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22/1/2014

Academia Brasileira de Letras - O barco verde

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O barco verde
Carlos Heitor Cony Acabo de ler os originais do novo romance de Heloisa Seixas, que dever ser lanado nos primeiros meses deste ano. Evidente que escreverei sobre ele, como escrevi quando ela estreou em livro com "Pente de Vnus". Acontece que o novo romance me causou um impacto que no sentia h muito. O fato de ser bem escrito e usar uma tcnica surpreendente (no me lembro de ter lido um livro de fico com a mesma construo revolucionria) seria bastante para coloc-lo na estante mais nobre da nossa literatura. Teria de destacar muitas passagens de uma histria que comea como um dirio pessoal e logo se transforma numa biografia emocionante, independente de ser ou no ser autorizada, clima e problemas do nosso tempo, um drama real que Shakespeare colocaria entre "os mil acidentes da carne". H uma pequena passagem que conhecida por muitos mas para mim foi um soco no na alma (que eu no tenho) mas nas vsceras obscenas de ateu assumido e, pelo menos nesse departamento, plenamente realizado. O livro tem ttulo inspirado num dos clssicos filmes de Bergman: "O Stimo Selo", o homem devastado que encontra a Morte numa praia deserta e joga com ela uma partida de xadrez. Se perder, ser levado por ela para a sombra final. O personagem de Heloisa nem tem a possibilidade de ganhar a partida, mas joga assim mesmo, enfrentando os xeques-mate do fantasma que sempre nos vence. Em dado momento, o personagem est numa clnica de recuperao e ouve um pastor perguntar se algum na plateia no cr em Deus. Ele levanta a mo: no cr nem gosta de Deus. O pastor prope uma situao limite: voc est se afogando num oceano profundo e distante. Aparece um barco verde, mas voc no gosta do verde e recusa a salvao. Folha de S. Paulo (RJ), 7/1/2014
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