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Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar –

Metodologias de Operacionalização (Parte I)

PLANO DE AUTO-AVALIAÇÃO

DA BIBLIOTECA ESCOLAR

Ano Lectivo 2009/2010

Paula Ferraz
Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – Metodologias de Operacionalização

Sumário:

Introdução;
Objecto de Avaliação:
Fundamentação da escolha;
Domínio/Subdomínios a avaliar;
Indicadores; Pontos fortes; Pontos fracos;
Instrumentos/Métodos de Recolha de Evidências/ Dados Recolhidos/Acções Prioritárias
Conclusão (O Relatório/Intervenientes na Avaliação/Formas de Divulgação)
Bibliografia

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Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – Metodologias de Operacionalização

Introdução

A Biblioteca Escolar ganhou contornos renovados. Com o rápido progresso verificado a todos os níveis e nos diversos
ramos das sociedades, as constantes mutações de paradigmas, a contínua readaptação às diferentes solicitações (internas e
externas), a BE, para realizar os seus objectivos, precisa de acompanhar estas correntes evolutivas, munir-se de meios humanos e
materiais que tornem viáveis as suas funções, ao mesmo tempo que se consciencializa do seu poder e clarifica o seu papel na
estrutura escolar.
Com a entrada de novos modos de obter e produzir informações passíveis de se tornarem conhecimento efectivo e
duradouro, a BE atinge um lugar central no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Luiza Melo1
O domínio das tecnologias de comunicação e informação transformou o universo das bibliotecas e serviços de informação. A definição de biblioteca como um
local onde se conservam grandes quantidades de espécies documentais já não é mais sinónimo de qualidade. Na actualidade, as bibliotecas e serviços de
informação são avaliados em função dos serviços que prestam e não da dimensão das colecções – uma avaliação do que a biblioteca faz e não do que a
biblioteca tem.

Com este novo modelo de avaliação, toma-se plena consciência da centralidade da BE no contexto da aprendizagem
significativa e para a vida. Abandona-se a avaliação baseada em inputs, processos e outputs e surge, como complementar, mas
num lugar de charneira, a ideia de outcomes. Os impactos surgem do valor que os utentes lhe conferem e manifestam-se em
modificações ao nível dos comportamentos e atitudes, mas, acima de tudo, ao nível do desenvolvimento e do treino de

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Estatísticas e Avaliação da Qualidade e do Desempenho em Bibliotecas e Serviços de Informação (http://badinfo.apbad.pt/congresso8/com20.pdf - consultado em
24/11/2009)

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competências, conducentes ao sucesso escolar e educativo. Por isso, e mais uma vez recorrendo às palavras de Luíza Neto, se
reconhece que
“As bibliotecas necessitam criar uma cultura organizacional na qual a avaliação é uma componente chave para a compreensão do espaço de encontro, entre o
utilizador e a biblioteca. Esta cultura orienta-se no sentido de desenvolver sistemas de avaliação das bibliotecas, para a implementação de um melhoramento
contínuo dos serviços oferecidos, em função das necessidades dos utilizadores.”
Conscientes da necessidade de adaptação aos novos modelos de aprendizagem e do papel do professor bibliotecário bem
como do entendimento sobre a BE, reconhece-se a importância de momentos de avaliação para aferir sobre o trabalho
desenvolvido, o impacto produzido e das alterações a fazer. Daí que a recolha de evidências e a recolha e o tratamento de
informações estatísticas, sejam uma mais-valia neste campo. De facto, “as estatísticas e a avaliação do desempenho que decorrem das
actividades de uma biblioteca ou serviço de informação podem ser dados muito relevantes nas tomadas de decisão de bibliotecários e gestores de informação
“, por isso, e “considerando os bibliotecários como gestores do conhecimento e da informação e as bibliotecas funcionando como organizações de
serviços é fundamental que se obtenham dados estatísticos, de modo sistemático. Esses dados podem ser investigados para apoio ao processo de planeamento,
que deve ter como objectivos o melhoramento dos serviços, a produtividade e o fornecimento de informação ao processo de decisão.”
Este modelo de auto-avaliação pela sua amplitude e abrangência permite a tomada de consciência sobre o papel da BE e
os efeitos que podem ser atingidos a curto, médio e longo prazo

Objecto da avaliação: fundamentação da escolha

A escolha recaiu sobre estes domínios e subdomínios porque foram aqueles que se seleccionaram para serem avaliados
durante o presente ano lectivo. Ainda que haja outras actividades a leitura continua a ser “actividade” central e mobilizadora da/na
Biblioteca.

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A prática da leitura faz-se presente nas nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à
nossa volta. No contínuo desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas
perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com aquela em que vivemos, no contacto com um livro, enfim, em todos estes
casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta disso.
A actividade de leitura não corresponde a uma simples descodificação de símbolos, mas significa, de facto, interpretar e
compreender o que se lê.
Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual a compreensão do que se lê é alcançada, há diversos tipos de conhecimento
estão em interacção: os linguísticos, que correspondem ao vocabulário e às regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam
o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor. Logo, percebemos
que a leitura é um processo interactivo. É nesta interacção ou interactividade que os nossos alunos ainda manifestam algumas
lacunas.
A leitura para informação e, por sua vez, para transformação em conhecimento ainda está aquém do desejável; o gosto pela
leitura autónoma e recreativa ainda não está bem desenvolvido.

B1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura na Escola/ Agrupamento.


B2 Impacto do trabalho da BE nas atitudes competências dos alunos, no âmbito da leitura e da literacia.

Ainda que, como diz Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo" é necessário dotar os jovens de ferramentas que
lhes permitam “ uma mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar, inclusão, etc.” (texto da
sessão).

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“Medir os outcomes (impactos) significa, no entanto, ir mais além, no sentido de conhecer o benefício para os utilizadores da sua
interacção coma biblioteca.” (texto da sessão)

Indicadores/Pontos Fortes/Pontos Fracos


indicadores Pontos fortes Pontos fracos
B1  Colecção variada e adequada aos gostos e interesses  Exploração da colecção variada que possui;
dos utilizadores;
 Promoção da inter e transdisciplinariedade;
 Desenvolvimento, de forma sistemática, actividades no
âmbito da promoção da leitura:  Capacidade de mobilização e rentabilização de
- sessões de leitura de contos e recontos todos os recursos (audiovisuais e informáticos);
- concursos de leitura de poesia (em diferentes línguas e para
assinalar datas especiais);  Iliteracia digital;
- concursos de leitura/escrita;
- “à roda do livro”;  Promoção de actividades em suporte não livro;
- “hora do conto”
- encontros com escritores;  Adesão das famílias às actividades;
- exposição/apresentação de livros ou outros materiais
que incentivem o gosto pela leitura;  Solicitação da BE por outros elementos da
- feiras do livro; comunidade educativa (nomeadamente,
- “assaltos” às aulas em momentos específicos (pela famílias, funcionários).
coordenadora da BE), para mostrar a importância do
livro, da leitura e do conhecimento;
- circulação de caixas com livros do PNL pelas escolas
do Agrupamento.
 Desenvolvimento de actividades de leitura das obra do
PNL;
 Participação em actividades propostas pelo PNL;
 Promoção de leitura informativa, com fins recreativos

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ou direccionada para projectos ou actividades


formativas ou curriculares:
- encontros com elementos da comunidade alargada
(Associações, Fundações, Organizações);
- debates;
- fórum de ideias “Entre Palavras”
B3  Utilização da BE de forma autónoma (leitura recreativa,  Trabalho regular e profundo no domínio dos
leitura para informação ou para a realização de equipamentos e ambientes informacionais
trabalhos no âmbito das áreas disciplinares e não variados;
disciplinares);
 Progressão no domínio da selecção de
 Participação nas diferentes actividades propostas pela informação e transformação em conhecimento
BE no âmbito da leitura; activo, efectivo e duradouro.

 Progressão no domínio das competências da leitura e


da literacia, procurando a BE para a realização dos
seus trabalhos;

 Maior permanência na BE, lendo mais e com maior


profundidade;

 Maior interesse por jornais e revistas, na busca de


informações;

 Colaboração com a BE no sentido de sugestão de


aquisições.

Instrumentos/Métodos de Recolha de Evidências/ Dados Recolhidos/Acções Prioritárias

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Instrumentos/ Métodos de Recolha Evidências Dados Recolhidos Acções Prioritárias


• Plano Anual de Actividades do Agrupamento. • PE • Actividades para colmatar os
• Plano Anual de Actividades da BE; pontos fracos, assumindo-os como
• Mapas de registo de utilização da BE. • PAA prioridades;
• Número de visitantes das exposições; • PCT’s • Desenvolvimento de políticas
• Número de participantes nas actividades; concertadas de gestão da colecção;
• Pesquisas em diversos suportes; • PAA da BE; • Investimento na recolha de
• Número de documentos (em qualquer evidências;
suporte) consultados. • Mapas de registos • Estabelecimento de parcerias e
• Estatísticas: protocolos com outras Bibliotecas e
• Estatísticas;
outros serviços;
 requisição/ uso de recursos de informação; • Inquéritos. • Envolvimento com os diferentes
Departamentos e/ou outras estruturas
 leitura domiciliária; do Agrupamento;
• Divulgação das actividades;
 leitura de jornais e revistas; • Captação de outros “públicos”;
• Envolvimento do Agrupamento na
 consulta de sites para realização de trabalhos. melhoria dos resultados e
consequentemente maior participação
• Registos de opinião para avaliação do grau de na avaliação da BE.
interesse e de satisfação face às actividades;
• Registos fotográficos;

• Inquéritos aos diferentes tipos de utilizadores:

Conclusão (O Relatório/Intervenientes na Avaliação/Formas de Divulgação)

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Quando todos trabalham em conjunto, todos serão beneficiados. A BE está ao serviço de uma comunidade, por isso, todos
devem intervir no processo de auto-avaliação da BE, nomeadamente: a Coordenadora e toda a Equipa da BE, a Directora, o
Conselho Pedagógico, os Departamentos/Professores e os Alunos
O relatório final será elaborado partindo dos dados constantes no Relatório de Auto–avaliação, onde se fez a inventariação
dos pontos fracos e fortes e as actividades a serem implementadas. Esse documento obedecerá à estrutura do modelo de Auto-
avaliação apresentado pela RBE, sendo, portanto, dividido em três subunidades:
A - domínio seleccionado;
B - trabalho realizado no âmbito dos outros domínios/subdomínios;
C - uma síntese de todo o trabalho desenvolvido.

Este documento só terá validade, pertinência e eficácia se for do conhecimento geral. Utilizar-se-ão os diferentes canais de
comunicação internos e externos:
 Conselho Pedagógico;
 Conselho dos Directores de Turma;
 Departamentos;
 Blogue da BE;
 Plataforma Moodle;
 Reuniões de EE.
Bibliografia

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Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-avaliação da Biblioteca Escolar (Novembro de 2009). (http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?
newsld=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf)

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares: instrumentos de recolha de dados http://www.rbe.min-edu.pt

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo para o relatório de avaliação da BE http://forumbibliotecas.rbe.min-edu.pt/Modelo_de_Relatorio.doc

NETO Luíza (s/d). Estatísticas e Avaliação da Qualidade e do Desempenho em Bibliotecas e Serviços de Informação: Investigações e Novos Projectos
(http://badinfo.apbad.pt/congresso8/com20.pdf - consultado em 24/11/2009).

Texto da sessão. Disponível na Plataforma - O Modelo de Auto – Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de operacionalização (Parte I)

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