Exercício Analítico
Índios no Brasil. Capítulo 1. Quem são eles?
Direção e fotografia: Vincent Carelli
Realização: TV ESCOLA / MEC / ONG VÍDEO NAS ALDEIAS
TODOROV. I. A descoberta. In: A conquista da América: a questão do outro. Editora Martins Fontes. São Paulo. 2003.
Título original
Exercício Analítico Índios no Brasil. Capítulo 1. Quem são eles?
Exercício Analítico
Índios no Brasil. Capítulo 1. Quem são eles?
Direção e fotografia: Vincent Carelli
Realização: TV ESCOLA / MEC / ONG VÍDEO NAS ALDEIAS
TODOROV. I. A descoberta. In: A conquista da América: a questão do outro. Editora Martins Fontes. São Paulo. 2003.
Exercício Analítico
Índios no Brasil. Capítulo 1. Quem são eles?
Direção e fotografia: Vincent Carelli
Realização: TV ESCOLA / MEC / ONG VÍDEO NAS ALDEIAS
TODOROV. I. A descoberta. In: A conquista da América: a questão do outro. Editora Martins Fontes. São Paulo. 2003.
INSTITUTO SUMAR DE ENSINO SUPERIOR Unidade Tatuap I
Licenciatura Plena em Geografia
Geografia da Amrica Latina Professor Thiago Boim Aluno: Robson Camargo R.A: 121 6735 Exerccio Analtico ndios no Brasil. Captulo 1. Quem so eles? Direo e fotografia: Vincent Carelli Realizao: TV ESCOLA / MEC / ONG VDEO NAS ALDEIAS TODOROV. I. A descoberta. In: A conquista da Amrica: a questo do outro. Editora Martins Fontes. So Paulo. 2003.
O Primeiro captulo da srie de documentrios ndios do Brasil, com o titulo
Quem so eles?, problematiza a questo da identidade do ndio a partir de uma indita inverso de papeis. Os investigados no so os ndios, so pessoas comuns das vrias regies do Brasil. As respostas s perguntas transitam do delrio s injurias, passando por demonstraes de desprezo, repulsa e preconceito, mas tambm, por algumas poucas opinies com boa dose de lucidez sobre a atual situao indgena no Brasil. O fio invisvel que unifica todas essas respostas e opinies o profundo desconhecimento do que foi, o que , e o que ser o ndio brasileiro. A viso estereotipada que predomina no imaginrio popular, demonstra de forma clara, a antiguidade das distores do que conhecido e ensinado sobre os ndios do Brasil. O contraponto s repostas dos entrevistados so as declaraes dos indgenas: ndio no quer ser ndio, porque dizem que se for ndio, sofre discriminao, eu sou ndio, agora, s porque eu uso bigode, dizem que eu no sou!, a gente pode ser doutor, aviador, o que for, a gente vai ser ndio, falar a nossa lngua, saber da nossa cultura e da nossa historia. A primeira fala, de uma lder indgena de Pernambuco, est centrada na questo do preconceito, a segunda e a terceira revelam uma profunda conscincia de identidade cultural. A fala: ndio no existe, no passado, ndio aquele outro. Esboa um inconformismo por no serem compreendidos como sujeitos, e sintetiza a compreenso de como so vistos pela populao no ndia, por isso esse trabalho a assume como o vnculo com o estudo realizado por Tzvetan Todorov sobre a descoberta do outro, por ocasio da descoberta e conquista da Amrica, a partir da
leitura dos relatos de indgenas, religiosos, e conquistadores, e sua relao com a
concepo formada sobre os nativos. A tese desenvolvida por Todorov no livro A Conquista da Amrica a de que, o marco inaugural da imagem que os europeus elaboraram, e do pensamento construdo e cristalizado sobre os povos nativos, est fundamentado nas descries desses povos contidas nas noticias sobre o Descobrimento e nos relatos da Conquista da Amrica. As frases Quero falar da descoberta que o eu faz do outro, que inicia o captulo A descoberta da Amrica, e Escolhi contar uma historia. Mais prxima do mito do que da argumentao, (...), mas uma historia verdadeira; meu interesse principal mais o de um moralista do que o de um historiador. O presente me interessa mais do que o passado, introduzem o estudo dos relatos, e revelam a inteno do autor em procurar a essncia do que construiu a imagem do nativo, to dissociada de sua natureza, tambm humana. Continua o autor Posso conceber os outros como uma abstrao, [...] seres que em tudo se aproxima de ns, (...) ou desconhecidos, estrangeiros cuja lngua e costumes no compreendo, to estrangeiros que chego a hesitar em reconhecer que pertencemos a uma mesma espcie. [...]. Todorov realiza um mergulho profundo no psiquismo e cdigos morais, que nortearam as aes dos descobridores e conquistadores no Novo Mundo, a procura do ponto que revelaria a incompreenso que modelou o nativo desprovido de identidade, por no se assemelhar africanos ou orientais, j conhecidos na poca. A descoberta que o eu europeu faz do outro amerndio, no se realiza e no pode salvar o nativo da destruio, se houve um momento em que sua identidade foi apreendida, esse momento foi tarde demais, o genocdio j havia acontecido, como uma espcie de limpeza tnica, realizada mais para dar grandiosidade Conquista e reforar a superioridade do europeu, do que para iniciar um processo de civilizao e converso f crist dos habitantes desse mundo. Nunca saberemos o que de fato aconteceu nos planos psquico e moral, no entanto, esse estudo pode afirmar com grande acerto, baseado na tese de Todorov, de que conquistadores e conquistados foram incapazes de se reconhecerem como semelhantes, portanto, incapazes de conviverem no mesmo espao e tempo, e essa incompreenso foi determinante para a construo da ideia que o senso comum faz dos nativos at os dias de hoje.