Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
113
VI – há uma espessa camada (L→ ∞) de fluido acima da placa.
Em que “vx” é, em tese, uma função de v x (x, y, z, t) . Como a placa é muito larga,
haverá simetria no sistema e, portanto, nenhuma dependência com “z”. Logo,
v x (x, y, t)
∂ρ
+ ∇. ( ρv ) = 0 (107)
∂t
∂vi ∂v x ∂v y ∂v z
∇.v = = + +
∂x i ∂x ∂y ∂z
∂v x ∂v y ∂v z
+ + =0
∂x ∂y ∂z
∂v x ∂.0 ∂.0
+ + =0
∂x ∂y ∂z
114
∂v x
=0 (109)
∂x
A equação anterior mostra que “vx” não depende da posição “x”. Logo, “vx” somente
dependerá de “y” e “t”, ou seja, v x (y, t) Fazendo agora a análise da Equação do Movimento,
para a componente “x”, aplicando as considerações anteriores:
∂v ∂v ∂v ∂v ∂P ∂ (τ ) ∂ (τ yx ) ∂ (τzx )
ρ x + v x x + v y x + vz x = − − xx + + + ρg x (110)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂z
(
τ = −µ ∇v + ∇vT ) (112)
∂v j ∂vi
τij = −µ
∂x i ∂x j
+ ou
∂v ∂v y
τ yx = −µ x +
∂y ∂x
∂v x
τ yx = −µ (vy = 0) (113)
∂y
Substituindo a Eq. (113) na Eq. (111):
∂v x ∂ ∂v
ρ = − −µ x
∂t ∂y ∂y
∂v x ∂2 v
ρ = µ 2x
∂t ∂y
115
∂v x µ ∂2 v x
=
∂t ρ ∂y2
∂v x ∂2 v x
=ν 2 (114)
∂t ∂y
Geralmente, a EDP trazida pela Eq. (114) tem sua variável dependente “vx”
adimensionalizada mediante a divisão dos dois membros por uma constante (neste caso, a
constante é a velocidade da placa “vp”):
v
∂2 x
1 ∂v x 1 ∂2 v x ∂ vx vp
= ν =ν
v p ∂t v p ∂y2
∂t v p ∂y2
∂ϕ ∂2ϕ
=ν 2 (115)
∂t ∂y
vx
Em que: ϕ =
vp
A Eq. (115) é uma Equação Diferencial Parcial. Pela literatura, sabe-se que
dependendo das condições de contorno, ela possui uma solução analítica ou não.
Para este caso em específico, é possível obter uma solução analítica para esta EDP.
v x (0, t) = v p
v x (y → ∞, t) = 0
v x (y, 0) = 0
116
ϕ(0, t) = 1
ϕ(y → ∞, t) = 0
ϕ(y, 0) = 0
Incumbe-nos agora, resolver a EDP. Para tanto, devemos a partir de agora, buscar métodos
matemáticos para resolvê-la, aplicando as condições de contorno mencionadas. Para tanto, a
literatura faz uso do Método da Similaridade.
F.1 - Similaridade
Diz a literatura matemática que o Método da Similaridade pode ser aplicado quando
duas variáveis independentes levam, cada qual submetida a limites extremos, aos mesmos
valores, ou seja:
ϕ = ϕ ( η) (116)
η = η ( y, t ) (117)
η = ay b t c (118)
117
∂ϕ dϕ ∂η dϕ c ∂ϕ c
= =
∂t ∂η ∂t ∂η
( )
acy b t c−1 = ϕ' ay b t c
t
( ) →
∂t
= ϕ 'η
t
(119)
∂ϕ dϕ ∂η dϕ b ∂ϕ b
= =
∂y ∂η ∂y ∂η
( )
aby b −1t c = ϕ' ay b t c
y
( ) →
∂y
= ϕ'η
y
∂ 2ϕ ∂ ∂ϕ ∂ dϕ ∂η dϕ ∂ 2 η ∂η ∂ dϕ
= = = +
∂y 2 ∂y ∂y ∂y dη ∂y dη ∂y 2 ∂y ∂y dη
dϕ ∂ 2η ∂η d 2 ϕ ∂η
= + . .
dη ∂y 2 ∂y dη2 ∂y
2
dϕ ∂ 2η ∂η d 2 ϕ
= + .
dη ∂y 2 ∂y dη2
2
∂ 2ϕ dϕ ∂ 2 η ∂η d 2 ϕ
= + .
∂y 2 dη ∂y 2 ∂y dη2
∂ 2ϕ 2
∂y 2 (
= ϕ' ab ( b − 1) y b −2 t c + aby b−1t c ) .ϕ ''
∂ 2ϕ b ( b − 1) 2 b 2 ''
∂y 2
= ϕ' ay b t c
y 2 (
+ ay b t c ) y2
.ϕ
∂ 2ϕ ' b ( b − 1)
2
2 b
2
= ϕ η 2
+ η 2
.ϕ'' (120)
∂y y y
∂ϕ ∂2ϕ
=ν 2 (121)
∂t ∂y
' c ' b ( b − 1) 2 b
2
''
ϕ η = ν ϕ η + η .ϕ (122)
t y2 y 2
c 1(1 − 1) 2 1
2
ϕ'η = ν ϕ'η 2
+ η 2
.ϕ''
t y y
118
c 0 12
ϕ'η = ν ϕ'η. 2 + η2 2 .ϕ''
t y y
c 12
ϕ'η = νη2 2 .ϕ''
t y
c ' νη ''
ϕ = 2ϕ (123)
t y
η = ayt c
η 2 η2
y= c → y = 2 2c
at a t
Logo:
c ' νη c η2 1 '
ϕ = ϕ'' → ϕ =ϕ
''
t η2 t a 2 t 2c νη
2 2c
a t
cη
ϕ'' − 2 2c +1
ϕ' = 0 (124)
νa t
1 η '
ϕ'' + ϕ =0 (125)
2 νa 2
1 1
Em que: β = . Verifica-se a partir da Eq. (126) que a EDP
2 νa 2
originalmente adotada transformou-se numa Equação Diferencial
Ordinária de 2ª Ordem (EDO). Como a EDO de 2ª Ordem é também
119
homogênea, pode-se ainda, reduzi-la a uma EDO de 1ª ordem,
mediante a adoção de uma nova variável “Ψ”, de tal forma que:
dϕ d 2 ϕ dψ
≡Ψ 2
= = ψ'
dη dη dη
Assim:
Deve-se notar que a Eq. (127) é uma EDO de 1ª Ordem de Variáveis Separadas:
dψ
ψ ' + βηψ = 0 + βηψ = 0
dη
∫ ∫
dψ dψ β β
= −βηψ = −βηdη ln ψ = − η2 + K1 ln ψ = − η2 + ln K1
dη ψ 2 2
β β
− η2 + ln K1 − η2
eln ψ = e 2 ψ=e 2 .e ln K1
β
− η2
ψ = K1e 2 (128)
β
Fazendo = 1 , pode-se chegar que:
2
1 1
2 νa 2 = 1 1
=1 a=
1
(129)
2 4ν a 2 4ν
1
1 −
η= yt 2
4ν
y
η= (130)
4νt
120
dϕ
Mas: ψ = . Então:
dη
∫ ∫
dϕ 2 2
= K1e −η → dϕ = K1e−η dη
dη
η
∫
2
ϕ= K1e−η dη + K 2 (131)
0
Resta-nos, agora, calcular os valores de “K1” e “K2”. Para tanto, vamos redefinir as
condições de contorno. Vale relembrar que:
0
ϕ(η) = ϕ(0, t) = 1 η= =0 ϕ(0) = 1
4ν t
∞
ϕ(η) = ϕ(y → ∞, t) = 0 η= →∞ ϕ(∞) = 0
4ν t
y
ϕ(η) = ϕ(y, 0) = 0 η= →∞ ϕ(∞) = 0
4ν.0
∫
2
ϕ ( 0) = K1e −η dη + K 2 = 1 → K2 = 1 (132)
0
∞ ∞
∫ ∫
2 2
ϕ(∞) = K1e−η dη + 1 = 0 → K1 e−η dη + 1 = 0
0 0
121
−1
K1 = ∞
(133)
∫
2
e−η dη
0
G = G ( F ) , e F = F ( x, y ) e I =
∫ G ( F) dF < ∞ , então:
F
∫∫x,y
G ( x, y ) d(x, y) = I2 (134)
∞ ∞ ∞
∫ ∫∫
I= e −η2
dη → 2
I = e
(
− y2 + t 2 )dydt (135)
0 0 0
y = r cos θ
t = rsenθ
Sabe-se que um elemento infinitesimal de área no
plano cartesiano “ dydt ” equivale a um elemento
infinitesimal de área em coordenadas polares
equivalentes a “ rdrdθ ”. Logo, a integral mostrada
pela Eq. (135) pode ser escrita como:
122
π
∞ 2
∫∫
I2 = e
( ) rdrdθ
− r2
(136)
0 0
u = r2 du = 2rdr
Logo:
π π
∞ 2 ∞ 2
∫∫ ∫∫ e
− u du 1
I2 = e ( ) dθ I2 = −u
dudθ
2 2
0 0 0 0
∞ ∞
∫e ∫e
1 π/ 2 −u 1π −u
I2 = θ 0 du I2 = du
2 22
0 0
∞
π ∞ π 1 π 1 π 1
I2 = − e−u I2 = − =− −−
4 0 4 eu 0 4 e∞ 4 e0
π π
I2 = I= (137)
4 4
Logo:
∫
2 π
e−η dη = Consequentemente:
2
0
−2
K1 = (138)
π
Substituindo os valores das constantes “K1” e “K2” na Eq. (131) tem que:
123
η
∫
2
ϕ= K1e−η dη + K 2
0
∫
2 2
ϕ=− e−η dη + 1
π
0
∫
2 2
ϕ = 1− e−η dη (139)
π
0
∫
2 2
A parcela e −η dη da Eq. (139) é denominada de Função Erro (erf). Assim:
π
0
ϕ = 1 − erf ( η) (140)
η
∫
2 2
erf ( η) = e−η dη
π
0
ϕ = erfc ( η) (141)
Reescrevendo a Eq. (140) a partir das variáveis originais, pode-se finalmente obter a
solução analítica da EDP:
vx y
= 1 − erf ou (142)
vp 4νt
vx y
= erfc (143)
vp 4νt
124
A seguir, é apresentado um esboço do comportamento da Função Erro, bem como o
seu respectivo domínio:
Os valores da Função Erro são tabelados e disponibilizados para consulta nos livros de
matemática. Todavia, se essa consulta não for possível, os respectivos valores podem também
ser obtidos por meio da representação da Função Erro expandida sob a forma de uma Série
Matemática conforme mostra a Eq. (144):
∞
( −1)i
erf ( η) =
2
π ∑ 0
( 2i + 1) i!
η2i +1
(144)
∞
( −1)i
erf (1) =
2
π ∑ 0
( 2i + 1) i!
12i +1
2 ( −1)
0 1 2 3 4
erf (1) = 12.0+1
+
( −1)
12.1+1
+
( −1)
12.2+1
+
( −1)
12.3+1
+
( −1)
12.4+1 + ...
π ( 2.0 + 1) 0! ( 2.1 + 1)1! ( 2.2 + 1) 2! ( 2.3 + 1) 3! ( 2.4 + 1) 4!
2 1 −1 1 −1 1
erf (1) = 1+ 1+ 1+ 1+ 1 + ...
π 1.0! 3.1! 5.2! 7.3! 9.4!
2 1 −1 1 −1 1
erf (1) = 1+ 1+ 1+ 1+ 1 + ...
π 1.1 3.1 5.2.1 7.3.2.1 9.4.3.2.1
125
2
erf (1) = [1 − 0,33333 + 0,10000 − 0, 02380 + 0, 00046 − ...]
π
2
erf (1) = [ 0, 74333 − ...]
π
TRABALHO:
Leitura de (y,t);
y
Cálculo de η = ;
4ν t
η
∫
2 2
Cálculo da função erf ( η) = e−η dη (Regra dos Trapézios);
π
0
vp = 1 m/s
Glicerina (25ºC):
ρ = 1260 kg/m3
µ = 0,80 kg/(m.s)
126