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Campus Experimental do Litoral Paulista
Trabalho de Conclusão de Curso
Padrões de abundância do fitoplâncton no Estuário de
São Vicente (SP).
Luana Finocchiaro R. Silva
luana.finocchiaro@gmail.com
Resumo
Palavraschave: abundância, fitoplâncton, estuário, maré, estações.
Abstract
The abundance of phytoplankton in estuaries is limited mainly by the light, changing with ressuspension and
adveccion, both related to tides, winds and rain. In this context, this study aimed to understand the general
pattern of nano and microfitoplâncton fractions related to low and high tides in different periods of the year. In
the results there were more abundance of micro in high tide, indicating importation os Santos bay. For nano
there weren't variatons with tides, probabily because of vertical movement and similar abundance in both
compartiments conected do São Vicente bay. The micro decreased in Fall, period of intense turbulence and
lesse disponibility of light, returning in Winter. The nano increased in abundance in Fall and keep up in
Winter, indicating mixotrophy. The dominance patterns were inverse for each fraction, being centric and
pennate diatoms for micro and flagellates for nano. The importing character of this estuary demonstrates that
more studies must be done, focusing in the influence of Santos Bay in São Vicente's bay, besides the
episodic variation and blooms in both compartiments.
Keywords: abundance, phytoplankton, estuary, tide, season.
1. Introdução
Alterações espaçotemporais na abundância do fitoplâncton em um dado ambiente
estão intimamente relacionadas a variáveis como a concentração de nutrientes e
disponibilidade luminosa, uma vez que são organismos, em sua maioria,
fotossintetizantes. Interações ecofisiológicas, como herbivoria seletiva (BROOKS
&DODSON, 1965, LI, 2008; XIE, 2008), heterotrofia e mixotrofia (e.g. JONES, 2000, eg.
CARON, 2001), além de lise viral, são ainda determinantes para a abundância destes
organismos.
O fitoplâncton marinho inclue formas que vão de células isoladas a colônias, a maioria
com tamanho variando entre 1um e 70um. A dominância dessas várias formas refletem,
além da disponibilidade de luz e nutrientes, o grau de turbulência no qual os organismos
estão submetidos (MARGALEF, 1997). Em sistemas estuarinos, onde existe aporte de
nutrientes abundante, e os regimes de mistura vertical são moderados, a disponibilidade
luminosa pode tornase o fator determinante, para o desenvolvimento fitoplanctônico (e.g.
OGILVIE & MITCHELL, 1998, MUYLAERT et al, 2000), já que materiais particulados em
suspensão e dissolvidos, provindos do fundo e da descarga continental, competem com o
fitoplâncton por esse recurso.
“...Temos de reconhecer que, em geral, diferentes níveis sistếmicos representam
níveis de diferente complexidade. Em cada nível, os fenômenos observados exibem
propriedades que não existem em níveis inferiores. As propriedades sistêmicas de um
determinado nível são denominadas propriedades “emergentes”, uma vez que emergem
nesse nível em particular.”
Capra, 1996
Um dos primeiros agrupamentos funcionais das comunidades fitoplanctônicas reside
na Mandala de Margalef (MARGALEF, 1978) onde um gradiente entre diatomáceas k
estrategistas, dominantes em situações com altos níveis de turbulência e nutrientes, e
dinoflagelados restrategistas, característicos em ambientes combaixa turbulência e baixa
concentração de nutrientes, é intermediado por cocolitoforídeos.
Outra forma de agrupamento é a divisão clássica de indivíduos por espectros de
tamanho. SIEBURTH ET AL, (1978) define três categorias, sendo as mesmas : –
Picoplâncton (< 2um), Nanoplâncton (2 a 20um ) e Microplâncton, > 20um. Os
organismos das classes nanoplâncton e microplâncton se estabelecem em maiores
abundâncias em regiões onde os nutrientes se apresentam em concentrações mais
elevadas (MALONE, 1971,YENTSCH & PHINNEY, 1989).
"Almost all aspects of the life of a phytoplankton cell are influenced, more or less, by its
size...The mechanisms underlying the sizedependent patterns have undoubtedly steered the
general course of phytoplankton evolution, but the organisms that do not abide by the rules
reveal the wonderful diversity of ways in which cells have managed to disobey the 'laws'
scripted for them."
Chisholm, 1992
Em estuários, as dominâncias relativas das classes de tamanho comportamse de
maneiras diversas. Já foi retratada maior constância da fração nano em relação às
variações temporais, contrária à fração micro, que é mais dependente da disponibilidade
luminosa, com florações geralmente associadas a estratificação. Apesar da maiores
abundâncias no Verão de ambas as classes, se considerarmos as variações nas taxas de
crescimento em resposta a temperatura provavelmente ocorrerá maior abundância de
micro no verão e dominância do nano no inverno (MALONE & CHERVIN, 1979).
Em estuários onde os ciclos de maré são importantes, mudanças na abundância de
grupos de fitoplâncton, podem indicar diferentes graus de importação ou exportação para
os ambientes adjacentes ou até mesmo ressuspensão. Compreender essas alterações é
importante para o entendimento da dinâmica físicoecológica local, subsidiando também
estudos sobre a transferência de biomassa primária para níveis tróficos superiores.
Alguns grupos de fitoplâncton apresentam espécies potencialmente nocivas, seja por sua
produção de toxinas ou por formarem florações muito densas com consequências
econômicas e ecológicas locais. A avaliação dos padrões de abundância é multifatorial e
deve ocorrer a partir de uma diversa gama de obervações climatológicas e
oceanográficas. Assim, a associação entre grupos de fitoplâncton e variações ambientais
tornamse valiosas ferramentas para o monitoramento ambiental.
A divisão em Grupos Funcionais por gêneros exige estudos mais aprofundados que
incluam variáveis comportamentals e fisiológicas (SMAYDA&REYNOLDS, 2001). Portanto,
no presente estudo seguiremos a divisão taxonômica organizada por Tomas (1997), com
agrupamentos de acordo com requerimentos nutricionais, formas, e tamanho. Por
exemplo, as diatomáceas de maior tamanho, dependem da disponibilidade de sílica e
maior quantidade de nutrientes para seu crescimento, e podem se apresentar de forma
isolada ou em colônias. Já as diatomáceas penadas podem indicar processos de
ressuspensão. Os dinoflagelados, apresentam motilidade e potencial mixotrofia além de
menores taxas de crescimento quando comparados às diatomáceas.
Neste contexto, este estudo pretende acompanhar as variações de abundância de
grandes grupos nas frações nano e microfitoplâncton da porção central do canal do
estuário de São Vicente, em função das alturas de maré (alta e baixa) e estações do ano,
(verão, outono e inverno). Nossos objetivos são I) verificar diferenças na abundância do
fitoplâncton no estuário, entre marés altas e baixas, II) quantificar variações na
abundância do fitoplâncton entre estações do ano; e III) avaliar padrões gerais de
dominância dos grupos taxonômicos.
2. Materiais e Métodos
2.1. Área de Estudo
O estuário de São Vicente encontrase na Baixada Santista, área de maior
desenvolvimento urbano e industrial do litoral do Estado de São Paulo. O local de estudo
é conectado à baía de Santos (Figura 1A e B), que recebe intensa contaminação
proveniente do pólo industrial e Porto de Santos, do emissário submarino e fontes de
esgoto clandestinas ou de outros municípios (ABESSA, 2002). O complexo estuarino tem
sido sistemáticamente considerado como um ambiente eutrofizadao (GIANESELLA, S.G.,
1978, TOMMASI, 1979, MOSER, 2002 e ANCONA, 2007), condição associada com alta
permanência de matéria orgânica (e.g. NIXON, 1995) e potenciais florações de
fitoplâncton.
A maré no estuário de Santos, pertencente ao Sistema Estuarino de Santos assim
como o estuário de São Vicente, varia de forma semidiurna mista, sendo que o clima da
região é caracterizado como tropical úmido, com período de maior pluviosidade no Verão
– estação úmida – e menor no Inverno – estação seca (e.g. MOSER, 2002).
A conexão do estuário de São Vicente com a baía de Santos apresenta uma
região afunilada (Garganta do Diabo – Figura 1A), que pode gerar alterações no fluxo de
água proveniente do ciclo de maré e correntes da baía de Santos. Esta característica
demonstra uma peculiaridade local possivelmente influente nos graus de importação e
exportação de materiais entre estuário e baía adjacente.
Apesar da importância econômica da região, e dos relatórios frequentes sobre os
níveis de eutrofização local, a dinâmica dos grupos fitoplanctônicos tem sido pouco
estudada, sendo os principais trabalhos, pontuais, realizados por Tommasi(1979), Moser
(2002), CETESB (2005, 2006) e Ancona (2007) (Tabela 3).
2.2. Amostragem
Duas coletas superficiais diárias, espaçadas semanalmente, aproximadamente nos
estofos de maré enchente e vazante, foram realizadas em um ponto (2) do estuário
(Figura 1B), do final do verão (20/02/2008) ao final do inverno (18/09/2008). A tábua de
maré, para o Porto de Santos, foi fornecida pela Diretoria de Hidrografia e Navegação
(DHN) no endereço eletrônico http://ww.mar.mil.br/dnh/chm/tabuas/index.htm. O ponto foi
visitado com uma embarcacão de pequeno porte (cortesia do Corpo de Bombeiros da
cidade de São Vicente). Um total de 3 coletas foram perdidas por problemas logísticos.
As coletas, com duração de aproximadamente 20 minutos, foram feitas com garrafas com
isolamento térmico e luminoso e imediatamente transportada ao laboratório. O tempo total
entre coleta e processamento das amostras em laboratório foi de no máximo 30 minutos.
2.3. Aspectos físicos
Durante as coletas foram quantificados: profundidade de desaparecimento do disco
de secchi como proxy para a transparência da água (aqui utilizada como Zona Eufótica), e
ForelUle, escala que expressa cor da água. O estado do mar consiste em um índice
criado a partir da altura da maré somada a observações visuais do padrão de
arrebentação de ondas in situ (TONINI,2008). O valor do índice indica mar mais ou menos
agitado (turbulento), utilizado sem as nomenclaturas neste estudo, apenas para
comparação entre os fatores em questão.
A temperatura (termômetro de mercúrio, com 0,1°C de resolução) e salinidade
(sondas YSI 30) foram medidas em laboratório.
As informações meteorológicas analisadas foram a velocidade e direção dos ventos,
precipitação e temperatura. Estes valores foram gentilmente cedidos pelo Sr. Klaus S.
Lehmann, com medições provenientes da praia das Pitangueiras na Cidade do Guarujá ,
disponíveis em http://www.centraldotempo.com.br/data/guaruja/guaruja.htm (TONINI,
2008).
2.4. Enumeração e identificação do fitoplâncton
As amostras foram fixadas a 0,4% de formol e concentradas duas vezes (com
processo de sedimentação e sifonamento) para melhor observação. As contagens e
identificações foram realizadas em um microscópio invertido (marca Zeiss, modelo
Axiovert), sob aumento de 400 x, em câmaras de sedimentação de 5 e 10 ml (Utermöhl,
1931). A divisão das classes de tamanho, realizada a partir de marcação no microscópio
invertido, abrange o Microfitoplâncton, maior que 20um (Micro) e Nanofitoplâncton (Nano),
de 5 a 20 um, sendo uma adaptação de Sieburth (1978). A divisão de cada classe por
grupos acompanha a organização de Tomas (1997): Diatomáceas Cêntricas (DC),
Diatomáceas Penadas (DP), Dinoflagelados (DF) e Flagelados (F).
2.5. Testes estatísticos
Cada um dos aspectos físicos (Figura 5) foi submetido a testes Anova – duas vias,
com os fatores: 1 marés altas (A) /baixas (B) e 2 estações, separadamente, com teste
Tukey a posteriori para avaliar as diferenças significativas.
Para relacionar os dados de abundância (céls/l) com os mesmos fatores (1 e 2),
foram realizados duas Anovas Multifatoriais: a) Grupos Taxonômicos do Microfitoplâncton
(DC, DP, DF, F), b) Grupos Taxonômicos do Nanofitoplâncton (DC, DP, DF, F). O teste de
Tukey foi realizado para acessar as diferenças significativas.
Desta forma, serão apresentados resultados para os aspectos físicos e para as
variações na abundância do micro e nano, ambos em relação à maré e estações, além
dos resultados para padrões de dominância nestas classes de tamanho.
3. Resultados
3.1. Aspectos Físicos
3.1.1. Pluviosidade, temperatura atmosférica, ventos da região e profundidade local
Eventos de máxima pluviosidade foram observados no Verão, com diminuição
destes no Outono e menor constância de picos no Inverno (Figura. 2). A precipitação foi
menor no Outono, retornando aos valores similares ao Verão, durante o Inverno (Tabela.
1). Já em relação às oscilações de salinidade, podese observar que, além de variar com
a maré, seus maiores gradientes acompanham a maior pluviosidade do Verão (Figura. 2
e 3). A variação mensal da temperatura atmosférica apresentou queda do Verão para o
Inverno (24,9 20,1). A velocidade dos ventos foi maior no Outono e no final do Inverno
(máximos 4,0km/h e 4,2km/h respectivamente). Os ventos alteraram a direção
principalmente no Outono, de S para SO, mantendose com direção S prevalente no
Verão e Inverno. A profundidade local (m) (Figura. 3) apresenta oscilações com as marés
alta e baixa, com poucos eventos de oscilação quase nula.
3.1.2. Altura de Maré e Zona Eufótica
A altura de maré foi utilizada no teste como variável para confirmação das
premissas do estudo, apresentando diferenças significativas entre os estofos de maré alta
e baixa. Em relação à zona eufótica, houve diminuição na maré alta do Outono (Figura.
4).
3.1.3. Escala de Forel, temperatura, salinidade, estado do mar: variações não significativas
Para as variações consideradas não significativas, os valores máximos e mínimos
são apresentados na Tabela. 2. A escala de Forel, demonstrando a cor da água, não
apresentou diferenças claras em relação aos fatores estudados. A temperatura da água
apresentouse menor em marés baixas, com queda dos valores do Verão para o Outono e
diminuição do gradiente diário neste mesmo período. O estado do mar foi maior (mais
turbulento) no Outono. A salinidade apresentou queda do Verão para o Inverno,
comportandose como o esperado para mareś alta e baixa.
3.2. Abundância do fitoplâncton
3.2.1. Variações na abundância dos Grandes Grupos (micro e nano)
Quanto aos grupos DC, DP, DF, F não houve diferença significativa, separadamente,
relacionada à maré e estações, apenas para o Micro e para o Nano Totais. A avaliação
específica dos grupos será realizada em um estudo subsequente.
3.2.2. Abundância em relação à maré
A abundância do micro em maré alta é significativamente (p<0,0001) maior que em
maré baixa (Tabela 4. e Figura. 5). Para o nano, entretanto, não houve variação
significativa (Tabela 6).
3.2.3 Abundância em relação a Estações do ano
3.2.4. Abundância dos Grandes Grupos (dominância)
Para o micro foi observada diferença entre todos os grupos, exceto entre as
diatomáceas cêntricas e penadas, ambas dominantes sobre dinoflagelados e flagelados
(Tabela 8 e Figura. 8). A dominância do nano apresentou outro padrão, com
nanoflagelados, seguidos de diatomáceas penadas e cêntricas (Tabela 9 e Figura. 9).
4. Discussão
4.1. Aspectos físicos
4.1.1. Pluviosidade, temperatura atmosférica, ventos da região e profundidade local
Os valores mais altos observados para as taxas de precipitação no Verão são típicos
desta região, com seu caráter tropical úmido. A mudança na direção dos ventos para SO
pode ter gerado as maiores turbulências (estado do mar – Figura 4 e Tabela 2)
encontradas nesta estação. Como observado, as alterações sazonais embasam a
premissa deste estudo, de que o conjunto dos aspectos acima geram um padrão típico
para cada estação, considerandose, logicamente, que há variações episódicas em outro
padrão de complexidade. A oscilação da profundidade local com a maré demonstra a
entrada e saída de água na baía de São Vicente, por poucas vezes muito reduzida,
provavelmente impedida por ventos ou volume da descarga continental.
4.1.2. Maré e Zona Eufótica
A altura de maré apresenta a variação esperada, com valores mais elevados para a
maré alta. Esta foi considerada uma variável com o intuito de demonstrar a premissa
deste estudo, com a confirmação das variações entre marés. Moser (2002) indica a saída
de nutrientes da Baía de Santos como principal movimento, corroborando com Siqueira
(2008), que não encontrou fluxo para dentro do estuário em relação a bactérias. A queda
da altura da maré baixa do Verão/Outono para o Inverno pode refletir a diminuição da
pluviosidade iniciada no Outono, com menor volume provindo da descarga continental
(MOSER, 2002).
Em relação à Zona Eufótica, a diminuição em maré alta no Outono pode indicar um
fluxo intenso na entrada da maré, que, relacionado ao mar mais turbulento da estação
(demonstrado pelo estado do mar e ventos SO) e à característica da pluma mais salina
ser subsuperficial, promove a ressuspensão dos materiais de fundo e aumento da turbidez
na coluna d'água.
4.1.3. Escala de Forel, temperatura da água, salinidade, estado do mar
A escala de Forel indica intensa mistura no estuário, sem variação da cor da água
sazonal ou com as marés. Quanto à temperatura da água e salinidade, os valores
máximos e mínimos foram acessados pois podem afetar o metabolismo celular. A
temperatura da água apresentouse menor em marés baixas, relacionada possivelmente à
descarga continental, relacionandose também aos maiores gradientes diários no Verão
pela alta pluviosidade do período.
O estado do mar observado in situ, em conjunto com os ventos de SO, indica maior
turbulência na estação do Outono e diminui a possibilidade de difusão luminosa. Estes
valores foram relacionados com a abundância de células. A salinidade mais alta no verão
é inconsistente com as chuvas e o clima pode refletir a entrada de águas oceânicas na
baía de Santos, com os ventos de S. Os valores entre maré baixa e alta demonstram a
alternância de massas d'água entre a baía de Santos e o estuário de São Vicente.
4.2. Abundância do fitoplâncton
4.2.1. Variação na abundância dos Grupos Taxonômicos (micro e nano)
A ausência de diferença significativa para cada grande grupo, separadamente, em
relação à maré e estações pode ter ocorrido pelo número de coletas para cada maré (27
para alta e 27 para baixa) e para cada estação (5 para o Verão, 11 para o Outono e 11
para o Inverno), de modo que no Total de todos os grupos, dentro de micro e nano, a
diferença foi detectada. Outra hipótese seria de que a variação de cada grupo é
extremamente episódica ou esta apresenta padrões emergentes não detectáveis nesta
abordagem. Um estudo subsequente a este abordará estes aspectos.
Na discussão dos fatores maré e estações foram abordados, portanto, apenas as
classes de tamanho, com valores de abundância total.
4.2.2. Abundância em relação à maré
De acordo com valores de clorofilaa, em três pontos da baía de São Vicente
amostrados por Tonini (2008), o local mostrouse misturado horizontalmente, sem
diferença para a biomassa fitoplanctônica entre P1, P2 e P3 – Figura 1B. Esta informação
subsidia a utilização de um ponto (P2) para a enumeração do fitoplâncton, podendo este
ser indicativo de variações na abundância em toda a baía.
O microfitoplâncton total indica entrada destes organismos em condições de maré
alta. Devido provavelmente à topografia do estuário, como o afunilamento na Garganta do
Diabo somada à batimetria, o fluxo de água proveniente da Baía de Santos é intenso, e
atinge este grupo em específico. É possível que diferentes condições morfológicas de
flutuabilidade se expressem em resultados diversos para diferentes tipos de organismos
(SOURNIA, 1982). A maior parte das diatomáceas encontradas são formadoras de
colônias e podem sofrer maior influência da advecção. Este movimento pode ser somado
à ressuspensão, tanto da baía de Santos como da baía de São Vicente pelo intenso fluxo
da corrente que adentra o estuário, aumentando também a abundância, principalmente de
diatomáceas penadas. O fito que entra pode morrer e sedimentar em São Vicente,
adentrando a teia trófica bentônica (MALONE & CHERVIN, 1979) ou ainda, retornar para a
baía de Santos, de acordo com os valores reduzidos da maré baixa.
A salinidade também pode ser um fator que determina uma maior abundância em
maré alta, pois é necessária uma adaptação fisiológica dos organismos
(QUINLAN&PHLIPS, 2007). No estudo de Tonini (2008) as maiores concentrações de
clorofilaa e materiais em suspensão foram associadas com salinidades mais altas (entre
28 e 33 PSU). Um modelo realizado com a bactéria Enterococcus sp (SIQUEIRA, 2008),
demonstrou maior abundância em maré baixa, fato que se deve à maior heterotrofia no
interior do estuário. A intergração destes dados indica que os estudos subsequentes não
devem generalizar transporte de organismos gerado pelas corrente locais. Da mesma, a
influência da baía de Santos na baía de São Vicente pode ser de extrema importância, de
modo que uma possível floração na baía de Santos pode ter resultados como anoxia na
baía de São Vicente e consequências para toda a biota.
Quanto ao nano, as condições meteorológicas, como ventos e chuvas, poderiam
alterar a corrente de maré ou o fluxo de água doce, impedindo a advecção a partir da baía
de São Vicente. Entretanto, houve variação para o micro, indicando alguma característica
particular do nano neste aspecto. Nesta região estuarina, tipicamente misturada e de alta
turbidez, a presença de mixotrofia ou heterotrofia no nano nos dois compartimentos
(Canal de São Vicente e a baía de Santos) conectados à baía de São Vicente pode ser
similar, gerando um padrão de abundância independente da maré. A questão da
flutuabilidade pode ser retomada, de modo que os nanoflagelados são menores e em sua
maioria isolados, podendo sofrer um movimento de advecção maior do que o micro total.
É importante lembrar que algumas espécies se deslocam verticalmente, podendo
determinar um padrão heterogêneo na distribuição vertical dos organismos, mesmo em
situação de homogeneidade hidrológica (BRUNET & LIZON, 2002). A condição vertical
homogênea foi assumida para a área de estudo, embasada principalmente na baixa
profundidade local em relação aos níveis de oscilação da maré. Alguns dinoflagelados
com capacidade de natação e fototaxia utilizam estes mecanismos contra os fluxos,
apresentando comportamentos dirigidos por ciclos de maré (e.g. TRIGUEROS & ORIVE,
2000). Além disto, a classe de tamanho nanopode ser alvo de intensa herbivoria, o que
determina padrões dependentes da taxa de consumo em detrimento dos padrões
hidrológicos (MALONE & CHERVIN, 1979).
4.2.3. Abundância em relação à estações do ano
Em Tommasi (1979) para células totais, foi encontrada diminuição do Outono para o
Inverno (de 13,76 para 2,73 céls/l x 106) e aumento das diatomáceas totais. As
diatomáceas cêntricas e penadas apresentaram uma diminuição no Outono, em relação
ao Verão e Inverno.
Tal resultado corrobora os dados obtidos. Esta estação apresentou estado do mar
mais turbulento que o Verão e Inverno e queda na Zeu em maré alta, e pode ter limitado o
micro em relação à luz. O verão apresentou grande variação na abundância,
assemelhandose hora ao Inverno, hora ao Outono. É possível que o período de estudo,
final do Verão, possa apresentar influência da próxima estação, impossibilitando um
padrão mais claro. Uma estratificação permitida por condições climatológicas mais
amenas, como vento, favorece a maior abundância no Verão e Inverno, com maior
disponibilidade de luz e mantendo os organismos mais próximos da superfície, primordial
para as diatomáceas sem mobilidade. (e.g. MUYLAERT, 2000).
O Nano apresentou relação contrária ao micro, que diminui no Outono,
corroborando com a divisão por classes de tamanho de Sieburth, indicando diferença
fisiológica ou comportamental entre os grupos. Os nanoflagelados, dominantes neste
grupo, são possivelmente mixotróficos ou heterotróficos dependendo das condições do
ambiente. Deste modo, uma possível vantagem adaptativa pode ter ocorrido na estação
do Outono, a mais turbulenta, como já mencionado, e possivelmente com menor
disponibilidade de luz. Com a diminuição do micro, a competição por recursos também
diminui, o que pode facilitar o desenvolvimento do nano. A variação sazonal da
temperatura também pode alterar as taxas de crescimento e promover uma seleção,
mantendo os nanoflagelados em alta abundância do Outono para o Inverno (e.g. CLOERN
et al, 1983). Outra hipótese seria a diminuição da taxa de herbivoria ou consumo
(MALONE & CHERVIN, 1979), muito incidente nesta classe de tamanho, com a queda da
temperatura e do metabolismo dos consumidores.
4.2.4. Abundância dos Grandes Grupos (dominância)
No estudo de Tommasi (1979) foi encontrada dominância de diatomáceas
cêntricas e penadas. Para Moser (2002), houve dominância de fitoflagelados em sizígias e
diatomáceas cêntricas em quadraturas. Em ambos os estudos realizados pela CETESB
ocorreu dominância de diatomáceas seguidas por dinoflagelados. O estudo de Ancona
(2007) demonstra dominância de fitoflagelados e diatomáceas na baía de Santos (Tabela
3). Considerandose o caráter episódico dos estudos já realizados e o padrão geral
abordado neste trabalho, estes corroboram os dados encontrados, com dominância de
diatomáceas cêntricas e penadas para o micro e flagelados para o nano, a seguir.
A ordem de dominância encontrada em Tommasi (1979) foi DC, DP, DF e F, e
concorda com o presente estudo (DC=DP, DF e F), com o detalhe para a abundância das
diatomáceas penadas. Este padrão reflete a condição típica estuarina, com alta
concentração de nutrientes e mistura, favoráveis ao desenvolvimento das diatomáceas, e
com potencial para florações relacionado à estabilidade da coluna d'água
(MOSER,2002). Em outros estuários este padrão foi encontrado (GAO & SONG, 2005;
BROGUEIRA et al, 2007) geralmente com a presença constante de Skeletonema cf
costatum, como no presente estudo. A grande quantidade de diatomáceas penadas pode
indicar a alta taxa de ressuspensão, tanto da baía de Santos como de São Vicente, já
que a influência da primeira é clara para o micro, sendo característico de alguns grupos a
aderência ao substrato.Os gêneros encontrados e as espécies potencialmente tóxicas
estão demonstrados nas tabelas Anexo 1 e 2.
O padrão de dominância do Nano é oposto ao Micro. A provável ocorrência de
mixotrofia ou heterotrofia se relaciona com a dominância dos flagelados, pela intensa
oscilação luminosa (MOSER, 2002). Estes organismos desprovidos das valvas de sílica e
do processo de produção destas para as células filhas, típicas de diatomáceas, podem
apresentar taxa de crescimento mais rápida que os outros grupos de tamanho similar,
principalmente no Inverno, quando as taxas metabólicas das primeiras sofrem redução
(MALONE & CHERVIN, 1979).
5. Conclusões
Existe variação na abundância do microfitoplâncton em relação às marés, o que
não ocorre para o nanofitoplâncton. O padrão encontrado pra o micro, maior em marés
altas, demonstra que a influência da baía de Santos sobre São Vicente deve ser alvo de
novos estudos, pela intensa eutrofização de ambas e possíveis florações, com
consequências como anoxia ou toxicidade. O nano apresenta padrões que podem ser
condicionados por fatores como herbivoria, flutuabilidade ou natação, que devem ser alvo
de novos estudos.
Há diferença entre as estações para ambas as classes de tamanho. O
microfitoplâncton sofreu queda no Outono devido, provavelmente, à limitação por luz,
porém retorna em abundância no Inverno. O nano apresenta maiores abundâncias no
Outono e Inverno, refletindo uma vantagem sobre o micro no Outono e desvantagem no
Verão.
Os padrões de dominância são inversos, com diatomáceas cêntricas e penadas
para o micro, e flagelados para o nano. Ambos grupos apresentam espécies
potencialmente tóxicas e devem ser alvo de estudos específicos.
Os padrões de abundância fitoplanctônica encontrados são típicos de regiões
salobras, exceto em relação às marés, com característica importadora para o
microfitoplâncton.Todos os aspectos físicos abordados apresentaram possíveis conexões
com os organismos. Desta forma, as variações episódicas devem ser compreendidas em
busca das particularidades deste sistema. Sugerese que novos estudos sejam realizados
com amostragens diárias contínuas, abordando o fluxo entre a baía de Santos e São
Vicente e acompanhando as variações sazonais e eventuais, principalmente das espécies
tóxicas e possíveis florações, com amostragens em ambos os locais.
Referências Bibliográficas
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ANCONA, M.C. 2007. Aspectos da variação espacial e temporal da biomassa e produção fitoplanctônica e parâmetros
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Figuras, Tabelas e Anexos
São
Vicente
P1
P2
P3
Praia
Grande
Figura 1. (A) Representa a região do complexo estuarino de
Santos e São Vicente. O círculo verde situa a baía de São
Vicente e os números representam, respectivamente: 1 Baía de
Santos, 2 Canal de Santos, 3 Cidade de Santos, 4 Cidade de
São Vicente, 5 Canal de São Vicente, 6 Guarujá, 7 Praia
Grande (Tonini, 2008). (B) Região da baía de São Vicente em
detalhe. Os três pontos foram utilizados no trabalho de Tonini,
que demonstrou a homogeneidade da baía, sendo que as coletas
do P2 foram utilizadas para as contagens do fitoplâncton.
profundidade local (m) salinidade (PSU) precipita
0
1
2
3
4
5
6
10
15
20
25
30
35
40
0
5
10
12
14
16
18
0
2
4
6
8
20fev çã
20fev
o/h (mm)
29fev 29fev
5Mar 5Mar
Verão
12Mar 12Mar
19Mar
19Mar
26Mar
26Mar
4 abril
4 abril
16 abril
16 abril
23 abril
23 abril
29 abril
29 abril 7 mai
7mai 14 mai
Outono
14mai 29 mai
29mai 4Jun
06abr 12Jun
12Jun 18Jun
25Jun
18Jun
2Jul
25Jun
16Jul
2Jul
23Jul
16Jul
30Jul
30Jul
6 ago
Inverno
6 ago 14 ago
14 ago 20 ago
Figura 3. Gradiente diário de salinidade (diferença entre maré alta e baixa) para cada coleta.
Figura 2. Precipitação (mm) por hora no para o período de estudo (Verão, Outono e Inverno).
20 ago 27 ago
3 set 3 set
18 set 18 set
Figura 4. Gradiente diário (diferença entre maré alta e baixa) da profundidade local para cada coleta realizada no P2.
Figura 5. Aspectos físicos relacionados à maré alta(A) e baixa(B), em azul e
vermelho, e às estações Verão(V), Outono(O) e Inverno(I). Estes estão
agrupados para facilitar a observação, sendo que todos valores estão
logaritimizados. Os pontos de mesma letra ou sem letras não apresentam
diferença significativa, que é demonstrada com letras diferentes (Teste Anova –
Tukey a posteriori p<0,00001).
Figura 6. Abundância do microfitoplâncton em ln Figura 7. Abundância do microfitoplâncton em ln
(céls/l ) na maré alta(A) e baixa(B). Houve diferença (céls/l ) nas estações Verão(V), Outono(O) e
significativa. (Teste Anova – Tukey a posteriori Inverno(I). Os pontos de mesma letra ou sem letras
p<0,00001). não apresentam diferença significativa, que é
demonstrada com letras diferentes (Teste Anova –
Tukey a posteriori p<0,00001). O ponto que contém
ambas as letras representa igualdade com os dois
valores.
Figura 8. Abundância do nanofitoplâncton total em Figura 9. Dominância do microfitoplâncton em ln
ln (céls/l ) nas estações Verão(V), Outono(O) e (céls/l ) para o período e estudo. Os pontos de
Inverno(I). Os pontos de mesma letra ou sem letras mesma letra ou sem letras não apresentam diferença
não apresentam diferença significativa, que é significativa, que é demonstrada com letras
demonstrada com letras diferentes (Teste Anova – diferentes (Teste Anova – Tukey a posteriori
Tukey a posteriori p<0,00001). p<0,00001).
Figura 10.Dominância do nanofitoplâncton em ln
(céls/l ). Os pontos de mesma letra ou sem letras não
apresentam diferença significativa, que é
demonstrada com letras diferentes (Teste Anova –
Tukey a posteriori p<0,00001).
Tabela 1. Médias mensais de Temperatura, velocidade dos ventos (km/h) e precipitação (mm). Médias
mensais de temperaturas (°C), velocidades (Km/h) e direção dos ventos, e total precipitado (mm). O
valor 360°equivale a direção Norte, 90° direção Leste, 180° direção Sul e 270° direção Oeste.
Temperatura atm.(°C) velocidade (Km/h) Direção (°) total precipitado (mm)
fevereiro 24,9 2,8 184,82 100,00
março 24,8 2,9 199,64 115,00
abril 23,5 4,0 189,61 105,20
maio 21,5 3,6 216,24 61,20
junho 20,1 3,4 234,86 70,80
julho 20,7 2,8 203,88 0,20
agosto 20,6 4,2 196,74 90,60
setembro 20,1 4,1 197,34 98,40
Tabela 2. Valores máximos e mínimos para os aspectos físicos com variação não significativa.
Verão Outono Inverno
maré baixa maré alta maré baixa maré alta maré baixa maré alta
Estado do mar 12 13 14 14 13 12
Salinidade 18,629,9 18,534,3 19,430,6 28,534,1 2429,4 27,632,65
Temperatura 2429 2428 2026,5 2125,8 19,523 19,523
Tabela 3. Dominância dos grupos em estudos realizados no estuário de São Vicente.
Grupos dominantes Período Local Autor
Diatomáceas cêntricas. Maio e Julho / Baía de Santos e TOMMASI, 1979
1979. estuário de São
Vicente
Nanofitoplâncton : Agosto/1999, Canais de Santos MOSER, 2002
Janeiro e e São Vicente
Sizígia Flagelados e Março/2000.
Quadratura Diatomáceas
Cêntricas (Skeletonema spp);
Microfitoplâncton:
Diatomáceas Penadas
(Navicula, Thalassionema e
Raphoneis);
Floração de Skeletonema
costatum em Janeiro.
Tabela 6. Abundância do Nanofitoplâncton em marés Tabela 7. Abundância do Nanofitoplâncton nas estações
6
alta e baixa (céls/l x 10 ). Verão (V) Outono (O) e Inverno ( I) (céls/l x 106).
média máx mín n média máx mín n
A 0.22 13.31 0 81 V 0.04 5.98 0 30
O 0.15 13.31 0 66
B 0.15 5.98 0 81
I 0.26 6.17 0 66
Tabela 8. Dominãncia de Grupos Taxonômicos do Tabela 9. Dominãncia de Grupos Taxonômicos do
Microfitoplâncton (céls/l x 106) Nanofitoplâncton (céls/l x 106)
média máx mín n
média máx mín n
DC 0.28 6.52 0 54
DC 0.05 1.46 0 54
DP 0.21 1.95 0.03 54
DF 0.05 0.44 0 54 DP 0.12 3.69 0 54
F 0 0.07 0 54 F 1.25 13.31 0.3 54
Anexo 1. Gêneros encontrados do micro e nanofitoplâncton na região estuarina de São
Vicente no período de 20 de Fevereiro a 18 de Setembro.
Microfitoplâncton Nanofitoplâncton
Diatomáceas cêntricas Diatomáceas cêntricas
Chaetocerus cf brevis Anaulus sp
Chaetocerus cf equatorialis Chaetocerus sp
Chaetocerus spp Climacodium sp
Climacodium sp Coscinodiscus sp
Coscinodiscus sp Cyclotella cf.striata
Cyclotella cf striata Guinardia sp
Dyctilum sp Leptocylindrus sp
Eucampia spp Melosira sp
Guinardia sp Minidiscus cf trioculatus
Leptocylindrus spp Skeletonema cf costatum
Lithodesmium spp Thalassiosira sp
Melosira sp
Minidiscus cf trioculatus
Odontella cf mobiliensis
Rhizosolenia cf robusta
Rhizosolenia cf setigera
Skeletonema cf costatum
Thalassiosira cf rotula
Thalassiosira spp
Diatomáceas Penadas Diatomáceas Penadas
Asterionelopsis sp Cylindroteca sp
Cylindroteca sp Fragilariopsis sp
Cymatosira sp Navicula spp
Fragilariopsis sp Phaeodactylum cf tricornutum
Navicula spp Pseudonitzchia spp
Nitzchia sp Thalassionema sp
Pleurosigma spp
Pseudonitzchia spp
Pseudonitzschia cf.delicatissima
Thalassionema spp
Dinoflagelados Dinoflagelados
Alexandrium cf fraterculus Alexandrium spp
Alexandrium sp Gymnodinium spp
Ceratium cf fusus Prorocentrum cf gracile
Ceratium cf trichocerus Prorocentrum spp
Gymnodinium sp Protoperidinium spp
Gyrodinium sp Scrippsiella spp
Prorocentrum cf gracile
Prorocentrum cf micans
Prorocentrum spp
Protoperidinium spp
Scrippsiella sp
Flagelados Flagelados
Dictyocha cf fibula Dictyocha cf fibula
Dictyocha cf speculum Dictyocha cf speculum
Euglena sp Euglena spp
Pyrocystis cf lunula Phaeodactylum cf tricornutum
Anexo 2 – Gêneros Potencialmente Tóxicos.
2008 Pseudonitzshia sp
Prorocentrum spp
Alexandrium sp
Gymnodinium sp
Dynophysis sp
Scrippsiella sp
O manuscrito foi formatado segundo a revista: Hydrobiologia