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Brasil
Considerando esse contexto internacional favorvel, o governo brasileiro no
apenas elevou a taxa de juros interna a fim de tornar o pas um mercado mais atraente
para o capital externo, como tambm criou um arcabouo institucional favorvel
entrada e sada de capitais (abertura financeira).
Com diferenciais dessa magnitude, um nmero crescente de instituies
brasileiras voltou-se para o mercado internacional de capitais lanando bnus e notes,
como pode ser observado (tabela 5). Se, por um lado, o diferencial de taxas de juros
mais do que justifica a captao externa, permitindo uma margem de repasse
considervel, por outro lado, foi exatamente este elevado diferencial entre a taxa de
juros internas e externas que atraiu os investidores internacionais. Levando-se em
considerao todo o perodo de janeiro de 1992 a junho de 1994, verifica-se que a taxa
mdia (anualizada) de juro interno foi de 8,21 vezes a taxa de juro internacional
(Gonalves, 1996, p.146). exatamente a partir desse perodo que a entrada de capital
externo pelo investimento em portflio comea a se tornar expressiva (tabela 5).
Ressalta-se que os investimentos em portflio, feitos por meio dos fundos de
investimentos estrangeiros, tendem a ser operaes de curto prazo.
A expanso do crdito internacional nos anos 1990 iniciou um novo ciclo de
endividamento externo, tornando novamente a economia brasileira vulnervel a um
choque externo.
Alm disso, a formao de um elevado nvel de reservas obrigou o governo a
aumentar o volume da dvida interna a fim de neutralizar a presso sobre nvel de
liquidez da economia. Os custos de rolagem da dvida tambm aumentaram em
decorrncia do nvel elevado dos juros. A velocidade do crescimento da dvida interna
no apenas terminou por comprometer o equilbrio financeiro interno da economia,
mas tambm elevou o risco5 do pas, aumentando as tenses do mercado financeiro
internacional.