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A questão da ética em pesquisa médica ganhou força no fim da Segunda Guerra Mundial,
com o Código de Nuremberg* (1947).
Nesse período, alguns casos ocorridos nos Estados Unidos da América contribuíram para
evidenciar a necessidade de estabelecimento de regras e procedimentos em pesquisas
médicas.
Um dos experimentos de maior repercussão quando analisado do ponto de vista ético foi
o do psicólogo behaviorista John B. Watson com o Pequeno Albert.
No experimento fica evidenciada empiricamente a questão do condicionamento clássico,
comprovando também a questão da generalização de estímulos.
Utilizando crianças em experimentos anteriores seu objetivo era comprovar que o medo
era aprendido, argumentando que seria o medo inato ou associado a uma resposta
incondicionada.
Assim, quis comprovar que poderia condicionar uma criança a responder com medo a um
estimulo condicionado associado à uma imagem ou objeto.
METODOLOGIA
O pequeno Albert era filho de uma das empregadas da Clínica Phipps da Universidade
Johns Hopkins, em Baltimore, onde Watson realizava alguns de seus experimentos.
Antes de iniciar o experimento o pequeno Albert, então com oito meses e vinte e seis dias
de idade, foi submetido a testes de âmbito emocional, sendo exposto, de forma breve, a
um rato branco, um coelho, um cão, máscaras com e sem cabelo, algodão, jornais em
brasa e etc.
Durante a linha de base o pequeno Albert não demonstrou nenhum tipo de aversão aos
objetos e animais com os quais teve contato.
Cerca de dois meses após estes primeiros contatos foi iniciado o condicionamento da
resposta “medo” no pequeno Albert.
A criança era colocada em um colchão sobre uma mesa no meio de uma sala, onde então
era exposta a um rato branco, com a qual chegava a brincar inicialmente.
Paulatinamente, Watson foi emitindo um som alto pelas costas de Albert, batendo uma
barra de aço suspensa com um martelo quando o bebe tocava o rato.
Nessas ocasiões Albert chorava e se mostrava irritado com o barulho.
Após algumas sessões de aproximação sucessiva o pequeno Albert mostrava-se irritado
apenas com a presença do rato, tal como se irritava com o som emitido em outras sessões.
Aparentemente, o menino tinha associado o rato branco (estímulo neutro original, agora
estímulo condicionado), com o ruído (estímulo incondicionado) e estava produzindo a
resposta emocional do medo ou de chorar (originalmente a resposta incondicionada ao
ruído, agora, a resposta condicionada para o rato).
O que foi problemático sobre essa experiência foi que o pequeno Albert pareceu
generalizar sua resposta de medo quando exposto a outros objetos e animais peludos,
como um cachorro qualquer, uma máscara de Papai Noel ou até mesmo a um casaco de
pele.
Além disso, o bebê foi levado do hospital antes que Watson pudesse iniciar o processo de
extinção com o pequeno Albert.
CONCLUSÃO
Analisando o experimento descrito do ponto de vista ético atual, instaurado por órgãos
como a APA (American Psycological Association) e o CONEP (Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa), podemos criticá-lo de acordo com os seguintes itens:
9. Não fabricar dados, corrigir erros de pesquisa, não plagiar, cuidados com registros
autorais e retratações, são medidas que garantem a cientificidade e a ética de uma
pesquisa : sobre este tópico também não podemos criticá-lo negativamente, já que
tais dados foram reproduzidos fielmente, dando-nos a oportunidade de analisar
sua metodologia no vídeo disponível no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=g4gmwQ0vw0A.
* The Nuremberg Code. Nuremberg Military Tribunal. In: Emanuel EJ, Crouch
RA, Arras JD, Moreno JD, Grady C (eds) Ethical and regulatory aspects of
clinical research. The Johns Hopkins University Pres, p. 29, 2004.