Você está na página 1de 6

O Ramalhete

Lisboa

Rua de S. Francisco de Paula

Bairro da Janelas Verdes

Casa do Ramalhete

 sombrio casarão
 paredes severas
 estreitas varandas de ferro
 terraço de tijolo
 tímida fila de janelinhas
 pobre quintal inculto, abandonado
 aspecto tristonho
 ervas bravas
 teias de aranha  cascatazinha seca
 grades nos postigos térreos  tanque entulhado
 tons de ruína  estátua de mármore enegrecendo
 gravidade clerical do edifício  lenta humidade
 disposição apalaçada; tectos
apainelados; paredes cobertas de
frescos desmaiados

Tristeza

Austeridade

Modéstia – Simplicidade - Discrição

Abandono

Ruína

_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho
O Ramalhete e a sua Simbologia

O Real O Simbólico

“um grande ramo de girassóis”  importância da terra e da


província no passado da família

 o restauro por Jones Bule  a renúncia ao que é português


 a lenda: “eram sempre fatais aos
Maias as paredes do Ramalhete”
 indício da tragédia
(p. 7)

 “a estátua enegrecida de  figuras femininas (premonição


Vénus” da tragédia e indício de
ausência de amor naquele local)

 “o cipreste e o cedro”  a nobreza/grandeza; a morte

 “o tanque entulhado”  sinal de abandono

 “a cascatazinha seca”  ausência de vida

_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho
O Ramalhete após o restauro

 pátio resplandecente Alegria


 pavimento de mármores brancos e Beleza vistosa
vermelhos
 cores cantantes

 amplos corredores Riqueza


 peças ricas
Luxo
 sedas de ramagens brilhantes
 móveis enramalhetados de ouro

brancos solenes
 harmonia de tons s severos
Severidade
 solene luxo de encadernações Solenidade
 feição austera da paz estudiosa Sobriedade

 fofa vastidão de leitos


Conforto
 conchego quente

Prazer
Luxo
Bem estar
Convívio social

A Importância da Hereditariedade

Maria Eduarda Runa Pedro da Maia


_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho
♦ “pequenina e trigueira” ♦ “face oval de um trigueiro”
♦ “pequenino e nervoso”

♦ “definhava [...] todos os dias ♦ “mudo, murcho, amarelo”


mais pálida”; “sorrindo
palidamente”

♦ “a sua devoção [...] exaltava-se ♦ “tornava-se [...] devoto”


[...] numa agonia terrível de
devota”

♦ “enegreceu mais a melancolia ♦ “crises de melancolia”


de Maria Eduarda”

♦ “Mas a triste senhora [...] a ♦ “Muitos meses ainda não o


tristeza das suas palavras” deixou uma tristeza vaga”

Coincidência semântica e lexical na caracterização das


personagens:
♦ a fatalidade do sangue
♦ as tendências herdadas

Isto penalizava Afonso da Maia [...] descobrira a grande

parecença física de Pedro com um avô de sua mulher, um Runa, (...)

[que] enlouquecera – e julgando-se Judas enforcara-se numa

figueira ... (pp. 21 e 22)

A Educação

Tradicional Inglesa
Pedro da Maia
 Tipicamente portuguesa

_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho
 Beata

 Foge ao contacto com a

Natureza e realidades praticas

Consequências

 Devoção histérica

 Incapacidade de encarar e
resolver contrariedades

SUICÍDIO

Eusebiozinho Carlos da Maia

 Vida em clausura  Contacto com a Natureza

 Primado do Latim  Primado das línguas vivas

 Primado da memorização  Desprezo pela cartilha e

 Devoção religiosa conhecimento teórico

 Atmosfera doentia e Consequências

melancólica (Romantismo  Fortalecimento do corpo/saúde

decadente) ......................................

Consequências  Diletantismo

 Debilidade física  Vida oca e inútil

 Deformação da vontade Fracasso


própria ...não devido à educação, mas

 Corrupção e decadência apesar da educação, devido à

Fracasso pequenez do meio lisboeta

Caracterização das Personagens


Tipicamente Híbrida Em ruptura com

Naturalista qualquer código

♦ Ponto de vista ♦ Estética ♦ Ponto de vista


_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho
temático - naturalista do temático:

concepção ponto de vista Ausência de causas

determinista e temático: hereditárias

causalista da Meio

existência: Educação

Educação

Hereditariedade

Meio

♦ Ruptura com a ♦ Do ponto de

♦ Do ponto de estética naturalista vista estrutural:

vista estrutural: do ponto de vista  caracterização


 narrador estrutural: indirecta: “(...) os

omnisciente  autocaracterizaç caracteres só se

 caracterização ão podem manifestar

directa  heterocaracteriza pela acção...” (p.

 heterocaracteriz ção:focalização 164)

ação interna (o olhar de

Carlos)
Pedro da Maia Carlos da Maia
Maria Eduarda

_________________________________________________________________________________O
Espaço Social em Os Maias de Eça de Queirós Prof. Carmo Carvalho

Você também pode gostar