Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
o testemunhos
o os serviços
o condições de uso
o prêmios e reconhecimentos
identidade e organização
problemas técnicos
receber zenit
o cancelar assinatura
o presenteie zenit
condições de uso
o problemas em receber
sustentar zenit
o enviar donativo
o status legal
participar
o apóie zenit
o difunda zenit
o presenteie zenit
o recomende zenit
o fale conosco
perguntas
o identidade e organização
o problemas técnicos
publicidade
fale conosco
Permalink: http://www.zenit.org/article-20532?l=portuguese
BENTO XVI: CRISTO É A FORÇA DA IGREJA
texto completo da catequese pronunciada nesta quarta-feira pelo Papa Bento XVI, diante dos
milhares de peregrinos reunidos na Sala Paulo VI por ocasião da audiência geral, na qual
continuou a série de meditações sobre o apóstolo São Paulo, no bi-milênio de seu nascimento.
***
Entre as cartas do episcopado paulino, há duas, as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, que
em certa medida podem ser consideradas gêmeas. De fato, uma e outra têm formas de falar que
só se encontram nelas, e se calcula que mais de um terço da Carta aos Colossenses se encontra
convite a que «a palavra de Cristo permaneça entre vós em toda a sua riqueza, de sorte que com
toda a sabedoria vos possais instruir e exortar mutuamente. Sob a inspiração da graça cantai a
Deus de todo o coração salmos, hinos e cânticos espirituais» (Col 3, 16), em Efésios se
recomenda igualmente: «recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de
todo o coração os louvores do Senhor» (Ef 5, 19). Poderíamos meditar sobre estas palavras: o
coração deve cantar, e assim também a voz, com salmos e hinos para entrar na tradição da
oração de toda a Igreja do Antigo e do Novo Testamento; aprendemos assim a estar unidos
entre nós e com Deus. Também em ambas cartas se encontra um «código doméstico», ausente
nas outras Cartas Paulinas, ou seja, uma série de recomendações dirigidas a maridos e mulheres,
a pais e filhos, a amos e escravos (cf. respectivamente Col 3, 18-4, 1 e Ef 5, 22-6, 9).
Mais importante ainda é constatar que só nestas duas cartas se confirma o título de
primeiro sentido, Cristo é entendido como a cabeça da Igreja (cf. Col 2, 18-19 e Ef 4, 15-16). Isso
significa duas coisas: antes de tudo, que ele é o governante, o dirigente, o responsável que guia a
comunidade cristã como seu líder e seu Senhor (cf. Col 1, 18: «Ele é também a Cabeça do Corpo,
da Igreja»); e o outro significado, que é a cabeça que levanta e vivifica todos os membros do
corpo no qual está colocada (de fato, segundo Col 2, 19 é necessário «manter-se unido à Cabeça,
da qual todo o Corpo, por meio de junturas e ligamentos, recebe nutrição e coesão»): ou seja, não
é só um que manda, mas um que organicamente está conectado conosco, do qual também vem a
superior – os mandamentos –, como para acolher todos os fluxos vitais que d’Ele procedem. Seus
mandamentos não são só palavras, mandatos, mas são forças vitais que vêm d’Ele e nos ajudam.
invés de serem reconduzidos ao Espírito Santo (como 1 Cor 12), são conferidos por Cristo
ressuscitado: é ele que «deu a uns ser apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelizadores; a
outros, pastores e mestres» (4, 11). E é por Ele que «todo o corpo - coordenado e unido por
conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria -
efetua esse crescimento, visando a sua plena edificação na caridade» (4, 16). Cristo de fato está
dedicado a «apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro
defeito semelhante, mas santa e irrepreensível» (Ef 5, 27). Com isso nos diz que a força com a
qual constrói a Igreja, com a qual guia a Igreja, com a qual dá também a direção correta à Igreja,
Portanto, o primeiro significado é Cristo Cabeça da Igreja: seja quanto à condução, seja sobretudo
sentido, Cristo é considerado não só como cabeça da Igreja, mas como cabeça das potências
celestes e do cosmos inteiro. Assim, em Colossenses lemos que Cristo «espoliou os principados e
potestades, e os expôs ao ridículo, triunfando deles pela cruz» (2, 15). Analogamente, em Efésios
encontramos que com sua ressurreição, Deus pôs Cristo «acima de todo principado, potestade,
virtude, dominação e de todo nome que possa haver neste mundo como no futuro» (1, 21). Com
estas palavras, as duas cartas nos entregam uma mensagem altamente positiva e fecunda. É
esta: Cristo não tem que temer nenhum eventual competidor, porque é superior a qualquer forma
de poder que tentar humilhar o homem. Só Ele «nos amou e entregou a si mesmo por nós» (Ef 5,
2). Por isso, se estamos unidos a Cristo, não devemos temer nenhum inimigo e nenhuma
adversidade; mas isso significa também que devemos permanecer bem unidos a Ele, sem soltar!
Para o mundo pagão, que acreditava em um mundo cheio de espíritos, em grande parte perigosos
e contra os quais era preciso defender-se, aparecia como uma verdadeira libertação o anúncio de
que Cristo era o único vencedor e de que quem estava com Cristo não tinha que temer ninguém.
O mesmo vale para o paganismo de hoje, porque também os atuais seguidores destas ideologias
veem o mundo cheio de poderes perigosos. A estes é necessário anunciar que Cristo é vencedor,
de modo que quem está com Cristo, quem permanece unido a Ele, não deve temer nada nem
ninguém. Parece-me que isso é importante também para nós, que devemos aprender a enfrentar
todos os medos, porque Ele está acima de toda dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo.
Inclusive todo o cosmos está submetido e Ele, e a Ele converge como a sua própria cabeça. São
sélebres as palavras da Carta aos Efésios que falam do projeto de Deus de «recapitular em Cristo
todas as coisas, as do céu e as da terra» (1, 10). Analogamente, na Carta aos Colossenses se lê
que «nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis» (1, 16) e
que «mediante o sangue de sua cruz reconciliou por ele e para ele todas as coisas, o que há na
terra e nos céus» (1, 20). Portanto, não existe, por uma parte, o grande mundo material e por
outra esta pequena realidade da história da nossa terra, o mundo das pessoas: tudo é um em
Cristo. Ele é a cabeça do cosmos; também o cosmos foi criado por Ele, foi criado para nós
enquanto estamos unidos a Ele. É uma visão racional e personalista do universo. E acrescentaria
que uma visão mais universalista que esta não era possível conceber, e esta conflui só em Cristo
ressuscitado. Cristo é o Pantokrátor, ao qual estão submetidas todas as coisas: o pensamento vai
para o Cristo Pantocrátor, que enche o ábside das igrejas bizantinas, às vezes representado
sentado no alto sobre o mundo inteiro, ou inclusive acima de um arco íris para indicar sua
equiparação com o próprio Deus, a cuja destra está sentado (cf. Ef 1, 20; Col 3, 1), e daí a sua
Uma visão deste tipo é concebível só por parte da Igreja, não no sentido de que quer apropriar-se
indevidamente do que não lhe pertence, mas em outro duplo sentido: por um lado, a Igreja
reconhece que Cristo é maior que ela, dado que seu senhorio se estende também além de suas
fronteiras; por outro, só a Igreja está qualificada como Corpo de Cristo, não o cosmos. Tudo isso
significa que devemos positivamente considerar as realidades terrenas, porque Cristo as recapitula
em si, e ao mesmo tempo, devemos viver em plenitude nossa identidade específica eclesial, que é
Há também um conceito especial, que é típico destas duas Cartas, e é o conceito de «mistério».
Umas vezes se fala do «mistério da vontade» de Deus (Ef 1, 9) e outras vezes do «mistério de
Cristo» (Ef 3, 4; Col 4, 3) ou inclusive do «mistério de Deus, que é Cristo, no qual estão
inescrutável desígnio divino sobre a sorte do homem, dos povos e do mundo. Com esta
linguagem, as duas epístolas nos dizem que é em Cristo onde se encontra o cumprimento deste
mistério. Se estamos com Cristo, ainda que não possamos compreender intelectualmente tudo,
sabemos que estamos no núcleo e no caminho da verdade. Ele está em sua totalidade, e não só
insondável plano divino da salvação. N’Ele toma forma a que se chama «multiforme sabedoria de
Deus» (Ef 3, 10), já que n’Ele «habita corporeamente toda a plenitude da divindade» (Col 2, 9).
De agora em diante, portanto, não é possível pensar e adorar o beneplácito de Deus, sua
«inescrutável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), que está além de toda compreensão humana. Não é
que Deus não tenha deixado as marcas de seu passo, já que o próprio Cristo é marca de Deus,
seu selo máxima; mas que se dá conta de «qual é a largura e o comprimento, a altura e a
profundidade» deste mistério «que ultrapassa todo conhecimento» (Ef 3, 18-19). As meras
categorias intelectuais aqui são insuficientes, e reconhecendo que muitas coisas estão além de
mente, mas também do coração. Os pais da Igreja, por outro lado, nos dizem que o amor
Uma última palavra deve ser dita sobre o conceito, já assinalado antes, concernente à Igreja como
comunidade cristã a uma noiva, escrevendo assim: «Sinto por vós um amor ciumento semelhante
ao amor que Deus vos tem. Fui eu que vos desposei a um único esposo, apresentando-vos a
Cristo como virgem pura» (2 Cor 11, 2). A Carta aos Efésios desenvolve esta imagem, precisando
que a Igreja não é só uma prometida, mas esposa real de Cristo. Ele, por assim dizer, a
conquistou para si, e o fez ao preço de sua vida: como diz o texto, «se entregou a si mesmo por
ela» (Ef 5, 25). Que demonstração de amor pode ser maior que esta? Mas ele também está
preocupado por sua beleza; não só pela já adquirida pelo batismo, mas também por aquela que
deve crescer cada dia graças a uma vida irrepreensível «sem ruga nem mancha», em seu
comportamento moral (cfr Ef 5, 26-27). Daí à comum experiência do matrimônio cristão o passo é
breve; ao contrário, nem sequer está claro qual é, para o autor da Carta, o ponto de referência
inicial: se é a relação Cristo-Igreja, desde cuja luz deve-se conceber a união entre o homem e a
mulher, ou se é mais o dado da experiência da união conjugal, desde cuja luz é preciso conceber a
relação entre Cristo e a Igreja. Mas ambos os aspectos se iluminam reciprocamente: aprendemos
como Cristo se une a nós pensando no mistério do matrimônio. Em todo caso, nossa Carta se põe
quase a meio caminho entre o profeta Oséias, que indicava a relação entre Deus e seu povo em
termos de bodas que já sucederam (cf. Os 2, 4. 16.21), e o vidente do Apocalipse, que anunciará
o encontro escatológico entre a Igreja e o Cordeiro como algumas bodas gozosas e indefectíveis
Eu teria ainda muito que dizer, mas me parece que, do que expus, pode-se entender que estas
duas Cartas são uma grande catequese, da qual podemos aprender não só como ser bons
cristãos, mas também como chegar a ser realmente homens. Se começamos a entender que o
cosmos é a marca de Cristo, aprendemos nossa relação reta com o cosmos, com todos os
problemas de sua conservação. Aprendemos a vê-los com a razão, mas com uma razão movida
pelo amor, e com a humildade e o respeito que permitem atuar de forma correta. E se pensamos
que a Igreja é o Corpo de Cristo, que Cristo se deu a si mesmo por ela, aprendemos como viver
com Cristo o amor recíproco, o amor que nos une a Deus e que nos faz ver ao outro como imagem
de Cristo, como Cristo mesmo, Oremos ao Senhor para que nos ajude a meditar bem a Sagrada
Temas:
santos, beatos e escatologia
Chaves indexadas:
ano paulino
acima
página principal
atrás
formato PDF
envie a um amigo
ZENIT em RSS
presenteie ZENIT
difunda ZENIT
AJUDE
ZENIT
AGORA!
POR QUE
DOAR PARA
ZENIT?
INFORMAÇÃO RELACIONADA
Bento XVI apresenta exemplo de São Paulo aos consagrados
Papa explica que quem está em Cristo «não tem medo de nada nem de ninguém»
[ maiores informações ]
zenit por email | zenit em rss | presenteie zenit | recomende zenit | apóie zenit
mudar de edição
| condições de uso | enviar notícias e comunicados | fale conosco | página
principal