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Plinio Marcos Moreira da Rocha <pliniomarcosmr@gmail.

com>

Central do Cidadão
3 de fevereiro de 2010
nao_responda@stf.jus.br <nao_responda@stf.jus.br>
12:41
Para: pliniomarcosmr@gmail.com
Protocolo de nº 28595
Ao Senhor

PLINIO MARCOS MOREIRA DA ROCHA

Prezado (a) Senhor (a),

Informamos à V. Sª. que a sua mensagem foi encaminhada aos Gabinetes de Suas Excelências os
Senhores Ministros desta Corte, conforme solicitado.
A Central do Cidadão agradece o seu contato, em nome do Excelentíssimo Senhor Ministro Gilmar
Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal. Atenciosamente,

Supremo Tribunal Federal


Central do Cidadão
Edifício Sede - Sala 309 - Brasília (DF) - 70175-900
---------------------------------------------------

Nome: PLINIO MARCOS MOREIRA DA ROCHA


Recebido em: 2 de Fevereiro de 2010
Solicito que a mensagem abaixo seja encaminhada a TODOS os Excelentíssimos Ministros que
integram o Plenário do Supremo Tribunal Federal, para reflexão;

Prezados,

Apresento o documento Gilmar Mendes e o Supremo Truculento Federal,


http://www.scribd.com/doc/26234348/Gilmar-Mendes-e-o-Supremo-Truculento-Federal , onde estamos
de forma clara questionando a presença do Ilustríssimo Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal,
como Presidente ou não, bem como, estamos, de forma protocolar, PROVOCANDO, o Excelentíssimo
Ministro-Corregedor do Conselho Nacional de Justiça, a envidar TODOS os esforços, no sentido de
emitir Recurso(s) Extraordinário(s) ou Especial(ais) relacionados à Decisão(ões) emanadas pelo
Supremo Tribunal Federal sem a necessária e adequada fundamentação.

Abraços,

Plínio Marcos

Este é um e-mail automático. Por favor, não responda.


Para entrar em contato, utilize o Formulário Eletrônico do serviço "Central do Cidadão" situado no
endereço http://www.stf.jus.br/portal/centralCidadao/mensagem.asp
Este é um serviço meramente informativo, não tendo, portanto, cunho oficial.

Este documento foi encaminhado ao Excelentíssimo Ministro-Corregedor do


Conselho Nacional de Justiça, e ao Ilustríssimo Senhor Gilmar Mendes através
das Cartas Registradas RR858017987BR e RR858017995BR, ambas com
Aviso de Recebimento, postadas em 01/02/2010.

Avaliar e formalizar Recurso Extraordinário ou Especial


Conselho Nacional de Justiça
Supremo Tribunal Federal - Anexo I
Praça dos Três Poderes
70175-900 - Brasília – DF

Ao Excelentíssimo Ministro-Corregedor do Conselho Nacional de Justiça

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988,


TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988,


TÍTULO IV - Da Organização dos Poderes, CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO, Seção II -
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL; Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar,
originariamente: r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho
Nacional do Ministério Público;
Acreditamos que nas Decisões do Supremo Tribunal Federal, em que seja possível a
identificação de algum vício, falta de fundamentação, ou mesmo, fundamentação
inadequada, esta Decisão deverá ser reavaliada pelo próprio STF, onde devemos ressaltar,
que apenas o STF tem o condão de ANULAR, ou ALTERAR, uma sua Decisão Anterior.
Portanto, não existe nenhum problema, na avaliação pelo CNJ de reclamação "em defesa de
Direito", "contra ilegalidades", ou "abuso de poder" cometidos por Membros, individualmente
ou coletivamente, do STF, uma vez que, esta reclamação, tendo razoabilidade, será
formalmente apresentada ao STF para reavaliação da Decisão, com as reformulações
daquelas, que efetivamente, forem prementes e necessárias. Quando então, chamo sua
atenção para o Documento Ratificacao de to Ao CNJ,
http://www.scribd.com/doc/8518939/Ratificacao-de-to-Ao-CNJ , que relaciona algumas
situações, que supomos, pela ausência de resposta, serem concretas.
O Art. 103-B em seu § 4º - em função do controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura;
Acreditamos que o STF é parte integrante do Poder Judiciário, bem como, que os
Excelentíssimos Ministros são também Juízes, portanto, possuidores deveres funcionais,
entre os quais a subordinação à Constituição Federal e ao Estatuto da Magistratura.

O Art. 103-B; § 4º em seu I - em função de zelar pela autonomia do Poder Judiciário


e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares,
no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
Acreditamos que os integrantes do STF, por serem Juízes, bem como, o próprio STF,
por ser integrante do Poder Judiciário, estão inseridos, naturalmente, no contexto.

O Art. 103-B; § 4º em seu II - zelar pela observância do art. 37 (A administração


pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:) e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União;
Acreditamos que os Excelentíssimos Ministros integrantes do STF, por serem Juízes,
bem como, o próprio STF , por ser um Órgão do Poder judiciário, estão inseridos,
naturalmente, no contexto, quando então, ressalto, que em meu entendimento, uma
sentença é tambem um ato administrativo, constante dos deveres funcionais dos
juízes.

O Art. 103-B; § 4º em seu III - receber e conhecer das reclamações contra


membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
Acreditamos que o STF é um Órgão do Poder judiciário e que o Art. 5º Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIII - todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; nos
assegura a premente, e necessária, avaliação, pelo CNJ, de reclamações contra os
integrantes, ou mesmo, o próprio STF.
O Art. 103-B; § 4º em seu IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime
contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
Acreditamos que uma sentença não fundamentada, com fundamentação inadequada,
ou mesmo, com algum vício, alem de agredir a própria Constituição, tambem agride o
Estatuto da Magistratura, configurando, de forma concreta, um abuso de autoridade, algo
que pode ocorrer até mesmo no Supremo Tribunal Federal, que ressalto ser um dos
Integrantes do Poder judiciário;

Com Base na ADI 3367 / DF - DISTRITO FEDERAL 3367 / DF - DISTRITO FEDERAL


- AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Julgamento: 13/04/2005
Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Ementa
EMENTAS: 1.
AÇÃO. Condição. Interesse processual, ou de agir. Caracterização. Ação direta de
inconstitucionalidade. Propositura antes da publicação oficial da Emenda Constitucional nº
45/2004. Publicação superveniente, antes do julgamento da causa. Suficiência. Carência da
ação não configurada. Preliminar repelida. Inteligência do art. 267, VI, do CPC. Devendo as
condições da ação coexistir à data da sentença, considera-se presente o interesse
processual, ou de agir, em ação direta de inconstitucionalidade de Emenda Constitucional
que só foi publicada, oficialmente, no curso do processo, mas antes da sentença. 2.
INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Emenda Constitucional nº 45/2004. Poder
Judiciário. Conselho Nacional de Justiça. Instituição e disciplina. Natureza meramente
administrativa. Órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da
magistratura. Constitucionalidade reconhecida. Separação e independência dos Poderes.
História, significado e alcance concreto do princípio. Ofensa a cláusula constitucional
imutável (cláusula pétrea). Inexistência. Subsistência do núcleo político do princípio,
mediante preservação da função jurisdicional, típica do Judiciário, e das condições materiais
do seu exercício imparcial e independente. Precedentes e súmula 649. Inaplicabilidade ao
caso. Interpretação dos arts. 2º e 60, § 4º, III, da CF. Ação julgada improcedente. Votos
vencidos. São constitucionais as normas que, introduzidas pela Emenda Constitucional nº
45, de 8 de dezembro de 2004, instituem e disciplinam o Conselho Nacional de Justiça, como
órgão administrativo do Poder Judiciário nacional. 3. PODER JUDICIÁRIO. Caráter nacional.
Regime orgânico unitário. Controle administrativo, financeiro e disciplinar. Órgão interno ou
externo. Conselho de Justiça. Criação por Estado membro. Inadmissibilidade. Falta de
competência constitucional. Os Estados membros carecem de competência constitucional
para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da
atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça. 4. PODER
JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Órgão de natureza exclusivamente
administrativa. Atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e
disciplinar da magistratura. Competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados,
hierarquicamente, abaixo do Supremo Tribunal Federal. Preeminência deste, como
órgão máximo do Poder Judiciário, sobre o Conselho, cujos atos e decisões estão
sujeitos a seu controle jurisdicional. Inteligência dos art. 102, caput, inc. I, letra "r", e §
4º, da CF. O Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o
Supremo Tribunal Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder
Judiciário nacional, a que aquele está sujeito. 5. PODER JUDICIÁRIO. Conselho
Nacional de Justiça. Competência. Magistratura. Magistrado vitalício. Cargo. Perda mediante
decisão administrativa. Previsão em texto aprovado pela Câmara dos Deputados e constante
do Projeto que resultou na Emenda Constitucional nº 45/2004. Supressão pelo Senado
Federal. Reapreciação pela Câmara. Desnecessidade. Subsistência do sentido normativo do
texto residual aprovado e promulgado (art. 103-B, § 4º, III). Expressão que, ademais,
ofenderia o disposto no art. 95, I, parte final, da CF. Ofensa ao art. 60, § 2º, da CF. Não
ocorrência. Argüição repelida. Precedentes. Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos
Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação
remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo.
6. PODER JUDICIÁRIO. Conselho Nacional de Justiça. Membro. Advogados e cidadãos.
Exercício do mandato. Atividades incompatíveis com tal exercício. Proibição não constante
das normas da Emenda Constitucional nº 45/2004. Pendência de projeto tendente a torná-la
expressa, mediante acréscimo de § 8º ao art. 103-B da CF. Irrelevância. Ofensa ao princípio
da isonomia. Não ocorrência. Impedimentos já previstos à conjugação dos arts. 95, § único, e
127, § 5º, II, da CF. Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido aditado. Improcedência.
Nenhum dos advogados ou cidadãos membros do Conselho Nacional de Justiça pode,
durante o exercício do mandato, exercer atividades incompatíveis com essa condição, tais
como exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério, dedicar-se a atividade
político-partidária e exercer a advocacia no território nacional.
Decisão
O Tribunal, por unanimidade, afastou o vício formal de inconstitucionalidade da Emenda
Constitucional nº 45/2004, como também não conheceu da ação quanto ao § 8º do artigo
125. No mérito, o Tribunal, por maioria, julgou totalmente improcedente a ação, vencidos o
Senhor Ministro Marco Aurélio, que a julgava integralmente procedente; a Senhora Ministra
Ellen Gracie e o Senhor Ministro Carlos Velloso, que julgavam parcialmente procedente a
ação para declarar a inconstitucionalidade dos incisos X, XI, XII e XIII do artigo 103-B,
acrescentado pela emenda constitucional; e o Ministro Sepúlveda Pertence, que a julgava
procedente, em menor extensão, dando pela inconstitucionalidade somente do inciso XIII do
caput do artigo 103-B.
Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Falaram, pela requerente, o Dr. Alberto Pavie
Ribeiro, pela Advocacia-Geral da União, o Dr. Álvaro Augusto Ribeiro Costa e, pelo Ministério
Público Federal, o Dr. Cláudio Lemos Fonteles, Procurador-Geral da República. Plenário,
13.04.2005.

Concordamos com o colocado no item 4, da ementa acima listada, que nos apresenta O
Conselho Nacional de Justiça não tem nenhuma competência sobre o Supremo Tribunal
Federal e seus ministros, sendo esse o órgão máximo do Poder Judiciário nacional, a que
aquele está sujeito, porem, ACREDITAMOS que em existindo alguma decisão não
fundamentada, com fundamentação inadequada, ou mesmo, algum vício, CABE ao
Conselho Nacional de Justiça, apresentar ao Supremo Tribunal Federal, com a própria
razoabilidade, a questão, de tal forma, ser premente, e necessária, a reavaliação da
Decisão Anterior, uma vez que, apenas o Supremo Tribunal Federal tem o condão de
ANULAR, ou ALTERAR, uma sua Decisão Anterior, como ja foi colocado pelo então,
Excelentíssimo Presidente do STF e atual Ministro da Defesa. Portanto, reafirmo, que a
avaliação, pelo CNJ, de Decisões do STF, relativas controle da atuação administrativa
e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura, em hipótese alguma pode, e deve, ser reconhecidas como subordinação
do STF ao CNJ, pelo contrário, as mesmas necessariamente podem, e devem, ser
reconhecidas como subordinação do STF à Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, e ao Estatuto da Magistratura, onde suas premissas base são
Constitucionais, da qual ressalto o Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes
princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação; Quando então, mais uma vez, chamo sua
atenção para o Documento Ratificacao de to Ao CNJ,
http://www.scribd.com/doc/8518939/Ratificacao-de-to-Ao-CNJ , que relaciona algumas
situações, que supomos, pela ausência de resposta, serem concretas.
Venho, mui respeitosamente, formalmente, PROVOCAR, Esta Corregedoria, no
sentido de que envida Todos os Esforços, utilizando-se de TODOS os Meios que dispuser,
para que, Avaliando o documento Manifestação: Gilmar Mendes e o Supremo Truculento
Federal, em anexo, bem como, o documento REITERAÇÃO Petição STF ANULAÇÃO
Decisão Candidatos, também em anexo, compile e formalize, talvez em Recurso(s)
Extraordinário(s) ou Especial(ais), os questionamentos, prementes, necessários, quiçá
viscerais, de tal forma, garantir a submissão do Supremo Tribunal Federal à Constituição
da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, e ao Estatuto da Magistratura.
Para embasar a solicitação acima, destacamos o seguinte trecho da Manifestação
citada:
"Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter,
ainda que emanada de autoridade judicial. Mais: é dever de
cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado
de Direito." (HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-
4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96)

“É nula a decisão que recebe denúncia sem fundamentação suficiente


sobre a admissibilidade da ação penal.” (RE 456.673, Rel. Min. Cezar Peluso,
julgamento em 31-3-09, 2ª Turma, DJE de 22-5-09)
Ressalto que esta provocação tem o presumível condão, de se levada à sério,
Homenagear o POVO Brasileiro, do qual ORGULHOSAMENTE faço Parte, que é
merecedor do TODA e QUALQUER Consideração e Respeito.
Quando então, em homenagem póstuma, especifico 2 (dois) Grandes Homens, já
falecidos, mas que, por suas diversidades, representam a aglutinação de origens, cultura,
etnia, que compõe a miscigenada brasilidade.
Cabe ressaltar, que apesar desta diversidade, ambos representam exemplos
Clássicos de Moral, Ética, Integridade e Respeito ao Direito Constituído. Algo difícil em uma
Sociedade sem claros referenciais, pela ignorância jurídica, refletida no CAOS JURÍDICO
em que vivemos.
 Orlando Aurélio Moreira da Rocha, meu Querido e Estimado Pai, natural de Belém
do Pará, que por viver em plena integridade Moral e Ética, morreu materialmente
pobre, mais RICO em essência Humana e Amor.
 João Cardoso Novo, meu Querido e Estimado Sogro, natural de Portugal, que
mesmo não abrindo mão de sua origem, uma vez que, não se naturalizou. Abraçou
Esta Pátria com muito Amor, e por isso, e por viver em plena integridade Moral e Ética,
morreu materialmente pobre, mais RICO em essência Humana e Amor.
Com renovados protestos de votos de Estima, Consideração e Respeito, subscrevo-
me,
Atenciosamente,

Plinio Marcos Moreira da Rocha


Rua Gustavo Samapio nº 112 apto. 603
LEME – Rio de Janeiro – RJ
CEP 22010-010
Tel. (21) 2542-7710
Profissão - Analista de Sistemas
Obs.: Plinio Marcos Moreira da Rocha, presumivelmente o único Brasileiro COMUM, que
mesmo não sendo Advogado, nem Bacharel, nem Estudante de Direito, teve suas práticas
inscritas na 6ª edição do Prêmio INNOVARE, calcadas no CAOS JURÍDICO que tem como
premissa base o PURO FAZER DE CONTAS, reconhecidas, e DEFERIDAS pelo Conselho
Julgador, conforme documento INNOVARE - Um Brasileiro COMUM no meio Jurídico,
http://www.scribd.com/doc/24252669/INNOVARE-Um-Brasileiro-COMUM-no-meio-Juridico.

Anexos :
I - Manifestação: Gilmar Mendes e o Supremo Truculento Federal
II - REITERAÇÃO Petição STF ANULAÇÃO Decisão Candidatos
III - Carta Ofício GP-O 5859-2009
IV - Carteira de Trabalho - Plinio Marcos – Frente
V - Carteira de Trabalho - Plinio Marcos - Verso
Manifestação: Gilmar Mendes e o Supremo Truculento Federal
Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes
Brasília – DF CEP 70150-900

Ilustríssimo Senhor Gilmar Mendes,

Acuso o recebimento, em meados de Dezembro passado, da Carta Ofício GP-


O 5859-2009, emitido, presumivelmente, sob sua orientação direta, pela Sra. Marisa
de Souza Alonso , quando então, recuso os seus agradecimentos, uma vez que, o
seu prosaico entendimento de que minha petição sugestão é, apenas e tão
somente, uma simples manifestação, de forma contundente, concreta e objetiva, me
apresenta o desleixo, e o desrespeito, com que foi tratada, algo que contradiz o
verdadeiro sentimento, escamoteado, em agradecimento protocolar.

Muito embora, seu entendimento, tenha produzido em mim, o inconformismo, a


revolta, o pesar, a dor, de quem foi traído em seus mais puros interesses, sou
obrigado a DESABAFAR em, agora, contundente MANIFESTAÇÃO, o meu
reconhecimento, de que o seu entendimento é fruto de seu notório “saber
jurídico”, bem como, de sua “própria” compreensão dos valores morais e éticos,
de integridade e de respeito à Constituição da República Federativa do Brasil e ao
Estatuto da Magistratura. Contudo, tenho FÉ, de que se a citada Petição SUGESTÂO
houvesse sido avaliada por Outro Alguém, com sensibilidade e apuradíssimo
Saber Jurídico, bem como, com Consciência Clara, e Ampla, dos Valores Morais e
Éticos, de Integridade e de Respeito à Constituição da República Federativa do Brasil
e ao Estatuto da Magistratura, a mesma teria sido interpretada, ou entendida, como
um, informal, Recuso Extraordinário ou Especial, uma vez que, atende, em
essência, a TODOS os requisitos. O que “obrigaria”, no mínimo, Esta Autoridade a
encaminhá-la a uma Autoridade Competente, uma vez que, poderia reconhecer estar
fora de suas Competências, ou em caso contrário, efetuar, em seu nome, o Mandato
de Segurança, utilizando-se de minhas SUGERIDAS considerações.

Ressalto que seu ímpio, pífio, pequeno, limitado, tacanho entendimento, fere
de morte os seguintes Preceitos Fundamentais de Nossa Constituição:

- A dignidade da Pessoa Humana

- Construir uma Sociedade Livre, Justa e Solidária.

- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais

- Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

- Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado;
- São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
- A plenitude de defesa;
- Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público;
- Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ONUs da sucumbência;
- A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
- A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
- Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
- Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;

Este seu entendimento, dá corpo, dá sustentação, cristaliza, de forma


contundente, inquestionável e irrefutável às declarações do Excelentíssimo Ministro
do Supremo Tribunal Federal, Sr. Joaquim Barbosa, que publicamente
desmerecido, de forma injusta, ilegal, ilegítima, pelo Senhor, razão pela qual, se
viu obrigado, a retrucar com apropriada veemência, uma vez que, pelo simples fato
da Presidência do Supremo Tribunal Federal, ser ocupada transitoriamente, e em
obrigatório rodízio, posso afirmar, sem medo de errar, serem Todos os Ministros
integrantes IGUAIS na forma, e no tratamento. Ressaltando, que qualquer diferença,
será conseqüência da Postura Pessoal, razão pela qual, reproduzo as palavras do
Excelentíssimo Ministro:

 “Vossa excelência está destruindo a Justiça desse país e vem agora dar
lição de moral em mim. Saia à rua ministro Gilmar ”.

 “Vossa excelência não está na rua não, está na mídia, destruindo a


credibilidade do Judiciário brasileiro”.

 “Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus
capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar, respeite”.

Quando então, chamo a sua atenção para a Charge Cotidiano - Sem


preconceito, http://charges.uol.com.br/2008/08/21/cotidiano-sem-preconceito/ ,
e a Charge Tobby entrevista - Daniel Banca,
http://charges.uol.com.br/2008/07/26/tobby-entrevista-daniel-banca/ , que tão bem
traduz o sentimento popular, em questões, nas quais o Senhor se envolveu
diretamente.
Chamo, também, a sua atenção para os documentos abaixo, que de certa
forma estão relacionados, com o acima citado:
- bate boca no STF - Onde Há FUMAÇA Há FOGO
http://www.scribd.com/doc/14658613/bate-boca-no-STF-Onde-Ha-FUMACA-Ha-
FOGO
- Até onde Excelentíssimos Ministros STF extrapolaram
http://www.scribd.com/doc/14985315/Ate-onde-Excelentissimos-Ministros-STF-
extrapolaram
- Quando o CAOS JURÍDICO enfraquece uma Instituição Democrática
http://www.scribd.com/doc/22191501/Quando-o-CAOS-JURIDICO-enfraquece-um-
Instituicao-Democratica
Em função do acima colocado, me reservo ao direito de efetuar as seguintes
considerações:
Expectativas Frustadas:

1 - Quando todas as manifestações efetuadas ocorreram em contexto de


SUGESTÃO, encaminhada a uma Autoridade com a Atribuição e Responsabilidade de
garantir a submissão do PODER JUDICIÁRIO à Constituição da República
Federativa do Brasil e ao Estatuto da Magistratura, estávamos, pelo menos,
esperando, sonhando, que Esta Autoridade, pessoalmente ou não, fizesse uma
AVALIAÇÃO do Mérito, sobre, e com base, no Direito Constituído.

2 - Quando todas as manifestações efetuadas ocorreram em contexto de petição aos


Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder, também possivelmente em nome de Terceiros, uma vez que, a defesa de
direitos em questão, pode se dar em Nome de qualquer um Outro Cidadão(ã)
Brasileiro(a), esperávamos, ser reconhecidos como DÍGNOS de tal defesa.

3 - Quando todas as manifestações efetuadas ocorreram em contexto de


reconhecimento da importância e relevância do Supremo Tribunal Federal, frente
às suas Atribuições e Responsabilidades Constitucionais, uma vez que, é o
encarregado de manter o império e a unidade do direito constitucional,
esperávamos que a Declaração de Nulidade da Decisão praticada durante a
avaliação, feita pessoalmente ou não, fosse uma REALIDADE, uma vez que,
efetivamente, estão calcadas no princípio fundamental de EXISTIR, Clara,
Inquestionável, Lícita e Legítima, FUNDAMENTAÇÃO.

4 - Quando todas as manifestações efetuadas ocorreram em contexto de que a lei


não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito,
esperávamos que a AVALIAÇÃO fosse praticada, pessoalmente ou não, por uma
Autoridade Instituída, que a partir de LEGÍTIMOS REFERENCIAIS, relativo ao
Mérito, pudesse provocar, pelo menos, o sentimento, de AGIR em Consonância, em
Respeito, em Consideração, às Atribuições e Responsabilidade que o Direito
Constituído lhes OUTORGA, uma vez que, postura pela Ética, pela Moralidade,
pela Integridade e pelo Respeito ao Direito Constituído, são, ou deveriam ser,
coisas naturais, contudo, reconheço serem estes valores pessoais e relativos.
Opção de Petição SUGESTÃO:
Entendemos que se Advogado, Bacharel, ou mesmo Estudante de Direito,
fôssemos, deveríamos estar PROVOCANDO o Supremo Tribunal Federal, de forma
protocolar, porém, como não somos, entendemos que a Constituição da República
Federativa do Brasil, permite a qualquer Cidadão Brasileiro, a obtenção de
informações, através de Petições, que não tendo carater Questionativo, Propositório,
mas, apenas e tão somente SUGESTIVO, acarretaria, ou deveria acarretar, por parte
da Autoridade Provocada, a avaliação sobre, e com base, no Direito Constituído
de seus MÉRITOS, quando então, existindo razoabilidade, concreta e objetiva,
colocaria esta Autoridade em situação de AGIR de acordo com suas Atribuições e
Responsabilidades Institucionais, similarmente, a denúncia feita a um, por exemplo,
Secretário Estadual de Segurança, uma vez que, notificado de uma ILEGALIDADE, é
OBRIGADO, pelo menos moralmente, a AGIR em função disto, mesmo que seja, o
próprio encaminhamento da questão, em seu nome, para uma Outra Autoridade
Competente, que em contexto do Supremo Tribunal Federal, seria o seu Plenário.
Esta opção esta relacionada à postura assumida de uma Despreocupável e
Responsável luta por mudar conceitos e valores, calcada, no entendimento, de que
vivemos um "CAOS JURÍDICO", onde sua premissa base é o "PURO FAZER DE
CONTAS", que me permitiram aglutinar algumas Petições já encaminhadas, em
práticas que inscritas, e DEFERIDAS pela Comissão Julgadora, da 6ª edição do
Prêmio INNOVARE, mesmo não sendo do meio jurídico.
Carta Ofício recebida:
Cabe-me reiterar minha decepção, minha tristeza, minha dor, meu lamento, por
tão tacanha Carta Ofício, uma vez que, Minha Petição, Sugestão, em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder foi reconhecida, apenas e tão
somente, como livre manifestação do pensamento. Os fatos abaixo, me induzem a
crer que esta eivada de, presumível, intenção protelatória, procrastinatória, na
expectativa de abster-se, efetivamente, em se manifestar SOBRE, e COM BASE no
Direito Constituído. Algo que muito, contrariadamente, me faz pensar, em alguns
possíveis motivos, que relutantemente, vislumbro, pois, quaisquer deles, não se
coadunam com a Postura Moral, Ética, Responsável e Legítima de uma Autoridade
Institucionalmente estabelecida, que ora foi formalmente provocada.
Fato 1 – A Petição original, REITERAÇÃO Petição STF ANULAÇÃO Decisão
Candidatos , http://www.scribd.com/doc/22392109/REITERACAO-Peticao-STF-
ANULACAO-Decisao-Candidatos , foi encaminha ao Senhor devidamente assinada, de
forma protocolar, através da Empresa de Correios e Telégrafos, por Carta Registrada
com Aviso de Recebimento, como uma Petição Sugestão, em defesa de direitos,
contra ilegalidade ou abuso de poder, calcada em vários Preceitos Fundamentais, dos
quais ressalto a NECESSÁRIA, inquestionável, irrefutável FUNDAMENTAÇÃO,
onde os fatos lhe devem dar sustentação, uma vez que, na decisão em questão, a
tese vencedora, afirmada pelo Excelentíssimo Ministro Celso de Mello: "Os valores
éticos devem pautar qualquer atividade no âmbito governamental. Somente os
eleitores dispõem sobre o poder soberano de rejeitar candidatos desonestos,
mas essa Corte não pode ignorar o principio da presunção de inocência", não se
sustenta à Luz dos Fatos, portanto, é, no mínimo, um grande EQUIVOCO.

Esta afirmação não se sustenta, quando avaliamos sob a ótica de Cargos


Proporcionais, uma vez que, a Eleição é feita pelas Coligações Partidárias ou
Partidos Políticos, sendo, a Eleição do Deputado Federal Enéas do PRONA, o
exemplo factual, concreto e objetivo, de maior contestação, uma vez que, Todos os
Eleitores que Votaram em Enéas, elegeram, sem o querer, 5 (cinco) outros
Deputados Federais, que, efetivamente, foram rejeitados pelo Voto Popular.
Esta afirmação não se sustenta, quando avaliamos sob a ótica de Cargos
Majoritários, uma vez que, a Renúncia ou Cassação, permite a “eleição indireta”,
onde o eleito não sofreu qualquer avaliação pelo Voto Popular, sendo, a Eleição de
Kassab, em função de renúncia de josé serra, o exemplo factual, concreto e objetivo,
de maior contestação, uma vez que, quando da campanha eleitoral, josé serra foi
questionado sobre a possibilidade de sua renúncia, algo que naquele momento
tinha peso, de tal forma, que josé serra assumiu o compromisso de cumprir todo o
mandato. O que, em essência, se verificou, ser pura manipulação das intenções de
Voto do Eleitorado, uma vez que, a avisada e presumível renúncia se concretizou.
Conforme contestação feita no documento: Sugestão TSE Anular Candidaturas de
José Serra, http://www.scribd.com/doc/2218362/Sugestao-TSE-Anular-Candidaturas-de-
Jose-Serra , onde tento configurar josé serra e psdb como litigantes de MÁ-FÉ, o que
colocaria as candidaturas da Coligação do psdb à Prefeitura e ao Governo de São
Paulo, como NULAS de Direito, o que teria como consequência natural, o fato
concreto, de que os atuais Prefeito e Governador de São Paulo são ILEGÍTIMOS, e o
documento Petição Sugestão ANULAR Reeleição de Kassab Em São Paulo,
http://www.scribd.com/doc/7859415/Peticao-Sugestao-ANULAR-Reeleicao-de-Kassab-Em ,
onde estamos redirecionando à questão para o TRE-SP, em virtude da reeleição de
gilberto kassab à Prefeitura de São Paulo, ser continuidade da eleição de josé serra à
Prefeitura de São Paulo, cujo Mandato de Prefeito renunciou para candidatar-se ao
Governo de São Paulo, por isso, EIVADA DE MÁ-FÉ.
Esta afirmação não se sustenta, quando avaliamos sob a ótica da presunção
de inocência, uma vez que, o impedimento de registro da candidatura, é
TEMPORÁRIO, esta restrito ao período em que ocorrerem os trabalhos judiciais,
relacionado(s) ao(s) processo(s) existente(s), isto é, algo, que de forma contundente,
não coloca o interessado como culpado, uma vez que, este impedimento poderia será
DEFINITIVO, caso o mesmo seja CONDENADO e a sentença TRANSITADA EM
JULGADO.
Fato 2 – Por reconhecer que alguns, que não Eu, aceitam a máxima de que
“Nem tudo que esta no processo esta no mundo”, muito embora, outros,
como Eu, acreditam que “Tudo que esta no mundo, pelo menos
juridicamente, tem que estar no processo”, reconheço que o Sistema
Eleitoral Brasileiro, com a permissão de sua Justiça Especializada, é
manipulado pelos Grandes Partidos, o que, em essência, faz com que a
questão, intrinsecamente, tome MAIOR VULTO. Quando então, apresento
os documentos que dão sustentação e fundamentam esta crença.
 Petição SUGESTÃO usufruto Horário Eleitoral ,
http://www.scribd.com/doc/22391936/Peticao-SUGESTAO-usufruto-Horario-Eleitoral ,
onde estamos tentando provocar o Poder Constituído Responsável por Zelar,
Preservar e Fazer CUMPRIR o Direito Constituído a reconhecer que os
Preceitos Fundamentais de Pluripardirarismo e Igualdade não permitem que
critérios sejam utilizados na Distribuição do usufruto do Tempo de Propaganda
Eleitoral Gratuita pelos Candidatos e Partidos Políticos/Coligação Partidária,
isto é, Todos os Partidos Políticos tem o mesmo tempo, sendo que no caso de
Coligação Partidário é consequencia do somatórios de seus Partidos Membros,
bem como, que CADA Candidato possui TEMPO IGUAL dentro do Tempo do
Partido Político ou da Coligação Partidária, onde neste último, a apresentação
deverá se dar em contexto Único (Coligação Partidária).

 Petição SUGESTÃO Propaganda Eleitoral ENGANOSA ,


http://www.scribd.com/doc/22391857/Peticao-SUGESTAO-Propaganda-Eleitoral-
ENGANOSA , onde estamos tentando provocar o Poder Constituído
Responsável por Zelar, Preservar e Fazer CUMPRIR o Direito Constituído a
reconhecer que o princípio da Propaganda ENGANOSA constante do Código
do Consumidor se aplica, também, e principalmente, à Propaganda Eleitoral,
gratuita ou não. Para tanto propomos a criação de mecanismos similares ao
empregado pelo CONAR relativos às Propagandas Comerciais.

 Petição SUGESTÃO Fidelidade Partidária na Nova Lei Eleitoral ,


http://www.scribd.com/doc/22391637/Peticao-SUGESTAO-Fidelidade-Partidaria-na-
Nova-Lei-Eleitoral , onde estamos tentando provocar o Poder Constituído
Responsável por Zelar, Preservar e Fazer CUMPRIR o Direito Constituído a
alterar seus processos de tal forma a Reconhecer que Coligação Partidária é
UM NOVO PARTIDO, bem como, que os Partidos Políticos que a compõe são,
apenas e tão somente, Partidos Políticos MEMBROS, o que, em essência,
altera o reconhecimento de Fidelidade Partidária para Fidelidade à Coligação
Partidária, como também, que Coligação Partidário existe NACIONALMENTE,
NUNCA REGIONALMENTE.

 Petição - SUGESTÕES na Fiscalização do VOTO Obrigatório ,


http://www.scribd.com/doc/22391454/Peticao-SUGESTOES-na-Fiscalizacao-do-
VOTO-Obrigatorio , onde estamos propondo ao Poder Constituído Responsável
por Zelar, Preservar e Fazer CUMPRIR a Legislação Eleitoral, que altere o
referencial de que o Cidadão Brasileiro tem o direito de VOTAR para o
referencial de que o Cidadão Brasileiro é OBRIGADO, Constitucionalmente, A
VOTAR
Fato 3 – Segundo RODOLFO DE CAMARGO MANCUSO, na página
Recursos extraordinário e especial, coloca entre outras coisas:
http://www.tex.pro.br/wwwroot/curso/recursos/recursosextraordinarioeespecial.htm ,
"Dizer que o recurso extraordinário e o especial não se destinam
precipuamente à revisão de decisões injustas é afirmação que prima
facie pode chocar, mas que é compreensível, dentro do sistema. Assim
como o STF não é simplesmente mais um Tribunal Superior, e sim a Corte
Suprema, encarregada de manter o império e a unidade do direito
constitucional, também o recurso extraordinário não configura mais uma
possibilidade de impugnação, e sim o remédio de cunho político-
constitucional que permite ao STF dar cumprimento àquela sua função.
Naturalmente, ao fazê-lo, a Corte também provê sobre o direito subjetivo
individual acenado pelo recorrente; todavia, cremos que esse é um efeito
'indireto' ou 'reflexo' do provimento do recurso, já que - repetimos - a
finalidade precípua é o asseguramento da 'inteireza positiva' do direito
constitucional, na expressiva locução de Pontes de Miranda.”
Outras Considerações:
Apresento algumas manifestações, que comprovam a importância que o
Supremo Tribunal Federal, efetivamente, dá à questão da FUNDAMENTAÇÃO, pelo
menos, nos casos em que envolve Outras Cortes, extraído do documento A
Constituição e o Supremo, http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/sumariobd.asp.
"Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se
submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. Mais: é
dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário,
nega-se o Estado de Direito." (HC 73.454, Rel. Min. Maurício
Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96)
“É nula a decisão que recebe denúncia sem fundamentação suficiente
sobre a admissibilidade da ação penal.” (RE 456.673, Rel. Min. Cezar
Peluso, julgamento em 31-3-09, 2ª Turma, DJE de 22-5-09)
“Separação dos poderes. Possibilidade de análise de ato do Poder Executivo
pelo Poder Judiciário. (...) Cabe ao Poder Judiciário a análise da legalidade
e constitucionalidade dos atos dos três Poderes constitucionais, e, em
vislumbrando mácula no ato impugnado, afastar a sua aplicação.” (AI
640.272-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-10-09, 1ª
Turma, DJ de 31-10-07). No mesmo sentido: AI 746.260-AgR, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgamento em 9-6-09, 1ª Turma, DJE de 7-8-09.
"Os atos administrativos que envolvem a aplicação de ‘conceitos
indeterminados’ estão sujeitos ao exame e controle do Poder Judiciário. O
controle jurisdicional pode e deve incidir sobre os elementos do ato, à luz dos
princípios que regem a atuação da Administração. (...) A capitulação do
ilícito administrativo não pode ser aberta a ponto de impossibilitar o
direito de defesa." (RMS 24.699, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 30-11-
04, 1ª Turma, DJ de 1º-7-05)
“Devem ser postos em relevo os valores que norteiam a Constituição e que devem
servir de orientação para a correta interpretação e aplicação das normas
constitucionais e apreciação da subsunção, ou não, da Lei n. 8.899/94 a elas. Vale,
assim, uma palavra, ainda que brevíssima, ao Preâmbulo da Constituição, no qual se
contém a explicitação dos valores que dominam a obra constitucional de 1988 (...).
Não apenas o Estado haverá de ser convocado para formular as políticas públicas que
podem conduzir ao bem-estar, à igualdade e à justiça, mas a sociedade haverá de se
organizar segundo aqueles valores, a fim de que se firme como uma comunidade
fraterna, pluralista e sem preconceitos (...). E, referindo-se, expressamente, ao
Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988, escolia José Afonso da Silva que ‘O
Estado Democrático de Direito destina-se a assegurar o exercício de
determinados valores supremos. ‘Assegurar’, tem, no contexto, função de
garantia dogmático-constitucional; não, porém, de garantia dos valores
abstratamente considerados, mas do seu ‘exercício’. Este signo desempenha, aí,
função pragmática, porque, com o objetivo de ‘assegurar’, tem o efeito imediato de
prescrever ao Estado uma ação em favor da efetiva realização dos ditos valores em
direção (função diretiva) de destinatários das normas constitucionais que dão a esses
valores conteúdo específico’ (...). Na esteira destes valores supremos explicitados
no Preâmbulo da Constituição brasileira de 1988 é que se afirma, nas normas
constitucionais vigentes, o princípio jurídico da solidariedade.” (ADI 2.649, voto
da Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-5-08, Plenário, DJE de 17-10-08)
“Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação
declaratória de constitucionalidade, proposta pelo Presidente da República e pelas
Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, para declarar a
constitucionalidade do art. 1º da Lei n. 9.494/97 (...). Entendeu-se, tendo em vista a
jurisprudência do STF no sentido da admissibilidade de leis restritivas ao poder geral
de cautela do juiz, desde que fundadas no critério da razoabilidade, que a referida
norma não viola o princípio do livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). O Min.
Menezes Direito, acompanhando o relator, acrescentou aos seus fundamentos que
a tutela antecipada é criação legal, que poderia ter vindo ao mundo jurídico com mais
exigências do que veio, ou até mesmo poderia ser revogada pelo legislador ordinário.
Asseverou que seria uma contradição afirmar que o instituto criado pela lei oriunda
do Poder Legislativo competente não pudesse ser revogada, substituída ou
modificada, haja vista que isto estaria na raiz das sociedades democráticas, não
sendo admissível trocar as competências distribuídas pela CF. Considerou que o
Supremo tem o dever maior de interpretar a Constituição, cabendo-lhe dizer se
uma lei votada pelo Parlamento está ou não em conformidade com o Texto
Magno, sendo imperativo que, para isso, encontre a viabilidade constitucional
de assim proceder. Concluiu que, no caso, o fato de o Congresso Nacional votar lei,
impondo condições para o deferimento da tutela antecipada, instituto processual
nascido do processo legislativo, não cria qualquer limitação ao direito do magistrado
enquanto manifestação do Poder do Estado, presente que as limitações guardam
consonância com o sistema positivo. Frisou que os limites para concessão de
antecipação da tutela criados pela lei sob exame não discrepam da disciplina positiva
que impõe o duplo grau obrigatório de jurisdição nas sentenças contra a União, os
Estados e os Municípios, bem assim as respectivas autarquias e fundações de direito
público, alcançando até mesmo os embargos do devedor julgados procedentes, no
todo ou em parte, contra a Fazenda Pública, não se podendo dizer que tal regra seja
inconstitucional. Os Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e
Gilmar Mendes incorporaram aos seus votos os adendos do Min. Menezes Direito.”
(ADC 4, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-10-08, Plenário,
Informativo 522)
“O direito de petição, presente em todas as Constituições brasileiras, qualifica-se
como importante prerrogativa de caráter democrático. Trata-se de instrumento
jurídico-constitucional posto à disposição de qualquer interessado – mesmo daqueles
destituídos de personalidade jurídica –, com a explícita finalidade de viabilizar a
defesa, perante as instituições estatais, de direitos ou valores revestidos tanto de
natureza pessoal quanto de significação coletiva. Entidade sindical que pede ao
Procurador-Geral da República o ajuizamento de ação direta perante o STF.
Provocatio ad agendum. Pleito que traduz o exercício concreto do direito de petição.
Legitimidade desse comportamento.” (ADI 1.247-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 17-8-95, Plenário, DJ de 8-9-95)
"Necessário temperamento da Súmula 691 deste Supremo, para que não se negue a
aplicação do art. 5º, inc. XXXV, da Constituição da República. Não se há negar
jurisdição ao que reclama prestação do Poder Judiciário, menos ainda deste
Supremo Tribunal, quando se afigure ilegalidade flagrante." (HC 89.681, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgamento em 21-11-06, 1ª Turma, DJ de 2-2-07). No mesmo
sentido: HC 92.474, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-08, 1ª
Turma, DJE em 20-2-09.
“Se, em qualquer das instâncias ocorreu vício de julgamento, por falta de
fundamentação ou de adequado exame das questões de fato e de direito, isso, se
for verdade, configurará nulidade de caráter processual, mas não denegação de
jurisdição, de molde a afrontar a norma constitucional focalizada (inc. XXXV do art. 5º
da CF).” (AI 185.669-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 17-9-96, 1ª
Turma, DJ de 29-11-96)
“A ordem jurídico-constitucional assegura aos cidadãos o acesso ao Judiciário em
concepção maior. Engloba a entrega da prestação jurisdicional da forma mais
completa e convincente possível. Omisso o provimento judicial e, em que pese a
interposição de embargos declaratórios, persistindo o vício na arte de proceder,
forçoso é assentar a configuração da nulidade.” (RE 158.655, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgamento em 20-8-96, 2ª Turma, DJ de 2-5-97)
"A decisão, como ato de inteligência, há de ser a mais completa e convincente
possível. Incumbe ao Estado-Juiz observar a estrutura imposta por lei, formalizando o
relatório, a fundamentação e o dispositivo. Transgride comezinha noção do devido
processo legal, desafiando os recursos de revista, especial e extraordinário
pronunciamento que, inexistente incompatibilidade com o já assentado, implique
recusa em apreciar causa de pedir veiculada por autor ou réu. O juiz é um perito na
arte de proceder e julgar, devendo enfrentar as matérias suscitadas pelas partes, sob
pena de, em vez de examinar no todo o conflito de interesses, simplesmente decidi-
lo, em verdadeiro ato de força, olvidando o ditame constitucional da
fundamentação, o princípio básico do aperfeiçoamento da prestação
jurisdicional.” (RE 435.256, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-5-09, 1ª
Turma, DJE de 21-8-09)
“É nula a decisão que recebe denúncia sem fundamentação suficiente sobre a
admissibilidade da ação penal.” (RE 456.673, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em
31-3-09, 2ª Turma, DJE de 22-5-09)
“Garantia constitucional de fundamentação das decisões judiciais. Artigo 118, § 3º,
do Regimento Interno do Superior Tribunal Militar. A garantia constitucional estatuída
no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, segundo a qual todas as decisões
judiciais devem ser fundamentadas, é exigência inerente ao Estado Democrático de
Direito e, por outro, é instrumento para viabilizar o controle das decisões judiciais
e assegurar o exercício do direito de defesa. A decisão judicial não é um ato
autoritário, um ato que nasce do arbítrio do julgador, daí a necessidade da sua
apropriada fundamentação. A lavratura do acórdão dá conseqüência à garantia
constitucional da motivação dos julgados.” (RE 540.995, Rel. Min. Menezes Direito,
julgamento em 19-2-08, DJE de 2-5-08). No mesmo sentido: RE 575.144, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-12-08, Plenário, DJE de 20-2-09.
"A fundamentação constitui pressuposto de legitimidade das decisões judiciais. A
fundamentação dos atos decisórios qualifica-se como pressuposto constitucional de
validade e eficácia das decisões emanadas do Poder Judiciário. A inobservância do
dever imposto pelo art. 93, IX, da Carta Política, precisamente por traduzir grave
transgressão de natureza constitucional, afeta a legitimidade jurídica da decisão e
gera, de maneira irremissível, a conseqüente nulidade do pronunciamento judicial.
Precedentes." (HC 80.892, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-10-01, 2ª
Turma, DJ de 23-11-07). No mesmo sentido: HC 90.045, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 10-2-09, 2ª Turma, DJE de 20-3-09.
"O Magistrado é inviolável pelas opiniões que expressar ou pelo conteúdo das
decisões que proferir, não podendo ser punido nem prejudicado em razão de tais
pronunciamentos. É necessário, contudo, que esse discurso judiciário, manifestado no
julgamento da causa, seja compatível com o usus fori e que, desprovido de
intuito ofensivo, guarde, ainda, com o objeto do litígio, indissociável nexo de
causalidade e de pertinência. A ratio subjacente à norma inscrita no art. 41 da
LOMAN decorre da necessidade de proteger os magistrados no desempenho de sua
atividade funcional, assegurando-lhes condições para o exercício independente da
jurisdição. É que a independência judicial constitui exigência política destinada a
conferir, ao magistrado, plena liberdade decisória no julgamento das causas a ele
submetidas, em ordem a permitir-lhe o desempenho autônomo do officium judicis, sem
o temor de sofrer, por efeito de sua prática profissional, abusivas instaurações de
procedimentos penais ou civis. (Inq 2.699-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
em 12-3-09, Plenário, DJE de 8-5-09)
NOVO: “Não há falar em negativa de prestação jurisdicional quando, como ocorre na
espécie vertente, ‘a parte teve acesso aos recursos cabíveis na espécie e a jurisdição
foi prestada (...) mediante decisão suficientemente motivada, não obstante contrária à
pretensão do recorrente’ (AI 650.375-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 10-8-
07), e ‘o órgão judicante não é obrigado a se manifestar sobre todas as teses
apresentadas pela defesa, bastando que aponte fundamentadamente as razões
de seu convencimento’ (AI 690.504-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJE de 23-5-
08).” (AI 747.611-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 13-10-09, 1ª Turma,
DJE de 13-11-09)
“(...) observo que a sentença de primeiro grau não se baseou apenas no
reconhecimento do recorrente feito em sede policial, mas, também, nos depoimentos
prestados pelas vítimas (...). Desse modo, não há que se falar em nulidade da
sentença condenatória, já que fundamentada também nos depoimentos prestados
pelas vítimas dos crimes praticados pelo recorrente.” (RHC 99.786, voto da Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 29-9-09, 2ª Turma, DJE de 16-10-09)
"A decisão, como ato de inteligência, há de ser a mais completa e convincente
possível. Incumbe ao Estado-Juiz observar a estrutura imposta por lei, formalizando o
relatório, a fundamentação e o dispositivo. Transgride comezinha noção do devido
processo legal, desafiando os recursos de revista, especial e extraordinário
pronunciamento que, inexistente incompatibilidade com o já assentado, implique
recusa em apreciar causa de pedir veiculada por autor ou réu. O juiz é um perito na
arte de proceder e julgar, devendo enfrentar as matérias suscitadas pelas partes, sob
pena de, em vez de examinar no todo o conflito de interesses, simplesmente decidi-
lo, em verdadeiro ato de força, olvidando o ditame constitucional da
fundamentação, o princípio básico do aperfeiçoamento da prestação
jurisdicional.” (RE 435.256, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-5-09, 1ª
Turma, DJE de 21-8-09)
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Aqui chamo a atenção para o fato concreto de que qualquer
decisão sem fundamentação inquestionável, irrefutável,
legítima e legal transforma o Tribunal em um Órgão
TRUCULENTO, uma vez que, pode ser considerado um
Tribunal de Exceção, onde apenas se praticou, ou se
pratica, ato de força.
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Igualmente, este seu entendimento, me coloca, em posição de,
obrigatoriamente, através de puro ato de força, a aceitar, como legítima e legal, em
exacerbada ignorância jurídica, as seguintes decisões:
- O cúmulo do absurdo jurídico , que foi a anulação de julgamento que
condenou um réu por crime TRIPLAMENTE QUALIFICADO, pelo constrangimento,
sentido pelo citado condenado, pelo fato de permanecer algemado durante todo o
julgamento, quando então, a referida anulação impingiu ao Júri a INCAPACIDADE de
julgar pelos fatos e depoimentos arrolados, uma vez que, coloca como certa a
interpretação de que o réu era indivíduo perigoso pelo uso de artefato de segurança
policial. Absurdo que contesto contundentemente, objetivamente, e concretamente,
através do documento Petição STF ANULACAO da Decisão Uso de Algemas,
http://www.scribd.com/doc/7276684/Peticao-STF-ANULACAO-Da-Decisao-Uso-de-Alg
, que poderia ter sido, também, interpretado como um mandato de Segurança, ou
recurso extraordinário ou especial.
- O cúmulo do absurdo jurídico , que foi a manifestação de Autoridade jurídica
sobre a necessidade de FORO ESPECIAL, uma vez que, permitiria ao paciente, a
avaliação da questão pela mais alta corte, onde se encontram as pessoas mais
bem preparadas, como se projeção político-funcional, garantisse projeção aos mais
bem preparados, algo que acredito não ser, pelo menos, uma verdade absoluta,
outrossim, devemos reconhecer que todas as substituições de vacância na mais alta
corte, é provida de elementos estranhos ao plenário do Supremo Tribunal Federal, que
por si só, desqualifica tamanha presunção. Absurdo que contesto
contundentemente, objetivamente, concretamente, através do documento PGR ADPF
Foro Privilegiado, http://www.scribd.com/doc/13953340/PGR-ADPF-Foro-Privilegiado
, que poderia ter sido, também, interpretado como um mandato de segurança, ou
recurso extraordinário ou especial.
- O cúmulo do absurdo jurídico , que foi o chamado “acordo do século”, que
implementado pelo Estado, através de “chantagem/extorsão” oficializada, em cadeia
nacional de rádioe TV, pelo Excelentíssimo Presidente da República, corroborado
pelo Congresso Nacional, e PERMITIDO (reconhecido) pelo Judiciário, impôs
DESÁGIO, com pagamento parcelado semestralmente sem qualquer correção, de
valor resultante sobre COISA JULGADA. Absurdo que contesto contundentemente,
objetivamente, concretamente, através do documento Petição ANULAR Decisão
Sobre Acordo FGTS, http://www.scribd.com/doc/7717373/Peticao-ANULAR-Decisao-
Sobre-Acordo-FGTS , que poderia ter sido, também, interpretado como um
mandato de segurança, ou recurso extraordinário ou especial.
- O cúmulo do absurdo jurídico , que foi o reconhecimento pelo Judiciário, de
que, por exemplo, cem Índios são capazes de OCUPAR (no presente)
TRADICIONALMENTE (de forma tradicional) uma área de 900.000 Km², algo que
explica, a manifestação de uma Autoridade Jurídica, que explanava a complexidade
da questão, muito embora, minha crença seja de que a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, é RICA e CLARA o suficiente sobre TODAS as
Questões relacionadas à Comunidades Indígenas. Absurdo que contesto
contundentemente, objetivamente, concretamente através do documento CNJ STF
ANULAR Decisao Raposa Do Sol, http://www.scribd.com/doc/13502960/CNJ-STF-
ANULAR-Decisao-Raposa-Do-Sol ,que poderia ter sido, também, interpretado como
um mandato de segurança, ou recurso extraordinário ou especial.
- O cúmulo do absurdo jurídico , que foi a manifestação desta corte sobre
prisão somente com decisão “transitada em julgado”, atentando contra, em
função da certeza da culpabilidade, as decisões de esferas inferiores NÃO MENOS
IMPORTANTES por isso, ressaltando que esta posição, incrivelmente, encontra
respaldo, até para os casos em que o condenado é CRIMINOSO CONFESSO, onde
qualquer resquício de dúvida não deveria, nem poderia, mais existir. Absurdo que
contesto contundentemente, objetivamente, concretamente através do documento
Confissão ou Condenação é Fato Objetivo e Concreto,
http://www.scribd.com/doc/2663593/Confissao-ou-Condenacao-e-Fato-Objetivo-e-
Concreto, que poderia ter sido, também, interpretado como um mandato de
segurança, que foi reforçada pela manifestação constante do documento Prisão Só
Com Decisão Transitada em Julgado, http://www.scribd.com/doc/11822011/Prisao-
So-Com-Decisao-Transit-Ada-Em-Julgado , e pela manifestação constante do
documento Quando o CAOS JURÍDICO enfraquece um Instituição Democrática,
http://www.scribd.com/doc/22191501/Quando-o-CAOS-JURIDICO-enfraquece-um-
Instituicao-Democratica .
Questionamento Conclusivo:
Quando o Brasil já deu mostras de ter uma Democracia Madura, ao afastar
ocupantes dos Cargos de Presidência da República, Presidência do Senado Federal e
Presidência da Câmara de Deputados, somos obrigados, a conviver com a
“ignorância jurídica” de alguns, que como o Senhor, vem colocando em alto grau de
descrédito o Poder Judiciário Brasileiro.
Uma pergunta não quer se calar: Quem, em Santo nome de Deus, pode avaliar,
e se necessário, responsabilizar, afastar, destituir, algum Ministro do Supremo Tribunal
Federal, na Presidência ou não, que venha a agredir, pela ignorância, pela
TRUCULÊNCIA, ou pela ARROGÂNCIA, o Direito Constituído, a Constituição da
República Federativa, e/ou mesmo, o Estatuto da Magistratura ?
Atenciosamente,

Plinio Marcos Moreira da Rocha


PENSO, NÃO SÓ EXISTO, ME FAÇO PRESENTE.
Obs.: Plinio Marcos Moreira da Rocha, presumivelmente o único Brasileiro COMUM,
que mesmo não sendo Advogado, nem Bacharel, nem Estudante de Direito, teve suas
práticas inscritas na 6ª edição do Prêmio INNOVARE, calcadas no CAOS JURÍDICO
que tem como premissa base o PURO FAZER DE CONTAS, reconhecidas, e
DEFERIDAS pelo Conselho Julgador, conforme documento INNOVARE - Um
Brasileiro COMUM no meio Jurídico,
http://www.scribd.com/doc/24252669/INNOVARE-Um-Brasileiro-COMUM-no-meio-
Juridico.
Carta GP-O 5859/2009 Brasília, 25 de Novembro de 2009
Ao Senhor PLINIOMARCOS
DA ROCHA
Rua Gustayo,Sampaio, n° 112 Apt. 603 -Leme
Rio de Janeiro / RJ - CEP: 22010-010

Prezado Senhor,

Confirmo o recebimento da sua correspondência de 16 de


novembro de 2009 e, em atenção à sua manifestação, permito-me
esclarecer a Vossa Senhoria que o Supremo Tribunal Federal - STF
somente pode atuar nos processos que sejam da sua competência,
definida no art. 102 da constituição Federal, e estejam
devidamente autuados e em tramitação neste, Tribunal.
De acordo com o referido art. 102 da CF, compete ao Supremo
Tribunal Federal a guarda da constituição Federal e, entre as
suas atribuições, estão o julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual, da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou
ato normativo federal, da Argüição de Descumprimento de Preceito
Fundamental decorrente da própria Constituição e da Extradição
solicitada por Estado estrangeiro.
Possui, ademaisj à atribuição de julgar, em recurso
ordinário, o Habeas Corpus, o Mandado de Segurança, o Habeas Data
e o Mandado de Injunção decididos em única ou última instância
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, e, em
recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última
instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da
Constituição.
Aproveito a oportunidade para ressaltar que a sua atitude,
um exercício de cidadania, representa a livre manifestação do
pensamento garantida pelo art. 5°, inciso IV, da constituição
Federal.

Em nome de Sua Excelência o Senhor Ministro Gilmar Mendes,


Presidente do Supremo Tribunal Federal, agradeço seu contato.
Petição – REITERANDO ANULAÇÃO Decisão Candidatos SUB JUDICE
Excelentíssimo Presidente do Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes
Brasília – DF CEP 70150-900
Carta Registrada RK480934552BR postada em 10/11/2009

Excelentíssimo Presidente do Supremo Tribunal Federal

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


1988, TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CAPÍTULO I - DOS
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder,

Venho, mui respeitosamente, REITERAR a SUGESTÃO, de que Esta


Presidência, envida Todos os Esforços, utilizando-se de TODOS os Meios que
dispuser, de tal forma, que Esta Corte, ANULE a Decisão a respeito da candidatura
de políticos que respondem a processos judiciais, na qual, por nove votos a dois, o
Supremo Tribunal Federal - STF julgou improcedente o pedido da Associação dos
Magistrados Brasileiros - AMB para permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a
candidatura de políticos que respondem a processo judicial ou não tenham sido
condenados em definitivo, uma vez que, esta eivada de ABUSO DE PODER, tendo
em vista que a tese vencedora, intrinsecamente reproduz presunçoso "achismo"
que a REALIDADE DOS FATOS não lhes respalda, uma vez que, apenas Esta
Corte tem poderes para ANULAR decisão Desta Corte.

Aproveitamos para reafirmar nossa crença de que, pelo menos, esta sugestão
será objeto de avaliação e considerações resultantes, se não em Respeito a Mim,
pelo menos à Constituição da República Fedrativa do Brasil. Afinal, o mínimo
possível, premente, necessário, seria a manifestação do Poder Constituído,
representado por Esta Corte, sobre, e com base, no Direito Constituído, relacionado
ao intrinsecamente provocado, pela formalização da Sugestão em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

1ª. Premissa Motivacional: A notícia "30 dias depois de entregue, PL da Ficha


Limpa espera por relator ", http://mcce.org.br/node/109 , uma vez que, o “mmce”
conseguiu reunir mais de 1.300.000 assinaturas e entregar o projeto de lei de
iniciativa popular para votação na Câmara dos Deputados e, posteriormente, no
Senado. Quando então, a notícia acima mencionada, nos informa que o projeto de lei
sobre a vida pregressa dos candidatos foi apensado ao PLP 168/93, que também
trata de casos de inelegibilidades. Esta notícia nos apresenta de forma clara,
inquestionável e irrefutável, pela participação ATIVA de número expressivo
Cidadãos Brasileiros, que o POVO Brasileiro, é merecedor de ser Representado
por Pessoas de POSTURA ILIBADA.

2ª. Premissa Motivacional: A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA


DO BRASIL DE 1988, TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; Art. 5º -
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos
veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Quando então, chamo a atenção, para a resistência, do Congresso
Nacional, de reconhecer as Decisões de 1ª Instância, em total desconfiança, e
total falta credibilidade, na capacidade dos Juízes Individuais, de decidir sobre
e com base no Direito Constituído. Ressaltando que o impedimento, em
questão, é TEMPORÁRIO, isto é, enquanto perdurarem as condenações, ou o
cumprimento de suas respectivas sentenças.
SUGESTÃO:
Que Esta Corte, com base no PODER que o Direito Constituído lhes outorga,
reavalie e ANULE a Decisão tomada por nove votos a dois, que julgou
improcedente o pedido da AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros para
permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a candidatura de políticos que
respondem a processo judicial ou não tenham sido condenados em definitivo.

A Reiteração, ora efetivada, da Petição - ANULAÇÃO da Decisão


Candidatos SUB JUDICE, abaixo reproduzida, tem como premissa base, a
importância, do reconhecimento, por Esta Presidência, de que as escolhas
disponíveis aos Eleitores, sofreram, quando existiram, pré-seleção pobre, e
desqualificada, de tal forma, que a quantidade de Candidatos, no mínimo,
discutíveis, é significativa, onde de forma cabal, não lhes é possível rejeitar qualquer
candidato..

Atenciosamente,

Plinio Marcos Moreira da Rocha


Rua Gustavo Sampaio no. 112 apto. 603
LEME – Rio de Janeiro CEP 22010-010
Tel. (21) 2542-7710
Profissão – Analista de Sistemas
Petição - ANULAÇÃO da Decisão Candidatos SUB JUDICE
Excelentíssimo Presidente do Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes
Brasília – DF CEP 70150-900
Carta Registrada RO554005202BR postada em 22/10/2008

Excelentíssimo Presidente do Supremo Tribunal Federal

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


1988, TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CAPÍTULO I - DOS
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder,

Venho, mui respeitosamente, SUGERIR, que Esta Presidência, envida Todos


os Esforços, utilizando-se de TODOS os Meios que dispuser, de tal forma, que Esta
Corte, ANULE a Decisão a respeito da candidatura de políticos que respondem a
processos judiciais, na qual, por nove votos a dois, o Supremo Tribunal Federal - STF
julgou improcedente o pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB para
permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a candidatura de políticos que
respondem a processo judicial ou não tenham sido condenados em definitivo, uma
vez que, esta eivada de ABUSO DE PODER, tendo em vista que a tese vencedora,
intrinsecamente reproduz presunçoso "achismo" que a REALIDADE DOS FATOS
não lhes respalda, uma vez que, apenas Esta Corte tem poderes para ANULAR
decisão Desta Corte.

Aproveitamos para reafirmar nossa crença de que esta sugestão será objeto
de avaliação e considerações resultantes, se não em Respeito a Mim, pelo menos
à Constituição da República Fedrativa do Brasil. Afinal, o mínimo possível,
premente, necessário, seria a manifestação do Poder Constituído, representado por
Esta Corte, sobre, e com base, no Direito Constituído, relacionado ao
intrinsecamente provocado, pela formalização da Sugestão em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

1ª. Premissa Motivacional: A "tese vencedora", segundo Resposta, a


manifestação minha, recebida da Central do Cidadão do STF (Anexo I) nos
apresenta: "A tese vencedora foi inaugurada pelo ministro Celso de Mello. Para ele,
impedir a candidatura de políticos que respondem a processo viola os princípios
constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal. Seguiram
esse entendimento os ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cármen Lúcia
Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Cezar Peluso, Ellen Gracie,
Marco Aurélio e Gilmar Mendes. Para eles, o Judiciário não pode substituir o
Legislativo e criar regras de inelegibilidade não previstas na Constituição e na Lei
Complementar sobre a matéria.", efetivamente, esta calcada num presunçoso
"achismo", que infelizMENTE, causa estranheza e decepção, pois, nos apresenta
a realidade de que Membros Desta Corte, acreditam que a Mesma, sobre assunto
tão pertinente ao Processo Eleitoral, não seja competente para Legislar. Rasga-se
a Constituição. Rasga-se a Cidadania, representada pela OMISSÃO Institucional
Desta Corte. Rasga-se a Esperança na Evolução, pelo MÉRITO, do contexto Político
Brasileiro. Enfim... RASGA-SE O VOTO, em sua mais pura ESSÊNCIA.

Portanto, é premente, e necessário. quiçá visceral, que o procedimento, ora


proposto seja aceito, por ser TEMPORÁRIO, enquanto durar(em) o(s) processo(s),
o que em hipótese alguma, pode e deve ser colocado como, a violar princípios
constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal, uma vez
que, apenas e tão somente, permite que toda e qualquer dúvida seja eliminada.
Afinal, não se trata apenas, e tão somente, de denúncias, pois, as mesmas, devem
estar RESPALDADAS em FATOS, espera-se concretos e objetivos, razão pela
qual, foram ACEITAS, pelo Judiciário. Vale ressaltar que o Judiciário, nunca em
momento algum, substituirá o Legislativo, quando muito, apenas, o
complementará, Legislando em função de provocação, ao que não estiver
explicitamente definido, principalmente, quando a citada provocação, estiver
relacionada a fatos, que envolvam a realidade dos Parlamentares, algo como,
possivelmente interpretado, como "legislar em causa própria". Devemos ressaltar,
que mesmo, Esta Côrte, não reconhecendo, acaba de legislar, através de PURA
OMISSÃO, uma vez que, a Sociedade ficou na EXPECTATIVA da Decisão, ora
tomada, em total sintonia com a regra inexistente, que pela omissão foi,
efetivamente, criada.

Este fato toma vulto, quando Esta Corte, recentemente, reconheceu, que o
mandato Parlamentar pertence ao Partido Político, deveria ser à Coligação Partidária
em primeira instância, uma vez que, quem efetivamente elege é a Coligação
Partidária, e em seguida o Partido Político, razão pela qual, em pleitos anteriores
tivemos Eleitos com ZERO Votos, ou apenas 1 (um) Voto, sendo este o próprio
voto.

Quando então, me é factível, afirmar, que a Decisão, ora em questão, é


NULA, uma vez que, agride de forma MORTAL a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988; CAPÍTULO III - DO PODER JUDICIÁRIO; Seção
I - DISPOSIÇÕES GERAIS; Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes
princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

2ª. Premissa Motivacional: Apresento minhas considerações, ainda não


respondidas, enviadas ao Excelentíssimo Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(Anexo II), que acredito, serem áinda, aplicáveis à questão, e que de certa forma,
reafirmam a nulidade, ora sugerida.

3ª. Premissa Motivacional: Uma questão básica é: O Direito Individual pode se


sobrepor ao Direito Coletivo, quando então, chamo a atenção para: "Os valores
éticos devem pautar qualquer atividade no âmbito governamental. Somente os
eleitores dispõem sobre o poder soberano de rejeitar candidatos desonestos,
mas essa Corte não pode ignorar o principio da presunção de inocência", afirmou
Celso de Mello.

Quando então, me é factível afirmar, ser premente e necessário. quiçá


visceral, a implantação do procedimento proposto pela AMB, uma vez que, ao
Eleitor NÃO CABE, se quer a possibilidade, de rejeitar Candidato, uma vez que,
em pleitos anteriores, apesar de flagrante REJEIÇÃO, tivemos Eleitos com ZERO
Votos, ou mesmo 1 (UM) Voto, sendo este o próprio voto. Isto, se deve ao fato de
serem as Coligações Partidárias/Partidos Políticos, conforme reconhecimento
recente Desta Côrte, efetivamente, a Responsabilidade pelos Eleitos. Portanto,
neste contexto, é plausível a priorização do Direito Coletivo (NEGATIVO) em
detrimento do Direito Individual (POSITIVO).

4ª. Premissa Motivacional: Segundo Lenio Luiz Streck em seu artigo Criminal -
Dever de proteção: Qual a semelhança entre o furto privilegiado e o tráfico de
drogas? (Anexo III), constante da página WEB http://www.netlegis.com.br/index.jsp?
arquivo=/detalhesNoticia.jsp&cod=42169 .

A doutrina e jurisprudência entendem que o dever de proteção pode ser classificado


do seguinte modo:

a) o Verbotspflicht, que significa "o dever de se proibir uma determinada conduta";

b) o Sicherheitspflicht, que significa, em linhas gerais, que o Estado tem o dever de


proteger o cidadão contra ataques provenientes de terceiros, sendo que, para
isso, tem o dever de tomar as medidas de defesa;

c) o Risikopflicht, pelo qual o Estado, além do dever de proteção, deve atuar com
o objetivo de evitar riscos para o indivíduo.

Trata-se da nova concepção do direito esculpido no Estado Democrático de


Direito. As lições do passado e os fracassos do direito diante da política fizeram com
que o direito assumisse um acentuado grau de autonomia. E o Direito Penal não
ficou imune a essa nova perspectiva, o que pode ser percebido pela obrigação de
proteger o cidadão a partir de atitudes "negativas" e "positivas", chegando —
por vezes — ao limite da obrigação de criminalizar. E, é claro, tais circunstâncias
trazem conseqüências à relação entre legislação e jurisdição.

Quando então, me é factível afirmar, ser premente e necessário. quiçá


visceral, a implantação do procedimento proposto pela AMB, uma vez que, o
Estado, através Desta Corte, tem a Responsabilidade de coibir, ou mesmo evitar,
que Indivíduos, enquanto SUB JUDICE, possam ser Candidatos a Cargos Eletivos,
na certeza, de conduta ILIBADA.

5ª. Premissa Motivacional: Segundo Marcus Vinícius Lopes Montez no artigo A


Constituição diritente morreu? (Anexo IV) que consta da página WEB:
http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=1477 .

"Apesar da Constituição de 1988 estar fazendo seu 20º aniversário, parece que a
dogmática jurídica brasileira ainda não compreendeu (ou não quer compreender)
o conceito exato da expressão Constituição, pelo menos em seu sentido léxico –
“constituir”. A crise vivida aqui no Brasil não é uma crise da Constituição, mas sim
da sociedade, do governo e do Estado. É verdade que o direito, por si só, não
conforma a realidade; quem o faz são os homens. Mas, para tanto, necessitam dos
instrumentos. Essa é a importância do Direito e da Constituição. A Constituição de
1988 foi farta em prever instrumentos de correção/implementação dos direitos nela
garantidos: mandado de segurança; ação declaratória de inconstitucionalidade por
omissão; mandado de injunção, para se citar apenas alguns. Não faltam, portanto,
meios jurídicos para a concretização da Constituição. O que falta é uma maior
consciência do papel que a Constituição assume no ordenamento jurídico, bem como
do papel do Judiciário frente a não implementação/realização dessa mesma
Constituição.. Parafraseando Chico Buarque de Hollanda: “só Carolina não viu”.
Confirmando o que todos sabem e vêem, menos grande parte da dogmática jurídica
brasileira, vale repetirmos as constatações de Sergio Buarque de Holanda: “As
constituições feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem
violadas, tudo em proveito de indivíduos e oligarquias, são fenômenos corrente
em toda a história da América do Sul.”

Quando então, me é factível afirmar, ser premente e necessário. quiçá


visceral, a implantação do procedimento proposto pela AMB, portanto, o
Estado, através Desta Corte, tem a Responsabilidade de coibir, ou mesmo evitar,
que Indivíduos, enquanto "SUB JUDICE', possam ser Candidatos a Cargos Eletivos,
na busca da melhor QUALIDADE dos Políticos Eleitos pelas Coligações
Partidárias/Partidos políticos.

SUGESTÃO:

Que Esta Corte, com base no PODER que o Direito Constituído lhes outorga,
reavalie e ANULE a Decisão tomada por nove votos a dois, que julgou
improcedente o pedido da AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros para
permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a candidatura de políticos que
respondem a processo judicial ou não tenham sido condenados em definitivo.

Atenciosamente,

Plinio Marcos Moreira da Rocha


Rua Gustavo Sampaio no. 112 apto. 603
LEME – Rio de Janeiro CEP 22010-010
Tel. (21) 2542-7710
Profissão – Analista de Sistemas
ANEXO I - Resposta da Central do Cidadão do STF

---------- Forwarded message ----------


From: <nao_responda@stf.gov.br>
Date: 2008/10/16
Subject: Central do Cidadão
To: pliniomarcosmr@gmail.com

Protocolo de nº 744

Ao Senhor

PLINIO MARCOS MOREIRA DA ROCHA

Inicialmente, pedimos desculpas pela demora em responder a sua mensagem.

Aproveitamos a oportunidade para ressaltar que a sua atitude reflete que a


manifestação do pensamento nos termos do art. 5º, inciso IV, da Constituição
Federal, trata-se de um exercício de cidadania e de democracia.

A propósito da sua manifestação, a respeito da candidatura de políticos que


respondem a processos judicia is, informamos que, por nove votos a dois, o Supremo
Tribunal Federal - STF julgou improcedente o pedido da Associação dos Magistrados
Brasileiros - AMB para permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a candidatura de
políticos que respondem a processo judicial ou não tenham sido condenados em
definitivo.

O julgamento durou quase oito horas e seu resultado vincula todas as instâncias do
Judiciário, inclusive a Justiça Eleitoral, e a administração pública.

A tese vencedora foi inaugurada pelo ministro Celso de Mello. Para ele, impedir
a candidatura de políticos que respondem a processo viola os princípios
constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal.
Seguiram esse entendimento os ministros Carlos Alberto Menezes Direito,
Cármen Lúcia Antunes Rocha, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Cezar Peluso,
Ellen Gracie, Marco Aurélio e Gilmar Mendes. Para eles, o Judiciário não pode
substituir o Legislativo e criar regras de inelegibilidade não pre vistas na
Constituição e na Lei Complementar sobre a matéria.

O ministro Carlos Ayres Britto foi o primeiro a firmar posição favorável ao pedido da
AMB. O ministro Joaquim Barbosa abriu uma terceira vertente. Ele defendeu que
"juízes eleitorais podem vetar a candidatura de políticos com condenação em
segunda instância."

Sobre as listas contendo nomes de candidatos que respondem a processo, Ayres


Britto lembrou que uma coisa é a vida pregressa como condição de elegibilidade,
outra é informação ao eleitor. No plano da informação, o Supremo não apreciou essa
questão. (Fonte: Portal Notícias STF, com adaptações.)

Ademais, ressaltamos que a Constituição Federal, em seu art. 1º, parágrafo único,
declara que "todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."
Finalmente, recomendamos à Vossa Senhoria a leitura dos informativos
disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral no segui nte endereço eletrônico:
http://www.tse.gov.br/eje/html/projetoEleitorConsciente/projetoEleitorConsciente.html,
aos quais acreditamos que serão muito pertinente para o exercício da cidadania.

A Central do Cidadão agradece o seu contato, em nome do Excelentíssimo Senhor


Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal. Atenciosamente,

Supremo Tribunal Federal

Central do Cidadão

--------------------------------------------------

Nome: PLINIO MARCOS MOREIRA DA ROCHA

Recebido em: 2008-08-07 16:18:38.0

Esta Manifestação embasa a anterior, feita esta madrugada....

Prezados,

Quando um "ministro da mais alta corte Brasileira", que em passado


recente reconheceu, que o Mandato pertence ao Partido e não ao Parlamentar, o que
nos proporciona, o surrealismo de um Parlamentar, SEM NENHUM VOTO, SER
ELEITO, acho que isto é fato no Piauí.

Temos PLENA CERTEZA de que "FAZER DE CONTAS" que ao Eleitor é


FACTÍVEL o PODER DE REJEITAR CANDIDATOS DESONESTOS.....

"Os valores éticos devem pautar qualquer atividade no âmbito governamental.


Somente os eleitores dispõem sobre o poder soberano de rejeitar candidatos
desonestos, mas essa Corte não pode ignorar o principio da presunção de
inocência", afirmou Celso de Mello.

InfelizMENTE, este "FAZER DE CONTAS" é a base de "CAOS JURÍDICO" em


que vivemos, e o pior, é que o POVO BRASILEIRO é VÍTIMA CONSTANTE de
estereotipos INDESEJÁVEIS, INDECOROSOS e INJUSTOS, como "O POVO NÃO
SABE VOTAR", em função desta situação resultante da OMISSÃO PERVERSA de
"nossa mais alta corte!.

Lamento pela VIDA de tantos, que de forma, contundente, são enxovalhados,


aviltados, menosprezados, porque não dizer, DESMERECIDOS, por atitudes
calcadas no próprio "achismo" presunçoso e abjeto.

Abraços,
Plinio Marcos

--------------------------------------------------
Abaixo a Manifestação anterior, acima citada.

Prezados,

Reproduzo abaixo mensagem encaminhada à Diretoria, à Assessoria Jurídica e à


Assessoria Parlamentar da Associação dos Magistrados do Brasil, através de
seu site oficial:

Sirvo-me Desta para parabenizar a AMB pela Atitude Dígna, merecedora de TOTAL
Estima, Consideração e Respeito.

Lamentamos que Nossa mais "alta corte" não tenha considerado que o
"IMPEDIMENTO" proposto SERIA TEMPORÁRIO, isto é, enquanto não se
terminasse o(s) Processo(s), algo que LONGE, MUITO LONGE, pode ser
considerado como definição de CULPADO.

Mas, fazer o que ? No Brasil de Hoje, uns poucos, arvoram-se à posse do Direito
Constituído, de tal forma, que presumível, DESONESTIDADE possa ser tratada
como HONRA.

Reconhecendo que minhas Petições, calcadas na Constituição da república


Federativa do Brasil, se quer são avaliadas, me vejo na infeliz situação de não
possuir forças, ou mesmo estômago, para digerir tamanha desfaçatez, com ares de
"justiça".

realMENTE, o Brasil vive um "CAOS JURÍDICO" onde "FAZER DE CONTAS" é sua


premissa base.

Aproveito a oportunidade para renovar meus protestos de Estima, Consideração,


Respeito, e um sentimento ENORME DE ORGULHO, por pertencer a uma
Sociedade que dispõe de uma Estrutura formalmente organizada com Valores
Morais e Éticos à serviço desta mesma Sociedade Brasileira.

Atenciosamente,
Plinio Marcos Moreira da Rocha
ANEXO II - Petição REVER Decisão sobre Candidatos SUB JUDICE

enviada através da Carta Registrada RC277096080BR

Excelentíssimo Presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


1988, TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CAPÍTULO I -
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder,

Venho, mui respeitosamente, SUGERIR que Esta Corte, reveja a decisão


relacionada aos Candidatos “SUB JUDICE”, uma vez que os mesmos, não
apresentam Conduta ILIBADA, para tanto apresento os seguintes argumentos de
reflexão, que poderão, de forma concreta, ajudar na necessária e premente
reavaliação:

1ª. Reflexão – Sempre que uma Autoridade do Executivo, do Legislativo ou


mesmo do Judiciário, se encontra envolvida em algum Processo, entendo que é
consenso GERAL, ser premente e necessário o seu AFASTAMENTO de suas
atividades, até que tudo seja esclarecido. Portanto, em conformidade com o
colocado, deveria ser inadmissível, que alguém, em tal situação, possa se candidatar
a um Cargo Eletivo.

2ª. Reflexão – Recentemente tivemos a posse de uma Vereadora, no caso


suplente, mas que muito bem poderia não ser, que obteve no escrutínio apenas, e
tão somente, um VOTO, isto é, seu único Voto foi o Voto da própria Candidata. A
única e plausível explicação, esta no fato, concreto, de que os Candidatos SÃO
ELEITOS pelas Coligações/Partidos, portanto, nem TODOS os Candidatos Eleitos, o
seriam, caso a Votação fosse INDIVIDUAL. Razão pela qual, me causa estranheza,
que num contexto COLETIVO, estejamos dando prioridade a Direitos individuais, que
se chocam com os Direitos e Interesses Coletivos de se fazerem representar por
Pessoas de ILIBADA REPUTAÇÃO. A mim, custa aceitar, que alguém em função da
Votação Partidária, sem RESPALDO INDIVIDUAL, seja considerado Eleito, e pior,
seja considerado como APROVADO pelo VOTO, uma vez que, DE FATO, não obteve
TAL APROVAÇÃO.

3ª. Reflexão – Esta Corte recentemente reconheceu que o Mandato Parlamentar


PERTENCE ao Partido Político, muito embora, Eu reconheça que deveria pertencer à
Coligação Partidária, em primeira Instância. Portanto, a Eleição pode se dar em
função da votação conquistada pela Coligação/Partido. Razão pela qual, é de
Responsabilidade Desta Corte, preservar e zelar pelo Respeito ao Voto dado por
Cada Cidadão brasileiro, garantindo a Qualidade de TODOS os Candidatos Eleitos,
uma vez que, as Coligações/Partidos comprovadamente NÃO O FAZEM.

4ª. Reflexão – Dentro do Contexto Político, a Justiça Eleitoral, sendo Esta Corte
seu Ícone, concretamente, REPRESENTA os Interesses e Anseios do POVO
Brasileiro, razão pela qual o Direito Constituído LHES OUTORGA a premente e
importante FUNÇÃO de LEGISLAR aquilo que acreditar ser necessário e relevante,
de tal forma, que o processo Eleitoral seja preservado em CONTEÚDO e FORMA.
Portanto, me causa estranheza e decepção, que um Membro Desta Corte acredite
que a Mesma, sobre assunto tão pertinente ao Processo Eleitoral, não seja
competente para Legislar. Rasga-se a Constituição. Rasga-se a Cidadania,
representada pela OMISSÃO Institucional Desta Corte. Rasga-se a Esperança na
Evolução, pelo MÉRITO, do contexto Político Brasileiro. Enfim... RASGA-SE O
VOTO, em sua mais pura ESSÊNCIA.

5ª. Reflexão – Esta corte, vem ao longo do tempo, reconhecendo que Cargo
Eletivo é Cargo Público, uma vez que, reconhece como natural, a RENÚNCIA como
ATO LÍCITO e LEGÍTIMO para o exercício a DESENCOMPATIBILIZAÇÃO,
necessária à Candidatos de Cargos Eletivos. Estranhamento, não reconhece serem
os Cargos Eletivos, também, Cargos Públicos, no que concerne a pré-requisitos
legais, como atestados de bons antecedentes, conduta ILIBADA, uma vez que,
qualquer Pessoa com DENÚNCIA ACEITA, deveria ser impedida de se Candidatar a
Cargo Eletivo.

6ª. Reflexão – Estamos falando de Indivíduos que RESPONDEM a Processos, isto


é, não se trata apenas, e tão somente, de denúncias, pois, as mesmas,
RESPALDADAS em FATOS, foram ACEITAS, pelo Judiciário. Portanto, estamos
frente ao Absurdo do Judiciário Eleitoral, NÃO RECONHECER, Imparcialidade,
Legitimidade, Coerência, Respeito ao Legal e Constituído, uma vez que, a
transformação da DENÚNCIA em PROCESSO, não é considerada, por Esta Corte,
como FATO OBJETIVO e CONCRETO, o que nos coloca, em situação de plausível
MANIPULAÇÂO ESPÚRIA pelos demais Elementos Integrantes do também
Judiciário.

7ª. Reflexão – Enquanto o Poder Constituído NÃO ASSUMIR suas


Responsabilidades frente ao Direito Constituído, seremos Obrigados, a reconhecer o
Direito de alguns, em se absterem de participar do processo eleitoral, em contexto
OBRIGATÓRIO, na proporção de 30% dos Eleitores (Nulos, Brancos e
JUSTIFICADOS), pois, é CRÍVEL, é PAUPÁVEL, é SUBSTANCIAL, é CONCRETO, é
LASTIMÁVEL que o processo possa NÃO POSSA TER a Credibilidade e
Respeitabilidade necessária.

8ª. Reflexão – Para que vivamos em uma Sociedade Justa, Fraterna e Digna, é
indispensável, quiçá visceral, que o Poder Constituído seja claro, e suficientemente
coerente, ao se pronunciar sobre e com base no Direito Constituído.

9ª. Reflexão: Aqui chamo a atenção para Rui Barbosa :

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a


desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter
vergonha de ser honesto."

Premissa Motivacional – Esta sugestão, em específico, esta relacionada com o


momento mais importante da História da Justiça Eleitoral, pois, estamos vivenciando
a grata conscientização do Poder Constituído atuar em Respeito aos Direitos
Constituídos, de tal forma, que Responsabilidades Históricas NEGADAS e
RENEGADAS, foram em outro contexto, devidamente ASSUMIDAS, quando então,
me obrigo a envidar TODOS os esforços que me forem permitidos por Lei, em tentar
participar, de forma pró-ativa, da construção e definição de critérios JUSTOS e
LEGÍTIMOS que possam agregar ao VOTO de Cada Cidadão a Respeitabilidade e
Credibilidade intrinsecamente MERECEDORAS, portanto, sinto-me obrigado a ajudar
na cristalização de critérios que possam, de alguma forma, estabelecer princípios de
Merecimentos (Premiação e Punição) e na evolução de um sistema que garanta a
qualidade das representatividades, permitindo ao POVO condições reais de
escolha, uma vez que, atualmente ocorre apenas, e tão somente, a troca de 6 (seis)
por 6 (meia dúzia).

SUGESTÃO – Rever a decisão tomada, por Esta Corte, de permitir que Indivíduos
“SUB JUDICE” possam ser Candidatos à Cargos Eletivos, uma vez que os mesmos,
não se apresentam em contexto de Conduta ILIBADA, de tal forma, que a Nós,
Cidadãos Brasileiros, seja GARANTIDA a Qualidade dos Futuros Eleitos, mesmo que
a VOTAÇÃO INDIVIDUAL seja insuficiente.

Atenciosamente,
Plinio Marcos Moreira da Rocha
Rua Gustavo Sampaio no. 112 apto. 603
LEME – Rio de Janeiro CEP 22010-010
Tel. (21) 2542-7710
Profissão – Analista de Sistemas
ANEXO III - Dever de proteção: Qual a semelhança entre o furto
privilegiado e o tráfico de drogas? por Lenio Luiz Streck
Considerações iniciais: situando o problema — a opção do legislador constituinte em combater
determinadas condutas por intermédio do Direito Penal

O conteúdo do debate acerca de qual sentido que deve tomar, no interior do Estado Democrático (e
Social) de Direito, o modelo penal e processual penal brasileiro vem mantendo acesa uma celeuma
filosófica — ainda que não explícita —, a partir de dissensos que envolvem concepções de vida e
modos-de-ser-no-mundo centrados nas mais diversas justificações materiais e espirituais. O substrato
de fundo destes embates, entre tradições de pensamento tão diversas e, em grande parte dos
assuntos, antagônicas, revela uma contraposição ainda mais fundamental consistente em um conflito
quanto aos bens jurídico-penais que efetivamente merecem proteção penal nesta quadra da história.
[1]

Ao contrário do que acontece na maioria das Constituições contemporâneas, estes conflitos estão
positivados no texto constitucional brasileiro. Isso implica a tomada de atitudes por parte do legislador
ordinário. Ocorre, entretanto, que o legislador, ao lado da doutrina e da jurisprudência pátrias, continua
atrelado ao paradigma liberal-individualista, podendo-se perceber, nestes vinte anos de Constituição
compromissória e social, entre outros aspectos:

a) certa dificuldade de coexistência de determinados princípios e valores tradicionalmente imputados


ao Direito Penal pelas vertentes liberais-iluministas, caracteristicamente individualistas; e

b) outra gama de princípios e valores (como defini-los?) que sustentam a legitimidade de novas
matrizes normativas dirigidas à tutela de bens não individuais.

A opção do legislador constituinte em positivar comandos criminalizantes provocou — ou deveria ter


provocado — uma drástica mudança no tratamento dos bens jurídico-penais. Em outras palavras, é
possível afirmar que, ao contrário do que sustentam os penalistas adeptos de posturas minimalistas, o
constituinte não albergou a tese da “intervenção mínima do Direito Penal”, mas, ao contrário disso,
colocou, pelo menos hipoteticamente, a possibilidade de subversão de grande parte de uma
hegemonia histórica nas relações de poder sustentadas e reproduzidas, em não desprezível parcela,
pela aplicação da lei penal.

Essa questão vem agravada a partir do comando constitucional de o legislador enquadrar algumas
condutas no rol dos crimes hediondos. E com as conseqüências que isso terá. Com efeito, a
Constituição do Brasil estabelece:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

Despiciendo lembrar, já de início, uma questão irrefutável: o comando constitucional (originário) não
pode ser inconstitucional. Do mesmo modo, não há registros, nos tribunais e na literatura penal, de
questionamento ao enquadramento, no rol dos crimes hediondos, dos crimes de estupro e de atentado
violento ao pudor — para falar apenas destes, não explicitados no inciso constitucional. E
relembremos — por absoluta relevância — que, no caso do tráfico de entorpecentes, o legislador
constituinte vai ao ponto de vedar a concessão, a esse tipo de crime, de favores legais (v.g., graça e
anistia).

Têm-se, então, dois problemas, que se constituem em base para qualquer discussão:

— primeiro, está-se diante de hipótese de obrigação constitucional de criminalizar;

— segundo, está-se diante de uma vedação constitucional de concessão de favores legais aos
traficantes. Parte-se, pois, de limitações explícitas ao legislador ordinário. A questão é saber as
dimensões desses limites do legislador, isto é, de que modo deve ser atendido o complexo (e duro)
comando constitucional.

Nesse sentido, desde logo deve ser apresentada a pergunta: quando da elaboração da Lei 11.343/06,
poderia o legislador ter enfraquecido/mitigado a resposta penal conferida às condutas que
consubstanciam o tráfico de drogas?

Ou seja, na medida em que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XLIII, prevê o crime de
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins como hediondo, proibindo graça e anistia, e sendo a
República Federativa do Brasil signatária de tratados internacionais que têm como meta o combate a
esse crime, poderia o legislador ordinário, sem apresentar qualquer prognose e em desobediência aos
princípios da integridade, da coerência e da igualdade (além da proibição de proteção deficiente), ter
concedido favor legal consistente na expressiva diminuição da pena em patamar variável de 1/6 a 2/3?

A necessidade de uma nova visão acerca da questão dos “bens jurídicos”: a importância dos princípios
da proibição de excesso (Übermassverbot) e da proibição de proteção deficiente (Untermassverbot)

Tem razão Alessandro Baratta quando esclarece que, no Estado Democrático de Direito, está-se
diante de uma política integral de proteção dos direitos. Tal definição permite que se afirme que o
dever de proteção estatal não somente vale no sentido clássico (proteção negativa) como limite do
sistema punitivo, mas, também, no sentido de uma proteção positiva por parte do Estado.[2]

Isso decorre, obviamente, da evolução do Estado e do papel assumido pelo Direito nessa nova forma
de Estado, sob a direção de um constitucionalismo compromissório e social. É por isto que não se
pode mais falar tão-somente de uma função de proteção negativa do Estado. Parece evidente que
não, e o socorro vem de Baratta, que chama a atenção para a relevante circunstância de que esse
novo modelo de Estado deverá dar a resposta para as necessidades de segurança de todos os
direitos, também dos prestacionais por parte do Estado (direitos econômicos, sociais e culturais) e não
somente daquela parte de direitos denominados de prestação de proteção, em particular contra
agressões provenientes de comportamentos delitivos de determinadas pessoas.

Perfeita, pois, a análise de Baratta: é ilusório pensar que a função do Direito (e, portanto, do Estado),
nesta quadra da história, esteja restrita à proteção contra abusos estatais. No mesmo sentido, o dizer
de João Baptista Machado, para quem o princípio do Estado de Direito, neste momento histórico, não
exige apenas a garantia da defesa de direitos e liberdades contra o Estado: exige, também, a defesa
dos mesmos contra quaisquer poderes sociais de fato. Desse modo, ainda com o pensador português,
é possível afirmar que a idéia de Estado de Direito demite-se da sua função quando se abstém de
recorrer aos meios preventivos e repressivos que se mostrem indispensáveis à tutela da segurança,
dos direitos e liberdades dos cidadãos.[3]

Tanto isso é verdadeiro que o constituinte brasileiro optou por positivar um comando criminalizador,
isto é, um dever de criminalizar com rigor alguns crimes, em especial, o tráfico de entorpecentes,
inclusive epitetando-o, prima facie, de hediondo.

Na verdade, a tarefa do Estado é defender a sociedade, a partir da agregação das três dimensões de
direitos — protegendo-a contra os diversos tipos de agressões. Ou seja, o agressor não é somente o
Estado.

Dito de outro modo, como muito bem assinala Roxin, comentando as finalidades
correspondentes ao Estado de Direito e ao Estado Social, em Liszt, o Direito Penal serve
simultaneamente para limitar o poder de intervenção do Estado e para combater o crime.
Protege, portanto, o indivíduo de uma repressão desmedurada do Estado, mas protege
igualmente a sociedade e os seus membros dos abusos do indivíduo. Estes são os dois
componentes do Direito Penal: a) o correspondente ao Estado de Direito e protetor da liberdade
individual; b) e o correspondente ao Estado Social e preservador do interesse social mesmo à
custa da liberdade do indivíduo.[4]

Tem-se, assim, uma espécie de dupla face de proteção dos direitos fundamentais: a proteção positiva
e a proteção contra omissões estatais. Ou seja, a inconstitucionalidade pode ser decorrente de
excesso do Estado, como também por deficiência na proteção. Nesse sentido, com propriedade Ingo
Sarlet assevera que a proteção aos direitos fundamentais:

“não se esgota na categoria da proibição de excesso, já que vinculada igualmente a um dever


de proteção por parte do Estado, inclusive quanto a agressões contra direitos fundamentais
provenientes de terceiros, de tal sorte que se está diante de dimensões que reclamam maior
densificação, notadamente no que diz com os desdobramentos da assim chamada proibição de
insuficiência no campo jurídico-penal e, por conseguinte, na esfera da política criminal, em que
encontramos um elenco significativo de exemplos a serem explorados."[5]

Não é outra a lição do Tribunal Constitucional espanhol quando assevera que los derechos
fundamentales no incluyen solamente derechos subjetivos de defensa de los individuos frente al
Estado, y garantías institucionales, sino también deberes positivos por parte de éste. Enfatiza o
aludido tribunal, inclusive, que:

“[...] la garantía de su vigencia no puede limitarse a la posibilidad del ejercicio de pretensiones por
parte de los individuos, sino que ha de ser asumida también por el Estado. Por consiguiente, de la
obligación del sometimiento de todos los poderes a la Constitución no solamente se deduce la
obligación negativa del Estado de no lesionar la esfera individual o institucional protegida por los
derechos fundamentales, sino también la obligación positiva de contribuir a la efectividad de tales
derechos, y de los valores que representan, aun cuando no exista una pretensión subjetiva por parte
del ciudadano. Ello obliga especialmente al legislador, quien recibe de los derechos fundamentales
«los impulsos y líneas directivas», obligación que adquiere especial relevancia allí donde un derecho o
valor fundamental quedaría vacío de no establecerse los supuestos para su defensa.” [STC 53/1985]

Pois bem, isso significa afirmar e admitir que a Constituição determina — explícita ou
implicitamente — que a proteção dos direitos fundamentais deve ser feita de duas formas: por
um lado, protege o cidadão frente ao Estado; por outro, protege-o através do Estado — e,
inclusive, por meio do direito punitivo — uma vez que o cidadão também tem o direito de ver
seus direitos fundamentais tutelados em face da violência de outros indivíduos.

Quero dizer com isso que este (o Estado) deve deixar de ser visto na perspectiva de inimigo
dos direitos fundamentais, passando-se a vê-lo como auxiliar do seu desenvolvimento (Drindl,
Canotilho, Vital Moreira, Sarlet, Streck, Bolzan de Morais e Stern) ou outra expressão dessa
mesma idéia, deixam de ser sempre e só direitos contra o Estado para serem também direitos
através do Estado.[6]

Insisto: já não se pode falar, nesta altura, de um Estado com tarefas de guardião de “liberdades
negativas”, pela simples razão — e nisto consistiu a superação da crise provocada pelo liberalismo —
de que o Estado passou a ter a função de proteger a sociedade nesse duplo viés: não mais apenas a
clássica função de proteção contra o arbítrio, mas, também, a obrigatoriedade de concretizar os
direitos prestacionais e, ao lado destes, a obrigação de proteger os indivíduos contra agressões
provenientes de comportamentos delitivos, razão pela qual a segurança passa a fazer parte dos
direitos fundamentais (art. 5º, caput, da Constituição do Brasil).

O Direito Penal no contexto da necessidade social de proteção de determinados bens jurídicos.


O dever estatal de utilizar medidas adequadas à consecução desse desiderato.

Afastando qualquer possibilidade de mal-entendidos, parece não haver qualquer dúvida sobre a
validade da tese garantista clássica (por todos, cito Ferrajoli) no Direito Penal e no processo penal:
diante do excesso ou arbítrio do poder estatal, a lei coloca à disposição do cidadão uma série de writs
constitucionais, como o Habeas Corpus e o Mandado de Segurança. As garantias substantivas no
campo do Direito Penal (proibição de analogia, a reserva legal, etc.) recebem, no processo penal, a
sua materialização a partir dos procedimentos manejáveis contra abusos, venham de onde vierem.
São conquistas da modernidade, representadas pelos revolucionários ventos iluministas.

Portanto, contra o poder do Estado, todas as garantias; enfim, aquilo que denominamos de
garantismo negativo. A questão que aqui se coloca, entretanto, relaciona-se diretamente com a
proteção de direitos fundamentais de terceiros em face de atos abusivos dos agentes estatais,
notadamente o favor legal concedido aos praticantes de crime de tráfico de drogas. De pronto, caberia
a pergunta: poderia o legislador descriminalizar um crime como o roubo e o estupro, para citar apenas
os casos mais simples? Tais leis descriminalizantes estariam livres de sindicabilidade constitucional?

O início da discussão acerca da existência de dever de proteção

Como se sabe, essa polêmica acerca dos limites do dever de proteção (penal) por parte do Estado
teve origem na Alemanha, quando da Lei de 1975 que descriminalizou o aborto (primeiro caso do
aborto). Na verdade, o dever de proteção (Schutzpflicht) passou a ser entendido como o outro lado da
proteção dos direitos fundamentais, isto é, enquanto os direitos fundamentais, como direitos
negativos, protegem a liberdade individual contra o Estado, o dever de proteção derivado desses
direitos destina-se a proteger os indivíduos contra ameaças e riscos provenientes não do Estado,
mas, sim, de atores privados, forças sociais ou mesmo desenvolvimentos sociais controláveis
pela ação estatal. Conforme lembra Dieter Grimm, na Alemanha os deveres de proteção são
considerados a contraparte da função negativa dos direitos fundamentais. Isso explica por que o
dever de proteção não pode ser visto como outra palavra para os direitos econômicos e sociais.

O Schutzplicht tem a função de proteção dos direitos fundamentais de primeira dimensão, isto é, das
liberdades tradicionais. A preocupação recai nos indivíduos e não no bem estar social. Grimm lembra
ainda que “não é nenhuma novidade o fato de os bens protegidos pelos direitos fundamentais não
serem, ameaçados apenas pelo Estado, mas também por pessoas privadas. O Estado deve a sua
existência a esse fato. Ele sempre retirou sua legitimidade da circunstância de salvaguardar os
cidadãos contra ataques estrangeiros ou de outros indivíduos”. Até o momento em que a
proteção conferida pelas leis em geral pareceu suficiente, não aflorou a questão sobre a existência de
uma exigência constitucional de que tal lei fosse editada. Não é por acaso que a idéia de um
Schutzplicht específico tenha surgido pela primeira vez quando o legislador aboliu uma lei criminal de
proteção, há muito tempo existente, da vida humana em desenvolvimento.[7]

Assim, na Alemanha, há uma distinção entre os dois modos de proteção de direitos: o primeiro — o
princípio da proibição de excesso (Übermassverbot) — funciona como proibição de intervenções; o
segundo — o princípio da proibição de proteção insuficiente (Untermassverbot) — funciona como
garantia de proteção contra as omissões do Estado, isto é, será inconstitucional se o grau de
satisfação do fim legislativo for inferior ao grau em que não se realiza o direito fundamental de
proteção.[8]

A efetiva utilização da Untermassverbot (proibição de proteção deficiente ou insuficiente) na Alemanha


deu-se com o julgamento da descriminalização do aborto (BverfGE 88, 203, 1993), com o seguinte
teor:

“O Estado, para cumprir com o seu dever de proteção, deve empregar medidas suficientes de
caráter normativo e material, que permitam alcançar — atendendo à contraposição de bens
jurídicos — uma proteção adequada, e como tal, efetiva (Untermassverbot). (...)

É tarefa do legislador determinar, detalhadamente, o tipo e a extensão da proteção. A Constituição fixa


a proteção como meta, não detalhando, porém, sua configuração. No entanto, o legislador deve
observar a proibição de insuficiência (...). Considerando-se bens jurídicos contrapostos, necessária se
faz uma proteção adequada. Decisivo é que a proteção seja eficiente como tal. As medidas tomadas
pelo legislador devem ser suficientes para uma proteção adequada e eficiente e, além disso, basear-
se em cuidadosas averiguações de fatos e avaliações racionalmente sustentáveis. (...)”.

Desse modo, duas indagações se põem:

— primeiro, no caso em análise (diminuição da pena de 1/6 a 2/3 aos criminosos condenados por
tráfico de drogas que ostentem bons antecedentes e a condição de primariedade, desde que não
comprovada a dedicação a práticas criminosas e o envolvimento com organização criminosa), está-se
em face de uma proteção insuficiente por parte do legislador (e, portanto, por parte do Estado)?

— segundo, em sendo a resposta positiva, o Poder Judiciário, ao aplicar tábula rasa referida benesse
legal, não estará, igualmente, protegendo insuficientemente os direitos de terceiros?

Na Alemanha discutiu-se muito tempo — quando em face da dicotomia Übermassverbot-


Untermassverbot — se haveria um direito subjetivo à observação do dever de proteção ou, em outros
termos, se haveria um direito fundamental à proteção, questão que ficou resolvida com a resposta
dada pelo Tribunal Constitucional, mormente no caso BverfGE 88, 203, 1993. Doutrina e jurisprudência
entendem que o dever de proteção pode ser classificado do seguinte modo:

a) o Verbotspflicht, que significa “o dever de se proibir uma determinada conduta”;

b) o Sicherheitspflicht, que significa, em linhas gerais, que o Estado tem o dever de proteger o
cidadão contra ataques provenientes de terceiros, sendo que, para isso, tem o dever de tomar as
medidas de defesa;

c) o Risikopflicht, pelo qual o Estado, além do dever de proteção, deve atuar com o objetivo de
evitar riscos para o indivíduo.[9]

Trata-se da nova concepção do direito esculpido no Estado Democrático de Direito. As lições do


passado e os fracassos do direito diante da política fizeram com que o direito assumisse um
acentuado grau de autonomia. E o Direito Penal não ficou imune a essa nova perspectiva, o que pode
ser percebido pela obrigação de proteger o cidadão a partir de atitudes “negativas” e “positivas”,
chegando — por vezes — ao limite da obrigação de criminalizar. E, é claro, tais circunstâncias
trazem conseqüências à relação entre legislação e jurisdição.

Da sensível diminuição da liberdade de conformação do legislador no constitucionalismo


contemporâneo até a obrigação de criminalizar; da antiga discricionariedade à necessidade de
estabelecer justificativas (prognoses) na elaboração das leis.
É possível afirmar, desse modo, que o legislador, em um sistema constitucional que reconhece
efetivamente o dever de proteção[10] do Estado, não está mais livre para decidir se edita
determinadas leis ou não. Nesse sentido, aliás, já decidiu o Tribunal Constitucional espanhol ( embora
a Constituição de Espanha nem de longe estabeleça mandado de criminalização como
estabelece a brasileira, na especificidade “combate ao tráfico de entorpecentes”), esclarecendo
que:

En rigor, el control constitucional acerca de la existencia o no de medidas alternativas menos gravosas


[…], tiene um alcance y una intensidad muy limitadas, ya que se ciñe a comprobar si se ha producido
un sacrificio patentemente innecesario de derechos que la Constitución garantiza […], de modo que
sólo si a la luz del razonamiento lógico, de datos empíricos no controvertidos y del conjunto de
sanciones que el mismo legislador ha estimado necesarias para alcanzar fines de protección análogos,
resulta evidente la manifiesta suficiencia de un medio alternativo menos restrictivo de derechos para la
consecución igualmente eficaz de las finalidades deseadas por el legislador, podría procederse a la
expulsión de la norma del ordenamiento. Cuando se trata de analizar la actividad del legislador en
materia penal desde la perspectiva del criterio de necesidad de la medida, el control constitucional
debe partir de pautas valorativas constitucionalmente indiscutibles, atendiendo en su caso a la
concreción efectuada por el legislador en supuestos análogos, al objeto de comprobar si la pena
prevista para un determinado tipo se aparta arbitraria o irrazonablemente de la establecida para dichos
supuestos. Sólo a partir de estas premisas cabría afirmar que se ha producido um patente derroche
inútil de coacción que convierte la norma en arbitraria y que socava los principios elementales de
justicia inherentes a la dignidad de la persona y al Estado de Derecho. [55/1996] (grifo nosso)

Isto significa afirmar que o legislador ordinário não pode, ao seu bel prazer, optar por meios
“alternativos” de punição de crimes ou até mesmo pelo “afrouxamento” da persecução criminal sem
maiores explicações, ou seja, sem efetuar prognoses, isto é, a exigência de prognose significa que as
medidas tomadas pelo legislador devem ser suficientes para uma proteção adequada e eficiente e,
além disso, basear-se em cuidadosas averiguações de fatos e avaliações racionalmente sustentáveis.
Não há grau zero para o estabelecimento de criminalizações, descriminalizações, aumentos e
atenuações de penas.

Para ser mais claro: o comando explícito de criminalização obriga o legislador a explicitar as razões
pelas quais promoveu essa drástica redução de pena aos traficantes que ostentem primariedade.
Refira-se que, a demonstrar a situação em que se encontra o país, e, logo, a impossibilidade de
qualquer prognose no sentido de aplacar a repressão aos crimes que viabilizam a disponibilização de
drogas à população, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2008, o Brasil é o segundo maior
consumidor de cocaína das Américas, com 870 mil usuários, atrás, apenas, dos Estados Unidos, em
que a quantidade de usuários alcança os seis milhões. As pesquisas apontam também para um
aumento, entre 2001 e 2005, no consumo da droga e que “as crescentes atividades de grupos que
traficam cocaína nos Estados da região sudeste impulsionam a oferta da droga”. Aponta, ainda, o
relatório que “o território do Brasil é constantemente explorado por organizações criminosas
internacionais que buscam pontos de rota para envio de cocaína proveniente da Colômbia, Bolívia e
Peru para a Europa”, sendo “provável que isso tenha trazido mais cocaína para o mercado local.”
Assim, se prognose existe, esta aponta para o lado contrário do “pensado” pelo legislador.

Mais ainda, há que se lembrar a existência de uma circunstância que coloca o caso sob análise em
uma categoria especial: enquanto as demais Constituições do mundo não especificam como os
deveres de proteção devem ser supridos, no Brasil, no caso específico dos crimes hediondos (e mais
especificamente ainda, no caso do tráfico de entorpecentes), a Constituição é clara ao obrigar a
criminalização (e, repita-se, ao mesmo tempo, ao determinar a vedação de favores legais como a
graça e a anistia). Isso significa que o grau de liberdade de conformação, especialmente no caso da
criminalização dos crimes de tortura, terrorismo e tráfico de entorpecentes fica drasticamente
diminuído. Somente a partir de amiúde prognose é que o legislador poderia apresentar proposta com
tal grau de radicalidade. Nesse sentido, aponto para a diferença entre o caso da aplicação da
Untermassverbot no caso do aborto na Alemanha e o caso da Lei 11.343/06 sob comento: enquanto
naquele caso não havia determinação explícita de criminalização no texto da Grundgesetz, neste
existe um comando da Constituição brasileira que — de tão drástico — chega a proibir a concessão de
graça e anistia.

Mas, poder-se-ia indagar — e certamente este é o ponto de defesa da prevalência da lei: o dever de
criminalizar constante na Constituição e a vedação de favores legais alcançaria o caso sob comento?
Ou seja, é possível dizer que o legislador não estava autorizado a conceder a benesse do parágrafo 4
do artigo 33 da Lei 11.343/06? Lembremos aqui novamente as palavras de Dieter Grimm, ao dizer que
se configura a proibição de excesso quando o legislador vai longe demais; e a proibição de
proteção insuficiente, quando o legislador faz muito pouco. Isto é, a questão é saber, nesta
segunda hipótese, se o legislador fez muito pouco para proteger o direito ameaçado. Este é ponto.
De como o parágrafo 4º do artigo 33 da Lei 11.343 viola o princípio da proibição de proteção
insuficiente e a existência de precedentes da aplicação da tese da Untermassverbot em terrae brasilis.

Já não é novidade, no Brasil, a incidência do princípio da proibição de proteção insuficiente. Foi


aplicada, v.g., no caso do Recurso Extraordinário 418.376,[11] em especial quando do voto do ministro
Gilmar Mendes, considerando inconstitucional, por violar a Untermassverbot, o artigo 107, VII do
Código Penal, que trazia o favor legal de extinção da punibilidade, nos crimes contra os costumes
(definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial do Código Penal), pelo casamento do
agente com a vítima. Ficou nítido no voto do ministro Gilmar uma espécie de ruptura paradigmática, no
sentido de que o legislador ordinário não possui blindagem e liberdade absoluta para conceder favores
legais a criminosos. No caso do RE 418.376, tratava-se de dispositivo penal que, ao conceder o favor
legal de extinção da punibilidade do crime de estupro nos casos de casamento da vítima com terceiro
ou com o próprio autor, nitidamente protegeu de forma insuficiente o bem jurídico “dignidade da
pessoa humana”.

Também o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo vem aplicando, reiteradas vezes, o aludido
princípio (veja-se, exemplificativamente, o MS 893.436-3/9-00/SP). Mais recentemente, no rumoroso
caso do julgamento das células-tronco embrionárias, a tese foi aplicada, na integra, quando da
apreciação da ADI 3.510, pelo ministro Gilmar Mendes, presidente da Corte Suprema:

O presente caso oferece uma oportunidade para que o Tribunal avance nesse sentido. O vazio jurídico
a ser produzido por uma decisão simples de inconstitucionalidade/nulidade dos dispositivos
normativos impugnados torna necessária uma solução diferenciada, uma decisão que exerça uma
“função reparadora” ou, como esclarece Blanco de Morais, “de restauração corretiva da ordem
jurídica afetada pela decisão de inconstitucionalidade”.

Seguindo a linha de raciocínio até aqui delineada, deve-se conferir ao artigo 5º uma
interpretação em conformidade com o princípio da responsabilidade, tendo como parâmetro de
aferição o princípio da proporcionalidade como proibição de proteção deficiente
(Untermassverbot).

Conforme analisado, a lei viola o princípio da proporcionalidade como proibição de proteção


insuficiente (Untermassverbot) ao deixar de instituir um órgão central para análise, aprovação e
autorização das pesquisas e terapia com células-tronco originadas de embrião humano.

O artigo 5º da Lei 11.105/2005 deve ser interpretado no sentido de que a permissão da pesquisa e
terapia com células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in
vitro, deve ser condicionada à prévia aprovação e autorização por Comitê (Órgão) Central de Ética e
Pesquisa, vinculado ao Ministério da Saúde.

Entendo, portanto, que essa interpretação com conteúdo aditivo pode atender ao princípio da
proporcionalidade e, dessa forma, ao princípio da responsabilidade.

Da especificidade do dispositivo

Portanto, em sendo perfeitamente cabível a transposição do princípio do Direito alemão para terrae
brasilis, deve-se examinar a adequação do dispositivo da Lei 11.343/06 que proíbe o tráfico de
entorpecentes. Assim, tem-se que o artigo 33 define o crime e a pena (5 a 15 anos), revogando a lei
anterior (Lei 6.368/76), que estabelecia a pena mínima de três anos. Veja-se o ocorrido: o legislador,
depois de aumentar a pena mínima, curiosamente promoveu, no parágrafo quarto do mesmo artigo,
um retrocesso, a ponto de alçar a nova pena mínima de 5 anos a um patamar inferior a 2 anos (na
realidade, a pena pode descer ao patamar de 1 ano e 8 meses), bem abaixo da antiga pena mínima (3
anos). Com efeito:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Pena — reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I — importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem
em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;

II — semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III — utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

(...)

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto
a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário,
de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Antes de tudo, é evidente que não discutirei a hipótese de “tráfico bagatelar” ou outras coisas
do gênero. Não parece que essa discussão deva tomar lugar aqui, uma vez que “tráfico
insignificante” é atípico e, neste caso, estar-se-ia trabalhando com a contradição secundária do
problema de um crime considerado hediondo pela Constituição.

O que deve ser aqui considerado diz respeito à determinação legislativa que veio a aplacar/mitigar a
repressão penal do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Não é desarrazoado afirmar que a
punição insuficiente para um crime de extrema gravidade e reprovabilidade equivale à impunidade.
Ou, em outras palavras, equivale a não aplicação do comando constitucional de criminalizar. Na
verdade, o legislador banaliza a punição do tráfico, nesse particular, ao tempo em que a
Constituição aponta explicitamente para o outro lado, isto é, para uma atuação eficaz do Estado
na repressão do tráfico de entorpecentes.

Dito de outro modo, a Constituição Federal da República do Brasil estabelece diretrizes de


política criminal a serem, necessariamente, seguidas quando da edição de leis penais no
exercício da atividade legiferante. Com base em tal premissa, o legislador não é dotado de
absoluta liberdade na eleição das condutas que serão alvo de incriminação e nem, tampouco,
na escolha dos bens jurídicos que serão objeto de proteção penal. Em decorrência, também
não pode o Poder Legislativo deliberar sobre a descriminalização de normas protetivas de bens
jurídicos com manifesta dignidade constitucional.

Por isso, o legislador ordinário, ao conceder o favor legal de “desconto” da pena com o teto de 2/3,
extrapolou sua “competência”, a ponto de se poder dizer que tal atitude equivale à desproteção do
bem jurídico ofendido pela conduta de quem pratica o crime de tráfico ilícito de entorpecentes. A
determinação constitucional é expressa, não sendo possível — a partir do que vem consagrado no
artigo 5o, XLIII — interpretar o contrário do que está disposto no texto constitucional. Trata-se de uma
questão de fácil resolução hermenêutica. A força normativa da Constituição não pode ser
esvaziada por qualquer lei ordinária. Por isso, há que se levar a sério o texto constitucional.

Veja-se que não há similitude no Código Penal. Crimes graves como o roubo nem de longe permitem
diminuição de pena no teto de 2/3. Na verdade, o teto de 2/3 de desconto da pena transforma o crime
de tráfico ilícito de entorpecentes em crime equiparável ao furto qualificado, para citar apenas este. A
propósito, cumpre lembrar que o ordenamento jurídico considera como de menor potencial ofensivo
crimes cujas penas máximas não ultrapassam 2 anos de reclusão.[12]

Acrescento, ainda — a partir da análise de todo o Código Penal — que são raríssimas, em
nosso sistema, as causas de diminuição de pena que alcançam o patamar de 2/3. Com efeito,
têm-se, na parte geral, as minorantes genéricas da tentativa e do arrependimento posterior, que
alcançam esse quantum de desconto desde que — e aqui se enfatize — na primeira, o iter
criminis recém tenha iniciado e, na segunda, restrita a crimes sem violência ou grave ameaça à
pessoa, haja reparação do dano ou restituição da coisa, por ato voluntário do agente, até o
recebimento da denúncia. E só.

Já na parte especial do Código, verifico que quando alguém comete um crime de homicídio impelido
por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção — veja-se que (a)
não basta a paixão e que (b) a reação deve ser imediata à injusta provocação da vítima — a pena
pode ser reduzida em, no máximo, 1/3. Ainda, à maior parcela dos crimes, mesmo aqueles que não
ostentam grande gravidade, não é conferida qualquer benesse específica de diminuição de pena.
Observo, além disso, que a primariedade — uma vez aliada à não-comprovação de envolvimento em
organização criminosa — deixa de ser, no crime de tráfico ilícito de entorpecentes, uma causa que
inviabiliza a “agravação” da pena para se tornar uma causa especial de sua diminuição, circunstância
que subverte a parte geral do Código Penal.

No fundo, trata-se de uma questão que beira à teratologia, quando se constata que o legislador
ordinário foi buscar na figura do furto privilegiado — artigo 155, parágrafo 2o, do Código Penal — a
inspiração (sic) para diminuir a pena do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Sim, porque esse — o
furto privilegiado — é o único crime que recebe tratamento análogo ao recebido pelo tráfico de
entorpecentes, verbis:

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

(...)

§ 2º —- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Ou seja, o legislador, ao desvalorar a ação, na falta de outro elemento, socorreu-se do mesmo critério
utilizado para abrandar a punição nos crimes de furto cujo objeto material é de pequeno valor
econômico. Mutatis mutandis, os parâmetros para a avaliação do desvalor da ação nessas duas
modalidades delitivas — o crime hediondo de tráfico de drogas e o singelo crime de furto — por mais
espécie que isto possa causar, são “idênticos”.

E mais: ao se considerar a alteração legislativa e, logo, a benesse instituída no parágrafo 4º da Lei


11.343 como válidas, ter-se-á como legítima a atuação do legislador — em futuras alterações
legislativas — na mitigação da proteção conferida a um crime equiparado, por força constitucional, a
crime hediondo.

Veja-se, assim, a situação teratológica — e me permito utilizar novamente essa adjetivação, porque
merecida — que se delineia em terrae brasilis: a Constituição exige tratamento mais rigoroso a
determinados crimes e o legislador atenua, sem qualquer autorização/justificação/ressalva
constitucional, a proteção conferida a tais crimes. Ora, isso é ler a Constituição de acordo com a
lei ordinária! Pior do que isso, sem qualquer prognose. E não precisamos aqui recordar, por tudo o que
já avançamos em termos de teoria constitucional e de controle de constitucionalidade, o caso Marbury
v. Madison para saber que uma lei ordinária não pode “alterar” a Constituição!

De como a atenuação da pena no patamar de 2/3 viola os princípios da igualdade e da


integridade do direito e de como o dispositivo repristina o direito penal do autor.

Além de infringir o princípio da proibição de proteção insuficiente (Untermassverbot) e, por


conseqüência, o dever de proteção (Schutzplicht) ínsito aos ditames do Estado nesta quadra da
história, o dispositivo sob comento viola o princípio da coerência, da integridade e da igualdade.

Uma das exigências do direito no Estado Democrático é a manutenção de sua integridade e de sua
coerência. Veja-se que a integridade é duplamente composta, conforme Dworkin[13]: um princípio
legislativo, que pede aos legisladores que tentem tornar o conjunto de leis moralmente
coerente, e um princípio jurisdicional, que demanda que a lei, tanto quanto o possível, seja
vista como coerente nesse sentido. A exigência da integridade (princípio), no dizer de Dworkin,
condena, veementemente, as leis conciliatórias e as violações menos clamorosas desse ideal como
uma violação da natureza associativa de sua profunda organização. A integridade é uma forma de
virtude política, exigindo que as normas públicas da comunidade sejam criadas e vistas, na medida do
possível, de modo a expressar um sistema único e coerente de justiça e equanimidade na correta
proporção, diante do que, por vezes, a coerência com as decisões anteriores será sacrificada em
nome de tais princípios (circunstância que assume especial relevância nos sistemas jurídicos
como o do Brasil, em que os princípios constitucionais transformam em obrigação jurídica um
ideal moral da sociedade).

O caráter nitidamente “conciliatório” do aludido parágrafo 4º afronta a integridade e a igualdade


no tratamento dado pelo legislador no combate à criminalidade. No dizer de Dworkin, uma lei é
considerada “conciliatória” quando mostra incoerência de princípio, podendo ser justificada — se é que
pode — somente com base em uma distribuição eqüitativa do poder político entre as diferentes
facções morais. Por isso ele diz que “certamente quase todos nós ficaríamos consternados
diante de um direito conciliatório” que tratasse crimes similares de forma diferenciada, em
bases arbitrárias. O que a integridade condena é a incoerência de princípio entre os atos do Estado
personificado.[14] Veja-se que, nos Estados Unidos, o ideal de integridade é levado ao patamar de
princípio constitucional, pois se considera que a cláusula de igual proteção da 14ª Emenda veda
conciliações internas sobre questões de princípios importantes. Essa cláusula é utilizada pela US
Supreme Court para declarar inconstitucionais leis que conferem tratamento diferenciado a diferentes
grupos ou pessoas (por exemplo, em termos de direitos fundamentais).[15]

Nessa linha, é possível certificar que o aludido parágrafo 4º — que estabelece tratamento
absolutamente diferenciado a acusados primários e em patamar absolutamente desproporcional
(incoerente, pois) — fere o princípio da igualdade. Afinal, não há explicação coerente ou razoável que
justifique, ao mesmo tempo, o aumento da pena mínima de 03 para 05 anos e, na mesma lei, a
diminuição do patamar de 2/3 para os réus primários, sem que, para tanto, haja precedentes na
legislação brasileira e sem que tenha havido qualquer preocupação com os efeitos colaterais de tal
decisão (v.g., a aplicação analógica do favor legal a todos os demais crimes hediondos e, por extrema
obviedade, aos crimes que não são hediondos).

Ou seja, a característica “conciliatória” do referido dispositivo fere de morte o princípio da igualdade


nas suas duas frentes: a um, na instituição de indevidas diferenciações; a dois, a sua conseqüência,
decorrente da aplicação analógica dessas indevidas diferenciações. Visto sob qualquer desses
escopos, a lei não resiste à integridade legislativa e jurisdicional.

Veja-se que a partir dos princípios da coerência e da integridade,[16] tendo-se por pressupostos os
assentados fatos de que o legislador, até a revogação da Lei 6.368/76, não concebia o desconto da
pena e de que a pena mínima era de três anos de reclusão, torna-se absolutamente paradoxal,
contraditório, incoerente e contrário a qualquer possibilidade de integridade aprovar uma nova lei que
aumenta a pena mínima e, ao mesmo tempo, possibilita uma diminuição, por condição pessoal do réu,
de até 2/3 da pena, recolocando, assim, a pena mínima em patamar inferior ao que existia
anteriormente. Ora, se o legislador resolve aumentar a pena mínima, é porque deve ter motivos
(prognose) para tal. Se ele aumenta em mais da metade a pena mínima, não tem sentido, ao
mesmo tempo, diminuir a pena em percentual maior que próprio aumento. Simples, pois!

E, na medida em que não há qualquer prognose do legislador, tem-se que se deve partir dos
motivos implícitos que o levaram a aumentar a pena mínima para 5 anos, isto é, a penalização
era diminuta e a pena mínima não atendia minimamente o desvalor da ação de traficar
ilicitamente (observe-se, conforme já mencionado, que estatísticas e relatórios comprovam o
aumento do consumo de drogas e do tráfico ilícito de entorpecentes no país). Pois exatamente
a partir dessa motivação é que a diminuição – repita-se, totalmente excepcional, porque
assistemática (bastando examinar o restante do Código Penal e da legislação) — é
inconstitucional.

Pretendendo ser mais claro: a quebra do princípio da integridade provoca também retrocesso social no
combate ao crime de tráfico de entorpecente. Ou seja, uma vez eleita pelo próprio legislador
constituinte a via da criminalização (sem direito sequer a graça e anistia) do crime de tráfico de drogas
e já estando em vigor legislação que atendia ao comando constitucional, parece razoável afirmar que a
nova lei desatendeu aos propósitos constituintes. A menos que o mesmo legislador houvesse
comprovado que o favor legal, com fortes evidências, proporcionaria uma diminuição da ocorrência do
crime tão fortemente combatido pelo legislador constituinte.

Observe-se, ainda, que a análise não esgota seus efeitos na apreciação singularizada dos crimes de
tráfico ilícito de entorpecentes. A se aceitar como legítima e válida — e, portanto, imune ao controle de
constitucionalidade — a atuação do Poder Legislativo quando da previsão de diminuição da pena do
crime de tráfico de drogas de acordo com a condição pessoal do agente (como ocorre no caso em
pauta), teremos que anuir com uma eventual descriminalização ou diminuição da proteção — a critério
do legislador infraconstitucional — de crimes como a tortura e o roubo qualificado pelo resultado
morte. Enfim, às maiorias parlamentares de ocasião competirá determinar a necessidade de repressão
aos crimes hediondos e equiparados. E isso não pode, de forma alguma, ser aceito em um Estado
Constitucional.

A agravar a situação, a Lei 11.343/06 trouxe como critérios de diminuição de pena circunstâncias
concernentes a um ultrapassado direito penal do autor, não mais aceito em um Estado que se declare
Democrático de Direito. A propósito, a doutrina do direito penal do autor, adotada com prevalência pela
Escola de Kiel, surgida durante a vertente nacional-socialista da Alemanha e utilizada para legitimar a
repressão durante o período nazista é, agora, também de forma equivocada, invocada para a
concessão de benefícios. Veja-se, pois, a dimensão do paradoxo! Assim como não é dado ao Führer a
preponderância sobre o próprio direito, não se pode proporcionar, em um Estado Constitucional e
Democrático de Direito, ao legislador poderes de contrariar a base normativa do Estado, ou seja, a sua
Constituição. Aqui, francamente violado o princípio da igualdade: o indivíduo que trafica e que for
primário tem tratamento absolutamente diferenciado daquele que não ostenta essa peculiaridade.

Para comprovar a assertiva anterior: seria possível conferir ao genocida ou ao latrocida primário, sem
antecedentes criminais e sem envolvimento comprovado em organização criminosa, o favor legal de
diminuição de 2/3 da pena? A resposta, que parece simples, conduz à solução da questão proposta: a
Constituição não permite ao legislador tal liberdade de conformação. Tampouco o sistema penal —
que deve necessariamente ser entendido como um sistema — aceitaria tal descritério na proteção dos
bens jurídicos.

Ainda — na mesma linha, considerando-se o princípio da igualdade, a pergunta que deve


necessariamente ser feita é: por que não aplicar o favor legal aos demais crimes hediondos? E, melhor
ainda, por que não aplicar esse favor legal para aqueles condenados por crimes não hediondos?
Lembremos da discussão da extensão da Lei da Tortura para os crimes hediondos no que tange à
progressão de regime...! Absolutamente estranha essa preocupação “mitigadora” e
“conciliatória” do legislador para com o tráfico de entorpecentes.

No limite, em face do dever de criminalização e do fato de que esta não pode estar dissociada da pena
de prisão stricto sensu, não é possível compatibilizar as circunstâncias de se tratar de crime hediondo
e, ao mesmo tempo, de crime apenado com pena abstrata mínima que autorizaria tanto a substituição
da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direitos quanto à fixação da pena em regime
inicial aberto[17]. Claro que a determinação das penas abstratas é tarefa para o legislador, mas o
estabelecimento de pena mínima que autorizaria o cumprimento da pena, desde logo, em liberdade é
um despropósito.

Com efeito, não se pode conceber que a um crime cuja previsão de punição decorre, dada a
relevância e a natureza do bem jurídico protegido, da própria Constituição Federal, possa ser
determinada uma pena que, no sistema — não fosse a pontual vedação estabelecida pelos artigos 2º
da Lei 8072/90 e 44 da Lei 11.343/06 —, implicaria a substituição, de plano, por penas restritivas de
direitos ou o cumprimento da pena em regime prisional aberto, o qual, se fundamenta em
autodisciplina e em senso de responsabilidade do condenado. Para tanto, basta a constatação de que
é permitido que o apenado trabalhe fora do estabelecimento prisional, sem qualquer vigilância,
permanecendo recolhido apenas durante o período noturno e nos dias de folga: trata-se, pois, de
regime prisional destinado à reinserção do indivíduo na sociedade. Ou seja, a benesse legislativa
transforma o crime equiparado a hediondo em um delito equiparado a crimes de menor gravidade em
que em que se autoriza o cumprimento da pena, desde o início, em liberdade; equipara, analisando
por outro enfoque, o tráfico de entorpecentes com crimes que autorizam a reinserção direta do
apenado em liberdade. E isso é absolutamente incompatível com a determinação constitucional e
com os tratados internacionais firmados para o controle e repressão do crime de tráfico de
entorpecentes.

Observo — e aqui insisto — que o condenado pelo crime de tráfico beneficiado pelo favor legal
instituído no parágrafo 4o do artigo 33 da Lei 11.343/06, apenas não ficará em liberdade em função de
vedações que excepcionam a regra geral. Eis aí – na própria edição de regras excepcionais — o
reconhecimento da situação deturpada e desproporcional que se criou no ordenamento.

Mais do que isso, o patamar mínimo estabelecido na Lei 11.343/06 — fosse a sanção aplicada no
mínimo legal — autorizaria, nos termos do artigo 77 do Código Penal, a Suspensão Condicional da
Pena. E é absolutamente incongruente “equiparar” as penas de crimes que permitem a
substituição da pena e o regime aberto desde logo (v.g., dano, furto, estelionato, apropriação
indébita, calúnia, injúria, difamação, etc.) com um crime do quilate do tráfico.

O falso dilema representado pela alegação de que a anulação de leis penais favoráveis ao réu, via
controle de constitucionalidade (difuso e/ou concentrado), viola o princípio da legalidade

Ainda é dominante — no âmbito do Direito Penal brasileiro — a tese de que qualquer lei que venha a
trazer benefícios ao acusado está imune ao controle de constitucionalidade, porque isto equivaleria à
violação do princípio da legalidade. Trata-se de uma visão equivocada, uma vez que o princípio da
reserva legal, antes de ser um dispositivo legal-penal, é um princípio constitucional. O legislador
ordinário deve obedecê-lo cada vez que elabora uma lei. Caso contrário, existiria uma zona isenta de
controle jurisdicional da constitucionalidade. E, assim, seria considerada lícita até mesmo a
descriminalização do crime de estupro.

O controle de constitucionalidade das leis é uma conquista civilizatória. E, obviamente, não poderia
haver leis imunes a sindicabilidade. Fosse verdadeira a tese de que a anulação de uma lei que
estabelece favores legais ao acusado fere o princípio da legalidade e estaria criado um “enclave penal”
no interior do Direito Constitucional. A questão não é nova. Por todos, cito o caso do aborto na
Alemanha, já mencionado retro, e o julgamento dos soldados da antiga Alemanha Oriental, conhecido
como o “caso Mauerschützen”, em que, após a reunificação, um grupo de soldados da antiga RDA foi
condenado por homicídio, por atirarem em fugitivos que tentavam ultrapassar o muro de Berlim. O
Tribunal Constitucional alemão (Bundesverfassugnsgericht), examinando o recurso, negou-lhe
provimento, (BGHSt 39, 1); também negou provimento ao recurso dos altos funcionários da RDA,
condenados pelas mortes de fugitivos por minas terrestres (BGHSt 39, 168, entre outros). O Tribunal
Constitucional considerou que as condenações dos acusados pelas instâncias ordinárias não violaram
o art. 103, 2, da Lei Fundamental alemã, que trata do nullum crime, nulla poena, sine lege.

Não se pode olvidar o recente caso da anulação, por inconstitucionalidade e por malferimento dos
tratados internacionais e da Constituição, da lei da “obediência devida”, que concedeu anistia aos
militares argentinos. A referida lei foi declarada inconstitucional, com votos dos Ministros Ricardo
Lorenzetti, Juan Maqueda, Eugênio Zaffaroni[18] e Helena Highton de Nolasco, pela Suprema Corte
Argentina, fundamentalmente por violar tratados internacionais, firmados pela República Argentina, de
proteção aos direitos fundamentais e de combate à tortura e a outros crimes graves. A Corte Argentina
decidiu que os delitos que lesam a humanidade, por sua gravidade, não podem ser objetos de indulto,
uma vez que não só afrontam a Constituição, como, também, toda a comunidade internacional. Em
suma, acabou por reconhecer o dever de proteção, não só por parte do Estado, mas, também, por
parte de toda a comunidade internacional[19].

A importância dos tratados internacionais firmados pelo Brasil

A par da importância dos próprios tratados internacionais utilizados como parâmetro para a declaração
de inconstitucionalidade de leis como a da “obediência devida”, na Argentina, já anteriormente
assinalada, importa também registrar o reforço hermenêutico de tais documentos (acordos, tratados,
convenções, etc.) para a aferição da invalidade do citado parágrafo 4º do artigo 33 da Lei 11.343/06.
Nesse sentido, embora no Brasil essa questão ainda esteja controvertida[20] (principalmente no que
tange aos tratados e convenções internacionais ratificados anteriormente à Emenda Constitucional
45/04), isto é, se os tratados internacionais servem, de per si, para a declaração da
inconstitucionalidade de legislação ordinária que com eles se confronte, não se pode negar a força do
direito internacional para encontrar respostas e soluções para casos análogos que exsurgem no direito
interno. Sua força hermenêutica é inegável.

Relembre-se, na especificidade “combate ao crime de tráfico de entorpecentes”, a Convenção das


Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, concluída e
assinada em Viena, internalizada, no Brasil, sob a forma do Decreto 154, em 1991, que estabelece —
tendo por preocupação a magnitude e a crescente tendência da produção, da demanda e do tráfico
ilícitos de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas, que representam uma grave ameaça à saúde
e ao bem-estar dos seres humanos e que têm efeitos nefastos sobre as bases econômicas, culturais e
políticas da sociedade, e, ainda, a crescente expansão do tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópricas nos diversos grupos sociais e, em particular, pela exploração de crianças
em muitas partes do mundo, tanto na qualidade de consumidores como na condição de instrumentos
utilizados na produção, na distribuição e no comércio ilícitos de entorpecentes e de substâncias
psicotrópicas, o que constitui um perigo de gravidade incalculável, reconhecendo que os vínculos que
existem entre o tráfico ilícito e outras atividades criminosas organizadas, a ele relacionadas, que
minam as economias lícitas e ameaçam a estabilidade, a segurança e a soberania dos Estados e
também que o tráfico ilícito é uma atividade criminosa internacional, cuja supressão exige atenção
urgente e a mais alta prioridade — em seu artigo 3º, itens 1, 2 e 4, que os países/partes que
ratificarem o tratado devem adotar as medidas necessárias para caracterizar como delitos penais em
seu direito interno quando cometidos internacionalmente uma série de condutas caracterizadoras de
tráfico ilícito de entorpecentes e que deverão dispor de sanções proporcionais à gravidade dos delitos.

No mesmo sentido refiram-se, ainda, as convenções de Genebra para a Repressão do Tráfico Ilícito
das Drogas Nocivas, de 1936, e de Nova York, de 1961, bem como o acordo assinado, entre os países
de Língua Portuguesa (1997) visando à Redução da Demanda, Prevenção do Uso Indevido e
Combate à Produção e ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, firmado em
Salvador. Existe, ainda, uma série de acordos firmados entre o Brasil e países como Espanha (1999),
Romênia (1999), Peru (1999), Itália (1997), África do Sul (1996), México (1996), Estados Unidos
(1995), Rússia (1994), para mencionar, exemplificativamente, apenas estes, todos com a finalidade de
integração para prevenção, controle e combate do crime de tráfico ilícito de entorpecentes.

Conclusão: a solução do problema via controle de constitucionalidade concentrado e difuso

Falar do lado “esquecido” do dever de proteção do Estado é tarefa difícil e delicada. Afinal,
está-se a contrapor e a pôr em xeque teses até pouco tempo tidas como imodificáveis. Parece
óbvio que o direito penal é um campo especial do direito. Mas, por outro lado, é necessário
verificar se o novo paradigma exsurgente do Estado Democrático de Direito não necessita
alterar a antiga contraposição Estado-sociedade ou Estado-indivíduo.

E por que isto? Porque o Estado não é mais inimigo, como já referido à saciedade. Trata-se de
outro Estado. E, convenhamos, trata-se também de outra criminalidade. Tanto o Estado quanto
a criminalidade mudaram desde a ruptura provocada pelas teses da Ilustração. É preciso
compreender que o grau de autonomia atingido pelo direito após os seus fracassos
decorrentes das duas grandes guerras aponta, agora, mais e mais, para uma co-
responsabilidade entre o legislador e o poder de aplicação da lei. A antiga “blindagem” do
legislador — e, lembremos que, sem a devida blindagem constitucional, a política solapou o
direito — deve dar lugar a um amplo processo de controle da compatibilidade formal e material
da legislação ordinária com as constituições.

E qual é a razão que justificaria que o direito penal poderia escapar dessa nova concepção/formatação
da relação entre os poderes do Estado? Ora, a regra contramajoritária, aplicada nos restritos limites da
Constituição, pode, sim, alterar os escopos de determinada norma penal. Não fosse assim, o
legislador teria total liberdade de conformação. Tais questões devem ser encaradas de frente pelos
penalistas e pelos constitucionalistas. Entendo, pois, que deve haver a suspensão dos pré-juízos
forjados em um imaginário liberal-individualista.

Para ser mais explícito: devemos admitir que o legislador penal comete equívocos e que estes podem
trazer malefícios à sociedade. Ademais, constitui tarefa do legislador demonstrar, nas hipóteses em
que deseja abandonar as funções clássicas do direito penal — e isso não lhe é vedado —, as razões
pelas quais faz determinadas escolhas. Essa questão assume foros de maior gravidade quando se
está em face de um comando explícito de criminalização, isto é, querendo ou não, o legislador não
pode deixar de considerar o tráfico de entorpecentes como crime de extrema gravidade, ao lado da
tortura e do terrorismo.

Isso significa dizer que o legislador não poderá fazer “desvios” hermenêuticos a partir da utilização de
um afrouxamento que transforma a principal incidência do delito — o tráfico stricto sensu — em um
crime cuja pena pode chegar a menos de 2 anos de reclusão, o que, comparável com as demais
penalizações, escancara esse desvio cometido pela nova lei. Tal circunstância viola os princípios da
integridade, coerência e igualdade. Além disso, como bem diz Dworkin, o direito deve ser decidido a
partir de argumentos de princípio, e não de políticas (o favor legal de 2/3 é nitidamente um aparato
legal de conveniência). Certamente tal diminuição não decorre de algum argumento principiológico...!
Aliás, no caso em pauta, sequer o legislador apresentou razões para essa estranhíssima previsão de
um favor legal que ele não tem concedido para os demais crimes.

É evidente que se poderá replicar que o legislador ordinário, ao conceder o favor legis de até 2/3,
deixou ao juiz a possibilidade de aplicá-lo ou não. Tal questão, contudo, não assume relevância, uma
vez que a tradição jurisprudencial tem apontado para a circunstância de que, via de regra, o desconto
máximo beira a um direito subjetivo do acusado, o que, aliás, é medida correta. Também se poderia
argumentar que, assim o fazendo, o legislador não descriminalizou ou tornou impunível a conduta de
um crime hediondo, estando dentro de sua esfera de liberdade de conformação estabelecer esse
patamar de até 2/3. Ocorre que, novamente, há que se atentar para o comando de criminalização
constante no inciso constitucional.

Ora, se proíbe-se graça ou anistia, é porque não se pode admitir um apenamento equivalente ao
conferido aos crimes de menor gravidade de nosso sistema, em que o apenado, como regra,
desde já, é colocado em liberdade (veja-se que pena poderá atingir 1 ano e 8 meses). E, a toda
evidência, não é esse o desiderato do constituinte, ou seja, mesmo que se diga que as leis são
compostas de vaguezas e ambigüidades, há claros limites semânticos que limitam interpretações
despistadoras como a feita pelo legislador da Lei 11.343/06. E não devemos esquecer uma questão
das mais relevantes, óbvia, mas que merece destaque e lembrança nas palavras de Hans-Heirich
Jescheck[21] Die Freiheitsstrafe ist als Rückgrat des Strafensystems bestehen geblieben, da sie für dir
schwere u. die durch Geldstrafe nich ausreichend zu erfassende mittlere Kriminalität sowie auch für der
häuchfigen Rüchfall die einzing Reaktion ist.

§§§

Por todas as razões enunciadas, padece de inconstitucionalidade o parágrafo 4º do artigo 33 da Lei


11.343/06, por violação do dever de proteção (Schutzplicht) a partir da proibição da proteção
insuficiente (Untermassverbot) e do princípio da igualdade, em face da quebra da integridade do
sistema.

Assim,

I. Em sede de controle concentrado, deve-se declarar a inconstitucionalidade do aludido parágrafo 4º


da Lei 11.343/06, com um apelo ao legislador (Appellentscheidung), isto é, se o legislador desejar, de
fato, conceder favores legais, que o faça sem violar a Constituição Federal e os tratados internacionais
formados pelo Brasil; de todo modo, neste caso, o dispositivo resta nulo, írrito, nenhum.
II. Em sede de controle difuso (juiz singular e Tribunais), igualmente é possível deixar de aplicar o
dispositivo, de dois modos: primeiro, pelo juiz de direito, que poderá deixar de aplicar o dispositivo (no
Brasil, qualquer juiz pode deixar de aplicar um a lei sob fundamento de sua inconstitucionalidade);
segundo, por qualquer Tribunal da federação. Se o Tribunal, por seu órgão fracionário, optar pela
nulidade pura e simples do parágrafo em questão, terá que suscitar o incidente de
inconstitucionalidade, nos termos do art. 97 da Constituição. A conseqüência é que ao acusado não
será concedido o favor legal de diminuição da pena constante no aludido parágrafo 4º.

III. A opção pela elaboração de uma decisão redutiva (inconstitucionalidade parcial sem redução de
texto) por juízes e tribunais

Enquanto não for declarado inconstitucional o citado dispositivo (§ 4º. do art. 33) em sede de controle
concentrado — para o qual é recomendável que se provoque, de imediato, através de ADI, o Supremo
Tribunal Federal — parece razoável, de forma opcional e para resolver problemas concretos,
incentivar que juízes singulares e órgãos fracionários elaborem sentenças redutivas, a partir do
mecanismo da inconstitucionalidade parcial sem redução de texto. Isso pode ser feito a partir de
subsídios do direito alienígena e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal do Brasil. Com efeito,
do direito alemão aprendemos que, por vezes, podemos salvar um texto jurídico, não o declarando
inconstitucional, a partir de uma adição de sentido. É o caso da verfassunsgskonforme Auslegung
(Interpretação Conforme a Constituição). Em outros, retira-se uma das incidências da norma, isto é, na
hipótese de se querer expungir da norma um dos sentidos que são contrários à Constituição. Neste
caso, estar-se-á em face de uma Teilnichtigerklärung ohne Normtextreduzierung (Nulidade Parcial sem
Redução de Texto). Em ambos os casos, não há mutilação formal do texto. Altera-se, apenas, o seu
sentido.

Uma pergunta, desde logo, se impõe: a nulidade parcial sem redução de texto e a interpretação
conforme a Constituição podem ser aplicadas pelo juízo singular e pelos demais Tribunais, ou tal
aplicação se afigura como prerrogativa exclusiva do Supremo Tribunal Federal? Estou convencido de
que não há qualquer óbice constitucional que impeça juízes e tribunais de aplicarem a interpretação
conforme e a nulidade parcial sem redução de texto. Entender o contrário seria admitir que juízes e
tribunais (que não o STF) estivessem obrigados a declarar inconstitucionais dispositivos que
pudessem, no mínimo em parte, ser salvaguardados no sistema, mediante a aplicação das citadas
técnicas de controle. Por que um Juiz de Direito — que, desde a Constituição de 1891, sempre esteve
autorizado a deixar de aplicar uma lei na íntegra por entendê-la inconstitucional — não pode, também
hoje, em pleno Estado Democrático de Direito, aplicá-la tão-somente em parte?

O mesmo se aplica aos Tribunais, que, na especificidade da Interpretação Conforme a Constituição e


da Nulidade Parcial sem Redução de Texto, estão dispensados de suscitar o incidente de
inconstitucionalidade.[22] Refira-se que em nada fica maculado esse entendimento em face da recente
edição da Súmula Vinculante 10 ("Viola a cláusula de reserva de plenário [CF, artigo 97] a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.") do Supremo Tribunal
Federal. Ela não se aplica à Interpretação Conforme e nem à Nulidade Parcial de Redução de Texto. E
explico o porquê: assim como uma decisão de Nulidade Parcial sem Redução de Texto (também
chamada de decisão de inconstitucionalidade parcial qualitativa,) feita pelo STF não necessita ser
enviada ao Senado, não cabe exigir incidente de inconstitucionalidade, não havendo, assim, violação
ao full bench (art. 97 da CF). Isso porque, tanto na Interpretação Conforme a Constituição quanto na
Nulidade Parcial sem Redução de Texto, não há expunção de texto ou parte de texto normativo,
apenas havendo o afastamento de uma das incidências do texto. Como há vários sentidos, e o
Tribunal opta por um deles (na Interpretação Conforme há uma adição de sentido), na nulidade parcial
qualitativa o resultado hermenêutico faz com que o texto permaneça com um minus. Na medida em
que, em ambas as hipóteses, o texto permanece em sua literalidade, não há que se falar em incidente
de inconstitucionalidade. Aliás, não haveria como operacionalizar o incidente de inconstitucionalidade
de um sentido de um texto. Numa palavra, a Súmula 10 é aplicada apenas aos casos em que há
inconstitucionalidade com redução de texto.

III.I. A fórmula para a aplicação da nulidade parcial sem redução de texto.

Aplicando a nulidade parcial sem redução de texto, tem-se que determinado dispositivo é
inconstitucional se aplicado à hipótese “x”. No caso sob análise: o artigo 33 da Lei 11.343/06 (§4º.)
será inconstitucional se aplicável de forma a possibilitar que ao condenado seja aplicada pena mínima
inferior a 03 anos de reclusão. O dispositivo será inconstitucional se a sanção aplicada vier a contrariar
o comando constitucional de resposta rigorosa ao crime de tráfico ilícito de entorpecentes, de forma
que a defasada pena estabelecida pela legislação anterior à Constituição Federal seja, ainda,
abrandada, afrontando, assim, os propósitos constitucionais e os tratados assinados e ratificados com
o objetivo de punir de forma mais veemente o crime de tráfico de entorpecentes. Ou seja, o critério, em
face da nulidade do parágrafo 4º passa a ser o preceito secundário do art. 12 da Lei 6.368/76, que
estabelece a pena mínima de 03 anos para o tráfico de entorpecentes. Isto é, se a lei anterior
estabelecia a pena mínima de 03 anos e não concedia “desconto” de pena pela qualidade pessoal do
acusado (primariedade), a nova lei não poderá ser aplicada em patamar que diminua a repressão a
patamares abaixo da pena mínima anterior. Conseqüentemente, aplicada a técnica da nulidade
parcial, a pena mínima deve ser de 3 anos.

III.II. Justificativa.

A possibilidade de fixação de pena mais branda não configura resposta adequada à repressão do
crime de tráfico de entorpecentes, conforme comando constitucional do constituinte originário
(mandado de criminalização, com vedações a priori). Ou seja, a impossibilidade de fixação de pena
inferior a 03 anos de reclusão passa a ser condição de possibilidade para a aferição da incidência do
tipo penal. Nesse sentido, especificamente, sobre o modo de aplicação da nulidade parcial sem
redução de texto, ver ADI 319, rel. Min. Moreira Alves, RTJ 137, pp. 90 e segs.; também as ADI 491,
939 e 1045.

Trata-se de aplicar, mutatis mutandis, aquilo que no direito português se denomina de decisão
redutiva. Ou, melhor ainda, na acepção Jean-Claude Béguin (Le controle de la constitutionnalité de lois
em République Fédérale d´Allemagne), trata-se de “anulação parcial qualitativa” (quando a norma, no
seu conjunto, não deve ser aplicada a certa situação, por tal aplicação ser inconstitucional). Nesse
sentido, há um interessante precedente jurisprudencial da então Comissão Constitucional (que
antecedeu o Tribunal Constitucional português): em face de uma norma que regulava as atenuações
extraordinárias previstas no art. 298, prevendo certas atenuações obrigatórias, verificadas
determinadas circunstâncias, entendeu-se declarar a norma parcialmente inconstitucional na parte em
que consagrava as referidas atenuações extraordinárias obrigatórias (ou legislativas, como são
designadas no texto do acórdão) considerando-se que seriam, porém, admitidas como meramente
facultativas para os juízes (Diário da República de 29 de dezembro de 1978, p.40).[23]

IV. Palavra final:

Como advertência derradeira —necessária em face dos mal-entendidos que podem ser gerados a
partir de leituras ideológicas (no sentido tradicional da palavra) à aplicação da tese da proibição de
proteção insuficiente, mormente se feitas sem o devido contexto constitucional e constitucionalizante
em que deve ser posta a discussão - e o faço com base no alerta do pesquisador e professor de
Sociologia Jurídica da Universidade Federal do Pernambuco, Luciano Oliveira, por vezes parece que
nos esquecemos da relevante circunstância de que a segurança é, ela também, direito humano:

“E não estou falando retoricamente, estou falando textualmente... Entretanto, geralmente nos
esquecemos disso. Na verdade, tão raramente nos lembramos disso que seria o caso de
perguntar se algum dia “soubemos” de tal coisa — isto é, que a segurança, a segurança
pessoal, é um dos direitos humanos mais importantes e elementares. E, como disse, estou
falando textualmente, com base nos documentos fundamentais dessa tradução, sejam as
Declarações inaugurais da Revolução Francesa de fins do Século XVIII, seja a Declaração da
ONU de 1948. Está lá, já no artigo 2º da primeira Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789: os direitos ‘naturais e imprescritíveis do homem’ são ‘a liberdade, a
propriedade, a segurança e a resistência à opressão’ — grifei. Declaração tipicamente
burguesa, dir-se-ia. Mas é bom não esquecer (ou lembrar) que em 1793, no momento em que a
Revolução empreende uma guinada num sentido social ausente na primeira —uma guinada a
esquerda, na linguagem de hoje -, uma nova Declaração aparece estabelecendo, em idêntico
artigo 2º, praticamente os mesmos direitos: ‘a igualdade, a liberdade, a segurança, a
propriedade’ (in Fauré, 1988: 373) — grifei. Mais adiante, o artigo 8º definia: ‘A segurança
consiste na proteção acordada pela sociedade a cada um de seus membros para a conservação
de sua pessoa, de seus direitos e de suas propriedades” (idem p. 374).

E acrescenta o jurista pernambucano:

“Cento e cinqüenta anos depois a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU — na
qual figuram, ao lado dos direitos civis da tradição liberal clássica, vários direitos sócio-
econômicos do movimento socialista moderno — repetia no seu artigo 3º: ‘Todo indivíduo
temo o direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. E, no entanto, esse é um direito meio
esquecido. No mínimo, pouco citado. Ou, então, citado em contextos onde o titular dessa
segurança pessoal aparece sempre como oponente de regimes ditatoriais atingido nesse direito
pelos esbirros de tais regimes. Dou um exemplo significativo: numa publicação patrocinada
pela UNESCO em 1981, traduzida entre nós pela Brasiliense em 1985, seu autor, ao comentar
esse direito dá como exemplo o caso de Steve Biko, ativista político negro torturado e morto
pela polícia racista da África do Sul em 1977. E comenta: ‘O caso Steve Biko é apenas um
exemplo bem documentado de uma situação em que o Estado deixou de cumprir sua obrigação
de assegurar e proteger a vida de um indivíduo e em que violou este direito fundamental que,
infelizmente, tem sido violado pelos governos em muitas partes do mundo’ (Levin, 1985: 55 e
56). Ou seja: por razões que são, reconhecemos, compreensíveis, a segurança pessoal como
direito humano, quando aparece na literatura produzida pelos militantes, é sempre segurança
pessoal de presos políticos, ou mesmo de presos comuns, violados na sua integridade física e
moral pela ação de agentes estatais. Ora, com isso produz-se um curioso esquecimento: o de
que o cidadão comum tem também direito à segurança, violada com crescente e preocupante
freqüência pelos criminosos.” (grifei)[24]

É nesse contexto que se inserem as presentes reflexões. E para não haver mal-entendidos, faço
minhas as duas advertências enfáticas de Oliveira (ibidem) sobre o assunto: a primeira é a de
que, com isto, não estou aderindo ao conhecido e, no contexto em que é dito, estúpido slogan
“e os direitos humanos da vítima” — com o que os inimigos dos direitos humanos procuram
desacreditar a dura luta a seu favor num país como o Brasil. Já a segunda remete ao fato de que
de forma alguma estou considerando com a mesma medida as violações de direitos humanos
perpetrados por regimes ditatoriais e as violências praticadas por bandidos — mesmo se ambos
são celerados.

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[1] Nesse sentido, ver Streck, Lenio Luiz e Copetti, André. “O direito penal e os influxos
legislativos pós-Constituição de 1988: um modelo normativo e eclético consolidado ou em
fase de transição?”, In: Anuário do Programa de Pós-Graduação em Direito da UNISINOS.
São Leopoldo, Editora Unisinos, 2003, pp. 255 e segs.

[2] Cf. Baratta, Alessandro. La política Criminal y el Derecho Penal de la Constitución:


Nuevas Reflexiones sobre el modelo integrado de las Ciencias Penales. Revista de la Faculdad
de Derecho de la Universidad de Granada, n. 2, 1999, p. 110.

[3] Cf. Baptista Machado, João. Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador. Coimbra,
Coimbra Editora, 1998.

[4] Cf. Roxin, Claus. Problemas fundamentais de direito penal. 3ª. Ed. Lisboa, Coleção Veja
Universitária, 1998, p. 76 e segs.

[5] Cf. Sarlet, Ingo. Constituição e Proporcionalidade: o direito penal e os direitos


fundamentais entre proibição de excesso e de insuficiência. In: Revista de Estudos Criminais
n. 12, ano 3. Sapucaia do Sul, Editora Nota Dez, 2003, pp. 86 e segs. Refira-se, também, do
mesmo autor, o texto revisitado: Direitos Fundamentais e Proporcionalidade: notas a respeito
dos limites e possibilidades da aplicação das categorias da proibição de excesso e de
insuficiência em matéria criminal. In: Revista da Ajuris, ano XXXV, n. 109, Porto Alegre, mai.
2008, pp.139-161. Frise-se que o mencionado autor admite a extensão da proibição de
proteção deficiente ao processo penal.

[6] Cf. Cunha, Maria da Conceição Ferreira da. Constituição e Crime. Porto, Universidade
Católica do Porto, 1995, pp. 273 e segs.

[7] Cf. Grimm, Dieter. A função protetiva do Estado. In: A Constitucionalização do Direito.
Lumen Juris, 2007, pp. 149 e segs.

[8] Nesse sentido, ver Canaris, Claus-Wilhelm. Direitos Fundamentais e Direito Privado.
Coimbra, Almedina, 2003.

[9] Ver, para tanto, Richter, Ingo; Schuppert; Gunnar Folke. Casebook Verfassungsrecht. 3.ed.
München, 1996, p. 33 e segs; Klein, Eckart. Grundrechtlicheschutzplichtdesstaates, In: Neue
Juristische Wochenschrift, 1989; ver também voto Min. Gilmar Mendes na ADIn 3510, em que
o assunto é invocado na questão das células embrionárias.

[10] Veja-se, para tanto, os diferentes modos de proteção já citados: Verbotspflicht,


Sicherheitspflicht e Risikopflicht.

[11] O voto do Min. Gilmar Mendes refere doutrina de Ingo Sarlet, (Constituição e
Proporcionalidade: o direito penal e os direitos fundamentais entre proibição de excesso e de
insuficiência. In: Revista de Estudos Criminais n. 12, ano 3. Sapucaia do Sul, Editora Nota
Dez, 2003, pp. 86 e segs) e de Lenio Streck (Bem jurídico e Constituição: da Proibição de
Excesso (Übermassverbot) à Proibição de Proteção Deficiente (Untermassverbot): de como
não há blindagem contra normas penais inconstitucionais. Boletim da Faculdade de Direito,
vol 80, ano 2004, pp. 303-345).

[12] E, com o advento da Lei 11.313/06, não mais há dúvidas sobre isso, uma vez que
suprimido o parágrafo único do artigo 2º da Lei 10.259/01 e alterada a disposição do artigo 61
da Lei nº 9.099/95.

[13] Ver, para tanto, Dworkin,Ronald. Law’s Empire. Londres, Fontana Press, 1986, cap. VI.

[14] Idem, ibidem.

[15] Idem, ibidem.

[16] Cf. Dworkin, Ronald. Taking Rights Seriously. Cambridge, Mass., Harvard Universiy
Press, 1978.

[17] Veja-se, nesse sentido, que os artigos 44, I e 33, §1, alínea “c”, ambos do Código Penal,
respectivamente, autorizam a substituição da pena privativa de liberdade e o cumprimento da
pena em regime inicial aberto quando de penas não superiores a 04 anos de reclusão.

[18] Em seu voto, o juiz Eugênio Zaffaroni chama a atenção para a relevante circunstância de
que o art. 29 da Constituição Argentina (El Congreso no puede conceder al Ejecutivo nacional,
ni las Legislaturas provinciales a los gobernadores de provincia, facultades extraordinarias, ni
la suma del poder público, ni otorgales sumisiones o supremacías por las que la vida, el honor
o las fortunas de los argentinos queden a merced de gobiernos o persona alguna. Actos de esta
naturaleza llevan consigo uma nulidad insanable, y sujetarán a los que los formulen,
consientan o firmen, a la responsabilidad y pena de los infames traidores a la patria..) é uma
cláusula de obrigação de criminalização, e, exatamente por isso, não poderia o Legislativo ou o
Executivo conceder a anistia.

[19] A Suprema Corte Argentina frisou que “la consagración positiva del derecho de gentes en
la Constitución Nacional permite considerar que existe un sistema de protección de derechos
que resulta obligatorio independientemente del consentimiento expreso de las naciones que las
vincula y que es conocido actualmente dentro de este proceso evolutivo como ius cogens. Se
trata de la más alta fuente del derecho internacional que se impone a los Estados y que prohíbe
la comisión de crímenes contra la humanidad, incluso en épocas de guerra [...]Que, en
consecuencia, de aquellas consideraciones surge que los Estados Nacionales tienen la
obligación de evitar la impunidad. La Corte Interamericana ha definido a la impunidad como
"la falta en su conjunto de investigación, persecución, captura, enjuiciamiento y condena de
los responsables de las violaciones de los derechos protegidos por la Convención Americana"
y ha señalado que "el Estado tiene la obligación de combatir tal situación por todos los medios
legales disponibles ya que la impunidad propicia la repetición crónica de las violaciones de
derechos humanos y la total indefensión de las víctimas y sus familiares" [...]Que lo cierto es
que los delitos que implican una violación de los más elementales principios de convivencia
humana civilizada, quedan inmunizados de decisiones discrecionales de cualquiera de los
poderes del Estado que diluyan los efectivos remedios de los que debe disponer el Estado para
obtener el castigo”. [M. 2333. XLII]

[20] Refira-se, nesse sentido, as críticas de doutrinadores internacionalistas ao entendimento


firmado pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de 1977, consubstanciado no que se pode
chamar de monismo nacionalista moderado, ou seja, na paridade hierárquica entre
tratados/convenções internacionais e a lei federal.

[21] Cf. Jescheck, Hans-Heirich. Lehrbuch des Sttrafrecht. Berlin, Duncker u. Humbolt, 1988,
p.678 (a pena privativa de liberdade continua sendo a coluna vertebral do sistema penal,
porque é a única reação que pode ser adequada para a criminalidade grave e para a
criminalidade média não coberta pela multa, assim como para a reincidência freqüente).

[22] Parafraseando Medeiros e Prüm, não se justifica aplicar o regime de fiscalização concreta,
ou seja, suscitar o incidente de inconstitucionalidade – que é o modo previsto no sistema
jurídico brasileiro de aferir a constitucionalidade no controle difuso de forma stricto senso –
aos casos em que esteja em causa tão somente a inconstitucionalidade de uma das possíveis
interpretações da lei, pois o juízo de inconstitucionalidade de uma determinada interpretação
da lei não afeta a lei em si mesma, não, pondo em causa, portanto, a obra do legislador. Cf.
Medeiros, Rui. A decisão de inconstitucionalidade. Lisboa, Universidade Católica, 2000;
PRÜM, Hans Paul. Verfassung und Methodik. Berlin, 1977.

[23] Ver, para tanto, CANAS, Vitalino. Introdução às decisões de provimento do Tribunal
Constitucional. Os efeitos em particular. Lisboa: Cognitio, 1984, p. 42.

[24] Cf. Oliveira, Luciano. Segurança: Um direito humano para ser levado a sério. Em Anuário
dos Cursos de Pós-Graduação em Direito n.º 11. Recife, 2000., p. 244/245.

Conjur
Sobre o autor
Lenio Luiz Streck: é procurador de Justiça do Rio Grande do Sul, doutor e pós-doutor em Direito,
professor visitante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e presidente de honra do
Instituto de Hermenêutica Jurídica.
ANEXO IV - A Constituição diritente morreu? por Marcus Vinícius Lopes
Montez

A Constituição Dirigente realmente morreu?

1. Introdução: É incontestável nos meios jurídicos a maestria do jurista português Joaquim José
Gomes de Canotilho, devida, não só, a relevante influência em Portugal como também aqui no Brasil.
Tal fato não foi obra do acaso. A revolução portuguesa de 1974, de caráter socialista, impôs aos
juristas e intelectuais um importante papel, na medida em que tiveram que construir a Constituição
Portuguesa de 1976, objetivando dar legitimação e conformação às aspirações revolucionarias. Tal
Constituição possuía grande carga socialista e conteúdo eminentemente programático, contudo,
sofrera grande reação conservadora dos constitucionalistas tradicionais. Estes defendiam um viés
teórico-ideológico de que o texto constitucional de 1976 era dúplice, possuindo em seu conteúdo duas
Constituições: uma liberal/democrática e outra dirigente/autoritária. Certo é que tal posicionamento
continha implícito o objetivo de manter o status quo, sob o argumento de que somente era passível de
aplicação as normas de conteúdo liberal/democrático, posto que as dirigentes não eram capazes de
conformar a liberdade do legislador infraconstitucional, bem como não possuiriam aplicação direta, na
medida em que eram apenas diretrizes ou instrumentos governamentais. Foi nesse contexto histórico
que Canotilho elaborou sua tese de doutoramento sobre a “Constituição Dirigente”. Buscava-se,
portanto, a unidade substancial da Constituição; seu valor normativo e, principalmente, o caráter
vinculante desse conjunto normativo. Por fim, cuidava-se de demonstrar que a Constituição
Portuguesa devia atuar juridicamente, refutando a tese de não normatividade das normas
programáticas. Afirmava o próprio autor que “tínhamos uma Constituição que incorporava grandes
conquistas e valores profundamente democráticos e se tinha que elaborar um discurso capaz de
conferir-lhe força normativa, a força normativa própria do direito.” As normas programáticas não são,
portanto, meros programas, simples exortações morais, declarações, ou sentenças meramente
políticas, mas possuem valor jurídico constitucionalmente idêntico ao dos restantes preceitos
constitucionais. Tal tese de doutoramente, somada a magistral obra Constituição Dirigente e a
Vinculação do Legislador, tiveram grande e decisiva influência na Constituição Brasileira de 1988, a
semelhança do que ocorrera em Portugal. Canotilho, porém, veio gradativamente revendo sua
posição, chegando a afirmar no prefácio da 2ª edição do seu “Constituição Dirigente e Vinculação do
Legislador” que a Constituição Dirigente está morta. Este trabalho objetiva analisar, ao menos
brevemente, essa nova fase de Canotilho, para muitos, chamado de Canotilho II, bem como investigar
até que ponto esse novo posicionamento pode ser aplicado à realidade brasileira. Para tanto, inicia-se
o trabalho abordando os conceitos e relações entre Constituição Dirigente e Estado Democrático de
Direito. Passa-se, então, à análise do novo posicionamento de Canotilho, concluindo respondendo a
questão sobre a morte da constituição dirigente, ao menos para a realidade brasileira de modernidade
tardia.

2. A Constituição Dirigente e o Estado Democrático de Direito Antes de abordarmos propriamente o


tema, necessário se faz delimitar-se com exatidão os conceitos de Constituição Dirigente e de Estado
Democrático de Direito, conceitos estes que apesar de estarem em voga, são freqüentemente
utilizados sem qualquer parâmetro. O constitucionalismo, em sua origem, objetivou criar mecanismos
de limitação/oposição ao poder absolutista do rei. Para tanto, o constitucionalismo aspirava uma
Constituição escrita, como instrumento na tentativa de impor tais limitações. As primeiras constituições
enfrentaram tal questão se utilizando do parlamento, responsável por garantir limites à propriedade e à
liberdade dos cidadãos. O parlamento, representante do povo, era responsável por controlar e limitar
os poderes, até então, absolutos do monarca. Nessa linha, o parlamento não deveria se submeter ao
controle de nenhum outro órgão superior, posto que era representante da vontade popular, e atuava
em nome deste com o objetivo de proteger a liberdade e propriedade frente ao monarca. Por mais
paradoxal que seja, o foco de tensão deixa de ser os poderes ilimitados do monarca, para se situar
com maior nitidez na questão do controle da atividade do legislado, tendo em vista sua livre atuação
em nome do povo. Portanto, os abusos do Poder Legislativo geraram um terreno fértil para que, no
século XX, germinasse uma nova concepção de constituição, agora com o principal objetivo de limitar
os poderes constituídos, em especial a irrestrita idéia de liberdade de conformação do legislado – é a
revolução coopernicana ocorrida no constitucionalismo. O império, nesta época da história, deixa de
ser da lei e passa a ser das Constituições, na qualidade de norma fundamental do ordenamento
jurídico. Dessa breve e diminuta contextualização histórica nasce o modelo de Constituição Dirigente.
A Constituição não mais pode ser considerada um simples instrumento de governo, definidor de
competências e procedimentos, mas sim deve aspirar e determinar um plano global de determinação
de tarefas, estabelecendo programas, diretrizes e definindo fins para o Estado e sociedade. O
dirigismo constitucional reformula a própria finalidade das Constituições. A Constituição deixa de ser
mero instrumento garantidor do status quo, concebida unicamente como norma jurídica formalmente
superior e abstraída de qualquer conteúdo material. A Constituição Dirigente se presta a um algo mais;
é condição de possibilidade para a concretização das promessas não cumpridas. Observa-se que tal
evolução no constitucionalismo encontra-se intimamente ligada com a própria evolução do Estado. No
Estado Liberal a principal preocupação era garantir a liberdade e propriedade privada. Por esse
motivo, Fábio Comparato chega a afirmar que tal modelo de Estado é estático e conservador, cuja
única tarefa é a de government by Law, isto é, o direito se resume às leis. A liberdade do legislador era
ampla, porém muitas vezes inefetiva na redução das desigualdades. O Estado Liberal, que se revelou
um Estado de Direito puramente formal, não tardou em ser superado pelo Estado Social de Direito, no
intuito de atribuir, ao próprio Estado, encargos sociais considerados pelo constituinte como
indispensáveis à manutenção da paz social. A função do direito, em um Estado Social, deixa de ser
meramente negativa, para adotar uma concepção positiva, na medida em que passa a assegurar o
desenvolvimento do indivíduo, por meio de uma intervenção social, cultural e econômica. O Estado
não se limita mais a assegurar uma liberdade formal, mas procura estabelecer uma igualdade material,
igualdade de oportunidades, justificando a intervenção Estatal. Importante ressaltar que enquanto no
Estado Liberal se sobressaia a figura do Poder Legislativo, no Estado Social é o Poder Executivo que
ganha importante relevo, tendo em vista que a necessidade de uma intervenção estatal. Por fim, após
a segunda grande guerra mundial, sobreveio a instituição de uma terceira forma de Estado de Direito -
Estado Democrático de Direito, que no Brasil se materializou, ao menos formalmente, na Constituição
de 1988. Mas afinal, o que é o Estado Democrático de Direito? O Estado Democrático de Direito é
concebido com base em dois fundamentos: respeito aos direitos fundamentais / sociais e democracia.
O Estado Democrático de Direito é, portanto, um plus em relação ao Estado Social, na medida em que
o Direito é visto com instrumento necessário à implantação das promessas de modernidades não
cumpridas pelo Estado Social. Desta forma, há um inevitável deslocamento do centro de tensão /
decisão dos Poderes Legislativos e Executivo para o Poder Judiciário (Jurisdição Constitucional).
Concluí-se esta parte introdutória, observando que o Estado Democrático de Direito e Constituição
Dirigente são conceitos/institutos intimamente ligados; são instrumentos garantidores da conformação
dos poderes constituídos com a finalidade precípua de implementarem as promessas de uma
igualdade material. O Direito, portanto, assume relevante papel nessa empreitada, na medida em que
é o instrumento de conformação social, frente à inércia dos outros poderes.

3. A nova fase de Canotilho – Canotilho II Canotilho, com a 2ª edição do prefácio de seu livro
“Constituição Dirigente e vinculação do legislador, parece ter revisto sua posição inicial de uma
Constituição dirigente como instrumento de transformação social e política. Ao cunhar a teorização da
Constituição Dirigente, Canotilho defendeu que as normas programáticas não eram simples
programas, exortações morais, sentenças políticas, como a doutrina tradicional insistia em defender.
As normas programáticas possuiriam valor jurídico constitucional idêntico às outras normas
constitucionais. Vinculariam o legislador, na medida em que seriam uma imposição constitucional;
também serviriam como diretivas materiais, vinculando todos os órgãos concretizadores; por fim,
seriam também limites negativos. Esse posicionamento, contudo, vem sendo revisto pelo próprio
Canotilho. O direito não mais seria hábil a regular sozinho, de forma autoritária e intervencionista,
desconhecendo outras formas de intervenção de outras áreas, como a política. A Constituição,
portanto, teria que necessariamente ceder perante novos modelos políticos-organizatórios,
adequando-se a novos planos normativos, à novas associações abertas de estados nacionais abertos.
Nessa linha, Canotilho passa a defender um “constitucionalismo moralmente reflexivo”, entendido
como tal a substituição de um direito autoritariamente dirigente, mas ineficaz, para outras fórmulas que
permitam completar o projeto da modernidade. A lei dirigente cede lugar à transnacionalização e
globalização. O direito constitucional deixaria de ser uma disciplina dirigente para assumir o papel de
disciplina dirigida. Diante de tais mudanças, o constitucionalismo dirigente não teria se dado conta da
complexidade do mundo e das conseqüências das integrações entre as nações. Uma nova teoria da
constituição seria necessária. Por fim, conclui Canotilho dizendo que “a Constituição dirigente está
morta se o dirigismo constitucional for entendido como normativismo constitucional revolucionário
capaz de, só por si, operar transformações emancipatórias”. Prossegue afirmando “que alguma coisa
ficou, porém, da programaticidade constitucional, ..., acreditamos que os textos constitucionais devem
estabelecer as premissas matérias fundantes da políticas públicas num Estado e numa sociedade que
se pretende continuar a chamar de Direito, democráticos e sociais.”

4. A Constituição Dirigente realmente morreu? Diante dessa mudança de pensamento do Canotilho


sobre o constitucionalismo dirigente, necessário se faz verificarmos se tal viragem de pensamento
gera reflexos no direito brasileiro, ou mesmo se se adéquam à realidade político-jurídica-social
brasileira. Há, portanto, que se contextualizar as afirmações de Canotilho, especialmente sobre a
morte da Constituição dirigente. O próprio Canotilho demonstrou essa preocupação ao ressaltar que a
Constituição Dirigente estaria morta, “se o dirigismo constitucional for entendido como normativismo
constitucional revolucionário capaz de, só por si, operar transformações emancipatórias.” (grifo nosso)
A tese inicial de Canotilho foi cunhada para a Constituição portuguesa, em que o texto constitucional
possuía claramente um caráter revolucionário, posto que previa a transformação ao socialismo. Essa
não foi a realidade da Constituição brasileira de 1988, tendo em vista ter ficado um tanto distante
desse caráter revolucionário, outrora explícito na Constituição portuguesa, limitando-se apenas a
marcar a transformação para um Estado Democrático de Direito. A Constituição brasileira, portanto,
não possui uma função normativa-revolucionária, tal qual prevista inicialmente na Constituição
portuguesa. Diante de tais premissas, necessárias para a compreensão e contextualização da nova
tese de Canotilho, podemos responder o questionamento no que toca a Constituição Dirigente morreu.
Ao menos para a realidade brasileira, respondemos que não, a Constituição Dirigente não morreu!
Relevante são as afirmações de Lênio Streck ao afirmar que parece evidente que quando se fala de
Constituição Dirigente não se está a sustentar um normativismo constitucional revolucionário, capaz
de, por si só, operar transformações emancipatórias. Constituição Dirigente é a vinculação do
legislador às imposições da materialidade da Constituição, pela exata razão de que, nesse contexto, o
Direito continua a ser um instrumento de implementação de políticas públicas negligenciadas. A tese
da Constituição Dirigente pode ter “morrido”, tal qual cunhada originalmente para o constitucionalismo
português, hoje inserido em tratados internacionais envolvendo os países europeus (União Européia).
Contudo, não se pode negar que a realidade brasileira difere em muito daquela vista nos países
europeus: lá houve efetivamente a instituição de um Estado Social; aqui o Estado Social foi um mero
simulacro, utilizado para exacerbar ainda mais as diferenças sociais.

5. Conclusão As teses cunhadas por essa nova fase de Canotilho não representam necessariamente
uma ruptura como muitos afirmar. É verdade que Canotilho expressamente endereça críticas ao
modelo de Estado e Constituição atuais. Tais críticas são feitas com fundamento na teoria de um
Direito reflexivo, no interior do qual não se admite a interferência de um sistema em outro, numa clara
crítica ao que hoje é denominado de politização do jurídico e judicialização da política. O direito,
portanto, não transformaria a sociedade, mas apenas reduziria sua complexidade. Parece evidente,
nesse ponto uma certa aproximação (um tanto paradoxal) às teorias sistêmicas de Nicolas Luhman.
Apesar da Constituição de 1988 estar fazendo seu 20º aniversário, parece que a dogmática
jurídica brasileira ainda não compreendeu (ou não quer compreender) o conceito exato da
expressão Constituição, pelo menos em seu sentido léxico – “constituir”. A crise vivida aqui no
Brasil não é uma crise da Constituição, mas sim da sociedade, do governo e do Estado. É
verdade que o direito, por si só, não conforma a realidade; quem o faz são os homens. Mas,
para tanto, necessitam dos instrumentos. Essa é a importância do Direito e da Constituição. A
Constituição de 1988 foi farta em prever instrumentos de correção/implementação dos direitos
nela garantidos: mandado de segurança; ação declaratória de inconstitucionalidade por
omissão; mandado de injunção, para se citar apenas alguns. Não faltam, portanto, meios
jurídicos para a concretização da Constituição. O que falta é uma maior consciência do papel
que a Constituição assume no ordenamento jurídico, bem como do papel do Judiciário frente a
não implementação/realização dessa mesma Constituição. Parafraseando Chico Buarque de
Hollanda: “só Carolina não viu”. Confirmando o que todos sabem e vêem, menos grande parte
da dogmática jurídica brasileira, vale repetirmos as constatações de Sergio Buarque de
Holanda: “As constituições feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem
violadas, tudo em proveito de indivíduos e oligarquias, são fenômenos corrente em toda a
história da América do Sul.” Referências: BERCOVICI, Gilberto. A problemática da constituição
dirigente: algumas considerações sobre o caso brasileiro. Disponível em: . Acesso em: 10.05.08.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Malheiros. CANOTILHO, José
Joaquim Gomes. El Derecho Constitucional como um compromisso permantentemente renovado
(entrevista a Eloy Garcia) in Anuário de Derecho Constitucional y Parlamentario, (1998), p. 33;
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do legislador. 2ª ed. Coimbra:
Coimbra. 2001; COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Canotilho e a Constituição dirigente. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Renovar, 2005; HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, 2ª ed, Rio de
Janeiro: José Olympio, 1948, p. 273; STRECK, Lênio Luiz. Teoria da constituição e estado
democrático de direito: Ainda é possível falar em constituição dirigente?. Doutrina, Rio de Janeiro/RJ,
n. 13, p. 280-310, 2002. STRECK, Lênio Luiz. Constituição ou barbárie? – a lei como possibilidade
emancipatória a partir do Estado Democrático de Direito. Disponível em: <
http://www.ihj.org.br/poa/professores/Professores_02.pdf> Acessado em 10.05.08.

Sobre o autor
Graduado em direito; pós-graduado em direito público e privado; mestrando.
Professor de direito na UNESA, pós-graduado em Direito Público e Privado; mestrando em
direito.

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