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AÇÃO DO VENTO NAS EDIFICAÇÕES

Tt!oria e Exemplos

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EFSC - USI'
Sá" r.ulg,
De«rnhru 200 7
Copyright © 2007 dos autores/EESC-USP. São Carlos, sr.

Nenhuma parte desta publicação poder.í ser reproduzida, guardada pe lo sistema "retricval" ou
tmnsmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, scja este eletrônico, mecãnico, de
fátocópia, de gmv..lçào ou outros sem previa autorização, por escrito, da EESC.

2" ediçii(} - tirage m: 500 exempl ares.

Cn pll: Roberto Martins Gonçalves Fotos: arqui vo dos autores.

Sup or te téc nico: Claudinci Fabricio/Serviço de apoio a publicações.

Ficha cata lográ fica preparada pela Seção de Tratamento da Informação


do Serviço de biblioteca - EESC/US P

AÇéio do vento nas edificações: teoria e exemplos I


A 168.2 Roberto Martins Gonçalves, Jorge Munaiar Neto, José Jairo de Sales.
Maximiliano Malite.
-- 2. cel . -- São Carlos: SET/EESC/USP, 2007.
[138] p. : il.
ISBN 978-85-85205-76-8

'ia de eSlnltllras. 2. Análise eSlnJlural. 3. Anól ise do vento - normas.


~erto Martins. li. Munaiar Nela. Jorge.

IV. Malitc, Maxi mi lia no.


'.
Aos nossos pais, esposas, fi lhos e filhas,
pela dedicação, pelo amor e pela ·paciência.
"
.,
APRESENTAÇÃO

o tema "Açiio tio Vellto em Edificações", a se r abo rdado c descrito na


prese nte publicação, telll po r base as presc ri ções da norma brasi leira NB R 6 123,
pu blicada em j unh o de 1988 e intit ulada uFo rçm; Devidas fiO Vento em
Eilificllções".
A presente publicação destina-se princ ipalmente aos alunos de graduação de
cursos de enge nh aria c ivi l, c tem co mo objetivo principa l introduzi r os conceitos
básicos refe rent es éi formação do vento, às forças por ele geradas em edificações
corrent es, algun s aspectos com plementares sobre o mes mo tema, bem co mo a lguns
exemplos de ac ident es ca usados pela ação do ve nto.
Este tema é abord ado dentro do contexto da disc iplina SET 403 - Sistemas
Estruturais, inserida no conj unto de discip linas do curso dc Engc nharia Civil da
EESC/US P. co m O objeti vo de preparar os alunos de graduação para as disciplinas
de projeto nas áreas de estru turas metálicas, de concre to e de made ira , entre outras.
O presentc texto consiste de uma versão revisada e co mpl ementada da
apostila intitu lada uAção do Vento lias Ediflcllções", publicada e m janeiro de
1993 , com autoria de José Jairo de Sales. Maximiliano Malite c Roberto Mart ins
Go nçalves, todos professores do Depart'amel1to de Engen har ia de Estruturas da
EESCIUS P. dcntro da qual foram inseridas novas tabelas, figura s ilustrativas,
fotos, informações adi cionais, etc.
Agra deci mentos, por parte dos au tores des te traba lho, são di recionados aos
funcionários do Departamcnto de Enge nhari a de Estruturas da EESC/US P, os
quais, dire ta ou indiretamente, contribuíram na forma dc texto ou de figuras (fotos)
para o enri quecime nto das informações e ilustrações propostas neste mater ial.
Entre eles, desLacam-se: Naelir tv/inatel (secretária), Sylvia Helena lv/orelte
(bibliotecária), Masaki Kcnvabata Neto (administrador de rede). A4elina Benalli
Ostilli (técnica em info rmática) e Francisco Carlos Guete Brito (Desenhista).
Agradecimentos especiaI s são direcionados a Antonio Alves Dias,
atualmente professor do Departamento de Engen haria de Estruturas da Escola de
Engenharia de São CarloslUSP, pela importante co laboração no referente à revisão
do tex to que segue.
Críticas· e contribui ções serão sempre bem recebidas, pOiS os autores
entendem
, não ser esta uma publicação conclusiva. Os autores colocam-se à
disposição para futuras sugestões ou eventuais críticas, as quais resultem em
.,
contribuições que melhorem a transmissão deste assunto aos nossos al unos.

Autores:
ROBERTO MARTINS GONÇALVES
JORGE MUNAIAR NE TO
JOSÉ JAIRO DE SALES
MAXIMIL/ANO MAL/TE

São Carlos - SP, Dezembro de 2007.


SUMÁRiO

I. A ORIGEM DO VENTO E SEUS EFEI TOS ........................................................... OI


1. 1 O/UGEM DO VENTO ............................................................................................................ OI
1.2 OS EFEITOS DO VENTO ................................. .................................................................... 04
1.3 O VENTO NAS EDIFICAÇ6ES ....... .................................................................................... 11

2. DETERMINAÇA-O DA VELOCIDADE DO VENTO ............................................ 15


2. IIN1RODUÇ"-0 .................... ...... ....... ...................... ................................ .............. 15
2.2 DETERMINAÇlo DA VELOCIDADE BASICA DO VENTO .............................................. 15
2.3 DETEllMINAÇlo DA VELOCIDADE CARACTERíSTICA ................................................ 17
2.3 . 1 Fator to pogr.ifico - SI .............................................................................. ........................... 18
2.3.2 Fator de mgosidóldc do terreno c dimensões da edificação - $ 2 ......................................... 20
2.3.3 Fator estatístico - $ 3 ......................... ..... .................................... ..... .................................... 25
2. 4 COMENTAIIIOS GERAIS ........................................................................... ........................... 26
2.5 L~rEMI'LOS DE AI'L1CAÇA-O ............................................................................................. 27

J. AÇÃO ESTÁTICA DO VENTO E SEUS COEFICI ENTES ............................... 3 /


3. 1 BREVE FUN/JAMENTAÇlo TEÓRiCA ...................................................... ........................ 31
3. 1. 1 Teorema da conscrvaçi'io de massa ......... .... ............ .......................... ................................ 31
3. 1.2 Teorema de Bernoulli ....... .................. ...................................... ........ ..... ...... ....... ..... ........ 32
3. 1.3 Dctcnninação da pressão de obstnlção .................. ............................................................. 33
3.1 COEFICIENTES DE PRESslo - Externos e Illtem os ......................................................... 34
3.2. 1 Coe fi c ientes de pressão c de fornIa extcmos ...................................................................... 34
3.2.2 Coeficientes de press:io interna ........................................................................................... 57
3.2.3 Força resultante ................................................................................................................... 61
,
3.2.4 Coberturas isolndas .......................... ........................ ........................ ................................... '62
3.3 EXEMPLOS DE APLlCAÇio - Defermillaçõo dos coeficientes C" e Cp; .... , ....................... 64
3.3. 1 Edificação com lClhado tipo duas águas ............................................................................. 64
3.3.2 Edificaç:io com telhados múltiplos com uma água vertical ................................................ 69
3.4 COEFICIENTES DE ARRASTO ...... :::................... ...................... ........................ ................ 74
3.4.1 Breve fundamentação teórica ................ ....... ....... ........ ....................................................... 74
3.4.2 Força de arrasto e coeficientes de arrasto ............................................................. ............. 75
3.4.3 Coeficientes de arrasto para edificações de seção constante e planta retangular . ............. 76
3.4.4 Coeficientes de arrasto para estruturas reticuladas ......... ............................. ....................... 80
3.4.5 Coeficientes de arrasto para torres treliçadas .......................... ............... .......................... 83
:r.4.6
., Coeficiente de força para barras prismáticas, muros e placas .. ............. . ................... 86
3.5 EXEMPLO DE APLICAÇA-O ~ Força de arrasto e momento de tombamento . ................... 87
."

4. AÇÃO DO VENTO -ASPECTOS COMPLEMENTARES .................................. 91


4. I INTRODUÇA-O ....... .............. ............................................. ................................... . ...... 91
4.2 INTERAÇA-O ENTRE EDIFICAÇÕES .. Aspectos gerais ....................... ..... . ........ 92
4.2.1 De fl exão vertica l do vento ..................................... ....... ............................. . ...... .. 92
4.2.2 Turbulência de esteira .............................................. . .................................. 93
4.2.3 Efeito Venturi .............................. ............................. . .................................. 93
4.3 CONFORTO DE TRANSEUNTES E USUÀRiOS DAS EDIFICAÇÕES ......... ............ ....... . 94
4 .3.1 Conforto dos transeuntes ....................................................................................... ............ 94
4.3.2 Conforto de usuários das edificações ................................................................................. 96
4.4 A AÇÃO DINÀMICA DO VENTO ........................................... ........ ..................................... 98
4.4.1 Desprendimento de vortíces ........................................................................................ ...... 98
4.4.2 Efeito de galope ... .. ................................................ .................... . 99
4.4.3 Efeito de golpe ... ............. ...... 99
4AA Energia de rajadas .................... ....... .. ...... ........ ............................ .. ................... 100
4A .5 Drapejamento ............. ............ .............. .......... ................................................................... 100
4.5 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A AÇA-O DINÂMICA DO VENTO .......................... 100
4.5 .1 Aspectos gerais ................................................. ................................................................ 100
4.5.2 Velocidade de projeto e parâmetros para análise dinâmica ....................... ....................... 10 1
4.5.3 Resposta dinâmica na direção do vento .......... ......... ....... .. ...... ... ...... ............... ................. 102

5. ACIDENTES CAUSADOS PELA AÇÃO DO VENTO ....................................... /05


5./ ASPECTOS AERODINÂMICOS LIGADOS AOS ACIDENTES ............ ........... ................... 105
5.1.1 Comentários preliminares ....... ................................................. ............... ......................... 105
5. 1.2 Aspectos referentes aos efeitos localizados dev ido ao alto valor de Cpe . 106
5. 1.3 Aspectos referente s à velocidade do vento ...... .. ................... ............... . ................. 106
5. IA Aspectos referentes à pressão interna . .... ....... . .... ... 106
5.2 ASPECTOS ESTfIUTURAIS DOS ACIDEN TES DEVIDO , j AÇ,iO DO VENTO .............. 107
5.2. 1 Aspectos prel iminares .................... ................................................................................... 107
5.2.2 Comcntnrios gerais rCrcrcnlcs a erros de projeto .............................................................. 10 7
5.2.3 COlllcntúrios gera is rCrcrcnlcs ti erros de cx eclIçào .......................................................... 109
5.3 ALGUNS EXEMPLOS DE ACIDENTES DEVIDO À AÇA'O DO VEN70 ......................... 109
5.4 COMENTÁRIOS FINAIS ............... ...................................................................................... 119
5.4. 1 Tomados .................................................. ......................................................................... 119
5.4.2 Furacão ................................. ................................. ... ................................. ................... 125

6. AÇÃO DO VENTO - EXERCíCIOS PROPOSTOS ............................................. 131

IJIBLlOGRAFlA .................................................................................................................. 137


.,
li orig(.'/11 (lo \'(.'11/0 C ~'CIIS cjr:itos

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" .(?.- fi
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~ "'I"

I. A ORIGEM DO VENTO E SEUS EFEITOS

Pode-se, de man eira simp lificada, definir o vento como o movimento das massas de ar
decorren te das diferenças de pressões na atmosfera, E lIlll conceito qua se que intuitivo ao se
admitir o ar. considerado como um dado nuido em movimento, no encontrar um obstôculo
exercení umn ação sobre o mesmo. Na engenharia civil. o estudo da ação do vento pode ser
então !loneado. em uma primeira análise, com base na eonsideraç.io de qual será o efeito
destas forças sobre aS edificações.
Pode-se tambem defin ir o venlo como um nuxo dc ar medio sobreposto a nutuaçàes
de nuxo, denominadas rajadas (011 Iwbulêl/cias). As rajnda s nprese ntam um va lor de
velocidade do ar superior à media, e são respon s~iv eis pclns 'yorças" que irão atuar nas
edificações,
Cabe aqui snlicntnr tambem o caráter aleatório do venlO quanto a SUa intensidade.
duração, direção e sentido, o qual devera ser considerado na detcmlinaçiio das forças (ações)
que irão produzir solicitações nas edificações.

/./ Oll/ GEM DO VENTO

Não e objeto deste texto tecer discussões aprofundadas referentes aos aspectos
meteorológicos do vento. Porém, os autores do presen te trabalho acreditam ser de interesse do
leitor os seguintes aspectos:
• Circulaçlio global: o aquecimento direrenciado ent re i.I regi,io equatorial e os pólos,
conforme ilustra a figura 1. 1a, fa z com que Illassns de ar frio (mais densas) se desloquem em
direç:io ao equador, conronne ilustra a figura 1. 1b. pois o nr dcsta região (menos dcnso) sobe.
Associada a rotaçõcs dn Terra. a qual influirá na movimelltaçiio destas massas de ar. tem-se o
que se classifica como "circlllaç(io gluba{', ilustrada na figura 1.1e.
Açdo do Venlo /f(l,S EdificoçiJe.,· A origem do \'enlO e seus efoilos

.,

(a) (h) (c)


Figura /. / ~ Esquema simplificado da "Circulação Global do Ar" .

• FreI/te fria: resum idamente, pode~se dizer que é a movimentações da massa de ar frio sob a
de ar quente, confonne ilustra a figura 1.2. Este deslocamento é caracterizado por fortes zonas
de instabilidade, provocando chuvas na região de superficie frontal. O vento, para esse tipo de
movimentação, pode atingir velocidades de até 30mls ( I 08kmlh) .

FRENTE FRIA
AR
SUPERFiclE OUENTE
FRONTAL


Fig ura / .2 - Esquema de uma "Frente Fria"

• Frente Quente: resumidamente, pode ~se dizer que é O movimento da massa de ar quente
sobre a de ar frio , confonne ilustra a figura 1.3. Este des locamen to é mai s estável quando
comparado àquele referente à frente fria , lendo como conseqüência uma velocidade do vento
de intensidade menor.

2
tlçlio tio Velllo I/(lS Edificaç{j(:s ti ol'lgem (/a I'('/Ito e ~'("U' efei/os

FRENTE QUENTE
AR
QUENTE

AR
FRIO

Figurr, 1.3 - Esquema de umo "' Fre nte Qucnte"

• Tempeswde lropica /: caracteriza-se pela forma ção de uma célula (nu vcm) convectiva
(figura l.4a), seguida do seu desenvolvi mento por meio da cntmda dc umidndc e calor (figura
1.4b), Após o dese nvolvimento da nuvem, processa-se o crescimento vert ica l, quando cntão
sua altura chcga a atingir até 12 km, seguido do movimento ex terno da massa dc ar frio e
iniciando assim precipi tações (figura 1.5a) . O colapso do topo da nuvem assoc iado ao seu
próprio deslocamento, conforme esqucmatiza a figura 1.5b, pode produzir ve locidades do ar
superiores a 30 m/s ( 108 kntlh), dependendo das condições de pressão c temperatura,

(ti) - FOfl/ltlçfies tI(r N UI'em (b) - Desem 'oh ,i",elllO

Figura 1../ - Fases de fonnação e desenvolvimento de lima °Telllpestadc'Tropicaro,

3
Ação do Vento fias Edificações A origem do vento e seus efeitos

(o) - Crescimento Vertical (b) - Desabamento do Topo da Nuvem

Figuro 1.5 - Fases de crescimento e desabamento de uma "Tempestade Tropical".

Este breve relato de aspectos da fonnação do vento, bem como de alguns aspectos
meteorológicos, são importantes como base para introdução ao estudo do efeito do vento nas
edificações.

1.2 OS EFEITOS DO VENTO

A sensibi lidade de cada pessoa quanto à natureza que nos cerca já permite dizer que a
velocidade do vento é responsável por vários efeitos danosos em edificações. Portanto, os
ventos fortes são os de maior interesse na engenharia de estruturas, e a rugosidade do terreno,
os obstáculos naturais e artificiais serão objetos de considerações para determinar lal
velocidade.
É até comum a ruína parcial ou total de edificações, (casas, torres, si los, caixilhos,
etc), devido a ação do vento. Muitas vezes somos surpreendidos por noticias de tais eventos.
A surpresa talvez seja decorrente da pouca atençào que o ser humano dedica aos vários
aspectos da natureza, e em particular, ao ar. A figura J.6 ilustra danos causados pela ação do
vento em edificações.

4
Artio do V/!lllO IW.I f(hfkl/\'IJ/!.I' 11 fll'lgl'lIl do \'/!Il/o I' seu.I· efeitos

~_.J(a)

I~ ~ -l!f<
I ' - .e...""K"I>
(h)
Pig ffrll 1.6 - (11) Destnlição de lima cobernlra em areo de ,IÇO cxccutada, provavelmcnte, scm

projeto cstnltuml e (h) Destelhamento de um telhado tipo duas águas de madeira,


ress:tltando a perda de estabilidade do banzo.

Alguns acidentes por conseqüência da ação do vento s:io dignos de nota, como a mina
da P Ollle TllCO llltl NarrOIl.\, nos Estados Unidos, ocorrida em UIII llla dI! ventos fortes e
constantes. A mina, a qual ocorreu aproxinmdamenh! ~CIS horas "pó... o LníclO das osci lações.
pôde ser film;\da e cclchri/ou mundialmcllle este acidente.

5
Ação do Yell/o I/as !:.oijicaçàes A origem do vel/to e sell"" efeitos

As figura s 1.7a e 1.7b ilustram o acidente ocorrido com a POllfe Tocomo Narrows,
com relação, respectivamente, às fases de grandes deslocamentos e oscilações, bem como o
colapso (rupl'Ura) do tabuleiro.

/
I
.,
'I ,

Fig ura 1. 7 - Ponte pênsi l de Tacoma, nos Estados Un idos: (o) deslocamentos excessivos do
tabuleiro devido à ação do vento e (b) colapso estrutural, ocorrido pela ação do vento.
Fonte: MEYER ( 1996)

6
Açtiu do Velllu lU/.\' Etlijic(j('üf!.\' A orige/ll do l'e/110 e se/l~' efe/lOs

Uma das di ficuldades do ser hu mano ê quantificar a velocidade do vento, É


razoavel mente dificil para as pessoas e, em particular pam os engenheiros, ler esta
sens ibi lidade.
Uma fo nna de quaOlificar a velocidade do vento consiste na utilização da Escala
Betw fo rl, que classifica a velocidade do vento, em graus crescentes, em função dos efeitos
causados. As tabelas I, 2 e 3, elaboradas com base em BLESSMANN (2000), reproduzem a
referida escala, assoc iando a veloc idade do vento aos efeitos c~llI sados.

Tabela 1 - ESCALA BEA UFORT (de Oa 5)


N úmero Ve/ocirltule do venlo Efeito do l'ento
de Descri ção km/ It m/ s Natureztl e COII:,'trurt;es Pessoas
Be(lIIflJrl
O Calmaria < I < 0,3 Fumaça eleva-se vc rticalmcntc. O vento não C
« 1.5) « 0.5) notado.
I Amgem I -6 0.3~ 1,6 Fumaça in clina~se. indicando O vento não c
(1.5~8.7) (0.5 - 2.3) di ~ão c sentido do vento. notado.
2 Brisa 6 - 12 1.6 - 3.3 Folhas agitam-se suavcmente O vel1lo é
(8,7-17,4) (2.3 - 4,8) (farfalham). Cata-ventos indicam a sentido na face.
direção do vento.
1 VelllO sU(lve 12 - 20 J ,J - 5,4 Folhas. ramos finos c arbustos O cabcloé
(17,4 - 29) (4,8 - 7,8) pequenos em movimcnto constante, parcialmente
Bandeirns Ic\'cs c pequenas são despentcado.
inteirnmente desfrnldadas. Roupas folgadas
agilam-se.
Dificuldade p.. rn
ler 'amais
4 Vemo 20 - 29 5.4 . 8,0 Folhas. ramos fi nos e lIrbustos O cabelo c
/IIodel'lldo (29 - 42) (7,8 -I 1,6) pequenos em movimento agitado. completamcntc
Bandeiras maiores são dcsfra ldad us, despenteado,
Pocir., e papeis soltos silo levantados
e carrcl!ados
5 VenlO 29 - 39 8,0 - 10,7 Ramos ma iores c {,rvores pequenas i\ força do vento
regI/lar (42 - 56) (11,6- 15,5) osci lam, é sentida no
corpo,
Perturbação leve
ao caminhar.
Pengo de
tropeçar ao
entrnr em zona
com rajadas
fortes , •
(ex.: pro:<imo a
cdificios altos).

Observação; 05 \':IlO/C:$ cnm: p~rclllCS<!S correspondem ~ \'docid:ldc de ropda m;i~lI11a ~n: 3 segundos

7
Açào do Vemo nas Edificações A origem do vento e seus efeitos

Tabela 2 ESCALA BEA UFORT (de 6 a 9)


Número Velocidade do vento Efeito do vento
de Descrição kmlh mls Natureza e Construções Pessoas
Beaufort
. 6 Vento forte 39 - 50 10,7 - 13,8 Ga lhos e arbustos grandes em Dificuldade para
. (56 - 72) ( 15,5-20,0) movimento caminhar
firmemente e
usar guarda-chuva_
., Ruído do vento

"'"
ouvidos t
dcsagtadâvel.
Ouve-se o assobio
de fios telegmfioos
e telefônicos
7 Ventania 50 - 62 13,8- 17,1 Arvores inteiras em movi mento_Galhos Dific il caminhar
(72 - 89) (20,0-24,8) fortes do fle )(ionados. Danos a contra o vento. O
fraca
coberturas mal construídas. vento t ouvido em
edificios.
Ouve-se suave
gemido do vento.

8 Ventania 62 - 75 17,1 - 20,7 Galhos fi nos e 'rvOf"CS f'nM:as qucbnlm- Geralmente t


(S9 - lOS) (24,8-30,0) se. Troncos de Arvores esbeltas oscilam. impossível
moderada
Coberturas leves do danificadas, caminhar.
princi palmente na cumeeira e beirais. Oificil equilibrar-
Desabamento de muros muito altos se com rajadas
(2,5 - 3m) e de tapumes comuns. fortes.
Aumenta o ge mido
do vento.
9 Ventania 75 - 88 20,7 - 24,5 Çialhos grossos e arbustos quebram-se. Pessoas podem ser
(108 - 128) (30.0-35,5) Arvores esbeltas podem ser denubadas. lançadas ao solo
forte
Telhas e telhados leves arrancados; pelas rajadas.
topos de cha minés de alvenaria
danificados; coberturas isoladas (postos
de serviço, . brigos de ônibus, etc.) ou
com poucas paredes na periferia sofrem
danos que podem chegar ao
tombamento, inclusive com seus
suportes; ruptura de vidraças;
arra ncamcnto de esquadrias; casa
simples (de madeil1l ou alve naria pobre)
destruidas. Desabamento de muros altos
(2-2,5m). Painéis de propaganda e de
sinalização danificados. Objetos leves
são deslocados. Telhas leves, depois
de arnocadas, 510 lançadas á distância.
Caminhõcs·balis vazios podem lombar.
Queda de torres de Tádio e torres
repetidoras de televisão. Torres de linhas
de transmisslio podem ser danificadas.
Postes de iluminaçllo e de telefon ia
cel ular silO inclinados ou tombados.
Antenas parabólicas são danificadas.
Observaçllo: os valores entre parenteses correspondem li velocidade de rajada mhima sobre 3 segundos

8
Aç,;/) do Vemo lUIS E(Jijicaçae.\' A Or;K(!/11 da I'/:/lto "SCII~' efeitos

Tabela 3 -ESCALA BEA UFORT(de 10a 12)


Número Velocidade do vento J:.JeilO do .'enlo
de D cscrição kll/l h ml s Nll fllreZlI e CO IIstrllçijcs Pessoas
Reall/ort
lO VelldOl'ol 88 - 102 24.S - 28.4 Arvores s;!o quebrnd3s ou ammcadas rl:ssoas podem
(1211 - 1-111) (35,5-4 1.2) em gronde numero. D,l11oS a plantaçõcs ser arr.astadas.
e bosques.
Danos estruturais considcr.l\'cis: fOlTos,
telhas e telhados lX'Sados são
arrancados; danos a parooes de
alvenaria: casas de ah'cnaria podem ser
parcial ou total mente destnlidas:
hangarcs s;!o dCSlClhados e mesmo
arrane,tdos de suas bases ; tombamento
de silos metálicos.
Destnti.,::io ou urrancmnc nto de
revestimentos de fadt:ld3s. csqu:tdrias c
vidm.,:;ts.
Tombamento de jamantas com carga
leve. Tombamento de vagões e
locomoti\'asern linhas dc 1m.
Dcsab:tmento de muros comuns (1.8m).
TOlTes de linhas de transmis5.io
danificOld:ts ou arrancadas de suas
bases. Postes tombados.
Ii Tempesrlllle 102· 120 28.4 - 33.3 Danos generalizados e se\'eros, tanto
( 148- 174) (41 ,2-48.3) em eslrolur:ls como em plantações e
bosques. que sofrem grandes
devastaçõcs.
Constnlçôes de OII\'Cnaria podem ser
tot:tlmcnlc destroidas, bem corno
p.wilhÕC's industriOlis e afins.
Mesmo construçÕC's com boa eSlrulur...
em concreto ammdo ou aço sofrem
danos consider:í\'c;s em paredes c
telhados.
12 FII/'{/CÜO, > 120 > 33.3 Extrcmflmcntc violcnto e devastador.
( > 174) (> 48,3) com danos :Iindn nmi s importantes quc
TIIJão
os oCils;on,ldos por uma tcmpcsT:ldc.
Observoç50: os vn10n.:s elllre parcnleses eorr.::spoudem :i velocidade lIe raJada m:iXlJl1a sobre 3 segundos

Segundo BLESSMANN (2000), a origem da Escata Bemtjol"/ d eveu-se ao Almirante


da Marinhn Real Britãnicn, Francis Beau fort, intercssndo em proporcionnr nos marinheiros

ainda inexpcricnlcs condições para est imar a velocidade do vento. Para InnlO, Bcallfort'.

cSlabelcccu d iversns faixas d e velocidad e d o venlo, cada uma d elas caractcriztld a por certos

efei tos do vento sobre o mnr Oll sobre o navio. A ss im , o marinheiro, observando esses efeitos,

cstnva em condições de estimar a velocidade aproximada do vcnlO por meio da escala

definida por Beaufort.

9
Açdo do Vento lias EdificaçOes A origem do vellro e seus efeiros

o primeiro registro dessa escala apareceu no diário de bordo pessoal de Reaulor! no


ano de 1805 (alguns autores indicam 1806). Em 1838 ela foi adotada pela Marinha Real
Britânica e, internacionalmente, em 1853. Posterionnente, em 1905, em virtude de sua
praticidade e .eficiência, essa escala foi adaptada para uso em terra por George Si mpson, e,
posterionnente, para estimar as condições de conforto de pessoas expostas ao vento.
0, No entanto, os marinheiros, assim como os engenheiros, entendiam ser de maior
jpteresse conhecer a força exercida pelo vento (proporcional ao quadrado da velocidade), em
vez de identificar os efeitos causados por ele. Afinal, é a força exercida pe lo vento que vai
causar os efeitos descritos na escala Beaufort.
Inicia lmente Reaulort definiu 14 zonas, numeradas de zero a 13, pouco depoi s
passadas para 13, numeradas de zero a 12, como pode ser constatado por meio das tabelas I, 2
e 3. Cada zona correspondia a certos efeitos do vento sobre as ondas e o navio, ou melhor,
sobre o modo de velejar. Ao ser adaptada para uso em terra consideraram·se os efeitos sobre
elementos da natureza e sobre construções, bem como descrição ligada ao conforto de
pessoas. Em sua apresentação tradicional, há uma tabela descritiva que inclui os respectivos
limites de veloc idade média referentes a um só interva lo de tempo (em geral, 10 min ou Ih).
É importante ressaltar que os valores apresentados tabelas 1,2 e 3 referem·se a terreno
de Categoria 11 da norma brasi leira (ver item 2.3.2, do capítulo 2), sendo dez minutos o
intervalo de tempo usado para o cálculo da velocidade média, a dez metros acima do terreno.
Além disso, entre parênteses estão dadas as velocidades de rajadas de três segundos.
Conforme mencionado em BLESMANN (2000), muitos dos efeitos do vento descritos
nas tabe las I, 2 e 3 dependem das condições fisicas do objeto considerado. Por exemplo, se
uma árvore está com problemas nas raízes ou galhos, ela será arrancada ou seus ga lhos serào
quebrados já com uma ve locidade de vento menor.
Os acidentes iniciam·se em construções mal executadas, como por exemplo, telhas
leves (alumínio, fibrocimento, etc.) arrancadas por estarem mal ancoradas, paredes mal
construídas, estruturas sem contraventamento adequado, concreto de má qualidade, tesouras
de telhados mal dimensionadas c/ou ancoradas, etc. Se as nonnas correspondentes à ação do
vento e ao dimensionamento estrutural forem rigidamente seguidas, somente ventos de
velocidades mais altas que as indicadas nas tabelas 1, 2 e 3 causarão danos.
Muitas das construções danificadas são construções simples, sem qualquer projeto
estrutural e mal construídas.

10
Areio tio Vemo 11M EdijiC{/rõe~' A origem do I 'ell{/} e seus efeitos

1.3 O VENTO NAS EJ)/F/CAÇÕES

A ação do vento em edificações depende nccessariamente de doi s aspcclOs:


meteorológicos e aerodinâmicos. Os aspectos meteorológicos serão responsáveis pela
primeira pergunta a qual temos que responder: Qual ti a velocidade do \'el/to a considerar /lO

projeto de uma dada ediflcaçcio? Esta velocidade é avaliada a p.lftir de considerações como:

• Local da edificaçcio:
• Tipo de ferreno (piaI/o. aclive. mo,.ro, ele);
. 1'1Ir/l/'CI da ed{!icaçcio;
• R/lgosidade do ferreno (tipo e altllra dos obsláclIlo.l" à jJassagem de venfo):
• Tipo de oCllpaçtio.

Fic~1 evidente que esta velocidade deverá considerar todos estes aspectos, bem como as
dimensões da edificação e as condições do local em que scrá constnlÍda. Estes ratores têm
inOuência na ação do vento sobre as edificações.
Outro aspecto a ser considerado é a aleatoriedade do vcnto que eXige, não só a
necessidade de realizar medições do vento natural, como tambem adotar s implificações para
poder considera r seus dei tos.
A variação da velocidade do vento com a altura e outro <lspecto importantc a ser
observado. DAVENPORT (1963) propôs lima variação exponencial. A fi gura 1.8 il ustra os
perfis d:1 velocidade Illédia propostos para três lipos de teITCI1O :

(I ~) regirio com gralldes obstruções - celltros de grandes cidades


b ~) regimes com Obs frll ções IIniformes com obsláclllos CO /ll 011/11'0 /II edia ig l/al o 10m;
Subúrbios de g ralldes cidades e cidades pequenas.
c-) regitio COIII poucos obstáclllos - campo aberlo,jà=endas.

A observação dos pcrfi s de velocidade mêdia. aprescntados na figura 1.8, permite



concluir a existência de uma velocidade lim ite denominada \'eloeidade gradiente. Esta
velocidade é ólssoeiada a uma al tura, por analog ia denominada a/tllra gradiente, acima da qual
não ocorrerão a lteraçõcs significat ivas da velocidade. Sa l ie nta ~se também quc, para as
cdificações, esta altura e suficicntcmentc elevada c varia c m runção da fll gosidade do terreno.

11
Ação do Vento I/as Edificações A origem do vento e seus efeitos

500

145 160
400

., 129
300

1
200

100

O
Figura 1.8 - Perfil de velocidade média (em kmlh) proposto por Davenport.

Por outro lado, o caráter localizado do vento e os efeitos das rajadas serão os
responsáveis pela velocidade do ar que atingem uma dada edificação. Pode-se dizer que num
dado instante, a velocidade pode ser expressa por:

(1.1)

Na equação 1.1 , V{I) é a velocidade num dado instante t, Vm(I) é a velocidade média do
fluxo de ar neste instante, e aV(I) é a variação da velocidade média (o efeito de rajada ou
turbulência).
A turbulência (ou rajada) é tratada de várias maneiras, porém, um critério de avaliação
simples e de fácil visualização é imaginar a rajada associada a um grande turbilhão, na fonna
de um "tubo idea lizado", que deverá envolver toda a edificação para que esta seja totalmente
solicitada.
A figura 1.9 exemplifica este turbilhão e estabelece as dimensões a serem
consideradas. O tempo de rajada está associado à passagem deste tubo idealizado sobre a
edificação, O que penn ile concluir que as dimensões da edificação serão responsáveis pelo
tempo de rajada a ser considerado.

12
AFio (/0 !fel/lU I/(/!; EdijicaçOeJ A 1lI"IJ.!t!1II do vel/IO e sell.~ efeitos

A ABNT NBR 6 123: 1988 estabelece para O cú lcu lo da velocidade do vento, rajadas
com intcrva los de tcmpo com valores iguais a 3, 5 c las. Estas rajadtls então definem três
classes de edificações (A , B e C) em função das dimensões fro ntais de incidência do vento. A
figura 1.10 ilustra a inOuência da dimensão da edificação no tempo de raj ada a ser
considerado. Deve·se salientar que é necessãrio defi nir primeiramente uma velocidade de
referência para uma dada situação de tempo de rajada, mgosidade c altura, e a partir dai
considerar as particularidades de cada edificação.

'i
" /
(
'- \ I'" '"I /
,I

Cf )
Figllrll 1.9 · Esquema para a dctcmlinaçfio do Tempo de Rajada

B3

Figllrll 1. 10 · Tempo dc Rajada em funç:io da dimcnsfio da edificação

13
AçãO do Vemo tias Edificações A oriRem do \f(m/o e seus efei/os

Por outro lado, a análi se de uma edificação com relação à forma que esta possui,
define o outro aspecto importante na análise do vento e já comenlado anteriormente, ou seja, o
aspeclo aerodinâmico.
A fOf!1la da edificação tem um papel importante na determinação da força devida ao
vento que a solicitará. É possível fazer um avião com motor de um automóvel. Até para
"' chamar a atenção aos aspectos aerodinâmicos, vale destacar a seguinte pergunta: Por que o
,flv;ão voa e o aulomóvel não?
A resposta desta questão consiste exatamente nas diferentes formas aerodinâmicas
adotadas para o automóvel e para o avião. O vento, ao incidir sobre uma edificação, terá,
evidentemente, um comportamento diferente em fun ção da sua forma,
Intuitivamente, é possível imaginar que o vento ao incidir sobre um telhado tipo duas
águas, um arco ou um edificio de andares múltiplos terá sua "trajetória" alterada em função
das formas diferenciadas destas edificações. A visua lização da alteração da trajetória do ar
pode ser feita por meio na análise das linhas de fluxo. A figura 1. 11 ilustra as linhas de fluxo
sobre uma edificação construída com telhado tipo duas águas.

figura J. J I - Linhas de flu xo para edificação construída com cobertura tipo duas águas.

14
Arâo do Vemo 1I0S Edificações DeU!rmintl('âo ,Ia I'I.!/ocil/ade do vemo

2. DETERMINAÇA-O DA VELOCIDADE DO VENTO

2. 1 INTRODUÇÃO

Neste item se rão definidas as condi ções ger<lis que permitem determinar a vclocid<lde
com a qual o vento incidirá em uma detemúnada edific<lçào,
A primeira consideração sobre este aspecto ê que regiões diferentes do planeia Terra
eSlão suj eitas a diferentes ve locidades do venlo, Como exemplo, sabe·se q ue ocorrem
fura cões nos Estados Unidos da América, enquanto que no Brasil eles praticame nte não
ocorrem. Conc1usiio: é quase illtllitivo perceber que este aspecto de vera seI" cOl/siderado.
Urna outra consideraçiio importante é q ue a velocidade do vento, pant lima dada
regiiio, é obtida por meio de medições (anernôllletros a li anemógrafos), porém, nào deve ser
esquecido que os resultl.ldos destas medições não poderão ser adotados como referência inic ial
sem as devidas considerações de sua variabilidade ao longo do tempo.
A vida lIti l de lima edificação corrente é, e m geral, considerada convencionahJlente
igual a 50 anos, fazendo com que a analisc do venlo considere este aspecto . Em o utra s
pa lavras, é necessÍlrio determinar qual a velocidade máxima nes te período de tempo, o que já
nos permitirá antever a necess idade de não só obter informações sobre a velocidade em vários
locais , como também considerar estatisticame nte estas infonnações.

2.2 DE TERMINAÇÃO DA VELOCIDA DE IJiÍSICA /)0 VENTO

A velocidade básica do vemo, Vo, cstÍl diretamente associada ÚS condi ções em q ue são
efetuadas as medidas desta velocidade para o vento natur::.tl. Os equipamentos destinados à
leitura da velocidade do vento sào padronizados. assi m como as condições de instalnção
(altura. local ização e rugosidade do terreno). Estas condições s50 as segui ntes:

I5
Ação do VelllQ nas Edificações Determinação da velocidade do vento

_ Localização dos anemómetros ou anemógrafos em terrenos planos sem obstrução;


- Posicionados a l a metros de altura;
- Inexistência de obstruções que possam interferir diretamente na velocidade do vento.

Desse modo, define ~se um procedimento de medida que será utilizado como padrão de
comparação . Sabe·se que nem sempre as edificações têm 10m de altura ou estão situadas em

.,terrenos planos. Deste modo, se estabelece uma velocidade padrão a partir da qual deverão ser
feitas correções necessárias para cada caso particular.
A norma brasileira ABNT NBR 6123: 1988 coloca à disposição do usuário valores de
velocidades básicas, na form a de "/sopletas ", conforme ilustra a figu ra 2. 1:

~.

.. , t-- - I - ••

Figllra 2./·lsopletas de velocidade básica do vento (Vo, em mls).

16
Areio do Vellto I/(I.\' Ediflc(/Çfie.~ De/crmilluçtju da \'e(ocidode {/o I'f!l!/O

Vale ressaltar que os dados que pcrnlÍliram construir a figura 2. 1 foram obtidos com
base nas seguintes condições:
• Velocidade básica para lima rajada de três segundos:

• Periodo de retomo de 50 allos;

• Altllra de 10111:
• TerrellO plallo. em campo aberto e sem obstruções:
• Probabilidade de 63% de ser e:r:cedida. pelo lIIel/OS IIlIIa ve:. 110 p eríodo de retomo de 50
{ II/OS.

As velocidades médias nuixi mas apresentadas no gráfico da figura 2. 1 rora m obtidas


por meio de in rormações de várias estaçõcs meteoro lógicas (a maioria situada cm acroportos),
c receberam o devido tratamen to estatístico. A ABNT NBR 6 123: 1988 apresenta em seu
anexo C as estações consideradas, sua loca lização e altitude.

1.3 DETERMINAÇ, i o DA VELOCIDADE CA R, ICTERisTI CA

Como é poss ível observar, a veloc idade básica ê praticamente um padrão de rererênc ia
a parti r do qual se raz necessário detcnninar a velocidade que alUará em li ma dnda edi ficação,
denominada velocidade cilmctcrística, e representada por VI..
A ve locidndc caractcrislicn deverá cons iderar os aspectos parti culares da edificação,
entre os qlwis podcmos citar:
(lo) Topogmfia do local: condições particlllares podem a/remI' cOl/sideravelmem e a
velocidade tio vel/lo. POI' exemplo. lima edijicoçüo sobl'e 1/111 aclive;
b-) RlIgosidade do len el/O: a presença ollllão de obstáclllos. Sua ollul'O e dispos içüo alteram.
COlIJO já/oi vis/o. o perfil da l'e/ocidode do l'el//O:
c-) AIIII/'{/ da edificaçtio: o próprio p erfil de velocidade justifica este irem ;
d-) Dimel/sões da edijicaçtio: o tempo de rajada será proporciollal às dimensões da
ediJicaç'tio:
e-) Tipo de oCl/pa{'âo e risco de vida: de ve-se estabelecer critérios qlle POSS{~III cOl/siderar os
riscos de dda l!I/\'Olvidos em caso de míl/a da edificaçlio.

17
Ação do Vento nas Edificações Delermjnoção da velocidade do vento

Nesse sentido, a ABNT NBR 6123:1988 propõe como procedimento para


determinação da velocidade caracteristica a seguinte equação:

(2. /)

Na equação 2.1, Vo é a velocidade básica do vento fjá definida no item 2.2), enquanto
que SIo $2 e S3 são fatores que objetivam corrigir a velocidade básica,. da fonna como foi
inicialmente obtida (condições mencionadas no item 2.2), para as condições reais da
edificação de interesse. Os fatores SI. $2 e Sl são denominados. respectivamente, fator
topográfi co, fator rugosidade do terreno (dimensões e a ltura da edificação) e fator estatístico.

2.3. 1 Fator Topográfico - S.


O fator topogrãfico S. considera os efeitos das variações do relevo do terreno onde a
edificação será construída. Este fator considera. portanto, o aumento ou a diminuição da
velocidade básica em função da topografia do terreno. A aproximação ou afastamento das
linhas de nuxo é uma maneira de visualizar estas condições.
A nonna brasileira ABNT NBR 6123 :1988 considera basicamente três situações:
terreno plano ou pouco ondulado, talude e morros. e vales profundos protegidos do vento. A
figura 2.2 ilustra estes aspectos.

c
Ponlo A - terreno plano ou pouco ondulado; Ponto 8 - aclive, com aumento da velocidade;
Ponlo C - vale protegido, com diminuição da velocidade.

Figura 1.1 - Alteração das linhas de nuxo em função da topografia.

Para os casos A, B e C valem os seguintes valores para O fator SI :


a-) Terrenos planos com poucas ondulações ~ SI = 1,0
b-) Vales protegidos do vento em todas as direções ~ SI = 0,9

18
Ilírio do Vemo lias Edijicaíüe.~ Determi/1açâo da velocidade do vemo

c·) Taludes e morros: a correção da velocidade básica scní rea li7..<1da a partir do ângulo de
incl inação do talude ou do morro. A figu ra 2.3 ilustra os va lores prescritos.

z z

c
1
d .d

oI T'LUOE

bl "ORRO

Fig ura 2.3 • Fator Sl para: (a) taludes c (b) morros

No ponto a, valcm as scguin!es equações para detemlinação de SI:


0 ,;3' ............ --> S,(z) = I,O (2.2)

6',; 0 '; 17' ... --> S, (Z) = 1 ,0 +(2,5-~}g(e -3" ) ~ I (1.3)

O ~ 45' ........... - ) S, (Z) = 1 ,0 +(2,5 -~) 0,31;' 1 (1.4)

Obs: Intcl"j>olar lineannenle para 3° < 8 < 6° e 17° < O < 45°

\9
Ação do Vento nas Edificações Determinação da velocidade do vemo

Nas equações 2.2, 2.3 e 2.4, z é a altura medida a partir da superficie do terreno DO

ponto considerado, d é a diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro e aa


inclinação média do talude ou encosta do mOITo. Entre A e B e entre B e C, o fator SI pode ser
obtido por me.io de interpolação linear.

2.3.2 Fator de rugosidade do terreno e dimensões da edificação - S2

o fator S2 considera as particularidades de uma dada edificação no que se refere às


suas dimensões e à rugosidade média geral do terreno na qual a edificação será construída. A
discussão da influência de cada um destes aspectos na velocidade característica está
apresentada a seguir.

• Rugosidade do terreno
Está diretamente associada ao perfil de velocidade que o vento apresenta quando
interposto por obstáculos naturais ou artificiais. É intuitivo perceber que num terreno plano,
aberto e sem obstruções, o vento terá uma velocidade superior quando comparada àquela que
ocorrerá no centro de uma cidade como São Paulo, densamente ocupada, onde os obstáculos
fazem com que a velocidade média do vento seja menor.
A Figura 2.4, apresentada no capítulo I , ilustra novamente o perfil da velocidade do
vento para três tipos de terreno. A altura do perfil está apresentada até a altura gradiente,
altura esta a partir da qual a alteração da velocidade é praticamente desprezível.

500 +---F===l--------- -----,

100 +-#
o
Figura 1.4 - Perfil da velocidade do vento (em kmIh)

20
Açao do Vellfo nas Edificações Dcterminoçâo da velocidade do vemo

A ABNT NBR 6 123 :1 988 estabelece cinco categorias de terreno, de I a V, em função


de sua mgosidade, confonne transcritas a seguir:
CA TEGORIA I: Superficies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão,
medida na direção e sentido do vento incidente. São citados como exemplos:
- mar calmo;
- lagos e rios;
- pântanos sem vege/açiio.

CATEGORIA 11: Terrenos abertos em nível, ali aproximadamente em nível, com poucos
obstáculos isolados, tais como alvores e edificações baixas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igualou inferior a I metro . São citados como exemplos:
- zonas costeiras planas:
- pântanos com vegetação rala;
- campos de al'iaçiio;
- pradarias e charnecas;
- fazendas sem sebes 011 mllros.

CATEGORIA 111: Terrenos planos ou ondu lados com obstáculos, tais como sebes e muros,
poucos quebra-ventos de árvores, ed ificações baixas e esparsas. A cota media do topo dos
obstáculos e considerada igual a 3 metros. São citados como exemplos:
- granjas e casas de campo, com exceção das panes com matos;
- fazendas com sebes e/ou muros;
- subúrbios situados a considerável distància do centro, com casas baixas e esparsas.

CATEGOIUA I V: Terrenos cobertos por obstáeulos numerosos, pouco espaçados e situados


em zonas florestais, industriais ou urban ízadas. A cota média do topo dos obstáculos é
considerada igual a 10 metros. São citados como exemplos:
- zonas de parques e bosques com muitas árvores;
- cidades pequenas e sel/s arredores;
- subúrbios densamente construídos de grandes cidades;
- áreas illdustriais plena ou parcia/mel/te desellvolvidas.
Observação: Esta categoria também inclui zonas com obstáculos maiores e que ainda não
possam ser consideradas na Categoria V.

21
Ação do Ve"to "ar EdificaçiJes Determlnaçào da velocidade do vento

CATEGORJA V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco


espaçados. A cota média do topo dos obstáculos é considerada igualou superior a 25 metros.
São citados como exemplos:
~ florestas CO,,! árvores altas de copas isoladas;
- centros de gralldes cidades:
.. ~ complexos industriais bem desenvolvidos.

.,

• Dimensões da edificaç1io
As dimensões da edificação estão relacionadas diretamente com o turbi lhão (rajada)
que deverá envolver toda a edificação, conforme comentado e ilustrado nas figuras 1.9 e 1.10
do capítu lo 1. Quanto maior é a edificação maior deve ser o turbilhão que envolverá a
edificação, e por conseqOência, menor será a velocidade média.
Uma maneira de compreender este efeito é como se pudéssemos materializar a rajada
do vento como um grande tubo que envolverá a edificação. O tempo que este tubo irá
despender para ultrapassá-Ia será então considerado o tempo de rajada. É evidente que quanto
maiores forem as dimensões da edificação, maiores serão as dimensões do tubo.
A norma brasileira ABNT NBR 6123: 1988 define três classes de edificações e seus
elementos, considerando os intervalos de tempo de 3, 5 e 10 segundos para as rajadas. As
classes estão transcritas como seguem:

CLASSE A (3 segundos): Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças


individuais de estru turas sem vedação. Toda edificação ou parte da edificação na qua l a maior
dimensão horizonta l ou vertical da superfície fronta l não exceda 20 metros;

CLASSE B (5 segundos): Toda edificação ou parte da edificação para a qual a maIor


dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 e 50 melros.

CLASSE C (/ 0 segundos): Toda edificação ou parte da edificação para a qual a maior


dimensão horizontal ou vertical da superficie frontal exceda 50 melros.

Obs: entende~se por superficie frontal, a superficie de incidência do venlo.

22
Açtio do Vento nas Edificações DClermil/açtio da velocidadc do I'cnlo

Portanto, faz-se necessário definir categoria e classe de uma dada edificação para a
definição do fato r S~. Vale destacar que o fa tor $2 pode ser obtido por meio da equação 2.5,
expressa na forma :

S, = b F, C~)" (1.5)

Na equação 2.5, são deflnidos os parâmetros:


z - é a altura acima do terreno (limitado à altura gradiente);
F, - fator de rajada correspondente à categoria 11;
b - panimetro de correção da classe da edificação;
p - parâmetro meteorológico;

Os parâmetros F" b e p, adotados pela norma brasileira ABNT NBR 6 123: 1988, estão
apresentados na tabela 2. 1.

Ta bela 2.1 - Parâm etros Meteorológicos para o Fator Sz


Classe
Categoria z(m) Parâmetro
A B C
I 250 b 1, 10 1, 11 1, 12
p 0,06 0,065 0,07
/I 300 b 1,00 1,00 1,00
F, 1,00 0,98 0,95
p 0,085 0,09 0, 10
111 350 b 0,94 0,94 0,93

P 0, 10 0, 105 0, 11 5
IV 420 b 0,86 0,85 0,84

P 0, 12 0,125 0, 135
V 500 b 0,74 0.73 0,71

P 0, 15 0,16 0, 175 ,

Em correspondência à tabela 2.1, são apresentados na tabela 2.2 va ia res de S2 para


algumas al turas das edificações. Interpolar lineannente para valores de z (em metro)
intermediarias àqueles apresentados na tabela 2.2.
, -'
~
..
~.
§-

Tabela 2.2 - Va lores do Fator S,: em função da Ca tegoria, da C lasse e da cota 7.(m).
CATEGORIAS
"'
~
~
~
z(m) I /I 111 IV V I..::::.:

;I
CLASSES
B (' li
CLASSES
B C li
CLASSES
B (' li
CLASSES
B (' li
CLASSES
8 C
f
55 1.06 1.04 1.0 I 0.9-1 0.92 O,S9 O.XX 0.86 O.S2 0.79 0.76 0.73 0.74 072 0.67
/11 1.10 1,09 1.06 1.00 0,98 0.95 0,9-1 0.91 O.XX 0.86 (UU O.XO 0.74 0.72 0,67
IS 1.1.' 1.1 2 1.09 1.04 1.02 0.99 0.9R 0.96 0.9.' 0.90 O.RR 0.R4 0.79 0.76 0.72
211 1.15 1. 14 1.1 2 1.06 1.04 1.02 1.0 I 0.99 0,96 O,<)J 0.9 1 O. RR 0.R2 O.RO 0 .76
.UI 1.17 1. 17 1. 15 1.10 LOR U JIl 1.05 .0.1 .00 0.9R 0.96 0.9.1 0.R7 0.R5 0.82
#1 1.2u I . 19 I. 17 1.13 1.1 1 1.09 LOR ,06 .0-1 1.0 I O,<JI) 0,96 0.9 1 O.lN 0, 1(6
N
~
!iO 1.2 1 1.21 1.19 1.15 1.13 1.1 2 1.10 .09 .06 .04 .02 0.99 0.94 0.9:1 0,1<9
611 1.22 1.22 1.2 1 1.16 1. 15 l.I -I 1.1 2 . 11 .09 .07 .04 .02 0.97 0.95 0.92
XII 1.25 1.2-1 1.23 1.19 1. 1H 1.17 1. 16 . 14 012 .10 .OH .06 1.0 I 1.00 0,97
f ilO 1.26 1.26 1.25 1.12 1.21 1.20 1. 1H . 17 . t5 .13 . 11 .09 .05 1.03 1.01
/ 211 1.28 1.28 1.27 I .2-1 I ." 3 1.22 1."0 .'0 .IX .16 . 14 . 12 .07 1.06 I .O-l
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.29
-,
. _.1

.26 [.26
1.22
1.26 •
~
4f1(j
41f1
45f1
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
--
.34
.35
--
.35
--
-,-
.33
--
.29
.30
-,
.,-
1.29
1.30
1.32
1.29
UO
U:::!
.~
§-
5(J(I -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
- -- .34 1.34 1.34
~
Açâo do VelllO lias Edijic(l(ões Delenllil/{/çâo d(l I'e{ocidade do vel/IO

2.3.3 F~ltor Esta tístico - S3

o fator estatístico S3 está relacionado com a segurança da edificação cons iderando,


para isto, concei tos probabilísticos e o tipo de ocupação da mesma.
Nesse sentido, a nonna brasileira ABNT NB R 6123: 1988 estabelece como vida uti l da
edificaçfio O período de 50 anos e uma probabilidade de 63% de a ve locidade básica ser
excedida pelo menos uma vez neste período. A tabela 2.3 apresenta valores do fator S3
sugeridos pela nonna brasileira em questão.

Tabela 2.3 - Valores Mínimos para o Fator S;

Grupo Descrição do apo de oCllpaçt;o Valor de S3

1 Edijic:açcio clljal"/{ílla fofal 011 parcial pode afelar a segl/I"(lllça OI/ I, I O

possibilidade de socorro a pessoas após lima tempestade

destrutim (hospitais. quartéis de bombeiros e deforças de

segurança, centrais de cOfllul/icaçeio, elc).

2 Edificaç()es para hotéis e residências. Edificações para comércio 1,00

e i"dústria com alto jóto/" de ocupação.


, 0,95
> Edificações e insta/ações indllStriai.\" com baixo játor de oel/paçcio

(depósi/os. silos. cOllstruções rurais. e/c).

4 Vedações (/e/has. vidros. painéis de vedaçcio. e/c). 0,88

5 Edificações temporárias. Estruturas dos Grupos I a 3 dl/rclI//e a 0,83

fase de conslruçcio.

A eq uação 2.6 permite a adoção de parâmetros estatísticos para a determinação de lima


gama de valores para o fa tor estatístico 53.

Sl = 0,54 _
e (I P) ] -'.'"
(2.6)
[ n
111
'"

25
Ação do Vento nas Edificações Determinação do w:/ocidode do "emo

Na equação 2.6, são definidos os parâmetros:


Pm- Probabi lidade considerada;
m - período de retomo adotado.

A Tabela 2.4 disponibiliza alguns valores do fator 5) para determinados períodos de


" retomo e várias probabilidades de ocorrência do vento .
.,
Tabela 1.4 - Valores de S) para diferentes períodos de retomo e probabilidades

Valô;es Valores de SJ, em/unção de p .. e m

de m p. = 0./0 Pm 0.20 Pm - 0.50 Pm - 0.63 Pm - 0. 75 Pm - 0.90

10 1,10 0,98 0,82 0,78 0,74 0,68

25 1,27 1, 13 0,95 0,90 0,85 0,79

50 1,42 1,26 1,06 1,00 0,95 0,88

50 1,42 1,26 1,06 1,00 0,95 0,88

100 1,58 1,4 1 1,18 1, 11 1,06 0,98

200 1,77 1,57 1,3 1 1,24 1,18 1,09

2.4 COMENTARIOS GERA IS

A detenninação dos fatores SI, S2 e S3 deverá ser sempre adeq uada às características
da edificação e do terreno, procurando reproduzir estas condições.
É interessante salientar que a determinação da ve locidade caracteristica, isto é, a
velocidade à qual estará adequada uma dada situação do edificio e do terreno, nada mais é do
que a correção de uma velocidade padrão (Vo) para estas condições particulares. A nonn3
ABNT NBR 6123 :1988 estabe lece duas outras condiçõcs que deverão ser consideradas. Estas
considerações estão apresentadas na nonna brasileira e irão corrigir o fator S2:
a) Transição de categorias de rllgosidade;
b) Correção do tempo de rajada para edificações com sllperftciefro1l101 superiores a 80m.

26
Açtio do Venlo lias Edificações Determil/açiio da velocidade do \'elllO

2.5 EXEMPLOS DE A PLlCAÇA-O

Exemplo 1: Determinação da velocidade característica do vento, Vk , para um edif1cio


industrial (dimensões mostradas na figura 2.5) a scr constmído na cidade de São Carlos, em
terreno plano c em zona industria l.
-.
"--~~
-------Cf4 M

- 1- [
D

1 ,~
~

..,..,.J-----!,-~ - '---
I.~ -~~~--,
.30 r"' .I
60 M
~ --------~~~------- ~I

Corte Planta
Hgurtl 2.5 - Dimensões do Edifício Exemplo: em corte e em planta.

Vo = 40111/ s (obtida por llleio de consulta às isopletas de velocidade, fig ura 2. 1)


SI = 1,0 (por ser uma ed ificação situada em terreno plano)
S3 = 1,0 (por ser uma edificação com alto fator de ocupação)
Fator S2 :
Di re c ão do Ven lo O" Di 'r eç ã o do Venlo 90 '

(')
e- . 5rr
C '"l1C"SÕO Fror"'lC
30 m
.....
D.V. j+=·5r~

O'r1C,SGO ' r Or1;,;


60 ~

Cl as se " B- C Os se ·· c'·
Cdcgo ric; IV Ca:ogo"c IV

,
S - 0.88 ,
S - 0.8j

.....
D.V .

o.v· t
27
Ação do Vento nas Edificações Determinação da velocidade do vento

Por meio da aplicação da equação 2. 1, obtem-se as velocidades características V k,l e


Vk,2, segundo as direções de incidência do vento a 0° e 90°, referentes às superficies fro ntais
de 30m e 60m, respectivamente. Os valores são os seguintes:
V k,l = 40 x l,9xO,88x l,0 = 35,2m1s

Vk 2 = 40 x I,Ox 0,83x 1,0 =3 3,2 m1s


.,

'Conclusão: Duas velocidades características em função da consideração de duas direções


distintas para a incidência do vento.

Exemplo 2: Determinar a velocidade característica do vento para um edificio habitacional e


suas esquadrias, si tuado na cidade de Americana, estado de São Pau lo, cujas dimensões estão
mostradas na fi gura 2.6. Admitir como dado do problema:
- Região categoria IV.
- Classe 8

50 m 25 M

_ ,.L-- - - -...J".... i
Figura 2.6 - Dimensões de interesse da edificação.

Para o caso de edificios com grande altura é poss ível dividi-los em vàrias partes e, a
partir daí, ca lcu lar a velocidade característica para estas, tomando como altura de referência a
cota superior de cada trecho. Este conceito será estendido também para as forças que atuam
nas edificações, assunto a ser apresentado posteriormente .

28
Ação do Vento I1l1.\· Edificações De/erl/l;lIo(.'ün do velocidade do I'ell/O

Para a obtenção do gradiente de velocidades ao longo da altura da edificação, adota-se


com estratégia dividi r essa mesma a ltura, no caso, 50 m, em 5 partes de 10m, com níveis de I
a 5, obtendo-se como resultado fin a l o segu inte esquema:
SO m

40 m

~30 m
;0 m

~
20 m

10m

l,..",......_ _ _---'.,.",.,

Fig ura 2.7- Níveis da edificação.

Ve locidade característica para a edificação:


Vo = 45111/s (obtida por mei o de consulta às lsoplctas dc velocidade, Figura 2. 1);
SI = 1,0 (considerando terreno plano);

S) = 1,0 (considerando edifício habitacional - alto fator de ocupação);


S2 = determinado por trechos, de acordo com a tabela a seguir.

Na tabela 2.5 e na figura 2.8, ambas apresentadas a seguir, encontram-se valores


finais , por níve l, das velocidades características para a ed ificação em questão.

Tabela 2,5 - RESULTADOS DE VK PARA CA DA N IVE L


Nb'eis H;{m) S, S, S, Vk{mA)
I 10 1,0 0,83 1,0 37,35
2 20 1,0 0,9 1 1,0 40,95 ,

3 30 1,0 0,96 1,0 43,20


4 40 1,0 0,99 1,0 44,55
5 50 1,0 1,02 1,0 45 ,90

29
AçãO do Vento IIOS Edificações Determinação da velocidade do vento

.1.5,90

. 44, 55

.\ 50 m
ItJ .2 0
_~20'-'.C
m,--- OJ
.,
4 0 ,95
_,-,10,-",m_ ITJ

37.35

Figura 1.8 ~ Velocidades características (Vk) por nível da edificação.

Para os caixi lhos e elementos de vedação, a NBR 6123 recomenda adotar a altura
máxima, no caso, 50 m, resu ltando:
V o = 45m/s
S, ~ 1,0
S2= 1,02 (h = 50m, classe A, ver tabe la 2.2)
S) = 0,88 (elemento de vedação, ver tabela 2.3)

Nesse caso, obtém-se:

v. ~ 45 x 1,0 x 1,02 x 0,88 ~ 40,39 m/s

30
Açtio do Vellfo lias EdificaçDes Açõu ES/alica do Vemo e Coeflcienres Aerodinâmicos

~
\
!JJJ;
\
\
'
\
\ I
I

'
I
J
I

3. AÇÃO ESTÁTICA DO VENTO E SEUS COEFICIENTES

3. / BREVE FUNDAM ENTAÇÃO TEÓRICA

3.1.1 Teorema da Co nservação da Massa

De maneira bastante si mpl ificada pode-se dizer que, para um flu ido incompressíve1 e
em reg ime de escoamento pennanente, o volume que passa em qualquer seção de um tubo de
corrente é constante. A figura 3.1 ilustra um tubo de corrente para um fluido.

S.~iIo B {::
\ --- P2
\
\ ~---r,
-_
- --1I _ __ .-. ___ _
I
~--­
I

,
I
I

Fig l/ra 3./ - Teorema da Conservação da Massa

Com base na figura 3. 1, em que A é a área da seção, V é a velocidade e p é a'.


densidade do fluido, bem como admitindo a hi pótese de incompress ibilidade do ar (hipótese
vá lida para velocidades menores que 300 km/ h), pode-se escrever:

(3.1)

31
Ação do Vento nas Edificações Ação Esu;tica do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

Como, por hipótese, o ar está sendo admitido nesse caso como nuido incompressível,
ou seja, PI = P2 = p, reescreve-se a equação 3. 1, de maneira simplificada, na foona :

(3.2)

.. A partir do teorema anterionnente exposto é possível afinnar que partículas de um


.Quido de mesma velocidade descrevem a mesma trajetória, sendo esta a definição das linhas
de nuxo. Sabe-se também que a aproximação das linhas de nuxo indicará aumento de
ve locidade, e seu afastame nto, diminuição. Este concei to é extremamente importante para
compreender os aspectos fi sicos que serão apresentados a seguir.
A figura 3.2 ilustra, esquematicamente, as linhas de Ouxo em uma edificação com
cobertura do tipo duas águas.

Figura 3.2 - Linhas de nuxo para edificação com telhado Duas águas

3.1.2 Teo rema de Bernoulli

Apresenta-se, de maneira sucinta, uma recordação do Teo rema de Bernoulli. Para um


Ouido incompressível e um fl uxo em regime pennanente, pode-se dizer que a soma das
pressões (ou cargas) cinética, estática e de posição resulta constante. Nesse caso, escreve-se:

I
_ pv 1 + P + pgz =constante (3.3)
2

Pode-se reesc rever a equação 3.3, em correspondência á figura 3.1, na fonna:

(3.4)

32
Açâo do Vento nas Edificaç6es Ação E~·tá/ica do Vento e Coejicif'l11es Aerodinâmicos

Nas equações 3.3 e 3.4, P é a pressão (ou carga) estática, V é a velocidade, g é a


aceleração da gravidade, p é a massa específica do ar e z a cota do ponto considerado. Este
teorema é vá lido para uma mesma linha de nuxo se o escoamento é rotacional, e entre dois
pontos se o escoamento é irrotacional.
No caso da ação do vento em edificações é possível desprezar a pressão ou carga de
pos ição (pgz), o que penllite então dizer que a soma da pressão dinâmica com a pressão
estática será constante. Nesse caso, reescreve-se a equação 3.4 na fonna simplificada:

I , I 2
- pV,- + P, =~pV, + P, (3.5)
2 2 - -

3.1.3 Determinação da Pressão de Obstrução

A interpretação da parcela referente à pressão estática, P), descrita na eq uação 3.5


(obt ida da aplicação do Teorema de Bernoulli) faz-se para a situação mostrada na figura 3.3.

f1 J :I

--:~-----------
~ ,'~5 ~
-----.-.~.
, ~ 2 SÓLIDO ~ ~
::>
==:=:==:::::~~~
Figura 3.3 - Apl icação do Teorema de Bernoulli

Considerando-se na equação 3.5 as condições de pressão dos pontos ( I) c (2), em que


V2 = O (velocidade do fluído no ponto 2 da figura 3.3), resulta:

----t I
~ p \ 1'
I + PI = P,
2 -

Isolando as parcelas referentes à pressão estática, obtém-se:

(3.6)

33
Ação do Vento lias Edificações Açüo Esraticu do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

o ponto 2 tem como particularidade a velocidade nula e, neste caso, é denominado


Ponto de Es/agl/ação. Define-se, com isto, o parâmetro q, denominado Pressão Dil16mica do
vento ou Pressão de Obstmção, que nada mais é do que a pressão obtida num dado ponto em
que só ocorre pressão estática, sendo este ponto particu larmente interessante nas aplicações da
engenharia civil. Sabendo que a velocidade V I nada mais é do que a velocidade caracteristica
.. do vento para uma edificação, V", obtemos então a pressão de obstrução na fonna:
,' 0

I ,
q = -pVk (3. 7)
2

Para fin s de aplicação da equação 3.7, se considera o parâmetro p (massa específica)


com va lor igual a 1,225 3 kglrn 3, Nesse caso, resulta:

I , g
q = - 1,2253 V. (k m' ) =.!.212253 V' ( kg.m _ 1_ ) ~ O 6 13 V' (N -
I
)
1 1 -, k
2 m l Sl ' k S m m'

Portanto, para V" com unidade em m/s, se obtém as equações 3.8 e 3.9, para fins de
detenninação da pressão dinâmica do vento (ou pressão de obstrução).

q = 0,613 V; (N/m' ) (3.8)

q = 0,0613 V; (kgllm' ) (3. 9)

Cabe sali entar a importância da pressão de obstrução, pois esta será utilizada como
referência para todos os dcmais pontos onde se deseja determinar a pressão cstática tota l,
devendo-se enfa ti zar que esta pressão é perpendicular à superficie da estrutura.

3.1 COEFICIENTES DE PRESSÃO

3.2. 1 Coeficienles d e pressão exlerna (clW) e de form a (Cf)

Para a determinação do coeficiente de pressão externa, representado pela variável cpe,


aplica-se o Teorema de Bernoulli entre os pontos 1 (ve locidade característica) e o ponto 3
(onde existe pressão dinâmica), ambos já ilustrados na figura 3.3.

34
Açiio do Vento lias Edificações Ação Estalica do Vellfo e Coeficientes AerodiJ/amicos

Portanto, para os pontos em questão e permanecendo válida a hipótese de parcela


piezométrica desprezível, obtém-se:

Por mcio de um rearranjo da última equação, resulta:

I , I , I ( , ,)
p3- 1
p = -pV 1 - - pV3 =- p V1- 3
V
2 2 2

A última equação define P3 - PI := 6.P , que representa a diferença de pressão estática


entre os pontos 1 e 3. Ainda, como V I := Vk , reescreve-se:

6. P := -pVkI ,( 1- -Vi,) (3./0)


2 V:;

Substituindo 3.7 em 3.10, resulta:

( V~V')
q 1- (3.11)

Por meio da equação 3. 11, define-se o coeficiente de pressão extema cpc:

V}
c = 1- - 2' (3.12)
pc V ,

Uma análise com relação à equação 3.12 permite observar que, se for possível medir a
velocidade no ponto verificado e a velocidade caracteríslÍca, detemlina-se cpc. Este coeficicOIe
pode ser obtido para as várias fonnas de edificação por meio de ensaios em modelos
reduzidos em túnel de vento.
Na realidade, nestes ensaios medem-se as pressões que atuam em vários pontos dos
modelos reduzidos, bem como a pressão gerada pela velocidade característica, e associando-
as, respectivamente , às vclocidades (maiores detalhes, ver BLESSMANN ( 1983)).

35
Ação do Vento nas EeJificaçiJe3 Açõo Esu;ttca do Vento e Coefi cientes Aerodinâmicos

As figuras 3.4 e 3.5 mostram aspectos do túnel de vento da Universidade Federal do


Rio Grande do Sul, em que o Professor Joaquim Blessmann desenvolveu parte de seus
trabalhos, cujos resultados foram incorporados â nonna NBR 6123 .

.,

: .
-,•.•

Figura 3.4 - Vista geral do túnel de vento da Ut KLi'

Fig"ra 3.5 - Vista interna do túnel de vento. Modelo posicionado e destaque pam os ressaltas
do piso destinados a obt er o perfil de velocidade do venlO.

36
A('(jo do 1'1.'1110 IIOS EdijiC(I('tll'.\· Arâo E-wfÍrica do Ve/lto e Coejicie/l/e.f Aerodi/lâmicos

Nas figuras 3.6 e 3.7 são apresentados outros modelos ta mbém ensa iados pelo Prof.
Joaquim Blessmann , na UFRGS.

-,-
\

~
".
- '.

---
-
Fig ura 3.6· Exemplos de modelos ensaiados pelo Pror. Blessmanl1 .

Figllra 3. 7 - Modelo de uma edificação com cobertura em cúpula.

J7
Ação do Vemo lias Edificações Ação Estática do Vemo e Coejiciemes Aerodinúmicos

Nas figuras 3.8 e 3.9 apresentam-se, respectivamente, o modelo e o edificio


construidos, referente à sede do Citybank localizada na cidade de São Paulo - SP .

.,

Fig ura 3.8 - Modelo do edificio da sede do Citybank.

Figura 3.9 - Edificio construído em São Paulo

Por meio deste método é possíve l determinar para qualquer tipo de edificação valores
de cpc. Uma vez detenninados os valores de Cpc, como por exemplo, aqueles ilustrados na
fi gura 3. 1Oa, a força ex terna rcsuhanle para uma dada supcrficie será dada por:

38
Açâo do Vemo nas Edijicações Açâo Estática do Vento e Coeficientes Aerodil/àmicos

J
F. = c p<: q dA = qJ cp< dA (3. /3)
" A

Na equação 3.1 3, F~ é a força externa, na fonna de concentrada equivalente, enquanto


que A é a área da superfície analisada. Como pode ser observado na figura 3.lOa, o cpc é
deternlinado "ponto a ponto" em ensaios, cuja distribuição apresenta valores elevados em
algumas regiões das paredes e dos telhados, fato que tomaria sua aplicação extremamente
complicada para fins de dimensionamento.
Neste caso, a ABNT NBR 6123:1988 prescreve, para fins de dimensionamenlO,
valores médios do coeficiente de pressão, cpc, em correspondência às superfícies que
compõem uma edificação, os quais passam a ser denominados coeficientes de forma ,
representados por Cc, pemlilindo assim simplificar o dimensionamento.
Como exemplo, a figura 3. IDb esquematiza os valores médios dos coeficientes de
pressão externa, no caso, coeficientes de fonna, para as partes que compõem urna edificação
com telhado tipo duas águas.

~
\
!JJJ;
\

\
' \
\ I
I

..
f
J
I

(u) (b)
Figurtl3./0 - Distribuição Esquemática dos valores de Cpc e Cc: (a) valores experimentais de
cpc e (h) valores médios (Cc) adotados pela ABNT NBR 6123: 1988

No entanto, cabe ressaltar que os valores elevados de Cpc identificados na figura 3.1 Da
nào podem ser simplesmente ignorados. Para efeito de dimensionamento de partes ·da
estruhlra (telhas, caixilhos, ou mesmo terças) é necessário adotar estes altos valores de Cpc ('!-
NBR 6123 atribui como parâmetro para estes coeficientes, a variável cpc médio).
Observou-se que os maiores valores de cpc médio ocorrem com o vento inclinado em
relação ú estrutura (normalmente a 45°). A explicação para estes valores está na formação
localizada de vórtices sobre o telhado e paredes. A figura 3.11 ilustra este aspecto.

39
Açdo do VentQ nas Edificações Ação Estal/ca do Vento e Coeficiellles Aerodinâmicos

·'ltórt;ces que irão gerar altos valores de c~ Regiões de c~ medio


Figura 3. 11 - Representação do Cpc: médio

Como curiosidade, a fi gura 3.12 ilustra curvas isobáricas para um edificio em telhado
tipo duas águas, obtidas em ensaios na Universidade de lowa, Estados Unidos .
• •

,, ..,-_.,
-

••
',---\ _--o
"-
,i----.. ~
, , - I
• • ,,
. ''''-
\ T.
... .
1
to. • :.. I I
~
• •• I I
I
• • •• I.: - "

-
I

Figura 3_12 - Isobáricas associadas a valores de cpc:, obtidos na Universidade de lowa - EUA.
I

No Anexo 1 da ABNT NBR 6123 são fornecido s valores de Cpc: e de C~ recomendados


para vários tipos de edificações, dos quais, nas tabelas 3.1, 3.2 e 3.3, estão apresentados esses
mesmos valores, respectivamente, para paredes, telhado lipo uma água e telhado tipo duas
águas, especificados pela mesma norma. As tabelas 3.4 a 3.8 apresentam valores de Cpc e de
C." de acordo com a ABNT NBR 6123 :1988, para outros tipos de coberturas.

40
Açiio do Vemo nas Edificações Açüo Estática do Vemo e CoeJiciemes Aerodinómicos

Tabela 3.1 - Va lores de coefi cientes de pressão (cpc) e de forma (Cc), ambos externos, para
paredes pertencentes a edificações de plan ta retangular.
Valores de coeficielltes de forma C" C pc

Relações de interesse a = 0° a =90" médio


(h/b e aIb) .\ , A, C D \ Il C, C,
Il, Il, D, D,
.- "- ,
~

'=- 1 I s a/b s 3/2 -0,8 -0,5 +0,7 -0,4 +0,7 -0,4 -0,8 -0,4 -0.9

O,2b ou h
(o menor)

hlb ~ 1/2 2Sa/bS 4 -0,8 -0,4 +0,7 -0,3 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 -LO

" ,
"l O I s a/b S 3/2 -0,9 -0,5 +0,7 -0,5 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 - 1, 1

1/2 < hIb ~ 3/2 2sa/b s 4 -0,9 -0,4 + 0,7 -0,3 +0,7 -0,6 -0,9 -0,5 -L I

"

LJ
312 < hlb.«; 6
I S a/b S3/2

2sa/b s 4
-1 ,0

- 1,0
-0,6

-0 ,5
+0,8

+0,8
-0,6

-0,3
+0,8

+0,8
-0,6

-0,6
-1 ,0

- 1,0
-0,6

-0,6
-1.2

-1.2

lr. 9~ (o m"n o r )
2 h ou

t
.---.- .
,t~' I I
• ,• • • I I
.L I .--.

~
" "
~ ou b/
3
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I
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• , , ,
• • • • T "
"I
T
• T
• T
" "

41
Ação do Vento nas Edificações Ação Estótico do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

Considerações com refe rência à Tabela 3.1

Nota J - Para relação a/b entre 3/2 e 2, interpolar lineannente.

Nota 2 - Para vento a 0°, nas partes Al e Bl , o coeficiente de [oona Ce tem os seguintes
.
·~alores :

a-) Para a/b = I, adotar valores de


., Ce iguais aos das partes AI e Bl .
b-) Para a/b ~ 2, adotar Ce = -0,2 .
e-) Para I < a/b < 2, obter valores de Ce por meio de interpolação linear.

Nota 3 - Para cada uma das duas direções de incidência do vento (0° ou 90~ o coeficiente de
pressão médio externo, Cpe médio, é aplicado à parte de barlavento das paredes parale las ao
vento, em uma distância igual a 0,2b ou h, considerando-se O menor destes valores.

Nota 4 - Para determinar o coeficiente de arrasto, C•• deve ser usado o gráfico da figura 4.2
(vento de baixa turbulência) ou gráfico da figura 4.4 (vento de alta turbulência), ambos
apresentados no capitulo 4 .

42
"'(tio tio Vento 11m' EdiJicl1('lie,\' A('(jo Estúrica do VC!1fO l! CoeJiciclltl's Acm(/il1ômicos

T:lbclols 3.2 - Va lores de coeficientes de pressão (cpc) e de rorma (Ce), externos, para te lhado
tipo uma águn, pertencentes a edificações de planta retangular,
fi ( ;' b)
b b
I <0.'. r-
Yl I I I ~ O.lb

..1 o/
..
,I
./
b vento
-. ],
/ / / / /7777 / 7; 77
~~ I
A <,c'
A Co'rt e 11 11
,,'
Obs: a-) y = h ou O, 15b (adotar o menor dos dois valores obtidos)
b-) As superficies /I c' L rcrerem-se a todo o respectivo quadrante

Va lores de C e em correspond ência ao ângul o de inc idência do vento (a)


O 90u (nola 2) 45" OU (notas I c 3) -45 ·90 (nota 2)

/I I. H L /I e L /J e L /I I. /I L
(A) (8)
5" . 1,0 ·0.5 ·1 ,0 ·0,9 -1 ,0 ·0.5 ·0,9 -],0 -0,5 .] ,O

10" · 1.0 ·0,5 · 1.0 ·0,8 . 1,0 ·0,5 ·0.8 ·1 ,0 ·0,4 -1.0

ISu ·0,9 ·0.5 · 1,0 ·0,7 ·1 ,0 ·0,5 ·0.6 ·1.0 ·0,3 .] ,O

20" ·0.8 ·0,5 ·1 ,0 ·0,6 ·0,9 ·0,5 ·0,5 ' / ,0 ·0,2 -1,0
25" ·0,7 ·0,5 - 1,0 ·0,6 ·0,8 ·0,5 ·0,3 ·0,9 ·0. / ·0,9
3011 ·0 ,5 ·0,5 ·1 ,0 ·0,6 ·0,8 ·0,5 ·0, 1 ·0,6 O ·0,6

Valo res d e cpe méd io


O li , 11 1 L, L1 li. L.
5" ·2.0 · 1,5 -2.0 · 1,5 ·2,0 -2,0
10" ·2,0 - 1,5 -2,0 .I,S -2.0 .2,0 ,
15" . 1.8 ·0,9 ·1.8 ·1,4 ·2 ,0 -2.0
20° · 1,8 ·0,8 -1.8 -1.4 -2.0 -2,0

2S u . 1,8 ·0,7 ·0,9 ·0.9 -2 ,0 -2,0


30" ·1.8 ·0,6 -0,5 ·0,5 ·2,0 -2.0

4l
Açdo do Vento nas Edificações Ação Estotica do Vento e Coeficientes Aerodinámicos

Considerações com u fuincia às Tabelas 1.2

Nota I - Os valores de /-I(A) e L(A) correspondem a valores de Cc para vento a 0°, até uma
profundidade igual a b12. Os valores de fI(B) e teB) correspondem a valores de Cc para vento
.30°, de bI2 até a/2 (eixo de simetria com relação à dimensão a).
,
aY2
I
9--2 r
I

J (A) (B) f
ve nto
~ I b
H (A) j{( B) J

Nota 2 - Para ventos a 90° e _90°, considerar para as regiões I e J valores iguais àqueles
obtidos para L e li, respectivamente, tendo em vista a existência de eixo de simetria para
ambas as situações consideradas.

Nota 1 - Para vento a 0°, nas partes I e J (que se referem aos respectivos quadrantes) O
coeficiente de forma Cc tem os seguintes valores:
a-) Para a/b "" I, adotar valores de Cc iguais aos das partes li e L.
b-) Para a!b ~ 2, adotar Cc = -0,2.
c-) Para I < a!b < 2, obter valores de Cc por meio de interpolação linear.

44
Ação do Vellfo nas Edificações Açao Es/â/im do Vel/ IO e Coeflciellles Aerodinâmicos

Tabela 3.3 - Valores de coeficientes de pressão (cp<!) e de forma (C e ) , externos, para telhado
tipo duas água, pertencentes a edificações de planta retangular.

Valores de C e Valorcs de cl'r médio


Altura a = 900 (A) a:= 0°
8
Relativa EF Gil EG Ffl
"-
Jl elalhe I O" -0,8 -0,4 -0,8 -0,4 -2,0 -2,0 -2,0 -
-----.. , 5" -0,9 -0,4 -0,8 -0,4 -1,4 -1,2 -1 ,2 -1,0

C:~,
JO" - 1. 2 -0,4 -0.8 -0.6 -1,4 -1.4 - -1,2
15" -1,0 -0,4 -0.8 -0.6 -1,4 -1.2 - -L2
20" -0,4 -0,4 -0,7 -0,6 -1,0 - - -1,2
t h :: 3D" -0,4 -0,7 -0,8 -0,8 - - -\,1
hlb ::;; 1/2 45" +0,3 ° -0,5 -0,7 -0.6 - - - -1 ,1
50" +0,7 -0,7 -0,7 -0_6 - - - - 1,1
O" -0,8 -0,6 -1 ,0 -0,6 -2.0 -2,0 -2,0 -

OÍ'
5" -0,9 -0,6 -0,9 -0,6 -2 ,0 -2.0 -l,5 - 1,0
1O" -1, I -0,6 -0,8 -0,6 -2.0 -2_0 -l,5 -1,2
15° -1 ,0 -0,6 -0,8 -0 ,6 -1,8 - 1,5 -l,5 -1,2
20° -0,7 -0,5 -0,8 -0,6 -1,8 - 1,5 - 1,5 1.0
.;. b I 30" -0,2 -0,5 -0,8 -0,8 -1,0 - - - 1,0
45° +0,2 -0,5 0,8 -0,6 - - - -
1/2 < h/b < 3/2 50" +0,6 -0,5 -0,8 -0,6 - - - -
O" -0.8 -0,6 -0,9 -0,7 -2,0 -2,0 -2,0 -
~ 5" -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -2.0 -2,0 -1,5 -1,0
W -0,8 -0,6 -0.8 -0,8 -2 ,0 -2,0 -1 ,5 -1,2
h
15" -0,8 -0.6 -0,8 -0,8 -1 ,8 -1,8 -1 ,5 - 1,2
20" -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -1 ,5 -l,5 -1,5 -1,2
30" -1,0 -0,5 -0,8 -0,7 -1.5 - - -
b 40" -0,2 -0,5 -0,8 -0,7 -1,0 - - -
, ,
50" +0,2 -0,5 -0,8 -0,7 - - - -
312 < h/b::;; 6
60" +0,5 -0,5 -0,8 -0,7 - - - -

F
,- - a ( ;, b)

I
a
2 I I

I h

j/////////
I
Dela lh e 1
b

45
Ação do Vento nas Edificações Aç40 Esuitico do Vento e C~ficientes Aerodinámicos

Omsiderações com referência à Tabela 3.3

Nota I - O coeficiente de forma C na face inferior do beiral é igual ao da parede


correspondent6.

·,Nota 2 - Nas zonas em torno de partes de edificações salientes ao telhado (chaminés,


~Iervatórios, torres, etc.) deve ser considerado um coeficiente de forma Ce = 1,2, até uma
distância igual à metade da dimensão da diagonal da saliência em planta.

Nota 3 - Para cobenura de lantemins, considerar Cpc médio = -2,0.

Nota 4 - Para vento a 0°, nas partes I e J, o coeficiente de fonna Ce tem os seguintes va lores:
a-) Para a/b .., I, adotar valores de Ce iguais aos das partes F e H .
b-) Para aIb ~ 2, adotar C. - -0,2 .
c-) Para I < a/b < 2, obter valores de Ce por meio de interpolação linear.

46
Ardo 110 V/!nto 11M Edijicll(:rJ/!s Açfio E~'lâlic(1 do V/!II/O /! Co/!jid/!/II/!.\· A/!rodimímicos

Tabelas 3.4 - Va lores de coe li cientes de pressão (c~) e de rorma (Cc), ex temos, para te lhados
mult iplos, simétricos, de tramas iguais, com h 5 a'. de planta retangular.

0,1 a~....
j..... 0, 1 a'
Y, ,, I
, ,
~ ,- o • - , b,
, I·

~o •, , b, b
y'

,
---.....
-....

"
, ,.

,
,
., .
,_o
~

1
,
1,
,
I ,
-y ,,
, .~
,,
,
L
.:'1- .
a'
L
" l ...._ .... V'

,
,Jb1 ,
b,

,
" , " < / /
" /

b' c' d' m' n' m' n' m' n" x" /" z'
,6.0"

Observações: y = h ou 0.1 b (adotar o menor dos dois valores)


y' "" h ou O, I b ou 0,25 a' (adotar o menor dos três valores)
b, :: b2 = h ; O = inclinação do telhado ; a = ângulo de incidência do vento

Va lores d e Coefici ente d e Forma - Cc


Primeiro tramo Primeiro tramo Demais tramos Ultimo tramo C I'~ mêdio
e (l
;ntemledifirio intemlcdi;irio
a b c d m n x z ,
5' -0 ,9 -0 ,6 -0,4 -0,3 -0,3 -0,3 -0,3 -0,3

1O' -I,I -0,6 -0,4 -0,3 -0,3 -0,3 -0,3 -0,4

2O' O' -0,7 -0,6 -0,4 -0,3 -0,3 -0,3 -0,3 -0,5 -:!.o -1..5

3O' -0,2 -0,6 -0,4 -0,3 -0.2 -0,3 -0,2 -0 ,5

45° +0,3 -0,6 -0,4 -0,4 -0.2 -0,4 -0,2 -0,5


e (l Valores d e Cc referentes às distâ ncias b l. b l e b)


b, b, b,
< 45<1 9O' -0.8 -0,6 -0,2

47
Ação do VenlO na! Edificaç&s Açào Eslálica do Vemo e Coeficiemes A erodinâmico~

Considerações com refuência às Tabelas 3. 4

Nola J - Forças de atrito:


• para a ... 0°. ·as forças horizontais de atrito já estão consideradas nos valores apresentados
.na primeira tabela;
,
• para a - 90°, as forças horizontais de atrito devem ser consideradas nos valores
apresentados na segunda tabela, de acordo com o item 6.4 da ABNT NBR 6123:1988.

Nota 2 - Informações sobre telhados múltiplos são ainda incompletas. Casos diferentes
daqueles considerados nas tabe las 3.4 e 3.5 (apresentada a seguir), bem como no anexo F da
norma brasi leira ABNT NBR 6 123, devem ser especificamente estudados.

48
,/('lio tio Velllo lias Etlificl/('ÔI.'s Açà" ESllj,ica do Velllo e Coeficiellles Aemdillâmicos

Tabelas 3.5 - Valores de coeficientes de pressão (cpe) e de rorma (C,,), cxternos. para te lhados
múlt iplos, assimctricos, de tramos iguais, com água mcnor inclinada dc 60° c h S a', de planta
reta ngular.
0.1 a'
//
//0.1 a'
Y, , , ,
,~ :;-... ,
,"
,, ~

,
,,,
I', ,
~
1'- 1' Y
• -;- . ,.
y~
, }~'"
,,-, b,
, ,
" ,
,. I J "
/ " /
" /

n- m'

Observações: y = h ou 0, 1b (adotar o menor dos dois va lores)


y' = h ou O, lb ou 0,25 a' (adotar o menor dos três valores)
b l = b2 = h ; O = inclinação do telhado ; a = ângu lo de inc idência do vento

Valores de Coeficiente de Fo rma - C,

Primei ro tramo Pri mei ro tramo Dema is tramas Ultimo trnmo CI'~ mediu
a 0
inlcmlcdiãrio intermediãrio

a b c d m n x z
O· +0,6 -0,7 -0 ,7 -0,4 -0,3 -0 ,2 -0, 1 -0.3
60· -~.o -1.5
180
0
-0,5 -0,3 -0,3 -0,3 -0,4 -0_6 -0,6 -0. 1

e a Valores de CC" rderent es iis distolt1cias b l, b l e b j


b, b, b,
60· 90· -0,8 -0,6 -0,2

49
Açdo do Vento nas Edificações Açélo Esujrlca do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

No/a J - Forças de atrito:


• para a = 0°} as forças horizontais de atrito já estão consideradas nos valores apresentados
. na primeira tabela;
,• ' as
para a = 90. <
10rçaS horizontais de atrito devem ser consideradas nos valores
élf'resentados na segunda tabela, de acordo com o item 6.4 da ABNT NBR 6123:1988.

Nota 2 - Informações sobre telhados múltiplos são ainda incompletas. Casos diferentes
daqueles considerados nas tabelas 3.4 Gá apresentada) e 3.5, bem como no anexo F da nonna
brasileira ABNT NBR 6123: 1988, devem ser especificamente estudados.

50
Açeio do Vemo nGJ EâijicaçiJes Areio E.wâtica (io VtlllO t CQejidfllftS Aeroâil1lÍlll icQs

Tabelas 3.6 - Valores de coefi cientes de pressão (cpc) e de rorma (Cc), cxtemos, pam telhados
múltiplos com lima água venical, de tramos iguais e plan ta retangular.
0, 1a ~ /
y, ~
, ,
'"
~
UD
.. o
-'- f2-
~-.---

h
b,

b
, y'
Y ~-;,
~
I-:- -,-,;-
-,,- ,,- , b,

.. " y

. " ,,
.
~- Ib,
- , , ,
, '
~ a' , a'
~ a'
/
'
~ a' ,
~
a ,.

a' 1___o _b' c' d' m' o' m' n' m' o'
" " _' o
h
,,
As faixils p"rJlclas :lo lado maior do p3vilhão (de largurJ y) inclucm 3S fi,ixils vcnicais (". , c· , m- c n· )

Observações: y - h Oll 0,1b (adotar o menor dos dois valores)


y' = h ou 0. 1b ou 0,25 a' (adotar o menor dos três valores)
b l - b2 = h ; O"" incl inação do telhado ; a "" ângulo de incidênci a do vento

Va lores de Coeficie nte de fo rm a - Cf


cp" me(Ji o
a a Primei ro tramo Primeiro tramo Demais tramos Ultimo tramo
intcnnediário intermcdiário
a b c d 111 n x z ,,
O" +0,6 -0,6 -0,5 -0,2 +0.2 -0,2 +0.2 -0.2
10" 180" -0,2 -O, I -0,2 -0,1 -0,2 -0,2 -0,4 -0,2
O" +0,6 -0,7 -0,6 -0,2 +0.1 -0,2 + 0, 1 -0.3 -:!,O -1.5
15" 180° -0.2 -0, 1 -0.2 -O, I -0,2 -0,2 -0.5 -0,2
O" +0,7 -0,7 -0,6 -0,4 +0, 1 -0.2 -'-0, 1
-0,2
30" 180° -0,2 -O, I -O, I -0,1 -0,2 -0. 1t -0,6 -O, I
• C, -0.3 no segundo tramo intenncdiario . C~ - 0.5 no últ imo tr:II110 intcnncdiário
,

a a V:l lorcs de Cf referentes às distânci:ls b 1• b2 e bJ


b, b, b,
100 e l j O -0.8 -0.6 -0,2
90" 30° -0,9 -0.6 -0.3

51
Ação do Vemo na.f Edificações Ação Esuirica do Vento e Coeficiemu Aerodinâmicos

Considerações com referência às Tabelas 3.6

Nota I - A relação entre as dimensões em planta e altura, axbxh, todas referentes aos modelos
ensaiados, são' as seguintes :
0 0
.,. • Para O= 10 e 15 : 2 x I x 1/4 e 2 x I x 1/8;
• Para O '"" 30°: 4 x I x 112, 4 x 1 x 1/3, 3 x I x 1/4, 10 x I x 1/3;
.,
NOla 2 - Forças de atrito:
• Para a = 900 , as forças horizontais de atrito devem ser consideradas nos valores
apresentados na segunda tabela, de acordo com O item 6.4 da ABNT NBR 6 123: 1988;
• Para a. = 0° c 1800 , considera·se F' :: C'q a b, sendo:
C'= 0, 1 para a - 00
C'= 0,00 1.0 + 0,02, para a = 1800 (O: ângulo em graus)

52
Açeio do Vento lias Edificaçoes Açâo Estótica do Vemo e Coejicieme.\· Aerodinâmicos

Tabelas 3.7 - Valores de coeficientes de pressão (cp~), externos, para abóbodas ci líndricas, de
seção circular e planta retangular, para flux o de ar aproximadamente uniforme e de baixa

turbulência, com 0,5 f 2 < f i < 3f 2 (fI e f.. 2 devem ser tomados com referência à figura para
vento perpendicular à gera triz da cobertura).

! vento

0.l l 1
+-
I
,---------~----------,
A,
---,------
T-
A,
---,-
- -- - -----~-- - - -- ---- 1
--------- - ,- I,
c
- ,
-,I- 0<
L-________~D~,_______
_~_~
I (2 / 4
0.1 ( 1
-,- ,,
, /,
-~~

-/~---~----/-
,
, Pla nta
, 3 4 ,
,
,,
5

, 6
,
largura : /, h

I,
-/ -/~----~-----/-

Corte Corte
a) vento perpendicular à geratriz da cobertura b) vento paralelo à geratriz da cobertu ra

Tabela 3.7a -Valores de Coeficiente de Pressão Externa - c pe

fI/!2 11% (para vento soprando perpendicularmente à gera triz da cobertura)


Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5 Parte 6
O 0,3 -0,3 -0,6 -0,7 -0,6 -0 ,2
118 -0,5 -0,5 -0,7 -0,7 -0.5 -0,2
114 -0.9 -0,6 -0,8 -0,8 -0,4 -0,2
.
115 112 -I ,? -0 ,7 -0,9 -0,8 -0 ,3 -0,2
I -1,4 -0 ,8 -0,9 -0,9 -0.4 -0,4
5 -1 ,8 - 1,0 -I,I -1,2 -0,8 -0,7
118 -1,0 -0,4 -0,4 -0 ,4 -0.4 -0.3
1/4 -1 ,2 -0,5 -0,4 -0,4 -0,4 -0 ,3
1110
1/2 - 1,5 -1,0 -0,7 -0,5 -0,4 -0,3
I -1 ,6 -1,0 -0,8 -0,6 -0 ,4 -0,3

53
Ação do Vemo"as Edificações Açiio Estática do Vento e ÚJeficientes Aerodinómicos

Tabela 3.7b - Valores de Coeficiente de Pressilo Externa - c ~


(para venlo sop rando paralelamente à geralriz da cobertura)
Parte da cobertura A t + A2 B C D, + 0,

C" -0,8 -0,6 -0,3 -0,2


.

- Tabela 3.7c - Va lores de Coefici ente de Pressão Exter na - cIM


(para vento soprando obliquam ente li ge ratriz da cobertura)
Parte da cobertura A, D,
C,. -1,8 - 1,8

Considerações com referência às Tabelas 3.7a, 3. 7b e J. 7c

Nota 1 - De acordo com a ABNT NB R 6123:1988, os coeficientes de pressão apresentados


nas tabelas 3.7 foram obtidos com base em ensaios realizados em flux o de ar
aproximadamente unifonne e de baixa turbulência, com número de Reynolds subcritico,
porém, com a cobertura do modelo dotada de superficie rugosa;

Nota 2 - Como conseqüência dos aspectos citados na "Nota J .', confonne mencionado na
ABNT NBR 6123:88, os valores das tabelas 3.7 não são inteiramente válidos para as
edificações reais, mas podem ser considerados como uma orientação para projetos. Estudos
especia is devem ser feitos no caso de edificações de grandes dimensões, ou que se afastem
daquela fomla si mples indicada na fig ura da página 53;

Nota 3 - Para utili zação dos valores da tabela 3.7a, deve-se ressa ltar que o arco está dividido
em seis partes iguais, em que o coeficiente de pressão é considerado constante em cada uma
das seis partes, confomlc ABNT NBR 6 123: 1988;

No ta" - Para utilização dos valores da tabela 3.7b, deve-se ressaltar que a cobertura está
dividida, na direção do venlo, em quatro partes iguais, em que o coeficiente de pressão é
considerado constante em cada uma das quatro partes, conforme ABNT NBR 6123: 1988.

54
Arejo tio Venlo nos Edijic(J(:ões Açãv ESlálic{/ do Vel/lo li CVl1ficicl!I(Js Aerodinâmicos

Tabelas 3.8 - Valores de coc li cie ntes de pressão (cpc), extemos, para abóbodas cilíndricas, de

seção ci rcular e planta rctangular, para fluxo de ar turbul ento, com O.5 lz < l i < 3l z (t i e l!z
devem ser tomados com rererência â figura para vento perpendicular à gcratriz da cobertura).

,- ,
~~
4 I 4
s s

,~,(
'90'
,
h
&
/ /(/1 ,
,,
h,
r!
&

, ,

t b

Série S1
b

Série S2

a) vento perpendicular à geratriz da cobertu ra

~ vento
• O'
b/1O

A
- "013 ,- ~,~--~,~ ~: bJl0

, 0/' G

B
,
013 ,
C
'"
JF'
~

a F H

, l ~ E e , ~ bllO
b/1O
I
(
b
Série SI Série S2
Séries S I e S2

b) vento paralelo à geratri z b) vento obUquo (açOOs locais )


da cobertura

T a bela 3.8a -Valores de Coeficient e de Pressão Externa - el'~

Série aIb Ub h/b' (pa r:1 ve nto so prando perpendic ul a rm ente:1 gc rlltriz da cobertura)
Parte I Part e 2 Parte 3 Part e 4 Part e 5 Parte 6
,
1/5 1/4 -0,3 ·0,7 -0,8 -0,6 -0,4 -0,4
1/2 -0,9 -0,9 -0,9 -0,7 -0.5 -0.5
51 4
1/1 0 1/4 -l.O -0,6 -0,6 -0,6 -0,4 -0.3
1/2 - 1,0 -0,8 -0,7 -0,7 -0.5 -0,4
52 5 1/3 1/9 +0,4 -0,6 -1.2 -0,9 -0,7 -0,7
Definições de S I c S2: ver considerações • r am a scri c S2 : hWb

55
Ação do Vento nas Edificações Ação Estática do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

Tabela 3.8b -Valores de Coefi ciente de Pressão Externa - cpe


Série aIb f!b h/b" (pa r a vento sopr ando paralelam ente à geratr iz da cobertura)
Parte A Parte 8 Parte C Parte D
l i, 1/4 -0,8 -0,4 -0,3 -0,2
1/2 -0,8 -0,6 -0,3 -0,2
SI 4
1/ 10 114 -0,8 -0,4 -0,3 -0,2
1/2 -0,9 -0,6 -0,3 -0,2
S2 5 1/3 1/9 -0,8 -0,4 -0,2 -0,2
Definições de S I e S2: ver considerações * Para a série S2: hJb

.. Tabela 3.8c -Valores de Coeficiente de Pr essão Externa - cpe


Série aIb f!b h/b" (para vento soprando paralelamente à geratriz da cobertura)
Parte E Parte F Par te G Parte H
1/5 1/4 -1,6 -- -- --
SI 4
1/2 -2,4 -1 ,2 -- --
111 O 1/4 -1 ,4 -1,4 -- --
1/2 -1 ,6 - 1,8 -- --
S2 5 1/3 1/9 -1,5 -- -1 ,8 -1 ,5
Definições de S I e S2: ver consideracões * Para a série S2: htlb

Considerações com referência às Tabelas 3.8a, 3.8b e 3.8e

Nola 1 - De acordo com a ABNT NB R 6123 :1988 , os coeficientes de pressão apresentados


nas tabelas 3.8 foram obtidos com base em ensaios realizados em fluxo de ar turbulento, com
rugosidade da superfic ie externa da cobertura do modelo definindo pontos de separação do
fluxo, correspondentes a números de Reynolds acima da região crítica;

Nota 2 - Os modelos ensaiados tinham a menor dimensão em planta, b, igual a 20m (séri e S I)
e SOm (série S2), confonne mencionado na ABNT NB R 6 123: 1988;

Nola 3 - Como conseqüência dos aspectos citados na "Nota J ", confonne mencionado na
ABNT NBR 6123: 1988, os valores das tabelas 3.8 devem ser considerados com precaução,
pois a distribuição das pressões em superficies curvas depende de fatores, tais como
velocidade do vento, características de sua turbulência, dimensões e relação entre as
dimensões da edificação, curvatura da superficie externa da cobertura e sua rugosidade, etc.

Nota 4 - Para utilização dos valores da tabela 3.8a, deve-se ressaltar que o arco está dividido
em seis partes iguais, em que o coeficiente de pressão é considerado constante em cada uma
das seis partes, confonne ABNT NBR 6 123: 1988;

Nota 5 - Para utilização dos valores da tabela 3.8b, deve-se ressaltar que a cobertura está
dividida, na direção do venlO, em quatro partes iguais, em que o coeficiente de pressão é
considerado constante em cada uma das quatro partes, confonne ABNT NBR 6 123 : 1988.

56
Açâo do Vellto lias Edificar,;ões Ar,>
âo Estútica do Vento e Coeficientes Aerodinamicos

3.2.2 Coefi cientes de Pressão Intern a - C"i

Vale lembrar que para a deternlinação dos coeficientes de pressão extema e de forma,
obtidos com base no Teorema de Banou/Ji, item 3.2.1, foram considerados aspectos
decorrentes das características aerodinâmicas (formas) da edificação, de modo que
externamente (paredes e telhados) podem ocorrer situações de sobrepressão ou de sucção.
Diferentemente do C"c e Cc, o coeficiente de pressão interna, C pi , está diretamente
associado ao fato de as edificações, em sua grande maioria, possuírem aberturas por onde o
vento pode entrar ou sair. Portanto, o coeficiente de pressão interna será oblido a partir dos
valores de sobrepressões e sucções ex temas que irão atuar nas várias partes internas da
edificação em função das aberturas (portas, janelas, frestas , etc) existentes.
A figura 3.1 3 ilustra os efeitos de aberturas a barlavento (face da edificação onde
incide o vento) e a sotavento (face da edificação oposta àquela onde incide o vento) . É
evidente que, para o primeiro caso, ocorrem sobrepressões internas, enquanto que para o
segundo caso, ocorrem sucções internas.
Com base na figura 3.13, fica evidente que o coeficiente de pressão intema será obtido
em função das dimensões, localização das aberturas e da direção do vento. As condições de
abertura, ou seja, a penneabilidade de cada face da edificação, é que permitirá obter os
valores do coeficiente de pressão in lema.

a l Abe r tura o Barlll v@"nto

o o

D.V.
SOB RE P~ E SSÃO
O Q I N TER~ Ã

b) A b er tu r a a Sotove nto

ov
• Q
o
o
o
O
s u cçÃO
INT E RN A

Figura 3./3 - Aberhlras a barlavento e a sotavento: innuência na determinação dos valores


dos coeficientes de pressão intema , Cpi .

57
Ação do Vemo nas EdificaçOes Ação Estatica do Vento e Coeficientes Aerodin6micos

o conceito de permeabilidade esta associado à presença de aberturas, que podem ser


decorrentes de janelas, portões, frestas no próprio assentamento de telhas, não devendo ser
descartadas aberturas que, porventura, possam ocorrer decorrentes de danos em elementos da
cobertura, pareçies, vidros, etc.
Pode-se dizer, de uma maneira até pouco técnica, que a pressão média interna na
·'edificação será a diferença entre a quantidade de ar que "entrou" e a quantidade de ar que
"~iu" . Os estudos teóricos e experimentais pennitiram concluir que a pressão interna está
diretamente associada à vazão do fluido na região da abertura que pode ser expressa por.

Q = KApv (3./4)

Com relação à equação 3. 14, Q é a vazão volumétrica na abertura, A é a área da


abertura considerada, p é a massa específica do ar e v é a velocidade do ar na abertura
considerada. A velocidade do ar na abertura pode ser obtida por meio da equação:

(3.15)

Cabe destacar que a solução para a equação 3. 15 exigirá aproximações sucessivas para
a sua determinação. Este cálculo está exemplificado no Anexo O da AB NT NBR 6 123: 1988.
Essa mesma equação indica claramente a in flu ência da região da abertura e do coeficiente de
pressão externa. Porém, do ponto de vista prático, será muito dificil calcular o coeficiente de
pressão interna por meio deste procedimento. A mesma norma apresenta, então, uma série de
situações de abertura e permeabilidade para facilitar este cálculo.
São descritos a seguir os principais tópicos, referentes a definições de interesse e
hipóteses de aberturas da edificação, conforme prescrições estabelecidas pela ABNT NBR
6 123: 1988, com os quais passa a ser possível determinar, de modo mais simples, valores para
os coeficient es de pressão interna .

• Definições de interesse:
a-) Elementos impermeáveis: lajes e cortinas de concreto, paredes de alvenaria, blocos ou
pedras sem nenhuma abertura;

58
Açiio do Vento lUIS Edificações Açâo Estárica do Vel/to c Coeficiente.)' Aerodinâmicos

b-) Índice de permeabilidade: é a relação entre área das aberturas e a área total da superftcie
considerada;
c-) Abertura dominaI/te: abertura com área igualou supenor à soma das areas das demai s
aberturas da edificação;
d-) O sinal positivo de C r; corresponde à situação de sobrepressão interna;
e-) O sinal negativo de Cp; corresponde à situação de sucção interna;
f-) A pressão interna ê considerada uniforme, seja no caso de sobrepressão, seja no caso de
sucção, e atua sobre todas as faces internas da edificação .

• Determillação de I'tllores de Cp; obtidos por meio de /tipo/eses de lIberturas 'UI edijica çiio,
cOllforme i/elts prescritos pelll ABNT NBR-6123:J988
a-) /" hipótese - Duas faces opostas permeáveis e as oulras impermeáveis:
a. l ) Vento perpendicular à face penneável ....... : Cri = + 0,2
a.2) Vento perpendicular à face impenneável ... : Cp; = - 0,3

b-) 2" hipótese - Qualro faces igualmente permeáveis


Adotar: Cp; = -0,3 ou Cp; = O

c-) 3" hipótese - Abertura dominal/le com as Ol/tras faces permeáveis


c.l) Existência de abertura dominante na face de barlavento: para a detenninação do valor do
Cpi deve ser levada em conta a relação entre a área da abertura dominante (A ad ) e a área total
das aberturas sllccionadas (Aas) nas outras faces.

Tabe la 3.9 - Valores de C pi (sobrepressão) em função da relação Aad l Aas


Aad l A"JJ> Cpi

1,0 +0, 1

1,5 +0,3
2,0 +0,5
3,0 +0,6
6,0 +0,8
Observação: inlerpolar /ill ear/JIel11e para valores intermediarios.

59
Açdo do Vento nar Edificações Ação Estática do Yema e Coeficientes Aerodinámicos

c.2) Existência de abertura dominante na face de sotavento:


Nesse caso, o valor do coeficiente Cpi assume o valor do Cc correspondente à face de
sotavento que contém esta abertura.
c.3) Existência ~e abertura dominante nas faces paralelas ao vento :
~ .3 . 1 ) Não situada em zona de alta sucção externa;
Nesse caso, o valor do coeficiente Cp; assume o valor do Cc correspondente à região da
ab:çrtura nesta face , adotando, por questões de simplificação, valores finais obtidos por meio
de média aritmética ou ponderada, em relação aos valores existentes na face em questão.

c.3 .2) Situada em zona de a lta sucção externa;


Para a determinação do va lor do Cp; deve ser levada em conta a relação entre a área da
abertura dominante (Aad) e dema is áreas de aberturas succionadas externamente (A.se).

Tabela 3.10 - Valores de c,,; (sucção) em funç!o da relaç!o A." I A.a


A." I A_ Cp;
0,25 ·0,4
0,50 -0,5
0,75 -0,6
1,0 -0,7
1,5 -0,8
~ 3 ,O -0,9
Observação: interpolar linearmente para valores intermediários.

É importante ressaltar que as "zonas de alta sucção externa" estão indicadas nas
tabelas 3.1 a 3.8, c ujos valores, correspondentes a estas zonas, são denominados pela norma
ABNT NBR 6123 :1988 como C,. médio.
A determinação dos coeficientes de pressão interna deve ser feita de maneira a
reproduzir, o mais fielmente possível, as condições gerais e as possibilidades de abertura
numa edi ficação.
Esta análise deve ser criteriosa, evitando buscar situações extremas que não pareçam
ser as mais indicadas para este índice. Exemplificando, a probabilidade de, num determinado
edificio, só se ter janelas abertas e em sua tota lidade numa única face , com O vento

60
Açcio do Vemo lias Edificações Ação Estatic:a do V(fIlIO f: COf:ficklllf:~·/k,.odil/(ill/icQi

nonnal izado (P = 63% uma vez a cada 50 anos), e ser esta a di reção consideradêl, parece ser
uma hipótese exagerada do ponto de vista de probabi lidade de ocorrência .
Por outro lado é conveniente ressaltar que as altas sobrepressões internas, advindas das
aberturas a barlavento, tem origi nado uma série de acidentes. Portanto, é conveniente dar ao
Cp; um tratamento o mai s real ista possível. Cabe ao engenheiro definir, com clareza , todas as
suas hipóteses.

3.2.3 F()rçll Resllltllllfe - F

Após a definição dos coe fi cientes de pressão externa e inlCrna , raz-se necessáno
calcular a força que irá atuar numa dada superficie de uma edificação.
Sabe-se que a força do vento dependerá da diferença da pressão nas fa ces interna e
externa da parte da edificação considerada. Para tanto, pode-se defi ni r o valor fin al do
coe fi ciente de pressão (Cp = Cpc - Cpi), o qual, multiplicado pela área analisada, detenn inarâ a
força atuante nesta parte da edificação. Nesse caso:

6 1' =61', - 61', =(C,. - C,, ).q =C,.q (3. /6)

Com relação à equação 3.16, ó P é a pressão resultante. ÓPe é a presslio externa c ÓPi é
a pressão interna. Neste easo, a equação da força resultante é escrita na fo nna :

(3. / 7)

Uma análise com referência à equação 3. 17 pcrnlite conc luir que a força resultante
aparece como conseqüênc ia da soma vetorial dos coe(jcientes de pressõcs interna e ex terna,
resultando em um coe(jeiente final Cp, multiplicado pela pressão de obstrução e pela área de
interesse.
Este coeficiente deve ser determinado e aplicado em cada supc rficie que compõe à
edificação de interesse, objetivando detenninar as situaçõcs c riticas para a estrutura em
questão. É conveniente tli nda ressaltar dois aspectos importantes:

61
Ação do Vento nas Edificações Ação Estática do Vemo e Coejiciemes Aerodinâmicos

• O coeficiente de pressão para uma dada parte da estmlura (por exempla. parede de
barlavento) advém de uma determinada direção. e que deverá ser a mesma direção a ser
considerada paro o cálculo dos coeficientes para as demais partes da mesma (por exemplo.
parede a SOlaW!nto e caber/lira);

.:. É necessário obter as condições criticas do Cp para "todos" os elementos que compõem
uma estrutura. Exemplificando. para o caso de uma treliça de cobertura é necessário
.,
analisar os ventos que resultarão em solicitações máximas. quer de sobrepressão. quer de
sucção.

3.2.4 Coberturas isoladas

Para as coberturas sem fechamentos frontais e laterais, denominadas pela ABNT NBR
61 23: 1988 de "Coberturas Isoladas ", não é possível determinar coeficientes de pressão
externos. O fluxo do ar não é desviado de maneira significativa, o que exige um tratamento
diferente de quando existe a presença de paredes e aberturas.
Deve-se, então, determi nar a ação do vento que será exercida diretamente sobre as
faces superior e inferior da cobertura, salientando que a ABNT NBR 6 123: 1988 só prevê
edificações compostas por superficies planas (telhados tipo uma e duas águas).
Vale ressaltar que devem ser analisadas as duas direções do vento: perpendicular e
paralela à linha de cumeeira.
Nas tabe las 3. 11 e 3.12 estão reproduzidos valores de Coeficientes de Pressão para
telhados tipos "uma água" e "duas águas". Estes coefic ientes podem ser uti lizados com as
seguintes restrições:
a) Relação entre altura e vão superior 00.5 (Iz/I l? 0.5)
b) IIIc/inação do telhado (O) :
b.l) uma água ...... : O S OS 35°
b.2) duas águas .... : 4 S OS 3rf

62
Açtio do Vcnto n(j.~ EdijicaC:uc.f Ara0 Emirica do Ve/lto e Cocficic/lte,l' Aerodinâmicos

Tabela 3.1 1 - Coeficiente de Pressão para telhado tipo "Uma Agua ".
r Carregamento 1" ClIrregamell fo
Direção do
OS tg9 S 0,7 O,; tgO ,; 0,2 0,2 '; tgO ,; 0,3
Vellto

r:-r,
~
6-20 1ge

2'~~À
2,0

r~ ,g.
~Ige-
~

~

/,
/ /
0,6 - 2 lO" ?

( 0.6 - 21g~

10"c:cr:v 19"CZJ:J:J'
+-
~ 2,0
2,0
6 - 20 Ige- : )

Tabela 3. 12 - Coeficiente de Pressão para telhado Duas Aguas


1" Carregamento 2" Curregamellto
üleficielltes
0,07 ,; tgO s 0,4 0,4 :5 tgB S 0,6 0,07 S 19B S 0,4 0,4 '; IgO,; 0,6

Cpb 2,4.lgO + 0,6 2,4.tg8 +0,6 :5 2.0 0.6.tgO - 0,74 6,5 .lgO - 3, I

C" 3,O.lgO - 0.5 +0,7 -1 ,0 5,O.tgO - 3,0


Cpb - coeficiente de prcss:lo a barlavento Cps - coeficiente de pressão a sotavento
Sellfidos positivos adorados para os coeficiellres de pres,wio

Cpb

~ ,- c.:J ,
l,.c-!J~ i"ps
Vento
. e 1
-/
2
,
h
Vento
... pb
i)

,
h

/'//////// /, '/ /". I / / / / / ' / / /, // ////.;

'.

63
Ação do Vento"as Edificações Ação Estôtica do Vento e Coeficientes Aerodi"âmicos

3.1 EXEMPLOS DE APLICACA·O - Determinação dos coeficientes C~ e Cpi

3.3.1 Edificaçio com telhado ti po duas águas

Detenninar os coeficientes de pressão para o edificio situado na cidade de São Carlos


.: e destinado a uma indústria com alto fator de ocupação. As dimensões e especi fi cações da
edificação estão ilustradas na figura a seguir.
.,
a-) Características da Edificação

o
o
o
II II o
<O

_/-~_20_0_0_
0 -,--
(b,---
)
, -1
CORTE

Porta0 16 m2
.[], D.V. = O·
- ---'I< \. ,,
I \
I
I
I
"~ I
D.V. = 90· I
q g I
Janelas
o I (6 m 2, Janela)
...
o I
I
I
I
I

PLANTA

b-) Determinação da velocidade característica (V.J e pressão de obslntção (q)


b. l) Velocidade Básica: Localidade - São Carlos ... ~ Vo :: 40m/s
b.2) Fator topográ fi co (SI): Topografia comum ... ~ SI = 1,0
bJ) Rugosidade de Terreno (S2): Categoria IV (Área industrial) e "Classe B"
Altura da Edificação = 10 m ................................. ~ S1 '" 0,83
b.4) Fator Estatístico 5) ........................................ ~ 5 J = 1,0

64
Ação do Ve/llo /ws Edijica(õ/!s Ardo t:slâ ljca du Vel1lo e Coeficil'l1Ie.\· Ae/'Odil1ámicos

v, = V, S, S, S, =40x1,O,O,83, I,O=33,2 m/s

Conseqüentemente,obtém·se:

q =O,6 13(V.)' =0,613 (3 3,2)' =675,6 N/m ' " 0,68 kN/m'

c·) Determinação dos Coeficientes de Forma externa (C..J

• Vento a 90°; valores obtidos por meio de consulta às tabclns 3. 1 c 3.3

!!. = 8,0 =O4 .'ê = 40 = 2 O


b 20 ' b 20 '

- 1,2

DV.
:::;> + 0 ,7
~ -°5.,

10,0
í 10,0
/~--/-
menor entre

(9t- _L<::,5
I
I
I
,_ _
2 h = 16,0 m

~ = 10,0 m

+ 0,7
--- ..... - 1,2
(,)
- 0,4
'"
- 0,5
- - - .....

,
l
Li
-0,9 t -
I
t -0,5

65
Ação do Vento nas EdificaçiJes Ação Estática do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

o Vento a 0°: valores obtidos por meio de consulta às tabelas 3.1 e 3.3

D.V.
c:::>
~ 0
- 0,5
l~
I~
SEÇÃO A-A
"

It o
,
.
[ Tl-t- O
I
,4 . - 0,2
I I
i
-o.a:
0
- 0.6 1
0
- O2
0'

-
I

~ ~ - 0,2
l
-o.a - 0,6
0
- O2
'
0 0

SEÇÃO B-B
t- 0,2
-o,· t
10.0 20,0
-/

IV~~ ma",
b /3 =6,6
a/4 =1 0
en'' 1~
íY

(*) Observações de Interesse:


- Os va lores dos coefic ientes de fonna (Ce) destinam-se ao dimensionamento das tesouras e
dos pi lares;
- Caso algum elemento estrutural (por exemp lo, as terças) esteja numa zona de alto valor de
sucção (C~ médio), este elemento deverá ser dimensionado com tais valores;
- No cálculo dos coeficientes externos deve-se procurar os valores máximos de sobrepressão e
sucção.

do) Determinaçào dos Coeficientes de Pressào In/ema (Cp;)


d. I-) Duas faces penneáveis e as outras impenneáveis: não ocorre (por hipótese);
d.2-) Quatro faces igualmente penneáveis: Esta situação é possive l ser considerada, uma vez
que no oitão sem portão sempre existirão fre stas entre a alvenaria e as telhas.
Vento a 90° e 0° -7 Cp; = -0,3 ou Cp; = O

66
Ardo do Ve/llo /ws Edijicaçoc.\· Areio E.\'láriCll do Vento e Coejiciellles Ae/'Odinâmicos

d.3-) Abertura dominnlue com as outras faces penneáveis


d.3 . 1-) Abertura dominante na face de barlavento:
• Vento a O·
Área da abertura dominante: I portão, resultando em A d "" 16m2
Área das demais aberturas: I janela succionada e frestas nos oitõcs ( IOcm)
2
Adas "" 6,0 + 2 x 20 x 0, 1 "" 10 m
Relação ent re a abertura dominante e demais abertums succ ionadas.

~= :~ = 1 ,6"1,5 --> C,; =+0,3 (verlabe la3.9)


A""

• Vento:l 90'
Área da abertura dominante: 3 janelas próximas, resu ltando em Ad "" 18m2
Área das dema is aberturas: I janela iL sotavento e fre stas portão (5% de <irea) e oitões (I Ocm)
Ad:ls = 6.0 + 0.05 x 16 + 2 x 20 x 0, 1 = 10,8 m:!:
Relação elUre a abertura dom inante e demais aberturas slIcc ionadas.

~ = ~ = 1,6" 1,5 --> C. = +0,3 (verlabela 3.9)


A .. 10,8

d.3.2-) Abertura dominante na face de sotavenlO


• Vento a O·, considera-se abertura dominante : I portão ~ Cri = C~ = - 0,3

• Vento a 90·, considera-se abertura dominante: 3 janela s próximas -+ Cri = C~ = - 0,5

d.4-) A berlt/l'a dOllli/ltlllle em face paralela ao \Ie l/ (o :

• Vento a O', aberturas de janelas -)o Cp; = C~ = - 0,5 (valor de Cc para a região central)
Abertura domin:mte em al ta sucção extema não ocorre, pois luí poss ibi lidade
desprezivcl de ocorrer uma janela aberta na zona de alto va lor de sucção (Cpc médio).
Lembrar que o Cpc medio corresponde à faixa de 0.2b = 4.0m na parede do oitão.

• Vento 90·, portão --io C", = C~ = -0,5 (meio aberto portão. adotando valor menor de C.,)

Abertura dominnme em alta sucção externa não ocorre, pois o portão nào está s ituado
nesta região. Lembrar que o C"" médio eorrcsponde â ra ix a de O.2b - 4,Om na parede do oitão.

67
Ação do Vento nas Edificoç(jes Ação Estática do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

d5-) Valores extremos a serem adotados:


Normalmente, para uma estrutura similar a esta, tem-se como objetivo obter valores
máximos associados ao Cp de sucção e sobre pressão. Portanto, são adotados os seguintes
valores extremos finais:
Vento a O· ....... : Cpi = +0,3 e Cpi = -0,5 Vento a 90· ..... : Cpi =+0,3 e Cpi - -0,5

~ Coeficiente de Pressão (Cp = Ce - CpJ


e. l) Produto final para sucção no telhado

111 111

~ J ~ J
1,1\ 11 ,1 1,5 \ 1 0,7
, ~~- ,
''--~--..!'

1,1
- -
1,1
- -0,8

Ven to a O" Vento a 90 "

e. l) Produto final para sobrcpressão no telhado

0,2

~ -io,sL ~ ~-io, 5L ~
111 111

0,3
0,3
,
\,~ ___ I,

\ , I
0,3

1,2
0,7
~
,,
\,~-

,
I
__J 0,1

0,0

Vento a O" Vento a 90"

68
Açüo do Vellfo 1/(/.\' Edijka('üel' i l írio és/ótica du Vemo e Coeficle/lte.l· Ilerodillâmicos

3.3.2 Ed ificação co m tclhados múltiplos com uma :ígua vcrtical

Dctcnninar os coeficicntcs dc pressão para o ediric io (dimensões especificadas a


scguir), situado na cidade de São P<lu[o e destinado a ullla indústria com alio ralar de
ocupação. As dimensões c es peci fi cações estão ilustradas n<1 fig ura a seguir.
a-) Características da Edijicaçtio
___~7~2~.O~____________.
/ /

-/--/ í
12.0 12,0 12.0 12.0 12,0
í--'-~-·--'----'
12.0 4.5 9.0

íí í
,
POrta0 20 m2

"-
~
- -,
.'
<-Cf ABERTURAS FIXAS
0.30m

J-------,~
""
,
SEçAo A-A

b-) Defe/'lIIiJ/a('tio das velocidades caracferísfú.:as (V;J e preswies de oh.\'f /'I/ rtio (q)

b.l) Velocidade 8;\s;c,l: Localidade - Si:io Carlos ... -) Vo = 40111/s


b.2) Falar lopogr.í fi co (SI): Topografia comum ... -) SI "" 1,0
b.3} Falor Estatística 53 .......................................... - ) S3 = 1.0
b.4) Falor Estalisticn 5 2. pnrn ventos a 0°, 900 e 1800

Delerminação do Fator S1
Venlo (I fi' e Vento 1118f1' Velllo fi 9f1'
Classe B e Rugosidade IV Classe C c Rugosidadc 1V
h = 13 m (adolndo h = 15 111) h = 13 til (adotado h = 15 rn)
S, - 0,88 52 - 0,88

69
Ação do Vento nas Edificações Ação Estática do Ve"to e Coeficie"tes Aerodinómicos

Vale ressaltar que a existência de dois valores diferentes de S2, deve-se a diferentes
classes de edificações, neste caso, classes B para ventos a 0° e a 180° (superficie frontal com
dimensões 35x 13,5) e classes C para vento a 90° (superficie frontal com dimensões 60x 13,5).
Com base no~ fatores determinados, resultam:
Vento a 0° e Vento a 180° ..... --t Vk = 40xl,OxO,88xl ,O= 35,2 mls
.,
Vento a 90· ............................... V, = 40xl,OxO,84xl,0 = 33,6 m/s

Conseqüentemente, da equação 3.8, resultam:


Vento a O· e Vento a 180· ........ q = 0,613 (35 ,2)' = 759,5 N/m' " 0,76 kN/m '

Vento a 90· ............................... q = 0,613 (33,6) ' = 692,1 N/m' ,, 0,70 kN/m'

c-) Determinação dos Coeficientes de Forma Externa (CJ


Inclinação do telhado: 9 >"1:: 18° (por simplificação, será adotado 9 >"I:: 15°)

Relações de interesse: !!. =9,0 = O26 e .".= 72= 206


b 35 ' b 35 '

• Vento a 0°: ·valores obtidos por meio de consulta à tabela 3.6

1°·2 l°" lo.•


36.0 24 ,4 .. 11 ,6 ~

r l' T 1

o., D.V. "o·


lõ:f>o., i;;;®0' i;;;®0' 71"0., õ't"0"
'" o., o., o., o., o., <>

~_----=36",.,0,-__~t_o:24,::"-.l.~
~0.2 ~0 4 ~o .•

D.V. " o·

<>

70
Ação tio Vemo /ws EtlijiclIções Ação Es/(itic(1do Venta e Coeficientes Ae/'odinâmicos

• Vento a 180°: valores obt idos por meio de consulta à tabela 3.6

to, t02
-/o 11.6 .~,__2"4".4'---_,~--,,
36,,.O"___~,-

O.V. =180· 07
~ ---'--

t:=::l---'--
\ 0.2 \ 0.1 \ 0.1 \ 0.1 \ 0.1 02
\
O.V. = 180·
e:) ~ ~
~

• Vento a 90°: va lores obtidos por meio de consulta â tabela 3.6

0·4
-0.2

- 0.6

- 0.8

SEçAo A-A
'.

~ ~~ ~
i'C~cq;

SEÇÃO B·B

71
Açdo do Vemo nas Edificações Ação Estatica do Vento e Coeficientes Aerodinámicos

d-) Delerminação dos Coejicienres de Pressão Inferna (CpJ


d. I-) Duas faces permeáveis e as outras impermeáveis: não ocorre;
d.2-) Quatro faces igualmente permeáveis: não ocorre;
d.3-) Abertur;:t dominante com as outras faces permeáveis
d.3.1-) Abertura dominante na face de barlavento:
• Vento a O·
.Área da abertura dominante : não ocorre;

• Vento a 90·
Área da abertura dominante: não ocorre;

• Vento a 180·
Área da abertura dominante : Portão, resultando em ~ = 20 m2
Área das demais Aberturas: ÁdaJ = (O,3x35) x 6 = 63 m2
Relação entre a abertura dominante e demais aberturas succionadas.

; . = ~~ = 0,3 --> C" = +0,1 (ver tabela 3.9)


~,

d.3.2-) Abertura dominante na face de sotavento


• Vento a O· ....... : considera-se abertura dominante : I portão -4 C p; = C~ = -0,3

• Vento a 90·..... : não ocorre;


• Vento a 180·... : não ocorre;

d.3.3-) Abertura dominante em face paralela ao vento:


• Vento a O· ....... : não ocorre;
• Vento a 90·..... : valor médio das aberturas -4 C pi = C~ = -0,5

• Vento a 180·...: não ocorre;

d.3.4-) Abertura dominante em zona de alto Cpc médio:


• Ventos a O·, a 90· e a 180·... : não ocorre;

dA-) Para todas as direções do vento:


C p' = + 0,2 ou O (o mais nocivo)

72
Ação du Vel/IO 11{/~' EdiJic(I('{j e~' Ação Emitica do Vclll(J /! Cocficientes Ael'onínõmícos

e·) Dele/'lllinoÇ(io dos Coeficienles de Pressâo(Cp = Cp.t . Cp;}

• Ven to a O·
a·) Cp, = ·0,3

\.OA 0,3
~ ~

1,0
0,0 ~ -
~ -

• Vento li 90·: Cpi =·0,5

0,4
0,4 ~

corte AA (ver item c)

\0.3
, ~
0.3

0,0
0,0 ~

cone BB (ver itcm c)

• Vcnto li 180'
a·) Cp, = 0, 1

0,3 ~ 0,3
~

0.4
0,6 ~

,....... ... ~-
""
~ '

b-) C, - -0,2

0,3
~
'.
O,,
0,6 ~

.~ ~
""'"""""""' ....."

73
Ação do Vento nas Edificações Ação Estatica do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

3.4 COEFICIENTES DE A RRASTO

3.4. 1 Breve fundamentação te6rica

Para edificações cuja altura supera em muito as dimensões em planta, bem como
: possuem condições de aberturas dominantes à barlavento e à sotavento que podem conduzir a
,
várias hipóteses para a obtenção de valores de Cpi, como é o caso dos edificios de andares
niültiplos (e similares), torres treliçadas, estruturas reticuladas, a aplicação dos procedimentos
apresentados nos itens anteriores podem perder significado.
Para estes casos, a consideração da ação do vento em edificações altas passa a receber
um tratamento dentro de um contexto global, em que a superposição de efeitos externos
(forma) com efeitos internos (aberturas) é obtida por meio de um comportamento global da
edificação e representada por um único coeficiente, C., denominado Coeficiente de Arrasto.
A identificação do coeficiente de arrasto parte da consideração de que a força do vento
atuando numa superficie de uma edificação será admi tida sempre perpendicu lar a esta, e em
particular as obtidas por meio do coeficiente de pressão.
A força global do vento (F~ é a soma vetorial de todas as forças que atuam nas várias
partes que compõem a edificação. Esta força global poderá ser decomposta em várias
direções, sendo que a definição destas será de acordo com as condições e hipóteses a serem
efetuadas para o cálcu lo da estrutura.
Quaisquer destas forças, no caso, de arrasto, segundo as direções x e y, de sustentação,
etc, podem ser obtidas genericamente pela equação:

F = c".q.A (3. 18)

Na equação 3. 18, valem :


C· : coeficiente de força (específico para cada caso);
q : pressão de obstrução (já definida no item 3.1.3);
A: área da superficie de referência para cada caso.

A figura 3. 14 ilustra a força global e algumas das direções poss íveis de decomposição
desta força.

74
Ardo tio Vento lias Edificações Ara0 E.I'tútica d() Vento e Coeficientes Aerodilll;miL'os

FORÇAS AERODINÂMICAS

Fg= FORÇA GLOBAL

F., = FORÇA DE ARRASTO


DV
-> F,;=FORÇA DE SUSTENÇÃO

Fh=FORÇA HORIZONTAL

I--------- / F, = FORÇA DIREÇÃO


~-----" GENÉRICA 1

----~

Figl/ra 3./4 - Decompos ição da Força Globa l

3.4.2 Força de arrasto c coeficientes de arrasto

A força de arrasto é a co mponente da força globa l na direção do vent o, Esta força é


part iclliarmente importante, pois permite ao calculi sta de tenllinar ações com características
globais, ou seja, ações estas que serão apl icadas em toda a estrutura. De maneira an{lioga às
demais forças aerodi nâmicas, a força de arrasto será obtida pela equação:

F, = C, .q .A (3. / 9)

Na equação 3, 19, Fa é a força de arrasto e Ca é o coeficiente de arras to, q é a pressão


de obstrução e A é a oi rea da superficie de referência para cada caso, A aplicação prá tica mais
comum da força de arrasto ocorre quando da detemlinação da ação do vento em edificios de
andares múltiplos, torres, estruturas isoladas, Obter a força global numa direção do vento é
razonvelmente mais simples do que a aná lise da edificação em várias superficies.
Serão apresentadas a seguir as recomendações da ABNT NBR 6 123: 1988, referentes',
aos coeficientes de arrasto,

75
Ação do Vento nas Edificaç3ej Ação Esttitica tio Vento e Coeficientes Aerodinõmicos

3.4.3 Coeficientes de arrasto para edificação de seção constante e plan ta retangular

Segundo a ABNT NBR 6123: 1988, a detenninação de coeficiente de arrasto (Ca) para
edificações de planta retangular (edifícios de andares múltiplos) deve considerar,
.
principalmente, as condições de turbulência ou nào do vento que incide sobre a edificação.
.. O vento "não turb"lento (0 11 de baixa turbulência) ", caracterizado pela ausência de
obstruções como, por exemplo, em campo aberto e plano, foi o utilizado para a detenninação
.,
do Ca nos ensaios de túnel de vento. Para este caso, o gráfico reproduzido na figura 3.15
indica o valor do Ca em função da altura, comprimento e largura da edificação.

20

15
Vento I
..:..:::::::,~~ L_-,a,-_b...J L 1

h' L 1
I

/
/
"
,, ,
'--~'--,--~-'a,-!-:~~L--}-=-,---=, 0,5
4 3 2 1,5 1 0,8 0,6 0,4 0,3 0,2

L1 ' L 2

Fig ura 3.15 - Coeficiente de Arrasto Ca para edificações com Planta Retangular, situadas em
região considerada com vento de baixa turbulência.

76
Ação do Vento lias Edificações Açiío ESlárim do Vento e Coejiciellfes Aerodinâmicos

Já o vento considerado como "turbulento ", nonnalmente observado em grandes


cidades (categoria IV e V), tem como conseqüência principal li ma diminuição da sucção na
parede de sotavento. Neste caso, a força de arrasto deve considerar este efeito e a ABNT NBR
6 123: 1988 define, de maneira genérica, as condições mínimas para que se possa admitir o
vento de alta turb ulência, e conseqüentemente, obter o C~ . As recomendações da mesma
nonna estão transcritas a seguir:
- Uma edificação pode ser considerada em zona de alta turbulência quando sua altura não
excede duas vezes a altura média das edificações nas vizinhanças, estendendo-se estas na
direção e senrido do vento incidente, a distância mínima de:

.500 m etros, para l.uua edificação de até 40 m etros de altura:


./000 melros, para uma edificação de até 55 metros de alfura;
. 2000 melros, para uma edificação de a/é 70 metros de altllra;
. 3000 m etros, para lima edificaçüo de até 80 m etros de alfura.

Em outras palavras, para definir se uma dada ed ificação de interesse (já existente ou a
ser construída) , com altura total H está si tuada em região de vento de alIa lurbulência, basta
que se obtenha lima média das alturas das edificações vizinhas (h mcd ) situadas a lima distância
mínima (d min ) da edificação de interesse (d min de pende de H), na direção do vento incidente,
conforme ilustra a figura 3. [6, de modo que:

(3.20)

d min -.-
~

I
---~
- --.-- - - -
- ~ ~-~-
~

Vento H
h 'fned

--'-- :<Xv n I M~

Fig ura 3./6 - Esquema geral: Edificação de interesse com edificações vizinhas .

77
Ação do Vemo nas EdificaçiJes Ação Eslálica do VenlOe Coeficiemes Aerodinâmicos

Por exemplo, se uma edificação de interesse possui uma altura total H = 50 m, basta
tomar as alruras das edificações vizinhas situadas a uma distância de, pelo menos, 1000 m da
edificação de interesse, na direção do vento incidente. Se a equação 3.20 for verificada, a
edificação de i~teresse é cons iderada em zona de alta turbulência. Caso contrário, a edificação
de interesse é considerada em zona de baixa turbulência,
-, Admitido O vento de alta turbulência é possível reduzir o coeficiente do arrasto C.,
c\ljo valor pode ser obtido no gráfico da figura 3. 17.

~. .
- 6
/ / / 1/ /
-In!I / /
5
'"
~.
~1
'V
/ V / / 4

-1 / V 1
/ 3
I 1/
~
/ / I 2,5
I
I , / / 2
/ I/ 1
/
/ / 1,5
h/ L 1

1"''0/
/ /
, I
/ 17 V 1
I I I
II I1 I I ~.
r-
I/ / ) /
1/ / / 1I / 0,5
4 3 2 1,5 1 0,8 0,6 0,4 0,3 0,2

L1 / L 2

L2 L1
Vento
... a bl L1 L2 1 a bl
Vento t
Figura 3. / 7 • Coefic iente de Arrasto c,. para Edificações com Planta Retangular, situadas em
zona considerada com vento de alta turbulência.

78
Açiio do Vemo /ws Edijicações Açlio Emi,ic{/ do Vemo e Coeflciel/les Ae/'{Jdillâmico~'

Além de considerações com relação a ven tos de alta ou baixa turbulência, a ABNT
NBR 6123: 1988 prevê também a anmção da fo rça de arrasto com excen tricidades em relação
ao centro de torção da seção transversal da edi ficação, e utiliza para isto a seguinte frase:
"Devem ser considerados. quando for o caso, o efeilo da excentricidade da força de arrasto",

Com esta frase rica claro que o calculista deverá, ou não, utilizar a excent ricidade em
função do tipo de edificação a ser calculada, suas características e o modelo de cálculo.
Salienta-se que a aplicação da rorça de arrasto excêntrica irá introduzir o momento torçor.
O dimensionamento de um edificio de andares múltiplos com a consideração do
momento torçor exigirá do projetista o cálcu lo tridimensional , ou uma simplificação adequada
do efe ito da torção.
Não é objeto do presen te texto tcccr maiores coment.írios, porém, cabe o alcrta quanto
ao modelo de cálculo a adotar. Porém, vale destacar que as excentric idades previstas pela
ABNT NBR 6123: 1988 são consideradas confonne figura 3. 18 (no caso, planta retangular)
pelas seguintes relações:
• Edificações sem efeitos de vizinhança: Ca =: 0,075a e eb = 0,075b

• Edificações com efeitos de vizinhança: e a = 0, 15<1 e Cb = O, 15b

F ~ Edificacüo
IJ lF a /J lanl(l, da

eb ,-- _a_~ ~ :' b

•_ _ -",a_ _ ~
Figur(l3. / 8 - Esquema para detenninação das excentricidades da Força de Arrasto (F3 ) , no

caso, ea e eb, em relação ao centro de torção (ct).

Os efeitos de vizinhança, os quais afetam os valores de excentricidades, estão


diretamcnte relacionados à presença de obstiÍclIlos. Neste caso, os coeficientes de força e, em
particular o coeficiente de arrasto CC.), são afetados pela presença de obstáculos naturai s Oll

19
Açdo do Vemo nas Edificações Açào Estática do Vemo e Coeficieml!S Aerodinámicos

artificiais nos arredores de uma edificação. É extremamente dificil não SÓ considerar os


efe itos de vizinhança. como também dizer se eles serão benéficos ou não.
A ABNT NBR 6123 :1988 recomenda que estes efeitos de vizinhança sejam
considerados. ,!a edificação de interesse. até a altura do topo das edificações vizinhas situadas
.num círculo de diâmetro igual à altura da edificação de interesse (H) ou seis vezes o lado
''menor (6b). devendo-se adotar o "menor " dos dois valores.
A dificuldade em estabelecer com clareza as reais condições de vizinhança torna muito
"
ditici l avaliar seus efeitos, cabendo ao engenheiro projetista definir estas condições e adotar
aquelas que melhor a reproduzem.

3.4.4 Coefi cie ntes d e a r rasto para estruturas reticuladas

Estruturas reticuladas são muito usadas e compõem um tipo de sistema estrutural


adequado para uma gama enonne de soluções estruturais, principalmente quando os materiais
utilizados são o aço e a madeira.
Para estruturas reticuladas isoladas a ABNT NBR 6123:1988 apresenta dois gráficos
para obtenção do valor do coeficiente de arrasto. A figura 3. 19 fornece valores de C. para
reticulados planos isolados (treliças) constituídos de barras prismáticas com faces paralelas,
enquanto que a figura 3.20 fornece valores de C. para reticulados planos isolados (treliças)
constituídos de barras prismáticas de seção circular.

2,0

1,9 I"'" /
V
Ca
1,8

1,7
""I"" 1/
1,6 ~ V,
1,5
O 0 ,5 1,0
'P
Figura 3.19 - Coeficiente de arrasto C. para reticulados planos constituídos de barras
prismáticas com faces paralelas.

80
AçejO do Vemo 11(1.\' Edijica(:ries Açâo Estática do Vemo e Coejiciellle.\· Aerodillllmicos

,2

,I ,
-I _:d

O
,O

,.
,.
"'""'" '\
O ~

§§ ~
O,7

c.
O ,. L
0,5
n
I ' V 'O"

I I O: ,
O,5 ,0,1 ,
0,2 '
O,4 -+ I ,, ,

O,3 : I

O,2 , :, , ,
~

R.~ 70000 V, d ,
o,I
I I I
0,0 ' 2 3 4 5 • 7 •• lO' 2 3 4 5 6 7 •• lO' 2

Figura 3.20 - Coeficiente de arrasto C;I. para rCliculndos planos com


barras prismáticas de scção circular

A fo rçn de arrasto sed então obtida por:

F. = C•.q .A~ (3,21)

Na cq uaçfio 3.2 1, Ca é o coefic iente de alTasto, q é ,\ pressão de obstrução e Ac é a área


da superfic ie de rererênc ia para cada caso, devendo-se mencionar quc a :i.rea e retiva nada mais
é do que a projeção das barras do reticulado sobre o plano perpendicular i1 direção do vento.
O coeficiente 'I' da fígura 3.20 é o índice de área exposta, c constitui a relação entre a
área rroma l cretiva do reticulado (Ae) pela área rrontal da supcrficic limitada pelo contorno do.
reliculnclo.
IJara o C<lSO de barras prismáticas com seção circular, o gráfico que pcnnite obter a C"
cansidern o índice de área expasln W c o número de Reynolds, que pode scr obtido por:

81
Ação do Vento nas Edificações Ação Estótica (lo Vento e Coeficiemes Aerodinâmicos

R. = 70.000.V•.d (3.21)

Na equação 3.22, Vk é a velocidade caracteristica (em mls). d é o diâmetro das barras


do reticulado (em melros) e ~ o número de Reynolds.
É comum em estruturas metálicas e de madeira a ocorrência de vários reticulados
'(treliças) para a composição de uma edificação. Neste caso. é intuitivo perceber que a treliça
dQ barlavento irá oferecer uma certa proteção às demais, de maneira que a força de arrasto
deverá considerar esta proteção.
A ABNT NBR 6123 :1988 adota então um fator de proteção Tl que dependerá da
posição relativa de cada treliça em relação à direção do vento. Este parâmetro TJ. obtido em
função do coeficiente 'V. tem seus valores apresentados na figura 3.2 1.

1,1

1,0
., " 17-
Vento
,.. H --i} 6
5
1 2 n

Ca 1= C a treliça isolada
0,5 f----r__+_+-V \'''
" ',, ~ ,"-"I --+-+"+-2--i I
Can = Ca1 x (1+(n-1)'1 ) " " " 3

.\ 1

i
111 -'
Vento
,.. \'rl -+-t-',
[ ~~~ (1',,=,
1 1---1--j-I-+-+
o-t--i,e

0 ,5 1,0

Figura 3.2/- Coeficiente de proteção Tl para reticulados planos eqüidistantes

o coeficiente de arrasto para as estruturas reticuladas protegidas a barlavento poderá


então ser obtido pelo procedimento:

c. =C., [I +(n - I)."J (3.23)

82
Aç(io c/o Vemo nas Edijicaçiies Ação Estático do Vento e Coejiciemes Aerodinâmicos

Na equação 3.23, Cal é O coeficiente de arrasto da treliça sem proteção, n c o nllmero


correspondente fi pos ição relati va da treliça em relação à primeira na qual incide diretamente
o vento, 11 é o fator de proteção e C3n C o coeficiente de arrasto da n-ésima treliça.

3.4.5 Coefi cientes de ar n lsto para torres treli ça das

As torres treliçadas nada mais sào do que estruturas reticuladas, e a ABNT NBR
6 123: 1988 apresenta uma série de gráficos, em que é poss ível obter o coeficiente de arrasto.
Este tratamento di ferenciado dado às torres é devido nào só ao fato de tratar-se de estruturas
especiais, como também aos aspectos econômicos envolvidos.
Para torres de seção quadrada e seção triangular equillÍtera, O coe fi ciente de arrasto
pode ser obtido no gráfico apresentado na fi gura 3.22. Observa-se que o valor de C~

corresponde ao vento perpendicular a uma das fnces para a torre com seção quadrada ou
triangular.

3,6 ,.---- , - - - - - , - - - - - - - - - - - - - - ; - - - ,
3,5

2,5

Ca á ' II
vento de
qualquer direção
2

-- -- ----- ----
1,5
0,5 1,0
° P
Fig llm 3.12 - Coeficiente de arrasto C3 para torres trcliçadas com seção quadrada
e seção triangular equilàlera.

83
Ação do Vento nas Edificações Ação EslalicQ do Vento e Coeficietlles Aerodinámicos

Cabe observar em caráter complementar que para projetos específicos de linhas de


transmissão devem ser consultadas as nonnas:
ABNT NBR 5422: 1985 - Projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrico
ABNT NBR .8850: 1985 - Execução de suportes metálicos treliçados para linhas de
transmissão

.., Para qualquer ângulo de incidência de vento na tOlTe de seção quadrada, deve-se
corrigir o coeficiente de arrasto. A equação 3.24 pennite obter o coeficiente de arrasto para
um ângulo de incidência qualquer (C.,,,), sendo que este ângulo é medido a partir da
perpendicular a uma das faces. A figura 3.23 ilustra a orientação do referido ângulo a.

(3.14)

1,,
I '

a
Fig ura 3.23 - Ângulo de incidência (a) do vento sobre uma tOlTe treliçada
com seção quadrada

Na equação 3.24, C. é o coeficiente de arrasto obtido com o vento incidindo


perpendicularmente a uma das faces, a é a inclinação da direção do vento (em graus), C.,o. é o
coeficiente de arrasto segundo a direção do vento e ~ = I + 01125 :5 1,16.
A força de arrasto será obtida pela equação 3.25 e distribuída de maneira proporcional
às áreas frontais das respectivas barras, nas várias faces da tOlTe, de acordo com os valores
apresentados na tabela 3.13.

FI = C •.o. .q.A c (3.25)

84
Açt10 tio Venlo I/as Etiiflc(lç(je~' AçiiO t"srâtict/ tio Vemo c Coeficiellle.~ Ael'mlinâmicos

Tabela 3. /3- Fatores de Distribuição da Força de Arrasto nas várias races de


Torres Trel içadas

Direção do vento Co mp. Face I Face /I Face /1/ Face I V

~l + n
n O O
111

uOr\' ,
X +n

I I O O O O

n 0,20 0,20 0, 15 0, 15
,

p'V
111

, 0,20 0.20 0, 15 0, 15

,6 11
n 0,57 0, 11 0, 11 -----

,t , O 0, 19 0, 19 -----

I
0,50 O 0,37 ----
,6
n
11

I
[ , 0,29 O 0,2 1 -----

n 0, 14 0,14 0,43 -----

~
11 /
/

/" I
, 0,25 0. 25 O -----

,
n: componente perpendicu lar:i racc
I: componente paralela <i race

85
Açdo do Vemo nas EdificaçiJes Ação Esuilico do Vemo e Coeficientes Aerodinâmicos

3.4.6 Coeficiente de fo rça para bar ras prismáücas, muros e placas

Este item apresenta os coeficientes de forca (Cr) aplicáveis às barras prismáticas,


muros, placas e estruturas isoladas. De maneira análoga àquela apresentada nos itens
anteriores, a força do vento em um muro ou uma placa é obtida pela equação 3.26, em que Cf
é o coeficiente de forca , q é a pressão de obstrução e A é a área de placa ou muro.

,F = C" q,A (3,26)

Esta força é suposta perpendicular à superficie do muro ou da placa, em que estudos


realizados em túnel de vento indicaram que a incidência critica do vento não é ortogonal à
superficie. A inclinação do vento em relação ao muro ou a placa faz com que exista uma
excentricidade no ponto de aplicação da força em relação ao eixo médio.
Na tabela 3.14 estão reproduzidos valores do coefi ciente de forca Cre a excentricidade
do ponto de aplicação da força F.

Tabela 3.14 - Coeficiente de Força C/para M uros e Paredes


Uh C! 60 (sem placas de extremidades)
lAt = 10 lAt = I
l.1h C! 10 (eom placas de extremidades)
, .
1~

F)
~
I

~
t F

I
a _ 90°
v'Fa I
a = 50" c = 0.31 a = 40" c co 0.41
c " 0.51
L L
-f f 1 f-

a = 90"
h
;,: 0.25 h
7nnJ>n177)/7177177h
Cr = 2,0
Ek~=2.
a = 900
a = 50"
Cr = 1,3
C, - 1,6
a = 90"
°1
~.....
777777777nni77.

a = 40"
;r; 0 ,25 h

Cr - I•15
C, = 1,8
~

7/7777777/?7777777777h
I ~~~~ ~.
a= 900 Cr = 1,2 a =90° Cr '" 1,1
a " 90° (;, = 1,2
a = 50° Cr = 1,5 a = 400 C ... 1,5

Ressalta-se que para relações intennediárias entre o comprimento e a altura (l lh), vale
a interpol ação linear, tanto para o Cf como para o parâmetro "e" (posição de força).

86
Açtiv do Vento I/as Edificações Açdo Estática do Ve/lto e Coejiciell(eS Aerodi/lâmicos

3.5 EXEMPLO DE A I' L/CAÇA-O - Determinaçc;o da força de arrasto e do momento de


tombamento

Para a edificaçào ilustrada a seguir, no caso, cdific io de andares múlt iplos com pla nta
retangular, pede-se detcnninar os carregamentos estáticos Força de Arrasto e Momento de
Tombamen to, utilizando as figuras 3. 15 e 3. J 7. As características da edificação em q uestão
silo as seguintes:
• Dimel1sões gerais da edificaçcio:

,- !) 1'. 2

I
50 l1'1.

-
OV. t

,.
30 m

._ L -_ _ _- ' - _ '

• Características e hipóteses adotadas:


Velocidade básic'l adotada : Vo ::: 45 m1s
Categoria 11 (terreno abeno em nível) e Classe B (maior dimensão igual a 50 111)
Edificução em zona de baixa turbulência: Vento nào IUrbulenlo

• Coeficiel1tes de arrasto:
ao) Para li direção do vento - DV. l

fI = 30 m t!::: 15 m b =50m

h
obtém-se: iL=?O
(2 -,
c -=167 - ) C~ :a 1.35
/, '

b-) Para a d ireção do vento - DV .2

b = 50 m

obtém-se: i.c=
e~ 05, c ~ = 333 C. = 1,00
e, '

87
Ação do Vemo nas Edificações Ação Eslático do Yenlo e Coeficieml!S AerodinâmicoJ

• Níveis considerados para a edificação:

.,
50 m

~ ......,.L---_.....I.....

• Velocidade característica do vento na edificação:


SI = 1,0 (admitindo terreno plano);
S) = 1,0 (admitindo edificio habitacional com alto fator de ocupação);
S2 = a ser determinado por trechos.

• Carregamentos estáticos F" e M,: Direção de vento / (DV./)

TRECHOS H; V o SI S) S2 V. q q",
(m) (mls) (kN/m') (kN/m)

1 10 45 ,0 0,98 44,10 1,19 35,77


2 20 45 ,0 1,04 46,80 1,34 40,28
3 30 45 ,0 1,08 48,60 1,45 43,44
4 40 45 ,0 1, 11 49,95 1,53 45,88
5 50 45 ,0 1, 13 50,85 1,59 47,55

Obs: FI"" Força de Arrasto e Ml "" Momento Tombador.

88
Açtio do Vemo nos EcJificações Açâo ESlálica do I'elllo e Cocficiclllc,)' AerQdinâmicos

Resultado de Ca X q c-q. em (kN/m):

50 m ~

• 6 /1, /10
5

40 rn -
4

61,97
30 m
~
58,73
20 m , ,,
5 /1, 27
la rn -1
'18,20
,. . ,,~

F, = L f, = (64,40)x 10 + (6 1,97)x 10 + (58,73)x I0 + (57,24)x 10 + (48 ,20)x 10 = 2,905,4 kN

M, = L f, h, = (64,40)x I Ox45 + (6 1,97)x 10x35 + (58 ,73)x IOx25 + (57,24)x I Ox 15 +


(48,20)xI0x5 = 77,06 1,5 kN ,m

• Ca rregamelltos estáticos F" e M{: Direção de vellto 2 (DV2)

TRECHOS H, V o SI S} S, V, q q,.
(m) (mls) (kN/rn' ) (kN/m)

I 10 45 ,0 0,98 44,10 1, 19 17,85


2 20 45 ,0 1,04 46,80 1.34 20, 10
3 30 45 ,0 1,08 48,60 1,45 21,75
4 40 45,0 1, 11 49,95 1,53 22,95
5 50 45 ,0 1,13 50,85 1,59 23 ,85

Obs: Fa = Força de Arrasto c M, = Momento Tombador.

89
AçiJo do Vento nas Edificações Ação Estática do Vento e Coeficientes Aerodinâmicos

Resultado de q.. (kN/m) :

~
23,85
~
22,95
30 Tn

., 50 Tn
OJ
2 1,75
20 Tn
[D
20, 10
10 m
[TI
17,85

F. = L f; = (23,85)x 10 + (22,95)x 10 + (21,75)x 10 + (20,1 O)x 10 + (17,85)x 1O= 1.065 kN

M, = L f; h; = (23,85)xlOx45 + (22,95)x10x35 + (2 1,75)x 1Ox25 + (20,10)x1Ox 15 +


( 17,85)x 10x5 - 28.515,0 kN.m

90
A{'tio do Vellfo lias Edificações ,,{'tio do Vemo - A~1JeCIOS CompfemelllclrL's

4. AÇÃO DO VENTO - ASPE CTOS COM PLEMENTARES

4. I INTRODUÇ/-i o

Como relatada nos capítulos antenorcs, a ação do vento está associada a um


carregamento estntico equ ivalente que, para a maioria das edificações correntes, corresponde
a lima hipótese razoavel, simples de ser util izada e cujos resultados são comprovndamcnte
representativos do fenômeno a scr estudado.
O vento, porém, é uma ação predomi nantemente dinâmica c, algumas vezes, este
aspecto nào poderá ser descons iderado. Alguns destes aspectos ser:io abordados rapidamente,
de maneira a permiti r apenas um entendimento gemi dos seus aspectos.
Paralelamente à ação din:imica, este capitulo apresenta também comentários gemis
sobre a intcmção entre edificações próximas, aspecto este dificil de ser cons iderado no cálculo
da açào do vento, porém imp0!1antc.
Estes efeitos de interação entre edificações podem numentar substancialmente os
coeficientes de pressão ex tema em edificações próxi mas, bem como causar desconforto a
usuários em áreas próximas ':IS edificações.
Comen t:í rios gerais sobre a questão ··col/forto de tI"CIIISellllles" estào lambem re latados
neste capitu lo, o que poderia ser entendido como um "esl{/do {imile de serviço" da ação do
venlo, ou sej n, nào traz maiores cOllseqüências do POllto de vista de dlculo de edificação. '.
Porêl11. pode inviabilizar a uti lizaç:io de uma :iren próxi ma às edificações devido a aceleração
do vento em função da interação com outrns ed ificações.
Apresenta-se. também, o Illodelo si mpli ficado para o cálculo dn resposla din:1mica em
cdificios de andares multiplos.

91
Açàc do Vento nas Edificaçiks Açdo do Vento - Aspectos Complemelllores

4.2 INTERAÇÃO ENTRE EDIFICAÇÕES -Aspectos Ger.is

Pode-se descrever a interação como as alterações causadas no campo aerodinâmico de


uma edifícaçã? devido a presença de obstáculos nas proximidades desta.
Estas alterações no campo aerodinâmico podem causar um aumento significativo da
.. velocidade do vento que irá incidir sobre a edificação em estudo, causando aumentos
consideráveis
.<
nos coeficientes de pressão externa, desconforto aos transeuntes nas regiões
próxi mas à edificação ou mesmo, em outros casos, sendo benéfica e "protegendo-as".
Os principais tipos de interação entre edificações estão descritos a seguir, salientando-
se que não é possível a adoção de coeficientes nonnalizados para estes efeitos dev ido a grande
variedade de possibilidades. Cabe ao calculista conhecer estes fenômenos c, em ulti ma
instância, solicitar ensaios sobre a edificação e seu entorno.

4.2.1 Deflexio vertical do vento

A deflexão vertical do vento é causada pe la presença de obstáculos e outras


edificações na região a barlavento da edificação em estudo. A figura 4.1 ilustra este aspecto:

R.g ião dI tlII05


~.Ioc i dodtls

Figura 4.1- Deflex:ão vertical do vento

o aumento da ve locidade pode causar danos localizados à edificação e também


aumentar consideravelmente os coeficientes de pressão ex.terna. O pro( Blessmann relata que
os coeficientes de pressão ex.terna podem atingir valores próximos de -2,0 (sucções).

92
Açâo do Velllo IUH Edijicações Ação do Vento - Aspectos CompJementare~·

4.2.2 Turbulência de esteira

A turbulência de esteira, fig ura 4.2, é causada pela presença a barlavento de uma outra
edificação que, após ser atingida pelo vento, faz com que a esteira a sotavento, ao atingir a
edificação em eShldo , cause efeitos dinâmicos e alterações considerâveis na pressão ex tema.

Rtlgião aftlfadtJ pIIJa


turbu l i"cilJ

Figllra 4.2 - Turbu lênci a de Esteira

As conseqüências deste tipo de turbu lênc ia são nonnalmente danos em vedações e


caixi lh os, bem como desconforto aos transeuntes.

4.2.3 Efeito Venturi

o efeito Venturi, figura 4.3, é causado pelo "afunilamento" do vento devido à


proximidade de outras edificações, causando uma aceleração da velocidade do vento na região
do aru nilamento e, conseqüentemente, alterando as pressões nas edificações.

'-_ _ R~giõ~s
/ Af~tadas

Figllra 4.3 - Representação do " Ereito Venturi".

93
Açdo do Vemo nas Edificações Açdo do Vento - Aspeclos Complementares

Os valores da pressão externa são alterados nas regiões das duas paredes
confrontantes. e o coeficiente de pressão pode atingir -2.0 (sucção).

4.3 CONFORTO DE TRA NSEUNTES E usulÍRJOS DAS EDIFICAÇÕES


"

4~.1 Conforto dos transeuntes

O conforto de transeuntes próximos às edificações está diretamente associado ao


aumento da velocidade do vento que ocorre próximo ao terreno. Este aumento de velocidade
associado à movimentação de PÓ. areia, folhas e chuva podem causar um grande desconforto
e, em casos extremos, inviabilizar a utilização dos arredores de uma edificação em dias de
ventos fortes.
Este aumento de velocidade está associado ao fluxo de ar descendente que ocorre na
parede de barlavento, combinando com os vórtices que surgem nos cantos a barlavento da
edificação. A figura 4.4 ilustra este efeito.

Regido mais
af,tado

Figura 4.4 - Aumento da velocidade do vento devido ao fluxo de ar descendente.

Paralelamente a este efeito causado pela própria edificação, que quanto mais alta
maior será a velocidade do vento na região próxima ao terreno, existe também o "Efeito
VelJ/ur;" que pode causar um aumento considerável na velocidade do vento entre duas
edificações próximas. A figura 4.5, extraída do livro "Progressive Architeclllre indica várias
H
,

situações de aumento da velocidade local que podem afetar as condições de ocupação no


entorno de edificações.

94
AÇWJ
- do Vell/o lias tdificlJçÕeS
" Açao
- do Vento - I Jspecf()~. Complem n~
", ares

, ( ~I
1 \ / /
'~j

.
~:'.'-:: "",""""""" ,~.~ ~ -"' I-
'''. ''''''''''''

Fig ura 4. 5 - f enômenos q ue pIOVOC'l!


, 11 aumento ! velocidade no en torno d c eddic,"ções
(e >
95
Ação do Vento nas Edificações Açdo do Vento - Aspectos Complementares

Do ponto de vista arquitetônico existem algumas soluções que se aplicam quando o


aumento da velocidade do vento pode inviabilizar a utilização de áreas próximas de
edificações, particularmente em cidades em que a freqOênc ia de ocorrência de ventos
moderados e fo.rtes é elevada. A figu ra 4.6 ilustra alguns destes exemplos .

.,

til Pt7II""tOl iI,f"iotw CDn d~ bl Marquis.s .", lodo o


,u~rio,.s . . • dilt"cios co"tor"o.

co_,w\
--------
, I 1/
c) CDt.r/urtl .,,/r• • difiCIJÇÓft di Edi ffcios com planla
~irinhtlJ . circular.
Figura 4.6 - Exemp los de soluções arquitetônicas que me lhoram O contorno da
edificação no referente à velocidade do vento.

4.3.2 Conforto de usuários das edificações

o desconforto para os usuários de edifícios que ocorre em razão da ação do vento


pode ser resumido a: ruído em janelas, entrada de água e pó em caix ilhos e oscilaçõcs devido
à ação dinâmica do vento. Os aspectos relativos ao ruído em janelas e a entrada de pó e água
são resolvidos por meio da utilização de caixilhos, devidamente projetados, que atendam às
solicitações devido ao vento.

96
I/ÇriO do Ve!llo lias Edijicações Açâo do Vemo - Aspectos Compleme!llares

As osci lações de edificios altos, provocadas pela ação do vento, se correlacionam com
a esbeltez destes e também com a percepção do ser humano em detectar estas osci lações. Há
pessoas mais sensíveis que são muito afetadas por estas solicitações. causando desconforto e
insegurança. Estes problema s devem ser evitados, pois caracterizam um estado limite de
serviço.
Vários estudos fo ram realizados sobre o tema, e a principal conclusão obtida para que
ta l fa to nào ocorra é projetar cdiricios cuja freqüência nanlral seja devidamente estlldada, de
ta l fo rma que sejam controlados os deslocamentos horizonta is, bem como a aceleração que
provoca estes desloca mentos.
A fi gura 4. 7 reproduz os resultados obtidos 11 0S trabalhos de Cl-IANG (1967), em que
se correlaciona o conforto humano com o período de oscilação da edificação.

14 35
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O
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5

O
O 2 4 6 B 10 12 14
Perfodo, em segundos

Figura 4. 7- Confo rto humano e deslocamento lateral de edificios (CHANG. 1967).

97
Ação do Vemo nas EdljlcoçQes Ação do Vemo - Aspectos Complementares

4.4 A AÇÃO DINÂMICA DO VENTO

A ação dinâmica do vento em detenninadas edificações não pode ser desprezada, pois
estes efeitos a~mentam em muito as solicitações, o que pode levar a estrutura à ruína.
A resposta dinâmica de uma edificação está relacionada à freqüência natural, ao grau
"de amortecimento dos materiais empregados e à rigidez global, sendo, portanto, uma
~icularidade de cada edificação. Estes efeitos são importantes em estrutura esbeltas e
flexívei s.

4.4.1 Desprendimento de Vórtices

o desprendimento de vórtices (em paredes laterai s) pode provocar forcas periódicas


importantes, e produzir vibrações transversais à direção do vento.
Estes vórtices estão associados à freqüência de desprendimento, à dimensão linear da
estrutura e à velocidade do vento, e será critico quando a sua freqüência de desprendimento
aproximar-se da freqüência natural da estrutura. Pode ser expresso matematicamente por:

s= f.L (4.1)
V

Na equação 4.1, S é o número de Strouhal (função da fonna de edificação, do número


de Reynolds das características do fluxo), fé a freqüência de desprendimento dos vórtices, L é
a dimensão linear da edificação e V é a velocidade do vento.
Para as estruturas flexíveis é conveniente estimar a velocidade crítica que corresponde
à ressonância, obtida pela seguinte equação:

v = f •.L
(4.2)
• S

Na equação 4.2, VCf" é a velocidade crítica, FI1 é a freqüência natural da estrutura, L é a


dimensão linear da edificação e S é o número de Strouhal (equação 4.1). É conveniente que
esta velocidade critica seja elevada a ponto de minimizar a possibilidade de ressonância.

98
Açlio tio Vento nas EdificaçlieJ Açrio do Vellfo - Aspeclos Complememol'l's

A figura 4.8 ilustra o desprendimento de vórtices de uma estrutura circu lar, as


oscilações transversais e as possívei s deformações da estnltura.

8
--~- - --T-----r--n ---1
.. - I - I . I -- -t,-- a1 Vo-r t ;c ~ s d~
~ _~ ~
- -----'--- - - ~ -~----~
I I I
Von /(tírmón

Osc il açõo
Trans vttrsol

-i?f--e-~-e-iZf-l- cl
O."olizoçõo

Figura 4.8 - (a) Desprendimento de vórtices, (b) oscilações transversa is e


(c) deformação de uma estrutura com pla nta circular.

4.4.2 Efeito de Ga lope

o efeito de galope ocorre em estmturas leves e esbeltas (por exemplo, pilares vazados,
cnbos de alta tensão, viadutos com grande altura, pontes pênseis). Caracteriza-se por
oscilações transversais fi direção do vento, cuja amp litude aumen ta com a velocidade do
vento. Resumidamente, pode-se dizer que a componente vertica l da ação do vento é a
responsável por este efe ito.

4.4.3 Efcito de Golpe

o efeito de golpe ocorre devido à turbulência existente na esteira de uma edificação


situada a barlavento. Os vórtices desprendidos da edificação a barlavento irão so licitar a
edificação de maneira succssiva, podendo produzir oscilações cuja freqü ência será definida
pela turbul ência de esteira. A figura 4.9 ilustra este efeito.

99
Ação do Venlo nas Edificações Ação do Vento - Aspectos Complementares

TurbulillCIG

..
"

., Figura 4.9 - Representação esquemática do Efeito de Golpe

4.4.4 Energia de Rajadas

Este efeito é decorrente da energia cinética contida nas rajadas e, independentemente


das ações dinâmicas. pode influir Das oscilações de uma estrutura.
O "efeito de rajada" constitui um fator importante para a determinação das ações
devidas ao vento, e algumas nonnas internacionais (por exemplo. americana e canadense)
utilizam este princípio para a majoração do coeficiente de pressão, quer para análise estática,
quer dinâmica. Nestas normas utiliza-se, portanto, o fator de rajada G (Gust Factor).

4.4.5 Drapej amento

Este fenômeno de instabilidade afeta estruturas em que existem dois ou mais graus de
liberdade que irão produzir um acoplamento das vibrações nestas direções. Este fenômeno
deve ser analisado para pontes esbeltas, sujeitas a deslocamentos horizontais, verticais e
torsionais.

4.5 CONSIDERAÇÕES GERA1S SOBRE A AÇÃO DINÃM1CA DO VENTO EM


EDIFÍCIOS ALTOS

4.5.1 Aspectos Gerais

Os efeitos dinâmicos em edificios de andares múlt iplos estão diretamente associados


ao período fundamental da edificação e às flutuações da velocidade do ar (rajadas) atuando
num dado período de tempo.

100
..-lçtiu do Vento IIOS Edificações Açtio do Vento - AspeclO.\' CO/llpl /!/II/!mares

Para a análise dinâmica, a norma bras ileinl admitc que a velocidade média mantém-se
aproximadamente constante durante dez minutos, devendo-se assim ser calculada a
velocidade de projeto, corrigindo as velocidades básicas obtidas do gráfico de isopletas, as
quai s consideram rajada s dc três segundos.
A NBR 6123 recomenda também que, para edi ficações com períodos Fundamentais
superiores a um segundo, deve-se considerar estes eFeitos dinâmicos. Prescreve dois tipos
possíve is de anál ise: o modelo contín/lO simplificado e o modelo discreto. A seguir, são
apresentados os aspec tos gerais da aná lise por meio do modelo comíll/lo simplificado.

4.5.2 Velocidade de proj eto e pllrâmc(ros para análise dinâmica

A velocidade de projeto será obtida para um período de 10 minutos:

(4.3)

Na equação 4.3 , Vo é a velocidade básica obtid<l por meio do gráfico das isopletas, SI é
o Fator topográfico, S3 é o Fator estatístico e 0 ,69 o Fator de co rreção da velocidade em função
do tempo de rajada de 3 segundos para 10 minutos .
A velocidade assim obtida será utilizada tanto para o modelo contí nuo si mplificado,
quanto para o modelo di screto, sendo que a variaç.ão do perfi l de velocidade poderá ser feita
com a altura, de maneira semelhante ao apresentado no capinllo 2.
A variação da pressão de obstntçào com relação à altura pode ser feita considerando o
perfil esca lonado, o que consiste na divisão da edificação em trechos, e adotando-se o fator
n lgosidade do terreno (S2) para o topo do trecho considerado. Estas considerações já foram
discutidas anterionnente.
Considera ndo a resposta dinâmica das edificações, a pressão de obstmção será obtida
com a variação do perril de velocidade, altura e os panimctros dinâmicos.

101
Ação do Vento nas Edijicoções Ação do Vento - ASpectos Complementares

4.5.3 Resposta dinâmica na direção do vento

Os parâmetros para determinação dos efeitos dinâmicos do vento são apresentados na


tabela 19 da ABNT NBR 6123 : 1988, no caso, valores aproximados, reproduzidos na tabela
4. 1.

Tabela 4. J Parâ1tU!lTos para efeitos dinâmicos do vento


,
TIPO DE EDJFlCAÇAO Y ~ TI - 1If l
Edificios com estrutura aporticada de 1,2 0,020 0,05 + O,Ol5h
concreto, sem cortinas. (h em metros)
Edificios com estrutura de concreto para 1,6 0,0 15 0,05 + O,O l 2h
absorção de forças horizontais.
Torres e chaminés de concreto, com 2,7 0,015 O,02h
seção variável.
Torres, mastros e chaminés de concreto, 1,7 0,010 O,Ol5h
com seção uniforme.
Edificios com estrulllra de aço soldada. 1,2 0,010 O,29,/h - 0,4

Torres e chaminés de aço, com seção 1,7 0,008


uniforme.
Estruturas de madeira ----- 0,030

Com relação à tabela 4.1 , Y é o fator da equação do primeiro modo de vibração, ç é a


razão de a mortecimento crítico, T I é o período de retomo e fI é a freqüência natural da
edificação de interesse (fI = Irr l )·
A variação da pressão dinâmica, considerando o método simplificado, é feita com base
no primeiro modo de vibração e pode ser expresso por:

q(z) ~ <i,b'[(!..)'
Z,
· +(~)'(~)'
z,
1+2y ç]
h I +y+p
(4.4)

- -:
qo = O,613 .V, (qoemN/m 2 e V, emmls) (4.5)

102
Açôo do Vemo lias Edificações Ação do Vento - Aspectos Complemelllores

Para as equações 4.4 e 4.5 , valem :


qo = "pressão" básica de projeto (não considerando o fator S2)
Vp = velocidade de proj eto
P = expoente - m gosidade do terreno (tabela 4.2)
b = parâmetro meteorológico (tabela 4.2)
z = altura do terreno no ponto considerado
z, = a ltura de referência (10m)
h = altura de ed ificação
y = coeficiente, já definido

ç= coeficiente de ampliação dinâmica (Tabelas)


q(z) = pressão dinâmica em função da cota (z)

Tab ela 4.2 - Valores para aplicação das variáveis p e b.


Categoria de Rugosidade I 11 111 IV V
p 0,095 0, 15 0,185 0,23 0,3 1
B 1,235 1,00 0,865 0,7 1 0,50

Os gráficos, apresentados no ANEXO da ABNT NBR 6 123:1988, permitem obter o


coeficiente de ampl iação dinâmico, para as várias mgosidades e em função da velocidade de
projeto, freqüência e largura da edificação bem como o fator de amortecimento .

103
Artio do Vento lias Edificações !lcitle!J{es Causados pela A('tio do Vemo

5. ACIDENTES CAUSADOS PELA AÇÃO DO VENTO

Neste capítu lo scr.10 abordados a lguns aspectos aerodimimicos e estrunlmis


responsáveis por acidentes causados pela ação do vento nas edificações. Salienta ~se que serão
comentados apenas alguns aspectos, tendo em vista não só a complexidade do tema, como
também as dificuldades de, após um acidente, determinar com clareza as reaIS causas que
originaram a ruína de uma edificação.

5. 1 ASPECTOS ,'ERODIN-lMICOS LIGADOS , lOS ,' CIDENTES

5.1 .1 Comentários Preliminares

Como já mencionado, é muito dificil estabelecer as causas prováveis de um acidente


devido à ação do vento. Neste item são abordadas, basica mente, as causas dos acidentes
dev ido aos aspectos aerodinâmicos . Os aspectos aerodinâmicos aqui analisados sào: a
velocidade do vento. a presslio in/ema e os efeitos localizados dos allos valores de CfIi!'
Normal mente, os acidentes camcterizados como decorrentes dos aspectos
aerodimimicos são assoc iados a pequenos danos, destelhamentos local izados e danos
estru turais leves, ress alvand o~se que nào estào aqui in clusos os erros de projeto.
Estes aspectos sào assi m considerados , pois é muito dificil a ocorrência da ruína tala I
ele uma edificação devido somente a problemas aerodinâmicos. Nonnalmente, a ruina ocorre
devido a uma somatória de problemas, incluindo erros de projeto, de execução e na avaliação
das ações devido ao vento.

105
Ação do Vento nas Edificações Acidentes Cousados pelo Ação do Vento

5.1.2 Aspectos Referentes aos Efeitos localizados devido ao alto valor de C~

Os acidentes mais comuns causados em razão de altos valores de Cpe são, basicamente,
os entroncamentos de telhas localizados e problemas em fachadas de edificações, como por
exemplo, danos em caixilhos.
Para o cá lculo estrutural são previstos coeficientes de pressão externos médios para as
várias superfícies que compõem uma estrutura, porém valores elevados em regiões
.,
localizadas das edificações podem superar em muito estes valores médios, conforme já
apresentado no capítulo 3.

5.1.3 Aspectos Referentes à Velocidade do Vento

Como já descrito anteriormente, a velocidade básica utilizada para o dimensionamento


de estruturas foi obtida por meio de resultados de medições efetuadas em várias regiões do
país, e com o devido tratamento estático.
É de grande importância a avaliação da velocidade básica do vento, Vo, para uma dada
região, pois se deve lembrar que a pressão de obstrução (q) é função direta do quadrado da
velocidade. Em outras palavras, um erro na avaliação da velocidade básica pode conduzir a
variações consideráveis na pressão de obstrução, O que poderá acarretar danos nas estruturas
assim consideradas.
Pode-se dizer que este tipo de problema envolve, basicamente, erros de projeto e que é
de inteira responsabilidade do engenheiro calculista. A avaliação da velocidade básica devera
ser feita com acuidade, tendo em vista que a sua majoração pura e simples conduzirá a ações
de valores elevados provocadas pelo vento, podendo representar custos excessivos.

5.1.4 Aspectos Referentes à Pressio Interna

Os acidentes cujas causas originam-se em razão da pressão interna, podem ser


divididos em dois tipos. O primeiro consiste na avaliação incorreta da pressão interna, em
particu lar, nos casos de sobrepressão interna, cujos valores podem ser elevados, conduzi ndo a
destelhamentos ou mesmo a ruina de uma edificação.

106
Açtio do Vel/to IIlJS Edijicações Acidentes Causados pc/o Açao do Velllo

As aberturas a barlavento sejam em função de janelas, portas, ou causadas pela ruptura


de vidros ou paredes devido à pressão externa, tem sido responsáveis por vários acidentes. A
correta ava liação dos coeficientes de pressão interna ou a utilização de "abertllras de
emergência" para as sobrepressões internas são os procedimentos que devem ser adotados.
Estas "aberturas de emergência" podem ser janelas basculantes situadas em regiões de
sucção externa ou mesmo a má fixação de algumas telhas que, ao gerarem aberturas
succionadas, causam uma depressão interna diminuindo os efeitos das sobrepressões devido à
pressão interna.

5.2 ASPECTOS ESTRUTURAIS DOS ACIDENTES DEVIDO À AÇÃO DO VENTO

5.2.1 Aspectos Preliminares

Os acidentes causados pela ação do vento em edificações tem várias causas devido aos
aspectos estruturais. Na maioria das vezes compreendem uma sucessão de erros que vão
desde o proj eto até a execução.
Após um acidente com ruína tota l da edificação torna-se, com raras exceções, dificil
estabelecer qual foi o problema estrutural que rea lmente causou a ruína. O que se tem
observado nos acidentes que, diga-se de passagem, são bastante freqüentes , é uma sucessão de
erros estruturais de execução, e até mesmo na qualidade do material empregado. A seguir, são
apresentadas as principa is causas estruturais responsáveis por acidentes.

5.2.2 Comentários Cerais referentes a Erros de Projeto

Os erros de projeto estão nonnalmente associados à própria detcnninação da ação do


vento, ou seja, a avaliação correta da pressão de obstrução e dos coeficientes de pressão e
também da concepção estrutural e dimensionamento adequado dos elementos estruturais.
Entre os erros mais comuns destacam-se: fundações inadequadas, sistemas dç
contraventamenlo mal projetados ou inexistentes (em particular nas estruturas de madeira e
aço), detalhamento inadequado com as hipóteses de cá lculo (apoios mal executados, detalhes
de annaduras incorretos, ausência de elementos, etc) , não consideração da ação do vento
(COIllUIll em ediftclos de andares múltiplos) etc.

107
Ação do Vento nas Edificações Acidentes Causados pelo Ação do Vento

Fundações inadequadas para uma edificação, normalmente são decorrentes de erros do


calculista ao não considerar os efeitos do vento, em particular, os efeitos de sucção que
ocorrem na edificação. Estes efeitos podem causar uma ação ascensional na fundação (em
particular par.a galpões leves) que no extremo conduz à ruína da edificação.
Sistemas de contraventamento de coberturas, de aço ou madeira, são muitas vezes mal
projetados ou, em outros casos, nem existem, O que poderá acarretar a flambagem de
..elementos estruturais ou de toda a estrutura, conduzindo à ruína.
O contraventamento inadequado dos pilares é outra importante causa de acidentes
devido ao vento. Muitas vezes ocorre a flambagem de pilares o que, com certeza, acarretará a
ruína da edificação.
O mau detalhamento de aparelhos de apoio tem sido a causa de muitos acidentes. Este
aspecto é particularmente importante na ligação de estruturas com diferentes materiais
(exemplo: colunas de concreto e coberturas de madeira ou aço). Não são raros os aparelhos
de apoio que não têm nenhum tipo de fixação para força ascensional do vento.
Na concepção estrutural, são cometidos erros que têm conduzido muitas estruturas à
ruina devido à ação do vento. Este aspecto compreende a má concepção da estrutura quer do
ponto de vista de elementos estruturais devidamente calculados para resistir à ação do vento,
quer no "caminhamento dos cargos" ou mesmo na concepção "espacia'" de uma estrutura.
Pode-se dizer que a má concepção estrutural é um erro de projeto, resultante de uma
somatória de equivocos, cujo resultado poderá ser a ruína da edificação, sendo de total
responsabi lidade do projetista.
Entre os problemas causados por deficiências de projeto, pode-se destacar a
flexibi lidade excessiva de estruturas, o que poderá acarretar grandes deslocamentos
responsáveis por: deste lhamento de coberturas e fec hamentos laterais, trincas em paredes de
fechamento, trincas em paredes de edifícios, ruptura de caixilhos e vidros.
Este aspecto é particularmente importante para o caso dos edifícios altos quanto ao
aparecimento de trincas em paredes ou ruptura de vidros. Pode-se dizer que dificilmente
teremos a ruina total de uma edificação com problemas de flexibilidade excessiva, porém, as
conseqUências destes podem ser entendidas como um estado limite de serviço.

108
Artlu do ViiI/lU 1111," Edilico('(j(!s A c:;dellt(!,~ C llII"'lIt/O.\' peta Areio do Vt'IItO

5.2.3 Coment ários C enlis referen tes a En os de Exeeuçiio

Os erros de execução silo muitas vezes responsáveis pelos acidentes ocorridos com
edificações devido à aç:io do vento. Pode-se afinnar também que, após os acidentes onde
ocorre a ruína total da edificaçào. sào muito dificeis de serem identificados, porém, os
exemplos obscrvados e DlllrOS relatados na bibliografia indicam serem estas as causas de uma
infinidade de acidentes.
Entre os CITaS de exec ução pode-se destacar: paredes mal cx ecutadas Oll real izadas
com argamassa inadeq uada (ruína da alvenaria) , concreto com rcs istência insuficiente em
pilares (ru ína do concreto). ma li gação de terças de aço DlI madeira (destclhamenlO), cte.

5.3 IILGUNS EXEM PLOS DE A CID ENTE DEVIDO A A ÇÃO DO VENTO

RclatanHc c ilustram-sc. a seguir, alguns exemplos de acidentes ocorridos devido à


ação do vento. A figura 5. 1 ilustra o destelhamento de um posto de gllso lina eobeno com
telhas tipo eanaletc (fibrocimenlo), enquanto a figura 5.2 ilustra os danos eauslldos no
fecl13lllen to lateral de um edifieio industrial, reito de aço.

Figmt' 5. J - Destclhamcnto parcial de um posto de gasolina.

109
Ação do Vellto lias Edificações Acidentes Causados pela Açclo do Vento

..

Figura 5.2 - Danos causados no fechamento lateml de um edificio industrial.

Apresenta-se na fi gura 5.3 uma vista geral de edificio industrial com cobertura feita de
aço e sua si tuação no terreno, enquanto que na figura 5.4 é ilustrada uma vista interna do
destelhamento. Observa-se que a estrutura apresenta problemas quanto a sua rigidez e que
ex.istem erros de projeto (diagonais fom dos nós e sistema de contmventamento inefi ciente).

Figura 5.3 - Vista externa do edificio industria l

110
Ação do Vel/lO I/OS Edijicações Acidellfes Callsados pela Açdo do Vento

Fig ura 5.4 - Vista interna do destelhamento da edificação industrial (observar que água de
barlavento, à esquerda, foi a mais afetada).

As figuras 5.5 e 5.6 ilustram acidentes em edificações com cobertura em madeira. A


figura 5.5 il ustra um destelhamento de um telhado de duas ,íguas, em que está evidente a
narnbagem lateral do banzo superior.

Fig ll ra 5.5 - Destelhamento co m Oambagem lateral do banzo superior de treliçl de madeira

111
Ação do Vemo IIOS Edificações Acidentes Causados pela Ação do Vento

"

,"

Figura 5.6 - Deste lhamento e ruína de edifício com cobertura tipo duas águas de madeira.

As figura s 5.7 e 5.8 ilustram dois exemplos da ruina devido à ação do vento. Na figura
5.7 nota-se um erro clássico de projeto ou de execução em uma cobertura de aço isolada
(posto de gasolina), onde internamente às colunas desce um tubo de queda de águas pluviais.

Figura 5. 7- Ruína da base do pilar: enfraqu ec imento da seção para passagem de um tubo.

11 2
Ação do Velllo lias Edificações Acidenles ClIlIsados pelo Açao do Vento

Na seção de máximo momento, ou seja, no pc do pilar, o mesmo tubo é desviado para


rara, provocando, conseqüentemente, enrraquecimento desta seção, o que ocasionou a mína
da cobertura.
A figura 5.8 ilustra a ruína de uma torre de iluminação (metál ica), em que está claro
que ocorreu na seção menos resistente às ações axiais geradas pela ação do vento. A fi gura
5.9 ilu stra a ruína de uma casa, em que se nota o colapso da alvenaria e do pilar de concreto.


"
-.....
..........
::~ .
:~~

"

Fig urtl 5.8 - Ruína de torre metálica de iluminação de um ca mpo de futebol

F igura 5.9 - Ruína de uma residênCIa

113
Ação do Vemo nas EdificaçiJes Acidemes Causados pelo Ação do Vemo

A figura 5. 10 ilustra um acidente típico em arcos metálicos atirantados. A força


ascensional do vento, associada à flexibilidade dos pilares, inverteu as ações devido à carga
permanente, ou seja, o arco passou a ser solicitado à tração e os tirantes à compressão.
A impqssibilidade de os tirantes "responderem" (ou seja, resistirem) às solicitações de
compressão, associada à flexibilidade dos pilares, resultou em grandes deslocamentos, os
.. quais, após a ação do vento, ocasionaram a ruptura dos tirantes com a conseqüente
p,l,astificação da seção central do arco.

Figura 5./0 - Ruína de uma cobertura em arco metálico atirantado.

As figura s 5.11 e 5.12 ilustram a ruína total de uma edificação industrial feita de
concreto que, devido ao efeito ascensiona l do vento, teve sua cobertura lançada a grande
distância, incluindo vigas de concreto armado com telhas, terças e estrutura .
A construção de edificações e estruturas sem adequados projetos estruturai s tem sido a
causa de uma série de acidentes. Este fator é mai s comum em estruturas de cobertura e
pequenos galpões de aço e madeira, construidos por carpinteiros ou serralheiros que não têm
nenhum conhecimento técnico .
A ausênc ia de um projeto estrutural decorre também da própria legislação brasi leira de
"exigir" um responsável técnico, porém, satisfazendo esta exigência legal com um simples
projete arquitetônico. A impunidade destes "responsáveis" técnicos faz com que pouca
atenção seja dada ao projeto estrutural. Como conseqüência, estas "obras baratas" sào muitas
vezes desastrosas, com a ruina total e, às vezes, com vitimas.

114
Açüo do Vemo lias Edijicações Acide/lll'.\· Call.w/{JIJS pela !lçiio do Vemo

; •
I

• ':>1

Figura 5.// - Vista geral do aciden te decorrente da ação do vento

Figura 5. / 2 - Terças e vigas de concreto lançadas a grande distância

As figuras 5.13 e 5. 14 ilustram dois acidentes com estruturas fabricadas sem projeto.
como por exemplo, a ruína da cobertura rnetúlica de postos de gasoli na.

Il S
Açdo (/o Vento fiOS Edificações Acldelltes Causados pelo Açào do Vellto

"

,.

Figura 5.13 - Ruína do pilar metálico.

Figura 5.14 - Plaslificação lolal das treliças de cobertura do poSIO de gasolina.

11 0
Açüo do Vemo IItIS Edificações Acidellt('.I· Call.l'adOs pela A('l;O do Vell/O

As fi guras 5. 15 e 5. 16 ilustram a ruína de lima cobertura em arco f'lbricada por


serralheiros com aço de constnlç50. Este tipo de estnllura utili zando aço de construção é
muito comum no Brasil, bem como os acidentes.

_r· .-. . ..

FigUnl 5. / 5 ~ Vista geral da ruína de uma cobernlra em arco

F(!:.I/NI 5./6 ~ Dctalhe da plaSliricaçào de lima seção do arco

11 7
Ação do Vemo nas Edificações Acidentcs Cal/sados pela Ação do Vento

As figuras 5. 17 e 5.18 ilustram o colapso de uma torre de concreto uti lizada para fins
de telefonia cel ular.

..

Figura 5. 17 - Acidente com torre de telefonia celular em concreto annado

Fig ura 5.18 - Vista geral do acidente com torre de telefonia celular em concreto amlado

li'
A(.'âfJ do Velllo 1/(1.\' Edijic:ações Acidellfes Causados pelo Açtio do Vel/lo

5.4 COMENTÁRIOS FINA IS

Os acidentes causados pela ação do vento tem acontecido no Brasil com muita
frcq íicl1c ia, e mbora, na maioria das vezes, eles não sejmn devidamente d ivulgados e
investigados. A ação do vento e particulannente importante para coberturas e edificações
leves, porém , as conseqüênc ias devem ser devidamente avalindas e estendidas a todas as
estnlturas, merecendo atenção e cuidado por parte dos engenheiros calculistas.
As alterações causadas no cl ima na terra no longo dos il himos anos são evidentes e
este tema e motivo de discussão no mundo todo. Em particular, no Brasi l, v:lrios fe nõ mcnos
meteorológicos niio eOllluns ate poucos anos tem oCOlTido como, por exemplo, o furacão
Catarina c v,i rios outros tomados. Estes eomen\,iri os são pert inen tes em run ção dos e feitos
devastadores destes fenô menos, razão pcla qual alguns cOTllcntúios e fotos serão apresen tados
nos itens q ue se seguem.

5.4, t Tornados
Os to mados são decorrentes das tempestades trop icais e estão associados a
movime ntações ascendentes e descendentes de massas de ar, causando uma imensa
movimentação no centro da nuvem, denominadas S"pe,.·cél"los, e iniciando um movi mento
rotaciona l.
Este movimento rotacional pode gerar um gra nde "/"lIil" da massa de ar em rotação
q ue, tlpós tocar o solo, pode atingi r faixas de largura que variam dc 100 m a 1200 m,
des locando-se por uma ex tensão de cerca de 30 km . A intensidade de um tornado e avali ada
pela velocidade do vemo, largura e extensão da área comprometida, c lima das esca las
utilizadas para a classi fi cação dos tornados é denominada E.\·clIllI Fujila , conforme tabela 5.1.

Tabela 5.1 - ESCALA FUJITA FOllle: hlllJ://f2. I.wikif2.edio.org/wikiíTornodo


Veloci dad e. d os Largura da Comprim ent o Da nos
Cla:isificação
"c ntos (km/ h) trilha (mctros) da tri lh a (k01) provocad os
FO 65- 11 5 3·20 0·2 Leves
,
FI 115-180 10- 100 1·5 Moderados
F2 180-250 50-500 2-20 Fo rtes
F3 250-330 500-1000 5-60 Severos
F4 330-420 1000-2000 10-150 Devastadores
F5 420-530 2000-5000 10-500 Incrívei s

119
Ação do Venro nas Edificoções Acidentes Causados pela Ação do Vemo

A seguir, apresenta-se uma lista de tomados ocorridos no Brasil nos últimos anos,
organizada em ordem cronológica crescente na tabela 5.2.

Tabela 5.2 - Ocorrência de Tomados no Brasil


Data Local
, 30/09/199 1 ltú, SP (tomado F4, provavelmente o maior já registrado no país)
," 28/11 / 1995 Campinas, SP
27/0111996 litoral de Santa Catarina
13/07/ 1997 Nova Laranjeiras , PR
13/02/ 1999 Osório, RS
04/05/200 1 Região de Campinas, SP (tomado F3 deixou uma pessoa morta e prejuizo
superior a 30 mi lhões de reais)
08/0712003 São Francisco de Paula, RS
11 / 1212003 Antônio Prado, RS
25/0512004 Palmita l - SP (tomado F3 tombou um ônibus deixando 4 mortos e 25
feridos)
03/01 /2005 Criciúma, se (Iomado FI , dois tomados simultâneos)
24/05/2005 lndaiatuba, SP (tomado F3 com vórtices múltiplos - R$ 100 milhões em
prejuizos)
30/08/2005 Muitos Capões, RS (tomado F2, acompanhado de chuva e granizo)
26/ 10/2005 Manaus, AM (Tromba d'água)
02/01 /2006 Florianópolis, se
23/03/2006 Florianópolis, SC (Tomado escala FI)
29/0312006 Piracicaba e Santa Bárbara d'Oesle, SP (Multíplos tomados classificados
entre FO e FI na escala Fujita)
19/0 1/2007 Bauru, SP
24/0312007
Tubarão, se
Fonte: hll{1://11.I. wikieedia.org/wikiffomado

As figuras 5.19 e 5.20 apresentadas a seguir, ilustram o tomado ocorrido no dia 24 de


maio de 2005 na cidade de Indaiatuba, estado de São Paulo.

120
Ação do Velllo I/(/~· Ediflcart1e.,· Andellft's Callsados pela Açâo do Vemo

Figura 5. /9 ~ Fotos da rllrmaçiio do tornado. Inc\ai atuba SP.

121
Ação do Vento nas Edificações Acidentes Causodos pelo Açdo do Vento

Figura 5.20 - Fotos da formação do tomado. lndaiatuba - SP.

122
Açâo do VenlO /1tH Edificações Acidenres Cal/sados pela Açtio do Vel/IO

A classificação deste IOrnado não é consenso entre os especialistas. Por essa razão está
classificado entre F2 e F3 , e as principais conseqüências e danos são os seguintes:

• Donosfillollceiros eSlimados na illiciativa privada: R$ 90 milhões;


• Danos financeiros estimados 1I0S órgãos públicos: R$ 6 milhões;
• Pessoas desabrigadas: 110
• Casas destelhadas: 400
• Tombamell/o de 18 vagões ferroviários
• Serviços de limpeza: 6 dias
• Res/abelecimelllO de ellergia elé/rica e água: 3 dias

As figuras 5.21, 5.22 e 5.23 registraram alguns dos efeitos destrutivos ocorridos e
como conseqüência do tomado mencionado.

, .- . ,• -.
...:: . ...(,

/'
r"""
;
, ,.,'f
"

Figllra 5.2/ - Danos causados pc!o tomado em OS/2005, Indaia tuba - SP


FOII/e: lI/tem er - amaria descollhecida

123
Açào do Vento nas Edificações Acidentes Causados t>ela Açdo do Ve"to

Figllra 5.22 - Danos causados pelo tomado em 0512005, lndaiatuba - SP


FOllle: Inlernel - auloria desconhecida

124
Açdo do Vell/o I/OS Edijicaçaes Acidemes Call.wdos pela Açiio do Vemo

Figura 5.23 - Danos causados pelo tomado OCOlTido em OS/2005 , Indaiatuba - SP


Fonte: Intemer - auloria descotlhecida

5.4.2 Funlcão

Furacão pode ser definido como um sistema de baixa pressão atmosférica,


caracterizado pela movimentação de calor das regiões equatoriais para grandes altitudes,
gemndo uma grande área de nuvens que apresentam altas velocidades giratórias. Em fut;ção
das condições de pressão e temperatura podem produzir ventos de grande intensidade, ondijS
de grande amplitude e chuvas intensas que norma lmente geram grandes inundações.
A Figura 5.24 ilustra uma fotografia de satélite do furacão Catarina, atingindo 11 costa
de Santa Catarina em março de 2004. Ao atingi r a telTa, as velocidades intensas do vento
juntamcntc com s t:lI aspecto rotacional, podem provocar grandes danos, salientando que o

125
Ação do Vemo nas Edificações Aci(Jcntes Causados pela Ação do Vemo

maior problema para as pessoas constitui, assim como nos tomados, a presença de matérias,
entulhos, parte de estruturas, vidros, entre outros, quais são as princ ipais causas de danos
materiais ou mesmo resultando em mortes. A figura 5.25 ilustra as conseqüências de entulhos
carregados pe!o vento .

.,

Figura 5.24 - Foto de satélite do furacão Catarina


FOllte: Deparlamelllo ESladua/ da Defesa Civil de Santa Catarina

Fig ura 5.25 - Exemplo de entulhos carregados pelo vento

126
;kâv do Velllo IIllJ Edificações Acidentes Causados pela /lçüo do Velllo

Os Furacões podem ser classificados em Função da inten sidade do vento, conFOnlle


descreve a escala de S(iffir- Simp.'iOIl , reproduzida na Tabela 5.3. A tabela 5.4 apresenta os
danos humanos causados como conseqüência.

Tahela 5.3 ~ Escala de Saffir-Simpson

Velocidade do vento
Categoria A I/lira / m Pressão/Pa
(intervalo em km/h)

Tempestade
Trop ical
56 - 117 - -
1 11 9 - 153 1,2- 1,6 Maior que 980

2 154 - 177 1,7- 2,5 965- 979

3 178 - 2 10 2,6-3,8 945- 964

4 2 11 - 249 3,9- 5,5 920- 944

Tabela 5.4 ~ Danos humanos causados pelo furacão


Desabrigados 33. 165
Mortos 4
Feridos 5 18
Desaparecidos 7
TOTAL 33.694
POPULAÇA'O DA AREA AFETADA 412.548

As informações e Falos apresentadas a seguir Foram obtidas do Departamento ESladual


de DeFesa Civi l de Santa Catari na, nas quais são apresentadas as conseqüências do furacão
Catarina.
Finalmente, a figura 5.26 ilustra danos ocorridos em residências, enquanto que a figur-a
5.27 ilustra danos ocorridos em si los e em postos de gaso lina. Por fim , a figura 5.28 mostra
alguns casos de danos ocorridos em árvores .

t27
Ação do Vento IIOS Edificações Acidclllcs Causadru pela Ação do Vento

Fig ura 5.26 - Danos causados em residências em resposta a ação do veto

128
Arlio do Velllo lUIS Ediflt.'{/('tks Acidl'lIfé.~ Call.wr!os pda Açtio do Vel/lO

,..-~ -

~Q ~~~~~~==~~~~~~
Fig llrtl 5.17 ~ Danos cnusados pclo vento em: ((I e /J) silos c (c e ti) pOSIOS de gnsol ill::J.

129
Ação do Veflto fias Edificaçõcs Acidentes Cal/sados pela Ação do Vento

..

Fig ura 5.28 - Danos causados pela ação do vento em árvores

Concluindo, pode-se afinnar que a ação do vento em edificações deverá considerar


todos os efeitos relatados anterionnente, merecendo a máxima atenção por parte dos
engenheiros projetistas, no sentido de evitar danos materiais e perdas de vidas humanas.

lJO
Açeio do Vento !1tI.~ Edificaçves Erercicios Propostos

6. AÇÃO DO VENTO - EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Neste capítulo são propostos exercícios para a detemünação da velocidade do vento,


pressões de obstnLção e coe fi cientes de pressão externos (de fonna) e internos, bem como o
coeficiente de pressão fi nal e coefíciente de arrasto, para as edificações cujas características
de dimensões externas e aberturas (todas com cotas em metro) estão ilustradas a seguir. Fica a
critério do leitor adotar as condições de interesse para a determinação do fator SI.

Exercício J - Loca l da obra: Zona Industrial em São Carlos - SP

AGI
-
-'- •
• • ".,
~

<o

~ .-
'" portãO)
9m2
15m
I I
30m 7
!6ianelas
CORTE A-A
AGI 4 m 2 /jonela

Exercício 2 - Local da obra: Zona Industrial em Porto Alegre - RS

10 janelas
portão
L8m /janela
12m 2

"- !
"'
~
r ~

'" porMO!

,I 12m 2
l~
I 30 oI 60

131
Ação do Vemo nas Edificações Exercícios Propostos

Exercício 3 - Local da obra: Zona Industrial em Fortaleza - RE

~rturas f ;)(o$_, _ _, _ _, - _ ,
lo,JOx 30) portão
12m 2
-

8
\ li!
... =-- .s!.
.<
,-

CORTE 8 -8
10

40
1f) '10

I I 40
I
Exercício 4 - local da obra: Zona Litorânea (Praia) em Ubaluba - SP

_/

~rlãO~
""""'.J. AWfuros f /xas

.,• .,• fo,50xlOJ

15m 2

I 40m
I I 70m
I
Exercício 5 - Loca l da obra: Zona Rural em São Carlos - SP

I 1 JIlC
por fão
15m 2
,
\ !.,.10 jaM/OS
4 mZ/jan.

r 6 j on.!a$
Jm 2/ jan

I ,
I 30 ~
CORTE C-C

132 I
Açâo do Ven/o IIW' Edijicaçiies Exercicios Propos/os

Exercício 6 - Detenninar a Força de Arrasto e o Momento de Tombamento para as


edificações habitacionais, ilustradas a seguir.
• Local da obra: Centro de São Paulo - SP

Alfuro = 40m * Dividir em 4porfes

20m

PLANTA

• Local da obra: Centro de Fortaleza - RE

Alfuro=40m

40m

PLANTA

• Local da obra: Periferia de Campinas - SP

Altura = 40m

60m

• Local da obra: Centro de Porto Alegre - RS

2• Alfuro = 70m

20m
1

133
Ação do Vento nas Edificações Exercícios Proposros

• Local da obra: Periferia de Vi/ória - RS

~~ Alluro : 40m

,I 40m I
.~

Exercício 7 - A edificação industrial (com alto fator de ocupação) será construída em Rio
Claro (Vo = 40 mls), em terreno plano. Admitindo portão só de um lado e janela em ambos os
lados (com apenas 50% permeável, cada uma), determinar as pressões de obstrução, os
coeficientes de forma (Ce) e de pressão interna (C pi ) , bem como os coeficientes de pressão
<c,=C.-C,i).

2,75m
·1- -

7m

.__
5m!- Por.<:o
~_...,..."""'---..,V'

!.. 7m ..
l. 15m

Exercício 8 - Uma edificação industrial com baixo fator de ocupação será construída em São
Carlos (V o = 40 mls), em terreno em vale protegido. Admitindo portão e janelas s6 de um
lado, determinar as pressões de obstrução, os coeficientes de forma (Ce) e de pressão interna
(Cpi), bem como os coeficientes de pressão (Cp = Ce-Cpi). Admita portão com área total igua l a
15 m2 e janelas com área total igual a 30 m2•

5m

134
Açiio do Vemo lias Edificações E\ercicios Propostos

Exercício 9 - Uma edificação para central de te lecomunicações será construída em uma


cidade com Vo = 42 mJs e num terreno em vale protegido. Detemlinar o momento de
IOmbamento e a reação horizontal de apoio, para ventos com direções de incidência de 0° e
90°.

60n1.

(elevaça. o)

Exercício 10 - A edificação industrial (para depósito) será construída em lundiaí (Vo=40


rn/s) , em terreno com talude (ambas as direções). Admitindo portões (frente c traz) e janela só
dc um lado, dctenninar as pressões de obstrução, os coeficientes de fomla (Cc) e de pressão
interna (C pi ), bem como os coeficientes de pressão (Cp=Ce-C p;), para ventos transversais às
faces. Na figura , a unidade de comprimento é o metro.

Lo(;ulizaçâo

'~----~9
2,2 If- - -

Exercício 11 - Faça sua ami.lise crítica com relação aos valores obtidos para a Força de
Arrasto do exercício 6.

,
Exercido 12 - Apresente a dedução do Cc, com base no Teorema de Bemoulli, e discuta os
limites de sobrcprcssão e sucção a partir das equações obtidas.

135
·
.~
Ardo do Ve/lto /Im' EdijiclIçües BibliogmJill

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