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Gelio Fregapani

Anexo 4 de livro ainda por publicar


A Idade Glacial Vindoura - A verdadeira História do Aquecimento Global
Condensado de artigo de Betty Friedan, Harper’s Magazin , 1959

Dois cientistas começaram há alguns anos a puxar a meada de um dos grandes


mistérios da Geologia: a causa das eras glaciais da antiguidade. O geofísico Maurice
Ewing e o geólogo-meteorologista William Donnr encontraram por fim a explicação
das gigantescas geleiras que quatro vezes durante o último milhão de anos avançaram e
recuaram sobre a Terra. Se estiverem certos, o mundo caminha agora para outra idade
glacial — inevitável desfecho de um processo que já se iniciou nos mares do norte.
As geleiras que hoje estão paradas no Ártico, em tempos idos cobriam mais de
metade da América do Norte com uma parede de gelo de até três quilômetros de
espessura, cujos limites ao sul se estendiam de Long Island a Nova York e até ao Rio
Missouri, com extensões pela região montanhosa do oeste; que cobriam a Inglaterra e
vastos trechos da França e da Alemanha; que criaram os Grandes Lagos e os rios
Hudson e S. Lourenço; que deslocaram bilhões de toneladas de pedra e terra,
esmagaram florestas e destruíram espécies animais e vegetais inteiras.
Indagações e constatações
Sabemos que o Ártico é congelado, mas quase não tem caído neve ali nos tempos
modernos. Qual a causa das neves que formaram as geleiras das eras glaciais que
periodicamente invadiam o hemisfério norte? Qual a causa de seus recuos? Por que vem
a Terra se alternando há um milhão de anos entre idades glaciais e um clima como o
atual?
Donn, diretor do Observatório Geológico de Lamont da Universidade de
Colúmbia, e Ewing diretor pesquisas sobre sismologia, geologia e biologia marinha e
oceanografia estudaram esse mistério. Em meados de 1953, a escuna Vema, (que o
Observatório de Lamont emprega em exploração científica) utilizava o seu recém
aperfeiçoado equipamento de alto mar para investigar o fundo do oceano, do Atlântico
ao Mar das Antilhas. Esse equipamento recolhe sedimentos no estado em que foram
depositados há milênios. Na lama profunda do Mar das Antilhas e do Atlântico
equatorial, a expedição achava sempre uma estranha e nítida linha divisória de cor.
“Cerca de 30 centímetros abaixo do fundo do mar, o sedimento de repente passava de
rosa-avermelhado a cinzento”, diz Ewing. “Submetemos a lama a exames de
laboratório e descobrimos que em determinado tempo, o oceano de repente mudara
de frio para quente. O sedimento rosa, que estava em cima, continha conchas de
minúsculos animais de água quente; o cinzento, conchas de animais de água fria.” Os
cientistas mediram o carbono radioativo de uma amostra de lama do fundo do mar e
precisar há quanto tempo ela ali está. Essas medições revelam que o súbito aquecimento
se processou em todo o vasto Oceano Atlântico há 11.000 anos. “Que foi que aconteceu
de maneira tão abrupta há 11.000 anos para aquecer o oceano”
O pequeno Oceano Ártico, que é quase inteiramente cercado de terra Isto os fez
pensar que, estando baixo o nível do mar, ficaria interrompido o intercâmbio da águas
entre o Atlântico e o Ártico, e isto aqueceria o primeiro enquanto o Ártico congelaria.
“Se o nível do mar se elevasse haveria um maior intercambio entre as águas frias do
oceano Ártico e as águas quentes do Atlântico. Claro que o Ártico ficaria mais quente
porque a água correria mais livremente entre ele e o Atlântico, dissipando o frio. E o
Oceano Atlântico, logicamente ficaria mais frio”.
Foi aí que surgiu a explicação: Com a água do Ártico aquecida pelo Atlântico, e
mais quente do que a terra que a cercava, a água se evaporaria e cairia como neve mais
ao sul, formando geleiras onde hoje estão as terras temperadas do hemisfério norte. O
Oceano Ártico era aberto e livre de gelo durante a idade glacial e se congelou há 11.000
anos isolando-se do Atlântico. Sem o intercambio das águas, o Atlântico se aquece,
pondo termo ao que chamamos idade glacial. A “Era do Gelo” seria portanto restrita ao
hemisfério norte, e não um fenômeno mundial, ainda que influenciasse o clima em todo
o Globo.
“Essa constatação explicou muitas coisas. Pudemos reconstituir um perfil
meteorológico confiável. Vimos os oceanos funcionando como termostato alternando
entre idades glaciais e períodos interglaciais como o atual”.
“O Oceano Ártico é quase completamente cercado de terras, exceto numa abertura
rasa entre a Noruega e a Groenlândia, que se comunica com o Atlântico, e no
insignificante Estreito de Bering. Se as águas do Ártico se
intercambiassem livremente por essa abertura com a água quente do Atlântico, o
Oceano Ártico não se congelaria. Nesse caso, a sua evaporação formaria geleiras. À
medida que as geleiras aumentassem, o nível do mar baixaria bloqueando o
intercambio”.
“Sabemos que o nível do mar caiu entre 90 e 120 metros no auge da última idade
glacial, e que a maior parte da abertura entre a Noruega e a Groenlândia tem menos
de 90 metros de profundidade. Em determinado ponto, a água acumulada nas geleiras
baixariam tanto o nível do mar que o Oceano Ártico ficou praticamente separado do
Atlântico mais quente. Então congelou. As geleiras, não mais alimentadas pela neve, se
fundiriam ao sol, devolvendo sua água aos oceanos. Então, o nível do mar se eleva até
permitir que a quente água do Atlântico flua pela abertura, em quantidade suficiente
para derreter o lençol de gelo ártico e iniciar outro ciclo glacial.”
Na ocasião em que Donn e Ewing formularam a hipótese, ainda não havia provas
que o Ártico houvesse sido um mar livre de gelos. Alguns meses depois, Albert Crary,
agora vice-chefe das pesquisas científicas do Programa Antártico dos Estados Unidos,
voltou do Oceano Ártico com algumas amostras da lama do fundo do mar. Examinadas
as amostras indicaram ter havido no Oceano Ártico, durante milhares de anos, vida sob
a forma de animais marinhos, a qual cessou de súbito há 11 milênios. A pista seguinte
veio de um ramo diferente da ciência. Donn e Ewing e obtiveram confirmação de
antropólogos que realmente havia fortes indícios da existência de comunidades
humanas estáveis em volta do Ártico há muitos milhares de anos. De fato, os mais
antigos sílex que acusam a presença do homem na América, foram encontrados numa
faixa em torno do Círculo Ártico. Os antropólogos estavam intrigados com o fato de o
homem ter escolhido esses locais para viver, mas tinham certeza de que há cerca de
11.000 anos o homem começara de repente uma migração de lá para o sul, numa onda
explosiva.
Donn e Ewing examinaram as observações de antigos exploradores árticos. Outros
cientistas investigavam outros indícios. A datação pelo carbono radiativo mostrou que
o congelamento do Ártico deve ter sido há 11.000 anos aproximadamente Assim, a data
foi definitivamente conhecida: há cerca de 11.000 anos terminou a última idade glacial.
A gente que vivia nas praias árticas do norte da América evidentemente viera da
Sibéria quando as geleiras haviam retirado bastante água do mar para deixar a
descoberto a ponte terrestre do estreito de Behring. Ali ficou alguns séculos em torno do
tépido Ártico até porque as geleiras a impedia de descer para o sul. Por fim, há 11.000
anos, toda essa gente fugiu.
Com o Oceano Ártico congelando eles não teriam o que comer. Não poderiam
voltar para a Sibéria porque a grande elevação do nível do mar no fim da idade glacial
mais uma vez cobriria, a ponte terrestre. E nesse exato momento, as geleiras em fusão
permitiram afinal ao homem tomar o caminho do sul. E o fizeram numa vaga tão rápida
que a extremidade meridional da América do Sul foi atingida em poucos milhares de
anos.
Finalmente, Ewing e Donn descobriram testemunhos nos desertos meridionais.
Haviam deduzido que o Oceano Ártico, estando aquecido, teria causado chuvas e
fertilidade em regiões que agora são desertos. Os arqueólogos descobriram novas
provas de que o Deserto do Saara era coberto de vegetação e tinha florescente
civilização quando as geleiras congelavam a vida na América e na Europa. Nas cavernas
do Saara foram encontrados desenhos feitos pelo homem dos animais que caçava
naquela região outrora coberta de relva.
Foram assinaladas as seguintes glaciações em período (geologicamente) recentes.
de 80.000 a 60.000 aC
de 50.000 a 40.000
de 30.000 a 11.000
Pode-se ver pelo quadro geológico que a regra é a GLACIAÇÃO. Os períodos
interglaciais são pequenos lapsos de tempo entre as glaciações. Estamos na
INTERGLACIAÇÃO APÓS O ÚLTIMO PERÍODO GLACIAL.
Restava responder urna pergunta: como se iniciou o primeiro ciclo glacial?
“Sabemos que durante o último milhão de anos o mundo tem alternado entre idades
glaciais e condições meteorológicas semelhantes às atuais”, disseram Ewing e Donn.
“Antes disso, não havia zonas de extremo calor nem de extremo frio; palmeiras e
magnólias viçavam na Groenlândia e havia coral em torno da Islândia; plantas
subtropicais cresciam a 11 graus do Pólo Norte. Por que não funcionou então o
termostato do Oceano Ártico? E o que foi que subitamente ligou esse termostato há um
milhão de anos?”
A explicação é que, até há um milhão de anos, o Pólo Norte não estava naquele
Oceano Ártico cercado de terras, mas no meio do Pacífico, onde não havia terra em que
se pudessem acumular neve e gelo e onde as correntes oceânicas dissipavam o frio. A
idéia de que os pólos mudassem de lugar pode parecer fantástica, mas evidências
magnéticas recentemente descobertas levam à inferência de que a crosta terrestre pode
deslizar sobre o interior. Na ocorrência desse processo varia a posição dos pólos.
“O abrupto deslizamento da crosta terrestre, que transportou o Ártico para o
Pólo Norte colocou o Pólo Sul no Continente Antártico, onde o frio polar não podia ser
dissipado pelas correntes marítimas livres. Isso deu início às zonas climáticas que hoje
conhecemos e à concentração do frio que congelou o Oceano Ártico, criando condições
para provocar os ciclos glaciais. Enquanto os pólos permanecerem onde estão os
ciclos glaciais continuarão”.
Vários cientistas têm procurado refutar a teoria de Ewing e Donn, sem resultado.
E há sinais de que a Terra está entrando em outra idade glacial. A água quente do
oceano correndo para o norte já expulsou o bacalhau para a Terra Nova; a temperatura
anual já subiu cinco graus e meio na Islândia e na Groenlândia os invernos são mais
quentes e é evidente o derretimento do gelo ártico, enquanto se fazem sentir o aumento
das nevascas na zona temperada, desmentindo a paranóia política que prega estar
havendo um aquecimento global.
As medições das marés e do nível do mar, feitas no mundo inteiro pelo Serviço
Costeiro e Geodésico dos Estados Unidos e por outras organizações, mostram que o
nível do mar se elevou no século passado e que essa elevação continua. Isso significa
que uma quantidade cada vez maior de água quente está passando pela abertura entre a
Noruega e a Groenlândia, sob a capa do gelo ártico.
Os cientistas calcularam que o gelo ártico já é 40% menos espesso do que há 15
anos. Se o oceano continuara esquentar na proporção atual, Ewing e Donn acham que
em menos de 100 anos haverá água livre no Ártico. O início de uma idade glacial pode
ser assistido: Operadores de televisão estão percorrendo o Extremo Norte para captar
cenas da desintegração da capa de gelo.
De acordo com a teoria, até a fusão total da capa de gelo ártico haveria elevação
do nível do mar, que iniciaria a diminuir em seguida com as nevascas. “Em vez de
aumentarem o volume do mar, as geleiras começarão a extrair-lhe água. Em seguida,
por muito tempo, a nova umidade ártica, que irá cair como neve nas geleiras, e
aumentará a chuva e a neve cada vez mais ao sul, engrossando os rios e dando água aos
desertos do hemisfério norte. Ventos gelados soprarão das geleiras em marcha e as
grandes nevadas cairão cada vez mais para o sul. Finalmente, em alguns milhares de
anos, uma camada de gelo de três quilômetros de espessura poderá cobrir grande parte
da América do Norte, da Europa e Ásia, e o melhor dos climas poderá ser o do Saara”.
Se o homem não descobrir um meio de manobrar o termostato glacial, esses ciclos
glaciais continuarão até os pólos novamente mudarem de posição.
Portanto, falar em aquecimento num mundo que caminha para uma era glacial,
somente demonstra má-fé de espertos para enganar e dominar o povo ignorante.

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