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Não existe um limite muito bem definido de até onde os transístores poderiam ser
miniaturizados. A algunas anos atrás, boa parte dos projetistas acreditrava que seria
impossível produzir transístores menores que 0.13 mícrons, que já são utilizados em
alguns processadores atuais, como por exemplo o Pentium III Tualatin. Conforme
conseguiram desenvolver transístores menores, estas barreiras imaginárias foram caindo
por terra. Novamente, quase todos acreditavam que seria impossível produzir um
transístor de 0.02 mícron até que a Intel conseguisse fazê-lo.
Hoje, os 0.02 mícron são o novo limite teórico, mas nada garante que nos próximos
anos alguém não consiga produzir transístores ainda menores, mesmo usando silício.
Claro que existem vários problemas. Eu assisti esta entrevista com o Paulo Henrique
Amorin. Como foi comentado, as propriedades dos materiais se alteram quando ao
invés de uma grande quantidade de matéria, começa-se a trabalhar com poucos átomos.
Além disso, quanto menor é o transístor, menos elétrons são necessários para muda-lo
de estado. A 0.02 mícron são necessários apenas algumas dezenas de elétrons, o que
abre uma margem gigantesca para todo tipo de interferência.
2- Alguns também sugerem os nanotubos como opção ao silício. O que são eles?
Quais são suas vantagens e inconvenientes?
Os nanotubos são cavidades nanoscópicas feitas num bloco de carbono, tratado para
adiquirir propriedades semicondutoras. A IBM já conseguiu desenvolver um chip lógico
com alguns poucos transístores usando esta tecnologia. Segundo alguns pesquisadores,
será possível daqui a mais dez ou quinze anos produzir transístores medindo apenas
0.005 mícron, usando nanotubos. Mas, a tecnologia ainda está em desenvolvimento, por
isso não dá para ter certeza de até que ponto isto seria viável. Não adianta simplesmente
desenvolver uma tecnologia capaz de produzir processadores utra-rápidos, é necessário
que eles tenham um custo acessível.
Esta é a chave para qualquer tecnologia: descobrir uma forma de fazer mais que a
tecnologia anterior e a um custo mais baixo. Apesar da evolução, os processadores não
ficaram mais caros desde a época do 486, pelo contrário, custam muito menos que
custavam a alguns anos atrás.
No década de 40, qualquer computador capaz de fazer meia dúzia de cálculos custava
uma fortuna, mas simplesmente por que estavam construindo computadores com
vávulas. Depois, descobriram um jeito mais eficiente e barato de fazer a mesma coisa,
usando transístores, circuitos integrados, e assim por diante. As melhores invenções são
sempre as mais simples.
Você pode ler também uma análise sobre processadores quânticos que escrevi há algum
tempo em: http://www.guiadohardware.net/analises/quanticos/index.asp
4- A partir das pesquisas atuais sobre novos materiais e métodos, é possível dizer
até quantos GHz de freqüência conseguiremos atingir com um microprocessador?
A Intel já demonstrou um Pentium 4 (de 0.13 mícron) operando a 3.5 GHz, que deve ser
lançado comercialmente até o final do ano que vem. A AMD anunciou o Athlon Barton,
um processador que também seria capaz de operar a 3.5 GHz e também seria lançado
até o final de 2002.
O Barton combinará duas tecnologias: uma técnica de produção de 0.13 mícron e o SOI
(silicon on insulator), uma tecnologia desenvolvida pela IBM, que permite usar uma
camada mais fina de silício na produção dos transístores do processador, com isso, o
sinal elétrico passa a ter um isolamento bem melhor, melhorando sua estabilidade e
diminuindo o nível de interferências.
O grande X da questão é que a frequência que o processador será capaz de alcançar não
depende apenas da técnica de produção, mas também do projeto do processador.
Por que o Pentium 4 chegou aos 2.0 GHz sendo construído numa técnica de 0.18
mícron, enquanto o Athlon Thunderbird, também produzido numa técnica de 0.18
mícron ainda está nos 1.4 GHz? O Pentium 4 possui mais estágios de pipeline que o
Athlon, com isto, cada estágio executa uma parcela menor de processamento por ciclo e
consequentemente é capaz de suportar um número maior de ciclos por segundo.
O problema é que com mais estágios de pipeline, o processador passa a ter um número
maior de transístores e ao mesmo tempo, acaba conseguindo processar menos instruções
por ciclo. Esta é uma história um pouco longa, mas você pode encontrar mais detalhes
na minha análise do Pentium 4: http://guiadohardware.net/analises/pentium4/index.asp
Os próprios computadores permitirão transmitir mais dados através das fibras ópticas,
ou até mesmo dos cabos de cobre comuns, através de técnicas mais avançadas de
modulação, compressão, correção de erros, etc. A vinte anos atrás qualquer engenheiro
riria da sua cara se você dissesse que seria possível transmitir dados a 8 Megabits
através de cabos telefônicos, como temos hoje no ADSL.
7- Como esses processadores tão velozes influirão no cotidiano das pessoas? Que
tipo de conseqüências eles trarão para o homem comum?