplicar multa, no valor de R$ 2.805,10 (dois mil oitocentos e cinco reais e
dez centavos) ao Prefeito Municipal de BAYEUX, Sr. JOSIVAL JÚNIOR DE
SOUZA, com fundamento no art. 56, II da LOTCE, assinando-lhe o prazo de
sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do Acórdão, para efetuar
o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da
Constituição do Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser
impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não
recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público
comum, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual;
3. Determinar ao Prefeito Municipal de BAYEUX para que, no prazo de 30
(trinta) dias, proceda ao cancelamento do termo de parceria analisado nos
autos acaso ainda vigente;
4. Encaminhar cópia da decisão ao Ministério Público Comum para
conhecimento e acompanhamento da ação promovida pela Prefeitura
Municipal de Bayeux contra a OSCIP no tocante aos documentos de
comprovação do restante da despesa.
Publique-se, intime-se, registre-se e cumpra-se.
sala das Sessões da 1a. "mara do TCE-Pb - Plenário Ministro João Agripino.
Joã A ss , 12 de novembro de 2008.
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ira Nominando Diniz - Relàtor