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Caderno Brasil
UNICEF/BRZ/ALEJANDRA MARTINS
Expediente
Coordenação Geral
Márcio Carvalho, Oficial de Monitoramento e Avaliação
Elaboração do Conteúdo
Foto da Capa
Alejandra Martins
ÍNDICE
Introdução..............................................................................................7
Primeira Infância....................................................................................................8
Capítulo1..............................................................................................11
A Situação da Primeira Infância no Brasil........................................................................12
Capítulo2......................................................................................................47
Lições Aprendidas.............................................................................................................49
Anexos..................................................................................................56
Anexo I...............................................................................................................................57
Anexo II..............................................................................................................................62
Referências...........................................................................................64
UNICEF/BRZ/ALEJANDRA MARTINS
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA INFÂNCIA
No Brasil, segundo estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2000,
uma criança que freqüenta pelo menos dois anos de creche ou pré-escola, quando adulta, tem seu poder de
compra aumentado em 18%. Análises de custo benefício sugerem que a intervenção precoce de escolaridade
em crianças de 4 a 6 anos de idade pode fazer uma diferença na melhoria das chances de se atingir um nível
maior de escolaridade, de reduzir a repetência e de se ter uma maior renda no futuro (Banco Mundial, 2002).
Dessa maneira, o investimento na primeira infância constitui a maior e melhor maneira para reduzir
as iniqüidades, enfrentar a pobreza e construir uma sociedade com condições sociais e ambientais sustentáveis.
Dentro dessa ótica, o UNICEF escolheu como tema central do seu relatório Situação Mundial da
Infância 2008 a primeira infância. Este anexo ao relatório global tem por objetivo focar a questão da primeira
infância no Brasil, evidenciar os avanços, e mostrar as disparidades que cercam as crianças dessa faixa etária.
O Brasil possui a maior população infantil de até 6 anos das Américas. Crianças na primeira infância
representam 11% de toda a população brasileira. No entanto, a realidade é dura para essa parcela da popu-
lação. Os dados socioeconômicos apontam que a grande maioria das crianças na primeira infância no Brasil se
encontra em situação de pobreza.
Aproximadamente 11,5 milhões de crianças ou 56% das crianças brasileiras de até 6 anos de idade
vivem em famílias cuja renda mensal está abaixo de ½ salário mínimo per capita por mês. (IBGE/Pnad 2006
– Tabulação Especial de Eqüidade).
1
Diversas políticas públicas para melhorar a situação da primeira infância no País são desenvolvidas pelo governo federal e governos
estaduais e municipais. Essas ações não são objetos da análise deste documento.
2
(famílias, radialistas, profissionais de saúde, educadores infantis, trabalhadores da assistência social, parlamentares, empresários,
juízes, promotores, legisladores, conselheiros, líderes comunitários e religiosos).
3
Competências familiares são os conhecimentos,
saberes e habilidades somados à afetividade e a
atitudes e práticas das famílias que facilitam e promovem a sobrevivência, o desenvolvimento, a proteção e a participação das crianças até 6 anos.
4
Uma primeira edição do Pacto foi implementada nos anos 2005 e 2006.
1
Capítulo
A situação da Primeira
Infância no Brasil
1. População de até 6 anos
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006, o Brasil
possui uma população de mais de 187 milhões de habitantes, dos quais quase 60 milhões têm menos de 18
anos de idade, o que equivale a quase um terço da população brasileira e um terço de toda a população de
crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe.
Figura 1:
Distribuição da População no Brasil
A população de até 6 anos (primeira infância) é de aproximadamente 21 milhões de crianças, o que
equivalente a 11% da população brasileira em 2006 (Tabela 1) e a 35% da população de até 17 anos no Brasil.
Tabela 1:
Distribuição da População no Brasil (em milhares)
População % em relação à população total do Brasil
Brasil 187.228 100%
0-17 59.071 31,5%
0-6 20.662 11%
7-17 38.409 20,5%
Acima 18 anos 128.156 68,5%
Fonte: IBGE/Pnad 2006
A distribuição da população de até 6 anos de idade nas regiões foge um pouco da distribuição da po-
pulação brasileira (Tabela 2). O Nordeste é responsável por 27,6% da população total e por 31,3% das crianças
de até 6 anos no País. O mesmo acontece no Norte, onde vivem 8,1% da população total, e, em contrapartida
vivem 10,7% das crianças de até 6 anos.
Entre os Estados brasileiros, a maior proporção de crianças de até 6 anos encontra-se no Acre (16,6% da
população do Estado), seguido por Roraima (15,8%) e Amazonas (15,1%). As menores proporções de crianças de
até 6 anos na população dão-se no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, com 8,6% e 9,5% respectivamente (Figura 2).
Figura 2:
Ranking dos Estados por proporção de crianças de até 6 anos, 2006 (%)
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Nem todas as crianças nascidas são registradas nos cartórios5 no seu primeiro ano de vida. Segundo o
IBGE, o percentual de sub-registros de nascimento6 no Brasil foi de 12,7% em 2006, distribuídos de maneira
desigual entre as Unidades da Federação (Figura 3).
O registro civil de nascimento é a relação formal com o Estado e, conseqüentemente, com os serviços
que ele provê ao cidadão. Dessa maneira, o sub-registro pode ser visto sob a ótica social como conseqüência da
situação de vulnerabilidade em que se inserem as crianças de até 6 anos relacionada ao desenvolvimento socio-
econômico das regiões brasileiras.
Figura 3:
Estimativas de sub-registros de nascimento, segundo as Unidades da Federação – 2006 (%)
5
Ao nascer, os pais da criança recebem uma declaração de nascido vivo, emitida pelo Sistema Único de Saúde. O segundo passo seria o registro civil pú-
blico feito no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais.
6
Segundo o IBGE, os percentuais de sub-registro de nascimento resultam da razão entre o número de nascidos vivos informados pelos cartórios ao IBGE,
em relação ao número de nascimentos estimados pelo IBGE, na população residente em determinado espaço geográfico, em um ano considerado. Dessa
maneira, em algumas situações esse número pode ser negativo – como no caso do Paraná e Santa Catarina – indicando que houve mais registros de nasci-
mentos do que a estimativa de nascimentos naqueles Estados.
Figura 4:
Evolução do sub-registro de nascimento, 1995 – 2006%)
7
Foi considerado aqui como linha de pobreza apenas o critério de rendimento familiar per capita de até ½ salário mínimo mensal, valor utilizado como
referência para cadastramento nos programas sociais oficiais do Brasil, de acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social – MDS
(http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/o_programa_bolsa_familia/criterios-de-inclusao, consultado em 04 de janeiro de 2008).
Em termos absolutos, mais de 7 milhões de famílias com crianças de até 6 anos estão em situação
vulnerável quanto ao nível de rendimento, sendo que mais de 5 milhões dessas famílias encontram-se no Norte
e Nordeste do País (Tabela 5).
Tabela 5:
Famílias com crianças de até 6 anos de idade com rendimento per capita mensal
até ½ salário mínimo
Figura 5:
Pobreza entre crianças e adolescentes, 2006 (% crianças pobres)
Em termos comparativos, existem mais crianças e adolescentes pobres do que outras faixas etárias da
população. Enquanto 31,5% da população em geral vive em pobreza; 50,3% da população de até 17 anos está
na mesma situação. No Nordeste, 53,3% da população em geral vive em pobreza, contrastando com 72,5% de
crianças e adolescentes que estão nessa situação (Figura 6).
Figura 6:
População vivendo em pobreza – população geral e crianças e adolescentes, 2006 (%)
Em se tratando das Unidades da Federação, dezesseis Estados estão acima da média nacional quando
se trata da pobreza entre crianças e adolescentes (Figura 7). Os Estados onde essa relação é menor são Santa
Catarina e São Paulo, seguidos pelo Distrito Federal.
UNICEF/BRZ/MANUELA CAVADAS
Detalhando a proporção de pobres por idade pontual (Figura 8 e Figura 9), pode-se observar que
essa proporção é maior na primeira infância do que em qualquer outra fase da vida da criança. Dessa maneira,
de acordo com os dados da Pnad 2006, são 29,6 milhões de crianças e adolescentes de até 17 anos em situação
de pobreza, desses cerca de 11,5 milhões têm até 6 anos de idade.
Do total das crianças em situação de pobreza, 66 % são negras, o que representa 7,5 milhões de
crianças de até 6 anos vivendo em famílias com menos de ½ salário mínimo per capita. Do total de crianças e
adolescentes indígenas, 63% são crianças de até 6 anos que vivem em situação de pobreza.
Figura 9:
Porcentagem de Pobres por idade (2005)
Das crianças em situação de pobreza, 4,7 milhões de crianças de até 6 anos estão em famílias bene-
ficiadas pelo Programa Bolsa Família8 , o que corresponde a 10,2% do total de beneficiários do Programa. O
Nordeste é a região com maior número de beneficiados de até 6 anos, com 48% do total, seguido pela Região
Sudeste, com 27% do total de crianças nessa faixa etária (Tabela 6).
8
É importante salientar que entre os beneficiários do Programa Bolsa Família estão as famílias com crianças e adolescentes de até 15 anos que se encon-
tram na faixa de renda mensal de até R$120,00 per capita.
4. Saúde e Nutrição
Meta 2 – Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.
4.1 Desnutrição
A segurança alimentar e nutricional é uma questão básica de saúde para a infância.
A quantidade de crianças com menos de 2 anos desnutridas também vem diminuindo consider-
avelmente. A proporção de crianças com baixo peso para a idade no Brasil, entre 2000 e 2006, caiu de 12,7%
para 3,5% (Figura 10), o que representa uma redução de 72,4%.
Entretanto, a diminuição da desnutrição de crianças e adolescentes no Brasil não está resolvida.
Associada a pobreza e à desigualdade, na Região Nordeste, a prevalência de crianças menores de 2 anos desnu-
tridas é quatro vezes maior do que na Região Sul.
A Chamada Nutricional para Crianças Menores de 5 anos de Idade no Estado do Amazonas9, re-
alizada em 2006, avaliou 4.646 crianças na capital e em 42 municípios. A prevalência de baixo peso para a idade
foi de 8,2% na capital e de 11,5% no “interior”. Na capital, as crianças negras apresentaram uma prevalência três
vezes maior e as indígenas 1,5 vez maior do que as brancas.
UNICEF/BRZ/LUCA BONACINI
9
MS/MDS/Susam/Impa, 2006.
Entre as Unidades da Federação, 13 Estados ainda estão piores do que a média nacional. Alagoas tem o
dobro da proporção de crianças desnutridas do que a média nacional, seguido de perto pelo Maranhão (Figura 11).
Figura 11:
Ranking dos Estados segundo a proporção de crianças com menos de 2 anos
desnutridas, 2006 (%)
Figura 12:
Proporção de crianças de até 4 meses com aleitamento materno exclusivo e aleitamento
misto11, 2006 (%)
4.3 HIV/aids
Em estudo multicêntrico do Ministério da Saúde, conduzido pela Sociedade Brasileira de Pedia-
tria, a taxa estimada de transmissão vertical do HIV, no Brasil, em 2004, foi de 8,5%, variando entre 13,4% na
Região Norte e 4,30% na Região Centro-Oeste. Observou-se que, em locais onde as medidas profiláticas pre-
conizadas pelo Ministério da Saúde foram implantadas na rotina do pré-natal, as taxas de transmissão vertical
foram reduzidas a menos de 2%.
10
Dados do Sistema de Informação de Atenção Básica – Siab. Esse valor foi encontrado cruzando o número de crianças nascidas nos quatro últimos meses
de 2006 com as estatísticas de aleitamento materno resultantes do acompanhamento feito pelo Programa Saúde da Família (PSF). Esse modelo de atenção
cobre aproximadamente 58% de toda a população brasileira.
11
Define-se como aleitamento misto a criança que utiliza, além do leite materno, água e/ou qualquer outro tipo de alimento como chá, leite de vaca,
leite em pó, frutas, sopas, etc.
5. Mortalidade de Crianças
Meta 5 – Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças com menos de 5 anos de idade
A taxa de mortalidade infantil – número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de vida para
cada mil nascidos vivos – e a taxa de mortalidade na infância – menores de 5 anos por mil nascidos vivos – são os
principais indicadores básicos de desenvolvimento humano. A atenção concentra-se principalmente no primeiro
ano de vida, período em que ocorre a maioria dos óbitos.
Figura 13:
Taxa de Mortalidade entre menores de 5 anos, Brasil (por mil nascidos vivos)
Figura 14:
Evolução da taxa de mortalidade entre menores de 5 anos, 1991 – 2006
(por mil nascidos vivos)
Alguns Estados do Nordeste apresentam taxas de mortalidade entre menores de 5 anos muito superi-
ores à média nacional. Esse é o caso de Alagoas, Maranhão, Pernambuco e Paraíba (Figura 15).
12
Pelos parâmetros da Organização Mundial da Saúde, o Brasil apresenta uma taxa de mortalidade infantil considerada média (a partir de 50 por mil, as
taxas são altas; médias entre 20 a 49; e baixas com menos 20 por mil nascidos vivos).
Figura 17:
Evolução da taxa de mortalidade infantil (menos de 1 ano), 1991 – 2006
(por mil nascidos vivos)
O Nordeste apresentou a maior queda (48%), mas a disparidade com a média nacional continua
alta – a taxa de mortalidade infantil no Nordeste é quase 50% maior do que a média nacional (Figura 17). Em
2006, a média de mortalidade infantil para o Nordeste foi de 36,9 por mil nascidos vivos, sendo que Alagoas,
Maranhão, Pernambuco e Paraíba apresentaram as mais altas taxas (Figura 18).
Das 27 Unidades da Federação brasileiras, apenas oito têm taxas de mortalidade infantil abaixo de
20/1000 nascidos vivos. (Tabela 7).
Figura 18:
Ranking dos Estados segundo a taxa de mortalidade infantil, 2006
(por mil nascidos vivos)
28
Taxa de Mortalidade Infantil por Estado (2006)
Taxa de Mortalidade Infantil, Taxa de Mortalidade Infantil, Taxa de Mortalidade Infantil, Taxa de Mortalidade Infantil,
Grandes Regiões e 1991 2004 2005 2006 % Redução
Unidades da Federação (1991 / 2006)
Taxa Ranking 1991 Taxa Ranking 2004 Taxa Ranking 2005 Taxa Ranking 2006
Além da iniqüidade, a taxa de mortalidade infantil, quando analisada por componente, revela um
outro grave problema: que os cuidados com o nascimento continuam muito precários. Os óbitos infantis até
1 ano podem ser divididos em três componentes: neonatal precoce (óbitos de crianças de até 6 dias), neonatal
tardio (óbitos de crianças de 7 a 27 dias) e pós-neonatal (óbitos de crianças de 28 a 364 dias).
No Brasil, de acordo com o IBGE, aproximadamente 66% dos óbitos de menores de 1 ano ocorrem
no primeiro mês de vida, sendo que 51% ainda nos primeiros seis dias de vida (Tabela 8). As principais causas
de óbito na primeira semana de vida estão relacionadas à prematuridade, asfixia durante o parto e infecções,
fato que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto.
Os mesmos dados apontam que a Região Nordeste é a que apresenta as mais altas taxas de mortali-
dade neonatal precoce do País, com 15,3 por mil nascidos vivos. Nessa região, Alagoas e Paraíba possuem as
maiores taxas (17,4 e 16,9 por mil nascidos vivos, respectivamente).
Tabela 8:
Óbitos de menores de 1 ano, por neonatal precoce, neonatal tardia e pós-neonatal,
segundo as Grandes Regiões – 2006 (%)
Portanto, para se manter a queda na taxa de mortalidade infantil será necessário o trabalho intenso
que resulte numa maior cobertura e melhoria do pré-natal, assistência ao parto e pós-parto, que se traduz
em melhor qualidade dos serviços de saúde, melhores condições hospitalares e melhoria na condição socio-
econômica das populações mais carentes. Se políticas públicas com esses objetivos não forem fomentadas no
País, corre-se o risco de uma estagnação na taxa de mortalidade.
É importante notar que assim como no caso da subnotificação para os registros de nascimento, os
dados para o cálculo da mortalidade neonatal precoce também podem estar subestimados, em decorrência
principalmente da subnotificação de óbitos infantis nas regiões Norte e Nordeste.
Meta 6 – Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna.
Figura 19:
Evolução da taxa de mortalidade materna entre 2000 e 2005 (por cem mil nascidos vivos)
Dessa maneira, enquanto, em algumas regiões, houve uma diminuição da mortalidade materna entre
os anos de 2000 e 2005, nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste, houve um aumento nos casos de mortali-
dade materna (Figura 20).
13
Em pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Classificação de Doenças, foi estabelecido um fator de correção de subnotificação de 1,4 a partir do ano
de 2005, para o Brasil. Em benefício da análise por UF e da série temporal, os valores apresentados referem-se aos dados conforme notificados pelo Min-
istério da Saúde. Dessa maneira, esses números podem ser diferentes aos apresentados em outras publicações, como por exemplo no Relatório Nacional
de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, preparado pela Presidência da República (Brasil, 2007).
Em relação aos Estados, o Piauí apresenta a maior taxa com 98,5 por cem mil nascidos vivos, seguido pelo
Maranhão, Mato Grosso e Ceará (91,4; 85,9; e 82,1 por cem mil nascidos vivos, respectivamente) (Figura 21).
Figura 21:
Ranking dos Estados segundo a taxa de mortalidade materna, 2005 (por cem mil
nascidos vivos)
Em 2005, de acordo com dados do Ministério da Saúde, as causas obstétricas diretas, incluindo o
aborto, provocaram aproximadamente 73% dos óbitos maternos no País (Ipea, 2007). Da mesma maneira,
aumentou a proporção de partos por cesária no Brasil em 2005, quando em comparação a 2002. Enquanto, em
2002, 38,6% dos partos eram cesarianos; em 2005, esse número cresceu para 43,3%15.
Figura 22:
Proporção de Consultas de Pré-natal por Região (2005)
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
14
O índice aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 20 mortes maternas/100 mil nascidos vivos.
15
Parâmetro aceitável para a OMS: 15%
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Figura 23:
Ranking dos Estados segundo a proporção de gestantes com mais de seis consultas de
pré-natal, 2005 (%)
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Figura 24:
Evolução da proporção de gestantes com mais de seis consultas de pré-natal, 1998 – 2005 (%)
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Apesar da evolução da proporção de gestantes com mais de seis consultas de pré-natal, 2,5% das
gestantes não fizeram nenhuma consulta pré-natal em 2005. Do total de mulheres que não tiveram acesso ao
pré-natal, 68% eram negras. Em termos absolutos, mais de 52 mil mulheres negras não tiveram acesso a nen-
hum tipo de acompanhamento durante a gestação.
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
Em termos comparativos, o maior crescimento da proporção de bebês nascidos de mães com menos
de 15 anos aconteceu no Nordeste brasileiro, onde esse número aumentou 37,7% entre 1994 e 2005. O menor
crescimento aconteceu na Região Sudeste (Figura 27).
Figura 27:
Crescimento da proporção de bebês nascidos de mães com menos de 15 anos entre
1994 a 2005 (%)
Fonte: MS/SVS/Dasis/Sinasc
O acesso à educação infantil traz benefícios claros para a família como um todo. Uma avaliação de
creches gratuitas em comunidades populares do Rio de Janeiro aponta que as mulheres pobres que tinham filhos
pequenos matriculados em creches e pré-escolas aumentaram sua renda em até 20% (Banco Mundial, 2002).
Contudo, o acesso à educação infantil ainda está aquém das metas do PNE e da necessidade do País.
Atualmente, 15,5% das crianças (1,7 milhão) de até 3 anos freqüentam creches, sendo que, na Região Norte,
esse número cai para apenas 8% – são mais de 2 milhões de crianças que não freqüentam creches na Região
Norte. Os números de freqüência à pré-escola são relativamente melhores, mas ainda demandam avanços.
Em todo o Brasil, 76% das meninas e meninos (7 milhões) entre 4 e 6 anos estão matriculados na educação
infantil (Tabela 10). Por outro lado, ainda há muito que se avançar para incluir os 9,5 milhões de crianças
de até 3 anos que não freqüentam creches, e os 2,2 milhões entre 4 e 6 anos que não estão na pré-escola, pelo
menos nos percentuais estabelecidos pelo PNE.
Soma-se ainda à questão, uma perspectiva racial que expõe a face discriminatória a qual as crianças
estão expostas. Do total de crianças entre 4 e 6 anos fora da escola, 58% são negras, o que corresponde a mais
de 1,3 milhão de crianças.
Tabela 10:
Crianças de até 6 anos de idade, total e % de crianças na creche ou pré-escola, por
grupos de idade, segundo as Grandes Regiões – 2006
Total
Grandes Regiões % de crianças em creche ou pré-escola
(1 000 pessoas)
0a3 4 a 6 anos
Total 0 a 3 anos 4 a 6 anos Total
anos
Brasil 20 662 11 269 9 393 43 15,5 76
Norte 2 215 1 251 964 32,5 8 64,2
Nordeste 6 477 3 535 2 942 43,8 13,3 80,4
Sudeste 7 717 4 203 3 514 47,3 19,2 80,9
Sul 2 746 1 463 1 284 40,8 18,3 66,4
Centro-Oeste 1 507 818 689 36,9 11,5 67
Figura 29:
Evolução da proporção de crianças de 4 a 6 anos fora da escola, 2001 – 2006 (%)
Tabela 11:
Número de Estabelecimentos de Creche, por Localização e Dependência Administrativa,
segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação (2006)
Estabelecimentos de Creche
Unidade da
Urbana Rural
Federação Total
Total Federal Estadual Municipal Privado Total Federal Estadual Municipal Privado
Brasil 34.679 29.562 14 257 13.400 15.891 5.117 – 19 4.802 296
Norte 1.250 950 – 12 648 290 300 – 2 294 4
Nordeste 10.367 6.319 4 110 3.193 3.012 4.048 – 11 3.830 207
Sudeste 15.172 14.675 5 70 5.422 9.178 497 – 4 429 64
Sul 6.055 5.817 3 21 3.237 2.556 238 – – 221 17
Centro-Oeste 1.835 1.801 2 44 900 855 34 – 2 28 4
Fonte: MEC/Inep
Enquanto, nas áreas urbanas, 52% dos estabelecimentos de pré-escola são ligados à rede municipal,
na área rural, essa proporção chega a 96%
(Tabela 12). Para dados sobre creches e pré-escolas desagregados por Unidade da Federação ver Tabela 13.
Tabela 12:
Número de Estabelecimentos de Pré-Escola, por Localização e Dependência Administra-
tiva, segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação, 2006
Estabelecimentos da Pré-Escola
Unidade da
Total Urbana Rural
Federação
Total Fed. Est. Mun. Privado Total Fed. Est. Mun. Privado
Brasil 107.375 59.969 16 2.968 30.903 26.082 47.406 1 1.222 5.676 507
Nordeste 51.665 17.743 3 574 9.002 8.164 33.922 1 366 33.218 337
Fonte: MEC/Inep
É dever do município garantir o acesso das crianças à educação infantil. Para isso, a partir de 2007, o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da no Brasil Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb) assegura recursos para que sejam investidos em creches e pré-escolas municipais.
Tabela 13:
Número de Estabelecimentos de Creche e Pré-escola, por Localização e Dependência Ad-
ministrativa, segundo a Região Geográfica e a Unidade da Federação, 2006
Creches Pré-escolas
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Brasil 34.679 29.562 5.117 107.375 59.969 47.406
Norte 1.250 950 300 9.857 3.118 6.739
Rondônia 138 135 3 381 286 95
Acre 37 32 5 275 152 123
Amazonas 174 159 15 2.473 564 1.909
Roraima 37 34 3 357 74 283
Pará 642 378 264 5.156 1.483 3.673
Amapá 31 29 2 384 146 238
Tocantins 191 183 8 831 413 418
Nordeste 10.367 6.319 4.048 51.665 17.743 33.922
Maranhão 659 428 231 7.912 1.792 6.120
Piauí 829 372 457 3.475 1.043 2.432
Ceará 3.714 1.680 2.034 7.958 3.065 4.893
Rio Grande do Norte 1.071 598 473 2.079 1.044 1.035
Paraíba 510 436 74 5.201 1.874 3.327
Pernambuco 1.630 1.450 180 7.194 3.384 3.810
Alagoas 242 164 78 1.896 668 1.228
Sergipe 142 98 44 1.666 578 1.088
Bahia 1.570 1.093 477 14.284 4.295 9.989
Sudeste 15.172 14.675 497 27.227 23.767 3.460
Minas Gerais 3.632 3.495 137 6.834 5.465 1.369
Espírito Santo 693 600 93 1.405 981 424
Rio de Janeiro 2.472 2.301 171 5.994 5.020 974
São Paulo 8.375 8.279 96 12.994 12.301 693
Sul 6.055 5.817 238 13.921 11.448 2.473
Paraná 2.327 2.268 59 4.617 4.136 481
Santa Catarina 1.659 1.525 134 3.715 2.800 915
Rio Grande do Sul 2.069 2.024 45 5.589 4.512 1.077
Centro-Oeste 1.835 1.801 34 4.705 3.893 812
Mato Grosso do Sul 410 408 2 877 790 87
Mato Grosso 389 373 16 1.089 766 323
Goiás 733 720 13 2.067 1.744 323
Distrito Federal 303 300 3 672 593 79
Fonte: MEC/Inep
8. O Índice de
Desenvolvimento Infantil (IDI)
O Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) foi um instrumento desenvolvido pelo UNICEF com o
objetivo monitorar a situação da primeira infância nas regiões, Estados e municípios brasileiros. Serve como
ponto de partida para uma análise dos problemas da primeira infância sob um enfoque integrador, que consid-
era a própria natureza da criança e seu desenvolvimento dentro do ciclo de vida.
A escolha desses indicadores tem relação direta com as causas ou os problemas que afetam o desen-
volvimento infantil, e não com os indicadores de efeito ou de efetividade, como taxas de mortalidade, taxas de
desnutrição, entre outras.
O Índice tem uma variação de 0 a 1, sendo 1 o valor máximo que um município, Estado ou região
deve buscar no processo de sobrevivência, crescimento e desenvolvimento de suas crianças no primeiro perío-
do de vida. Quanto mais próximo de 1, melhor a situação da primeira infância.
Para efeitos de classificação e comparação entre Estados, emprega-se a mesma classificação do IDH,
ou seja, IDI acima de 0,800 = desenvolvimento infantil elevado; entre 0,500 e 0,799 = desenvolvimento infantil
médio; abaixo de 0,500 = desenvolvimento infantil baixo.
No cálculo feito com indicadores de 2006, todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal encon-
tram-se com IDI acima de 0,500, ou seja, todas as Unidades da Federação têm, no mínimo, um nível de desen-
volvimento infantil médio. Esse resultado é um avanço quando em comparação com edições passadas do IDI.
Em 1999, sete Estados tinham um desenvolvimento infantil baixo (IDI < 0,500). Em 2004, esse número foi
reduzido para um Estado17.
Neste sentido, Alagoas e Amazonas destacam-se. O primeiro por ter conseguido sair da classificação
de desenvolvimento infantil baixo para desenvolvimento infantil médio. O segundo por ter avançado nove
posições em relação a edições passadas.
Da mesma maneira, enquanto, em 1999, nenhum Estado era classificado como tendo um desenvolvi-
mento infantil elevado (IDI>0,800), em 2004, um Estado obteve essa classificação, e, em 2006, três Estados estão
com IDI acima de 0,800 (ver Figura 32 e Tabela 14).
16
Maiores informações sobre o IDI, sua metodologia e análise podem ser encontradas na publicação “Situação da Infância Brasileira 2006” do UNICEF,
disponível em www.unicef.org.br.
17
Os dados desagregados para o cálculo do IDI estão disponíveis na Tabela 15.
Entre os anos de 1999 e 2006, pode-se notar uma melhora no IDI de todas as regiões brasileiras
(Figura 30). Sendo que o Norte e Nordeste se destacam quando em comparação com as outras regiões.
Apesar do avanço mais significativo em termos percentuais, o Nordeste e o Norte continuam com os
menores IDI entre as regiões brasileiras, com 0,647 e 0,655 respectivamente (Figura 31).
Figura 31:
Evolução do Índice de Desenvolvimento Infantil – IDI (0 – pior; 1 – melhor), 1999 a 2006
Figura 32:
Ranking dos Estados segundo o IDI, 2006
18
Dados sobre o IDI de todos os municípios
brasileiros e mais detalhes sobre a metodologia podem ser encontrados na publicação “Situação da Infância Brasileira 2006” do UNICEF, disponível em
www.unicef.org.br.
44
Posição dos Estados em relação ao IDI 1999, 2004 E 2006 - Brasil, Grandes Regiões E Unidades da Federação
Brasil, IDI
Cód.
Grandes Regiões e Unidades da Federação 1999 2004 2006
BRASIL 0,61 0,67 0,73
1 NORTE 0,49 0,56 0,66
2 NORDESTE 0,48 0,56 0,65
3 SUDESTE 0,70 0,75 0,81
Brasil, Grandes Regiões e % de crianças cujos pais tem escolaridade % crianças menores % gestantes ais de 6
de 1 ano Teravalente consultas pré-natal IDI 2006
Unidades da Federação precária (menos de 4 anos de estudo) % crianças matriculadas
Total 0-6 anos 0-1 ano 0-3 anos 4-6anos
em Pré-Escola (2006)
2006
2005 2004
Pai Mãe
BRASIL 187.227.792 20.662.002 5.522.567 11.268.827 9.393.175 23,52 16,78 95,37 52,93 59,49 0,73
NORTE 15.080.183 2.215.099 605.918 1.250.987 964.112 29,01 21,22 91,69 28,68 52,18 0,66
NORDESTE 51.713.072 6.476.998 1.722.222 3.534.626 2.942.372 41,69 28,27 93,81 36,56 63,65 0,65
SUDESTE 79.753.141 7.717.258 2.057.173 4.203.088 3.514.170 12,94 10,05 95,63 66,50 65,18 0,81
SUL 27.368.019 2.746.172 736.061 1.462.626 1.283.546 11,85 9,43 99,45 65,66 47,37 0,77
CENTRO-OESTE 13.313.377 1.506.475 401.193 817.500 688.975 16,28 10,70 99,66 58,35 45,53 0,74
RONDÔNIA 1.567.196 197.833 54.134 106.143 91.690 22,27 15,36 90,38 34,87 39,70 0,66
ACRE 663.656 109.507 31.828 63.357 46.150 48,01 37,08 89,68 24,06 52,96 0,56
AMAZONAS 3.351.077 507.256 134.857 295.424 211.832 19,06 18,71 78,02 25,83 53,58 0,67
RORAIMA 405.448 63.293 16.783 33.574 29.719 29,88 13,03 95,90 33,78 50,27 0,68
PARÁ 7.136.219 1.065.752 292.315 596.712 469.040 34,32 23,26 98,10 27,85 54,72 0,65
AMAPÁ 619.434 92.844 25.868 53.483 39.361 20,80 13,17 96,39 22,56 62,03 0,72
TOCANTINS 1.337.153 178.614 50.133 102.294 76.320 27,14 20,25 93,83 38,55 42,91 0,65
MARANHÃO 6.198.860 917.634 253.431 510.163 407.471 46,41 28,68 91,65 24,35 77,64 0,65
PIAUÍ 3.041.474 375.805 102.590 202.085 173.720 51,00 31,67 92,99 30,81 30,81 0,61
CEARÁ 8.238.204 998.371 269.860 539.165 459.206 38,83 26,63 90,00 40,91 40,91 0,66
RIO GRANDE DO NORTE 3.050.935 352.462 99.628 201.605 150.857 36,89 23,42 97,04 37,17 37,17 0,67
PARAÍBA 3.628.035 416.605 110.478 233.397 183.208 47,43 28,92 97,72 42,90 42,90 0,66
PERNAMBUCO 8.518.304 1.085.539 287.580 593.194 492.345 38,80 28,00 100,00 41,22 41,22 0,66
ALAGOAS 3.056.781 394.467 99.451 210.860 183.607 46,37 38,75 90,95 44,30 44,30 0,57
SERGIPE 2.006.549 231.543 59.963 119.233 112.310 34,34 25,21 97,08 51,92 51,92 0,72
BAHIA 13.973.930 1.704.572 439.241 924.924 779.648 40,21 27,19 89,47 32,86 32,86 0,64
MINAS GERAIS 19.522.017 2.021.600 541.369 1.105.947 915.653 20,14 12,60 86,41 56,17 56,17 0,71
ESPÍRITO SANTO 3.474.146 366.049 104.529 205.328 160.721 17,52 14,23 100,00 57,77 65,27 0,78
RIO DE JANEIRO 15.593.160 1.338.777 356.395 737.893 600.884 11,79 10,31 100,00 63,52 62,71 0,81
SÃO PAULO 41.163.818 3.990.832 1.054.880 2.153.920 1.836.912 9,40 8,31 97,42 73,04 74,86 0,86
SANTA CATARINA 5.974.442 565.133 168.495 321.941 243.192 9,35 8,38 100,00 60,89 68,32 0,83
45
RIO GRANDE DO SUL 10.984.060 1.068.471 268.852 549.250 519.221 11,96 9,20 97,96 62,84 36,40 0,74
Tabela 15:
46
Indicadores que compõem o IDI 2006 (continuação)
Serviços de
População (2006) Escolaridade dos Pais Serviços de Saúde
Educação
Brasil, Grandes Regiões e % de crianças cujos pais tem escolaridade % crianças menores % gestantes ais de 6
de 1 ano Teravalente consultas pré-natal IDI 2006
Unidades da Federação precária (menos de 4 anos de estudo) % crianças matriculadas
Total 0-6 anos 0-1 ano 0-3 anos 4-6anos
em Pré-Escola (2006)
2006
2005 2004
MATO GROSSO 2.866.474 341.655 96.372 188.876 152.779 21,90 12,05 99,93 57,76 43,98 0,72
GOIÁS 5.750.297 640.347 166.849 341.695 298.652 14,93 9,81 100,00 60,88 34,45 0,73
DISTRITO FEDERAL 2.392.718 265.579 68.576 143.264 122.315 10,34 8,61 86,39 53,16 66,68 0,79
2
UNICEF/BRZ/MILA PETRILLO
Projeto fortalece competências familiares e saúde da criança com a veiculação de programa de rádio
em 53 municípios do Semi-árido cearense.
Os primeiros seis anos de vida de uma criança é um período especial para o seu desenvolvimento. Os
governos e organizações sociais têm funções importantes, como a garantia de serviços de qualidade. Mas é a
família que estará acompanhando de perto seu desenvolvimento. Para isso, é fundamental que as competências
familiares sejam fortalecidas. O projeto Comunicando Saberes, Realizando Sonhos: o rádio no fortalecimento das
competências familiares e municipais, desenvolvido pela ONG Catavento em parceria com o UNICEF, foi criado
em 2002 exatamente com o objetivo de sensibilizar as famílias do Semi-árido cearense para o fortalecimento de
suas competências, utilizando o rádio como disseminador de saberes.
Indicadores da situação da infância, como a Taxa de Mortalidade de Menores de 5 Anos (TMM5),
deixam claro que áreas como o Semi-árido precisam de maior atenção. Dados publicados pelo UNICEF em
2006, no relatório da Situação da Infância Brasileira, mostram que a TMM5 é maior no Nordeste, onde está
localizada a maioria das áreas de Semi-árido do País. Estima-se que a cada mil crianças nascidas no Nordeste,
45,9 morrem antes de completar 5 anos de vida, enquanto a média brasileira é de 29,9. O Relatório também
comprova como o fator social representa forte impacto para o aumento da mortalidade infantil. Segundo o
documento, crianças com mães de baixa escolaridade têm três vezes mais possibilidade de morrer antes de
completar 5 anos do que crianças com mães que têm alta escolaridade.
Informações simples como a receita de soro caseiro podem ajudar a mudar índices como o da mor-
talidade infantil. Dessa forma, o projeto Comunicando Saberes encontrou no rádio um aliado para debater
temáticas como amamentação, pré-natal, desnutrição, relação entre pais e filhos, vacinação e outros assuntos
relacionados aos seis primeiros anos de vida de crianças. Os assuntos são discutidos num programa de rádio
semanal, chamado Conversa em Família, transmitido em rede para 62 emissoras, em 53 municípios do Ceará.
Estima-se que o programa seja ouvido por 20 mil famílias.
Cada emissora cede 30 minutos da sua programação para a veiculação gratuita do Conversa em
Família, que é produzido com a parceria de aproximadamente 180 radialistas que compõem a Rede de Ra-
dialista Amigos e Amigas da Infância. Além de produzir notícias e sugerir temáticas para os programas, esses
radialistas também sensibilizam seus colegas para a temática da infância e inserem discussões sobre as com-
petências familiares em outros momentos da programação, muitas vezes até por uma demanda da própria
comunidade, como afirma o radialista Tony Vieira, de São Pedro do Norte: “Depois que a gente começou a
veicular o Conversa em Família aqui na nossa emissora, as pessoas nos ligaram querendo saber mais e mais”.
Outra ação do projeto é a realização de rodas de conversa com as famílias. Nesses encontros, são
debatidos temas do cotidiano, como o problema dos filhos com “diarréia”; trocados saberes referendados na
prática, como a forma de espantar moscas da casa; e outros saberes adquiridos, como a receita do soro caseiro
que uma mãe aprendeu com o médico do Programa Saúde da Família. É também um momento de falar suas
dificuldades e pensar com o grupo formas de amenizá-las. “Graças a Deus eu vou sair daqui bem aliviada, que
desabafei um bocado de coisas que há tempos eu queria dizer”, comenta a mãe Maria Dantas, de Quixeramo-
bim, avaliando uma roda de conversa.
O Agente Comunitário de Saúde é pessoa que deve ser escolhida e selecionada na comunidade entre
as que moram há pelo menos dois anos no lugar, deve saber ler e escrever, e fazer um treinamento oficial para
exercer as suas funções. Hoje temos mais de 220 mil Agentes Comunitários de Saúde, dando atenção a 110
milhões de pessoas de um total de 187 milhões de brasileiros, especialmente em áreas carentes dos Estados e
municípios. Há ainda, aproximadamente 3 mil Agentes Indígenas de Saúde que cuidam de suas tribos nas mais
diversas etnias. Cada Agente é responsável, em média, por 150 famílias, sendo que esse número aumenta na
zona urbana e diminui na zona rural.
Hoje no Brasil, 27 mil Equipes de Saúde da Família atendem mais de 87,7 milhões de habitantes. O
trabalho básico dos Agentes Comunitários de Saúde e das Equipes de Saúde da Família é a atenção às famílias,
especialmente crianças e gestantes, na atenção ao pré-natal, cuidados com o recém nascido, aleitamento materno,
imunização, terapia de reidratação oral, atenção às infecções respiratórias agudas, saneamento, qualidade da água,
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança. Em realidade, é um trabalho intersetorial de
atenção integral às crianças, porque envolve questões de saúde, educação e proteção.
James Macinko, Frederico C. Guanais, Maria de Fátima M. de Souza. Avaliação do Impacto do Programa Saúde da Família na mortalidade infantil no
19
Brasil, 1999⁄2002.
Considerando essa demanda e o alto índice de doenças de pele e diarréicas, o UNICEF apoiou a
produção do material educativo (álbum seriado e spots) construído nas capacitações pelos povos indígenas na
língua Wai-wai, para ser utilizado pelos agentes de saúde e de saneamento indígena em suas ações de preven-
ção nas aldeias e nas ações educativas nas escolas, a fim de reduzir o índice de doenças de pele e parasitoses, o
que beneficiará todos os 1.591 habitantes dessas aldeias, em especial os 586 crianças e adolescentes. O material edu-
cativo servirá, também, para a realização
de ações integradas entre as políticas de
saúde indígena e de educação, assim como
os conhecimentos científicos produzidos
pelo setor de lingüística, antropologia,
etnobotânica, etnomusicologia do Museu
Paraense Emílio Goeldi respeitando e pre-
servando os conhecimentos tradicionais
dos povos indígenas.
Nas próximas capacitações para
os povos indígenas, a Funasa deverá ter
um módulo específico sobre produção
de material educativo com a partici-
pação e o protagonismo desses povos,
UNICEF/BRZ/ZELIA TELLES
A gravidez não foi planejada. Mas, em julho de 2006, veio ao mundo Mara Beatriz da Silva Oliveira.
Uma reviravolta para Nívea Mara da Silva que, aos 19 anos, foi surpreendida pela maternidade. No embalo
das novas experiências, Nívea conta sobre a importância do acompanhamento de Adriana Pereira, a agente de
saúde que, desde o primeiro mês, zela de perto pela saúde da pequena Mara. “Hoje estou mais segura, tenho
minha mãe e a Adriana; mas no começo tudo era motivo de pânico”, desabafa a jovem mãe.
Marinheira de primeira viagem, Nívea conta que o volume de informações repassadas pela agente
Adriana, às vezes, era grande para quem, há poucos meses, nem se imaginava com tanta responsabilidade. Mas
Nívea é uma mãe de sorte. Horizonte, a cidade onde mora, localizada a 40 km de Fortaleza (CE), é especial-
mente preocupada com a saúde das crianças. Prova disso é que o município é vencedor das quatro edições do
Selo UNICEF Município Aprovado. Entre os muitos frutos colhidos, desde dezembro de 2006, graças ao kit
Família Brasileira Fortalecida, elaborado pelo UNICEF com a participação de 28 parceiros e do governo fed-
eral, tornou-se mais fácil para os agentes de saúde ensinar mães como cuidar melhor de si e de seus filhos.
O kit, formado por cinco álbuns, explica de maneira simples e prática os cuidados necessários para as
crianças desde a gestação até os 6 anos de idade. É utilizado pelos Agentes Comunitários de Saúde para repassar às
famílias informações básicas sobre a saúde de gestantes e bebês. O sucesso foi tanto que todas as 72 agentes de Hori-
zonte utilizam diariamente o material, em visitas domiciliares e reuniões em escolas ou associações comunitárias.
Olhando para o sorriso farto da filha, enfeitado com seis dentinhos, Nívea consegue lembrar da surpresa
quando, com apenas três meses, a pequena Mara apresentou os sintomas da dentição. “Febre, diarréia, enjôo...
Logo apareceram os dois primeiros dentes”. Não demorou e a mãe per-
cebeu que a chegada precoce da dentição trazia uma nova tarefa diária.
“Sinceramente, antes eu achava que escovar os dentes era coisa de criança
maior. Um dia, a Adriana veio com o álbum e me falou sobre higiene
bucal. Com a ajuda das dicas, hoje limpo os dentinhos da Mara mais
de uma vez por dia, do jeitinho que aprendi. Acho que é muita sorte da
minha filha que eu tenha aprendido isso, porque muitas crianças que têm
problema com os dentes podiam evitá-los se as mães fizessem a limpeza
desde cedo”, ensina Nívea.
54
Caderno Brasil UNICEF
Notas Metodológicas
UNICEF/BRZ/LUCA BONACINI
alguns indicadores presentes na publicação
do UNICEF Situação Mundial da Infância
2008 podem ser diferentes dos números na
publicação Situação Mundial da Infância
2008 – Caderno Brasil. Para que possa haver
comparações entre os países e análises globais,
alguns indicadores utilizados na publicação
mundial não são aqueles reportados pelos
países. Os indicadores utilizados no “Situação
Mundial da Infância” são construídos por meio
de modelos demográficos globais, e têm como
fonte UNICEF, OMS, Divisão de População
das Nações Unidas e Divisão de Estatísticas das
Nações Unidas.
2. O UNICEF trabalha preferencialmente com
dados oficiais do governo brasileiro. O IBGE,
como fonte oficial do Brasil para indicadores
sociais, é escolhido como fonte prioritária para
todos os dados e informações produzidos pelo
mesmo. Na ausência de informações por parte
do IBGE – ou com o propósito de aprofundar
as análises –, o UNICEF utiliza as informações
dos demais órgãos do governo, universidades,
institutos de pesquisa e organizações da socie-
dade civil. Por este motivo, alguns indicadores
desta publicação podem ter valores diferentes
daqueles utilizados pelos órgãos oficiais.
3. A taxa de mortalidade infantil compreende a quantidade de crianças menores de 1 ano que morrem para
cada 1000 que nascem vivas em um dado período. Com o propósito de minimizar o impacto da subnotifi-
cação e manter o máximo de uniformidade de fontes entre os diferentes dados, o UNICEF opta por utilizar
os dados de mortalidade infantil produzidos pelo IBGE, em vez de outras fontes. A taxa de mortalidade
infantil do IBGE é calculada a partir de estimativas. Em alguns momentos, essa taxa pode ser bem maior do
que o valor divulgado pelas Secretarias Estaduais de Saúde, que é calculado a partir de dados do SIM/Sinasc.
4. Os valores totais de cada dimensão de iniqüidade (Tabela de Iniqüidade no Anexo II) podem apresentar
pequenas diferenças entre si e entre o dado oficial divulgado para o Brasil. Isso se deve ao fato de os cál-
culos de disparidades se referirem somente aos registros de pesquisa em que há a respectiva declaração,
excluindo-se os registros ignorados ou sem declaração.
5. Os dados do relatório Situação Mundial da Infância 2008 – Caderno Brasil estão atualizados até
dezembro de 2007.
ANEXOS
ANEXO I - Tabela I - Indicadores Básicos
57
58
ANEXO I - Tabela I - Indicadores Básicos (continuação)
Taxa de Mortalidade Infantil “Taxa de mortalidade entre menores de 5 anos “Taxa de mortalidade materna Índice de
Área (por mil nascidos vivos)” (por mil nascidos vivos)” (óbitos por cem mil nascidos vivos)” Desenvolvimento Infantil
1991 2005 2006 1991 2005 2006 2000 2005 1999 2004 2006
Região Norte
44,0 26,6 25,8 54,4 31,8 30,7 62,3 57,5 0,485 0,556 0,655
Rondonia RO 38,6 25,2 24,4 46,7 29,9 29,0 28,8 53,4 0,570 0,583 0,662
Acre AC 53,9 32,6 31,7 69,1 39,7 38,4 52,5 45,8 0,436 0,516 0,562
Amazonas AM 42,5 27,6 26,8 52,0 33,2 32,1 90,2 53,1 0,457 0,520 0,669
Roraima RR 41,0 20,1 19,6 50,5 23,6 23,1 61,6 51,6 0,662 0,655 0,681
Pará PA 44,6 25,9 25,2 55,3 30,9 30,0 57,8 59,1 0,459 0,552 0,650
Amapá PA 36,7 25,4 24,6 44,1 30,1 29,1 35,1 63,4 0,591 0,653 0,719
Tocantins TO 49,0 29,0 28,1 61,9 34,8 33,7 72,5 72,1 0,532 0,581 0,654
Região Nordeste 71,5 38,2 36,9 95,7 47,7 45,9 57,7 67,0 0,482 0,558 0,647
Maranhão MA 73,6 42,1 40,7 98,9 53,3 51,4 79,4 91,4 0,446 0,542 0,651
Piauí PI 61,9 30,4 29,3 81,3 36,8 35,4 75,1 98,5 0,477 0,534 0,607
Ceará CE 71,1 32,0 30,8 95,2 38,6 37,2 71,8 82,1 0,514 0,582 0,663
Rio Grande do Norte RN 72,1 37,5 36,1 96,6 46,5 44,7 37,2 53,5 0,572 0,605 0,670
Paraíba PB 77,4 40,8 39,4 104,6 51,5 49,6 26,1 26,4 0,510 0,574 0,659
Pernambuco PE 75,6 41,2 39,8 101,9 52,0 50,1 50,2 46,0 0,514 0,599 0,655
Alagoas AL 98,6 53,7 51,9 136,7 70,9 68,2 50,2 52,8 0,406 0,473 0,574
Sergipe SE 67,3 36,2 35,0 89,4 44,7 43,1 83,5 50,8 0,592 0,624 0,718
Bahia BA 62,5 35,6 34,5 82,3 43,6 42,1 50,9 71,0 0,433 0,525 0,636
Região Sudeste 31,7 18,9 18,3 37,8 22,0 21,2 48,2 40,7 0,701 0,750 0,808
Minas Gerais MG 35,7 21,8 21,1 43,0 25,6 24,7 43,9 32,1 0,630 0,649 0,715
Espírito Santo ES 31,7 20,1 19,5 37,8 23,3 22,6 44,5 53,4 0,674 0,744 0,781
Rio de Janeiro RJ 30,7 20,9 20,2 36,5 24,4 23,5 76,0 63,2 0,708 0,746 0,806
São Paulo SP 29,8 16,5 16,0 35,3 19,0 18,4 40,0 35,4 0,734 0,803 0,856
Região Sul 27,4 17,2 16,7 32,2 19,9 19,2 53,4 55,1 0,675 0,729 0,772
Paraná PR 32,3 20,0 19,3 38,5 23,2 22,3 68,5 66,1 0,650 0,718 0,776
Santa Catarina SC 28,6 17,2 16,6 33,7 19,7 19,0 36,9 33,1 0,718 0,764 0,828
Rio Grande do Sul RS 21,6 14,3 13,9 24,9 16,5 16,0 47,0 55,7 0,677 0,719 0,739
Região Centro-Oeste 32,4 20,1 19,5 38,7 23,5 22,8 39,1 54,5 0,641 0,696 0,744
Mato Grosso do Sul MS 31,7 19,1 18,5 37,8 22,3 21,6 37,1 70,0 0,625 0,681 0,756
Mato Grosso MT 35,3 21,6 21,0 42,4 25,4 24,7 66,7 85,9 0,581 0,648 0,722
Goiás GO 33,2 20,7 20,0 39,7 24,2 23,4 27,4 36,0 0,642 0,691 0,725
Distrito Federal DF 27,4 17,8 17,3 32,3 20,6 20,0 35,4 41,4 0,715 0,785 0,794
% óbitos entre % óbitos neonatais (sobre total de óbitos entre menores de 1 ano) Baixo peso em gestações a termo [1] (%)
menores de 1
ano por causas
Área mal definidas 1995 2005 2000 2005
59
Distrito Federal DF 3,2 1,0 71,2 55,4 15,7 66,0 46,8 19,2 4,0 1.923 3,4 1.573
60
ANEXO I - Tabela I - Indicadores Básicos (continuação)
% gestantes com mais Bebês nascidos de mães menores Famílias “chefiadas” por crianças e
Nascidos vivos com % crianças menores de 2 de 15 anos de idade adolescentes menores de 18 anos Sub-registro de
de 6 consultas de
Rondonia RO 4,0 6,1 40,7 31,8 6,3 2,5 4,6 137 12,0 336 3,1 819 5,2 2.435 38,6 19,5
Acre AC 6,5 6,6 24,6 29,4 17,0 5,8 14,8 179 13,9 243 13,5 1.446 6,3 1.163 35,0 11,1
Amazonas AM 7,0 6,7 37,2 26,6 11,9 2,3 13,1 626 13,8 1.012 6,1 3.481 6,2 5.961 56,9 24,5
Roraima RR 5,9 7,5 43,4 43,6 4,8 2,1 17,7 76 18,3 177 5,1 343 12,4 1.422 37,9 42,8
Pará PA 6,2 6,8 35,1 26,9 9,9 3,8 10,7 990 15,3 2.234 8,0 9.443 10,4 20.985 61,5 19,2
Amapá PA 7,2 7,8 27,4 23,1 5,2 1,7 12,0 130 15,6 222 1,9 244 5,7 904 33,2 29,1
Tocantins TO 6,2 6,4 26,8 38,1 10,0 3,8 12,2 246 15,2 400 3,9 1.266 4,6 1.808 51,8 13,9
Região Nordeste 6,7 7,4 32,7 35,2 15,6 5,1 7,9 4.869 10,9 10.047 6,5 87.011 5,6 84.935 48,7 21,9
Maranhão MA 6,8 7,1 24,2 23,1 17,4 6,5 9,4 552 15,1 1.969 12,6 18.278 8,5 14.080 70,7 22,4
Piauí PI 6,3 6,9 30,7 35,1 17,6 5,6 9,2 296 11,4 649 4,7 3.661 5,9 5.158 59,5 33,7
Ceará CE 6,0 7,2 29,7 37,5 12,8 5,2 12,7 1.102 9,0 1.266 6,0 12.615 4,9 11.749 54,1 20,7
Rio Grande do Norte RN 6,9 7,3 39,0 37,9 9,5 3,7 7,6 230 10,0 521 5,5 4.407 6,7 6.110 46,3 17,7
Paraíba PB 6,3 6,7 41,4 42,4 13,4 4,2 6,2 217 9,8 627 8,1 7.839 5,0 5.523 44,2 13,8
Pernambuco PE 7,0 7,6 39,3 39,2 20,1 3,8 7,1 1.027 9,9 1.506 6,7 15.166 4,5 11.655 46,6 12,0
Alagoas AL 6,4 7,4 32,9 43,9 20,3 7,0 7,5 388 11,5 700 6,2 4.758 9,0 7.651 61,1 31,6
Sergipe SE 6,7 7,9 26,5 46,5 10,5 4,6 3,2 119 9,0 335 8,9 4.712 6,2 3.813 34,4 21,9
Bahia BA 7,0 7,8 30,9 31,1 14,7 5,4 6,6 938 10,7 2.474 4,2 15.575 4,6 19.196 32,8 25,2
Região Sudeste 8,5 9,0 47,5 66,8 8,0 2,1 5,4 5.772 5,8 6.837 3,2 72.212 3,2 85.060 11,8 7,1
Minas Gerais MG 8,7 9,4 46,4 56,8 11,1 3,6 3,7 227 5,7 1.593 3,1 17.127 4,5 27.605 20,0 16,3
Espírito Santo ES 7,4 7,4 51,0 57,7 5,8 1,5 5,4 294 7,0 366 8,1 7.681 4,2 4.649 15,4 13,9
Rio de Janeiro RJ 8,5 8,9 55,4 63,3 6,1 1,5 6,0 1.598 7,7 1.715 2,4 11.715 1,9 10.323 12,6 9,0
São Paulo SP 8,5 8,9 44,7 73,4 4,1 1,0 5,3 3.653 5,1 3.163 3,1 35.689 3,2 42.483 6,9 0,4
Região Sul 8,1 8,5 51,4 68,0 7,1 1,2 6,2 2.959 7,7 3.035 3,4 27.485 3,5 32.022 19,1 0,8
Paraná PR 7,9 8,3 55,9 73,3 7,5 1,4 6,3 1.260 8,6 1.382 4,1 12.111 4,3 14.530 20,2 -0,1
Santa Catarina SC 7,2 7,8 44,3 63,1 6,3 0,9 4,9 421 6,3 530 2,4 3.989 2,7 5.211 19,0 -0,6
Rio Grande do Sul RS 8,8 9,1 50,5 65,0 7,2 1,3 6,8 1.278 7,6 1.123 3,4 11.385 3,3 12.281 18,1 2,6
Região Centro-Oeste 7,0 7,5 50,5 58,8 6,9 1,9 8,8 1.644 9,6 2.209 5,4 19.683 4,3 18.275 25,2 9,2
Mato Grosso do Sul MS 7,0 7,1 62,4 61,8 5,4 2,4 10,8 488 12,6 523 4,4 2.875 4,5 3.361 24,3 7,4
Mato Grosso MT 6,4 6,8 52,1 56,5 7,5 1,5 9,9 352 12,7 666 7,3 5.504 6,1 5.478 40,1 11,4
Goiás GO 6,8 7,5 50,0 61,1 7,8 2,1 8,1 513 8,6 786 5,3 8.351 3,5 6.590 29,5 12,6
Distrito Federal DF 8,3 8,8 39,9 54,3 4,4 0,7 6,7 291 5,1 234 4,7 2.953 3,8 2.846 -5,9 0,4
“Taxa de homicídios entre crianças
% da população em creche, pré-escola ou escola % crianças e adolescentes analfabetos % crianças de 10 a 15 e adolescentes de
Área anos trabalhando 10 a 19 anos
(por 100 mil hab)”
2001 2006 2001 2006
0 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 14 anos 0 a 3 anos 4 a 6 anos 7 a 14 anos 7 a 14 anos 12 a 17 anos 7 a 14 anos 12 a 17 anos 2001 2006 2000 2005
Brasil 10,7 65,6 96,5 15,5 76,0 97,6 10,0 3,0 8,3 1,8 13,9 11,7 22,2 23,1
Região Norte 7,5 60,1 95,2 8,0 64,2 96,0 12,4 3,0 11,8 2,8 11,0 14,6 13,7 19,2
Rondonia RO 4,5 53,2 94,3 7,3 51,9 95,7 4,7 1,1 3,3 1,4 7,2 15,7 17,3 22,7
Acre AC 3,3 55,0 95,4 4,2 53,2 94,0 12,9 3,2 15,3 4,2 9,4 17,9 20,0 16,1
Amazonas AM 5,4 54,2 95,3 6,8 61,1 96,7 8,9 2,6 8,1 1,8 6,1 11,3 16,8 16,4
Roraima RR 14,0 72,3 97,0 9,9 82,6 97,4 7,4 1,8 4,8 1,2 5,5 17,2 40,5 12,2
Pará PA 9,6 68,6 95,0 9,0 67,4 95,4 13,8 3,6 16,1 4,0 12,3 15,8 8,3 21,2
Amapá PA 14,9 52,5 99,4 6,9 68,6 97,3 3,4 0,8 4,4 0,3 5,4 4,3 43,0 35,6
Tocantins TO 3,2 47,5 95,0 8,6 65,4 97,6 22,3 3,9 11,6 2,3 21,5 17,9 8,4 6,8
Região Nordeste 10,6 70,5 95,2 13,3 80,4 96,9 19,5 6,6 15,4 3,6 20,4 16,7 13,7 20,4
Maranhão MA 7,2 68,5 95,0 9,9 78,0 96,6 22,8 7,0 21,0 4,6 28,9 19,9 4,1 9,7
Piauí PI 10,1 71,7 96,5 7,9 78,9 97,8 26,7 10,5 18,6 5,6 22,2 19,7 5,8 9,0
Ceará CE 16,6 79,5 95,8 18,4 88,4 97,5 17,8 5,4 14,1 3,6 20,2 18,1 11,3 15,9
Rio Grande do Norte RN 14,8 75,7 95,7 19,6 87,5 96,5 18,9 6,0 16,9 5,0 13,1 11,0 5,0 11,0
Paraíba PB 9,4 69,7 96,3 13,8 80,9 97,1 17,5 7,2 14,3 3,6 15,6 15,6 13,7 17,6
Pernambuco PE 11,6 68,1 94,1 14,9 80,1 96,0 20,6 8,0 14,0 3,1 18,8 16,6 41,5 47,2
Alagoas AL 8,1 66,3 92,8 10,7 69,3 95,9 23,3 10,0 18,9 4,6 20,4 15,7 19,2 35,3
Sergipe SE 11,4 75,1 96,1 14,0 84,6 97,1 16,4 6,0 8,4 3,2 14,3 13,7 13,4 12,8
Bahia BA 7,8 66,8 95,4 11,5 78,0 97,3 16,7 4,6 13,5 2,5 20,6 15,4 6,2 14,9
Região Sudeste 11,6 68,2 97,4 19,2 80,9 98,3 4,8 1,0 4,4 0,7 8,4 6,8 34,4 26,6
Minas Gerais MG 8,8 62,9 97,0 14,4 74,2 97,4 6,7 1,4 5,1 1,1 14,3 13,3 9,5 22,0
Espírito Santo ES 13,7 62,8 95,8 15,2 80,1 97,6 9,6 2,5 6,6 1,3 16,0 11,0 36,1 45,9
Rio de Janeiro RJ 12,9 74,5 96,8 20,9 84,1 98,4 5,5 1,0 4,1 0,6 4,1 2,7 50,0 51,1
São Paulo SP 12,5 69,1 98,0 21,6 83,2 98,8 3,2 0,6 3,9 0,5 6,3 4,4 41,5 18,5
Região Sul 11,8 55,3 97,0 18,3 66,4 98,4 3,5 1,1 3,3 0,6 16,1 13,8 11,8 21,3
Paraná PR 11,3 55,2 96,5 17,7 67,5 98,0 2,9 1,1 2,8 0,6 15,5 12,6 15,6 33,2
Santa Catarina SC 15,7 68,9 98,1 23,4 83,6 99,0 2,6 0,4 2,5 0,3 16,3 14,5 4,4 10,5
Rio Grande do Sul RS 10,5 47,5 97,0 15,9 57,3 98,4 4,7 1,6 4,1 0,9 16,5 14,7 12,3 16,0
Região Centro-Oeste 6,7 54,5 97,1 11,5 67,0 98,1 6,2 1,4 4,0 0,7 12,3 9,1 23,1 24,1
Mato Grosso do Sul MS 7,2 51,8 97,4 17,4 64,2 97,9 4,5 1,6 5,5 0,7 11,6 9,7 22,1 24,8
Goiás GO 4,3 53,2 97,1 7,3 64,6 98,1 6,5 1,4 4,0 1,0 13,2 9,2 18,2 22,4
Distrito Federal
61
DF 11,8 65,1 97,5 16,9 75,9 98,7 4,5 0,9 3,8 0,5 3,4 2,2 37,5 32,2
62
ANEXO II - Tabela II - Indicadores de Iniqüidade
Sem instrução/
5.212 81,8 4.264 14,1 10.849
Menos de 1 ano
34,9
1 a 3 anos 6.602 76,0 5.015 5,4 17.904
Médio 8.746 - - - - -
Raça / cor 8,8 26.752 9.527.072 2.252.533 658.828 84,5 24,0 2,4
Preta e parda 11,3 15.291 4.856.711 1.302.124 454.776 86,2 26,0 2,9
Escolaridade da mãe 8,8 26.752 8.909.394 2.047.447 503.875 84,6 24,0 2,0
Sem instrução/ 7,4 567 518.182 240.892 154.986 89,0 36,2 5,5
Menos de 1 ano
11 anos ou mais 5,5 410 2.711.779 309.947 35.161 76,9 11,9 0,5
Banco Mundial. Brasil Desenvolvimento da Primeira Infância: Foco sobre o Impacto das Pré-Escolas, 2002.
UNICEF. Progress for Children: A World Fit for Children Statistical Review, 2007.
McGregor, Sally; Cheun, Yin Bun; Cueto, Santiago; Glewwe, Paul, Richter, Linda; Strupp, Barbara. Develop-
mental potential in the first 5 years for children in developing countries. Lancet 2007; 369: 60-70.
Walker, Susan P; Chang, Susan M; Powell, Christine A; MGrantham-McGregor, Sally. Effects of early child-
hood psychosocial stimulation and nutritional supplementation on cognition and education in growth-stunted
Jamaican children: prospective cohort study. Lancet 2005; 366: 1804-07.
Walker, Susan P; Wachs, Theodore; Gardner, Julie Meeks; Lozoff, Betsy; Wasserman, Gail A; Pollitt, Ernesto; Carter,
Julie A. child development: risk factors for adverse outcomes in developing countries. Lancet 2007; 369: 145-57.