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Por isso há de ter em conta que, de acordo com o Artº 2º, os benefícios são
medidas de carácter excepcional.
Atento o disposto no Artº 101º alínea j) da Lei Geral Tributária constitui meio
processual tributário o recurso contencioso de actos denegadores de isenções
tributárias.
Na verdade, dispõe esta norma que ficam isentos de IMT «as aquisições de
prédios classificados como de interesse nacional, de interesse público ou de interesse
municipal, ao abrigo da Lei 107/2001, de 8 de Setembro».
Ora o Artº 15º da Lei 107/2001, veio definir no seu nº 1 que os bens imóveis
podem pertencer às categorias de monumento, conjunto ou sítio, nos termos em que
se encontram definidos no direito internacional.
Por seu lado, o nº 2 estabelece que os bens …. Imóveis podem ser classificados
de interesse nacional, de interesse público ou de interesse municipal.
Daqui resulta, salvo melhor opinião, que o conjunto de imóveis que compõem o
Centro Histórico de Évora integram a lista de bens classificados como de interesse
nacional.
É com base nesta alteração que a Direcção Geral de Imposto entende que os
prédios integrados no Centro Histórico de Évora, deixaram de beneficiar da isenção do
IMI, porquanto não estão individualmente classificados como de interesse público.
Ou seja: na nossa opinião não existe aqui qualquer lacuna na lei, na medida em
que vêm expressamente previstos os «monumentos nacionais».
Mas mesmo que entenda estar-se perante uma lacuna da lei, a interpretação
extensiva prevista no Artº 9º do Estatuto de Benefícios conduzir-nos-ia ao mesmo
resultado, já que, como se viu, os prédios localizados no Centro Histórico, são de
interesse nacional, pelas razões acima expressas, aplicando-se aqui as regras da boa
Hermenêutica Jurídica que impõe o Artº 9º do Código Civil.
O ADVOGADO
(via email)